• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

OLIMPÍADA BRASILEIRA DO ENSINO SUPERIOR DE QUÍMICA (OBESQ): AVALIAÇÃO E PERSPECTIVAS

Autores

Silva, D.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Silva, G.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Monte, M.T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ricardo, N.M.P.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ricardo, N.M.P.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ribeiro, M.E.N.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Gramosa, N.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Resumo

A Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ) teve início em 2018, com o objetivo principal de identificar os estudantes mais destacados, dos cursos de Química e áreas afins. Em 2022 a OBESQ passou a abranger estudantes de todos os cursos de graduação do Brasil. Este trabalho descreve os resultados obtidos da análise dos dados dos participantes da OBESQ de 2018 a 2022. Nas quatro edições, houve uma média de 307 inscritos, sendo que 79,8 % dos participantes eram de Universidades Federais ou Institutos Federais. Do total de inscritos, 40% eram do sexo feminino. As pontuações nas modalidades variaram com os certames, sendo que os escores obtidos na modalidade Química Analítica foram superiores às demais nos certames de 2018 e 2021.

Palavras chaves

OBESQ; OLIMPÍADAS; QUÍMICA

Introdução

A Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ) é um projeto educacional iniciado em 2018, que tem por objetivo principal descobrir jovens com talentos e aptidões na Química, incentivando-os à curiosidade científica e ao engajamento nos programas de Pós graduação. Existem somente algumas olimpíadas universitárias no Brasil: Olimpíada de Matemática, Olimpíada Brasileira de Informática, Maratona de Programação, Olimpíada Cearense do Ensino Superior de Química e OBESQ. A primeira Olimpíada Brasileira de Química (OBQ) foi realizada em 1996 organizada pelo Programa Nacional Olimpíadas de Química (PNOQ) e é voltada a estudantes de ensino médio de escolas particulares e públicas brasileiras. Recentemente várias olimpíadas científicas tem surgido no Brasil e desde 2018 foram criadas vagas olímpicas de ingresso em cursos de graduação de universidades como Unicamp, USP, Unifei e Unesp, o que já ocorre em outros países (GORDEEVA et. al, 2013). Os estudantes mais destacados na OBQ poderão participar das olimpíadas internacionais, como a Olimpíada Ibero- americana de Química (OIAQ) e a Olimpíada Internacional de Química (ICHO), esta última, a competição de mais alto nível da área (EREMIN e GLADILIN, 2013). A participação do estudante em olimpíadas científicas é um dos fatores de motivação intrínseca da aprendizagem, contribuindo para melhorar suas habilidades, criatividade e pensamento lógico e também contribui para o interesse em atividades de pesquisa científica. Com o movimento de expansão olímpica, tem aumentado também o número de ações afirmativas, como a valorização da mulher, inclusão social, valorização da escola pública, dentre outras. Este trabalho avalia os resultados obtidos da participação dos estudantes na OBESQ no período de 2018 a 2

Material e métodos

Materiais: Os dados utilizados neste trabalho foram coletados na plataforma de inscrição da OBESQ (http://www.obesq.org/), considerando a lei geral de proteção de dados pessoais (LGPD) 13.709 de 2018, e ainda os resultados divulgados para os quatro certames da olimpíada brasileira do ensino superior de química (OBESQ) de 2018 a 2022. Metodologia: Os dados gerais dos certames foram avaliados após confecção de planilhas utilizando o programa Excel, de cada certame separadamente, e então compiladas para comparação. Os dados de números de inscritos e medalhistas por estado em cada certame, bem como, o número de estudantes do sexo feminino ou masculino e os cursos de graduação dos participantes foram analisados por ano e por estado.

Resultado e discussão

Os certames da OBESQ de 2018 a 2022 mostrou uma variação considerável no número de inscritos, apresentando em média 307 inscritos de 25 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. Os estados com mais participantes nos quatro certames foram Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, com 156, 109, 141 e 149 inscritos no total. A participação das estudantes que se identificaram do sexo feminino nestes quatro certames da OBESQ foi relativamente baixa, com cerca de 40% em média, sendo que em 2022 foi observada a maior participação, com 43,1% dos inscritos. A premiação de Mulheres na Química tem sido realizada desde 2021 na OBESQ e é um incentivo para que ocorra um incremento na participação feminina neste certame. Esta é uma das ações voltadas para a valorização feminina realizada pelas Coordenadorias Estaduais do PNOQ, bem como pela Coordenação Nacional. Outro aspecto avaliado foi o número de medalhas de ouro, prata e bronze por estado brasileiro. Os estados do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como, o Distrito Federal tiveram estudantes medalhistas de ouro, sendo que o Ceará é o único representante da Região Nordeste neste quesito. Com respeito ao caráter das instituições, se particular ou pública, a maioria dos participantes foram originários das instituições públicas, cerca de 79,8% do total de participantes. As maiores pontuações por modalidade variaram em cada certame, entretanto a modalidade de química analítica foi a que apresentou as maiores pontuações dos 20 estudantes mais bem classificados nos certames de 2018 e 2021.

Conclusões

Os resultados obtidos mostram que a participação feminina tem aumentado nesta olimpíada, bem como ocorreu um incremento na pontuação dos estudantes participantes da OBESQ desde a primeira versão em 2018. Os estudantes que obtiveram maior pontuação em sua maioria são da região sudeste e do Distrito Federal. O Ceará é o único estado do nordeste com medalhistas de ouro. Também pode ser observado que a modalidade que tem tido o maior número de acertos nas questões foi a de Química Analítica.

Agradecimentos

UFC, CNPQ e PNOQ

Referências

EREMIN, V. V., GLADILIN, A. K. International Chemistry Olympiad and Its Role in Chemical Education. Russian Journal of General Chemistry, St. Petersburg, v. 83, n. 4, p. 830-838, 2013.
GORDEEVA, T. O.; OSIN, E. N.; KUZ’MENKO, N. E.; LEONT’EV, D. A.; RYZHOVAA, O. N. Efficacy of the Academic Competition (Olympiad) System of Admission to Higher Educational Institutions (in Chemistry). Russian Journal of General Chemistry, St. Petersburg, v. 83, n. 6, p. 1272-1281, 2013.

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