Autores
Silva, D.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Silva, G.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Monte, M.T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ricardo, N.M.P.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ricardo, N.M.P.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Ribeiro, M.E.N.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Gramosa, N.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)
Resumo
A Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ) teve início em 2018,
com o objetivo principal de identificar os estudantes mais destacados, dos cursos
de Química e áreas afins. Em 2022 a OBESQ passou a abranger estudantes de todos os
cursos de graduação do Brasil. Este trabalho descreve os resultados obtidos da
análise dos dados dos participantes da OBESQ de 2018 a 2022. Nas quatro edições,
houve uma média de 307 inscritos, sendo que 79,8 % dos participantes eram de
Universidades Federais ou Institutos Federais. Do total de inscritos, 40% eram do
sexo feminino. As pontuações nas modalidades variaram com os certames, sendo que
os escores obtidos na modalidade Química Analítica foram superiores às demais nos
certames de 2018 e 2021.
Palavras chaves
OBESQ; OLIMPÍADAS; QUÍMICA
Introdução
A Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ) é um projeto
educacional iniciado em 2018, que tem por objetivo principal descobrir jovens
com talentos e aptidões na Química, incentivando-os à curiosidade científica e
ao engajamento nos programas de Pós graduação. Existem somente algumas
olimpíadas universitárias no Brasil: Olimpíada de Matemática, Olimpíada
Brasileira de Informática, Maratona de Programação, Olimpíada Cearense do
Ensino Superior de Química e OBESQ. A primeira Olimpíada Brasileira de Química
(OBQ) foi realizada em 1996 organizada pelo Programa Nacional Olimpíadas de
Química (PNOQ) e é voltada a estudantes de ensino médio de escolas particulares
e públicas brasileiras. Recentemente várias olimpíadas científicas tem surgido
no Brasil e desde 2018 foram criadas vagas olímpicas de ingresso em cursos de
graduação de universidades como Unicamp, USP, Unifei e Unesp, o que já ocorre em
outros países (GORDEEVA et. al, 2013). Os estudantes mais destacados na OBQ
poderão participar das olimpíadas internacionais, como a Olimpíada Ibero-
americana de Química (OIAQ) e a Olimpíada Internacional de Química (ICHO), esta
última, a competição de mais alto nível da área (EREMIN e GLADILIN, 2013). A
participação do estudante em olimpíadas científicas é um dos fatores de
motivação intrínseca da aprendizagem, contribuindo para melhorar suas
habilidades, criatividade e pensamento lógico e também contribui
para o interesse em atividades de pesquisa científica. Com o movimento de
expansão olímpica, tem aumentado também o número de ações afirmativas, como a
valorização da mulher, inclusão social, valorização da escola pública, dentre
outras. Este trabalho avalia os resultados obtidos da participação dos
estudantes na OBESQ no período de 2018 a 2
Material e métodos
Materiais: Os dados utilizados neste trabalho foram coletados na plataforma de
inscrição da OBESQ (http://www.obesq.org/), considerando a lei geral de proteção
de dados pessoais (LGPD) 13.709 de 2018, e ainda os resultados divulgados para
os quatro certames da olimpíada brasileira do ensino superior de química (OBESQ)
de 2018 a 2022.
Metodologia: Os dados gerais dos certames foram avaliados após confecção de
planilhas utilizando o programa Excel, de cada certame separadamente, e então
compiladas para comparação. Os dados de números de inscritos e medalhistas por
estado em cada certame, bem como, o número de estudantes do sexo feminino ou
masculino e os cursos de graduação dos participantes foram analisados por ano e
por estado.
Resultado e discussão
Os certames da OBESQ de 2018 a 2022 mostrou uma variação considerável no número
de inscritos, apresentando em média 307 inscritos de 25 estados brasileiros,
incluindo o Distrito Federal. Os estados com mais participantes nos quatro
certames foram Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, com 156, 109, 141
e 149 inscritos no total. A participação das estudantes que se identificaram do
sexo feminino nestes quatro certames da OBESQ foi relativamente baixa, com cerca
de 40% em média, sendo que em 2022 foi observada a maior participação, com 43,1%
dos inscritos. A premiação de Mulheres na Química tem sido realizada desde 2021
na OBESQ e é um incentivo para que ocorra um incremento na participação feminina
neste certame. Esta é uma das ações voltadas para a valorização feminina
realizada pelas Coordenadorias Estaduais do PNOQ, bem como pela Coordenação
Nacional. Outro aspecto avaliado foi o número de medalhas de ouro, prata e
bronze por estado brasileiro. Os estados do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro
e São Paulo, bem como, o Distrito Federal tiveram estudantes medalhistas de
ouro, sendo que o Ceará é o único representante da Região Nordeste neste
quesito. Com respeito ao caráter das instituições, se particular ou pública, a
maioria dos participantes foram originários das instituições públicas, cerca de
79,8% do total de participantes. As maiores pontuações por modalidade variaram
em cada certame, entretanto a modalidade de química analítica foi a que
apresentou as maiores pontuações dos 20 estudantes mais bem classificados nos
certames de 2018 e 2021.
Conclusões
Os resultados obtidos mostram que a participação feminina tem aumentado nesta
olimpíada, bem como ocorreu um incremento na pontuação dos estudantes
participantes da OBESQ desde a primeira versão em 2018. Os estudantes que
obtiveram maior pontuação em sua maioria são da região sudeste e do Distrito
Federal. O Ceará é o único estado do nordeste com medalhistas de ouro. Também pode
ser observado que a modalidade que tem tido o maior número de acertos nas questões
foi a de Química Analítica.
Agradecimentos
UFC, CNPQ e PNOQ
Referências
EREMIN, V. V., GLADILIN, A. K. International Chemistry Olympiad and Its Role in Chemical Education. Russian Journal of General Chemistry, St. Petersburg, v. 83, n. 4, p. 830-838, 2013.
GORDEEVA, T. O.; OSIN, E. N.; KUZ’MENKO, N. E.; LEONT’EV, D. A.; RYZHOVAA, O. N. Efficacy of the Academic Competition (Olympiad) System of Admission to Higher Educational Institutions (in Chemistry). Russian Journal of General Chemistry, St. Petersburg, v. 83, n. 6, p. 1272-1281, 2013.