• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

PESQUISAS NO ENSINO DE QUÍMICA SOBRE AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Autores

Serrão, C.R.G. (IEMCI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Parente, A.G.L. (IEMCI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

O presente trabalho buscou realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema Tecnologias Digitais e o Ensino de Química para compreender de que maneira as pesquisas tem abordado esta temática e como as tecnologias são empregadas no contexto da formação de professores. Para obtenção de dados, utilizamos as plataformas SciElo e Portal de Periódicos Capes. Utilizamos os descritores “Tecnologias de Informação e Comunicação”, “TIC” e “Tecnologias Digitais” combinados com “Química” e “Ensino de Química” no período de 2011-2021 para que fossem criadas as categorias de análise. Os dados apontam para a necessidade de avanço nas pesquisas sobre formação continuada de professores e práticas de ensino no contexto das TDIC, além da necessidade de construir e refletir junto ao professor.

Palavras chaves

Ensino de química; Tecnologias digitais; Formação de professores

Introdução

A expansão das tecnologias digitais (TD) na sociedade contemporânea alterou os modos de ser/estar no mundo (ALMEIDA; VALENTE, 2012). As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) e TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação) apresentam potencial reestruturador do currículo e de práticas pedagógicas. As TIDCs precisam valorizar práticas pedagógicas, proporcionando acesso à informação, flexibilidade e diversidade de suportes (GIORDAN, 2015). Rossato (2014) afirma que a utilização das ferramentas tecnológicas tem promovido uma transformação cultural e tem interferido diretamente nos processos humanos. Para Prensky (2001), existe um conflito entre dois sujeitos: os nativos digitais (nascidos a partir de 1980 e totalmente inseridos no contexto tecnológico e digital) e os imigrantes digitais que segundo o autor são falantes de uma língua ultrapassada. O conflito de gerações fica evidente em se tratando de educação, visto que os imigrantes digitais são os responsáveis por ensinar os nativos digitais (ROSSATO, 2014). Com isso, este trabalho buscou realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema Tecnologias Digitais e o Ensino de Química de forma a compreender o que tem sido pesquisado sobre o tema e sobre como tem sido empregado na formação de professores de química.

Material e métodos

Realizamos um levantamento bibliográfico sobre o tema Tecnologias Digitais e o Ensino de Química. Buscamos saber sobre o que tem sido pesquisado. O trabalho de Giordan (2015) serviu de base e apresentou um panorama inicial sobre o tema de interesse. Recorremos as plataformas SciElo e Portal de Periódicos Capes. Utilizamos os descritores “Tecnologias de Informação e Comunicação”, “TIC” e “Tecnologias Digitais” combinados com “Química” e “Ensino de Química” no período de 2011-2021. Os artigos encontrados foram organizados em uma tabela contendo informações como o ano, autores, título, revista e qualis do periódico. Os resumos dos trabalhos foram lidos para seleção das obras. Após a leitura dos resumos, selecionamos 21 para análise. Procedemos com a leitura da introdução, registro do objetivo geral, metodologia e organizamos uma tabela contendo informações como: foco e tipo de pesquisa, análise, instrumentos de coleta e contexto da pesquisa. A partir da construção da tabela, criamos 3 categorias de análise para os artigos: TD como ferramentas (softwares, aplicativos e técnicas); TD na aprendizagem de química e TD na formação de professores de química.

Resultado e discussão

A análise dos trabalhos nos mostrou que 47,6% tratava as TD como ferramentas (análise e o uso de aplicativos, softwares, simulações, redes sociais e técnicas), 23,8% abordava as TDICs para a melhoria da aprendizagem em química. Quanto aos trabalhos relacionados à formação inicial e continuada de professores de química, obtivemos um total de 6 trabalhos, o que corresponde a 28,6% do total de artigos. Dos 6 trabalhos selecionados, 4 se concentraram em tratar sobre a formação inicial de professores de química e defendiam a integração das tecnologias digitais no ensino de química, a utilização de ferramentas digitais para promover uma aprendizagem dinâmica, a aplicação das TD para a promoção de educação inclusiva e análise de documentos oficiais que destacam o papel das TD na formação inicial de professores. Os trabalhos encontrados sobre formação continuada investigaram as representações docentes da disciplina química sobre a utilização das TD no ensino (ROSA et al., 2015) e a formação continuada de professores de química brasileiros no âmbito de um programa de formação ofertado pela Capes ocorrida em Portugal (AMARAL-ROSA e EICHLER, 2017).

Conclusões

Destacamos a necessidade de se construir junto ao professor materiais que apoiem e favoreçam suas práticas. Novos modos de aprender com o uso das tecnologias não pode desconsiderar a subjetividade em que imigrantes e nativos digitais ou professores e alunos sejam agentes e sujeitos do processo, aprendendo compreensivamente e criativamente. No contexto dos materiais analisados, nenhum trabalho utilizando a Teoria da Subjetividade foi encontrado no levantamento, o que reforça uma necessidade de avanço nas pesquisas envolvendo a teoria, a formação de professores e as tecnologias digitais.

Agradecimentos



Referências

ALMEIDA, M. E. B.; VALENTE, J. A. Integração currículo e tecnologias e a produção de narrativas digitais. Currículo Sem Fronteiras, v.12, n. 3, p. 57-82, 2012.

GIORDAN, M. Análise e Reflexões sobre os Artigos de Educação em Química e Multimídia Publicados entre 2005 e 2014. Química Nova na Escola, v.37, Nº especial 2, p.154-160, 2015.

PRENSKY, M. Digital Natives, Digital Imigrants. On the Horizon, MCB University Press, v.9, n.5, October 2001.
ROSSATO, M. A aprendizagem dos nativos digitais. In: MARTÌNEZ, A.; ÁLVAREZ, P. (Org.). O sujeito que aprende: diálogo entre a psicanálise e o enfoque histórico-cultural. Brasília: Liber Livro, 2014. p.151–178.

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