Autores
Palheta Rodrigues Chaves, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; da Silva Souza, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Magno Costa da Siva, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Trindade Valente, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Sousa Oliveira, B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Araujo, C.F.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Leal Moraes, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
A compreensão do conceito de átomos e a definição de elemento químico são 
conceitos fundamentais para a compreensão das propriedades dos diferentes 
materiais presentes no cotidiano. A estrutura atômica e a definição de elemento 
químico foi contextualizada com a leitura de rótulos de alimentos consumidos 
cotidianamente por adolescentes durante uma exposição interativa com o objetivo 
de despertar o interesse dos estudantes em compreender as indicações de elementos 
químicos presentes nos produtos. Mesmo se tratando de conceituações de difícil 
assimilação devido ao alto grau de abstração, nossos resultados indicam que essa 
estratégia de contextualização possibilitou melhor conhecimento sobre os objetos 
de estudo e foi percebida pelos estudantes como facilitadora da aprendizagem.
Palavras chaves
Aprendizagem ; Estrutura atômica ; Interesse dos Estudantes
Introdução
A área de ciências da natureza tem como objetivo possibilitar a compreensão do 
mundo natural, social e tecnológico, bem como a capacidade de alterá-lo 
baseando-se nos aportes teóricos e processuais das ciências. (BRASIL, 2018). 
Segundo Chassot (2003, p. 94), o ensino de química mais do que facilitar a 
leitura do mundo em que vivemos deve sensibilizar o aprendiz da necessidade de 
“transformá-lo – e, preferencialmente, transformá-lo em algo melhor”.
De fato, o objetivo final do processo de ensino deve ser a atuação no/ sobre o 
mundo. Para tanto, no contexto do ensino de química, duas coisas parecem 
essenciais: 1º trazer esse mundo real para dentro da sala de aula, para que a 
forma como o aprendiz o compreende seja tomado como ponto de partida para novas 
interpretações; 2º um ensino que ao tomar o mundo (natural, social, tecnológico) 
como objeto de estudo possibilita novas formas de apreensão da realidade que 
servirão de base sólida para instilar novos comportamentos. Neste ponto, a 
contextualização como estratégia de aproximação dos conteúdos curriculares à 
realidade próxima do aluno ganha destaque (BRASIL, 1999).
Neste contexto, em vista apresentar de maneira contextualizada a estrutura 
atômica e a definição de elemento químico, foi mediada a leitura de rótulo 
salgadinhos, achocolatado, leite e uma marca de água mineral comercializada na 
região metropolitana de Belém com o objetivo de despertar o interesse dos 
estudantes em compreender as indicações de elementos químicos presentes na água 
mineral, o entendimento de que átomos são a estrutura básica que compõem toda a 
matéria e de que a química pode ajudar em um consumo mais consciente.
Material e métodos
O presente trabalho foi desenvolvido no contexto da atividade curricular de 
Práticas Pedagógicas de ensino de Química V, no curso de licenciatura em química 
da Universidade Federal do Pará, do campus de Ananindeua. Foi realizada uma 
exposição interativa sob a temática “A química na leitura de rótulos/embalagens” 
na EEEFM Luiz Nunes Direito para estudantes do ensino médio.
Foi escolhido dialogar sobre a estrutura básica da matéria e a definição de 
elemento químico e todo trabalho foi desenvolvido sobre as questões motivadoras 
“O que é átomo?”, “O que é elemento químico?”, “O que é Sódio, Cálcio, Ferro, 
Estrôncio?”, “Onde estão os átomos/elementos químicos?”. Sendo que a pergunta “O 
que é Sódio, Cálcio, Ferro, Estrôncio?” foi realizada apontando informações 
contidas no rótulo de salgadinhos, achocolatado, leite e uma marca de água 
mineral comercializada na região metropolitana de Belém. Em seguida, foram 
apresentados de forma dialogada conceitos/definições que respondem a cada uma 
destas perguntas.
Ao final da exposição interativa os estudantes eram convidados a responder 
novamente as quatro questões motivadoras iniciais e a pergunta “O uso das 
embalagens e rótulos ajudou a perceber que os átomos/elementos químicos estão 
presentes no seu dia a dia?”. Concordaram em participar voluntariamente da 
coleta de dados 5 estudantes sendo essa amostra selecionada por acessibilidade 
(GIL, 2008).
As respostas às quatro perguntas motivadoras foram escaladas em quatro níveis de 
conhecimento conforme Figura 1. O tratamento dos dados considerou o alto nível 
de abstração do assunto que dificulta interpretações mais aprofundadas e que as 
representações, associações e interpretações realizadas pelos estudantes podem 
fornecer indícios sobre a compreensão deles sobre o ob
Resultado e discussão
Os princípios da química baseiam-se no comportamento dos átomos e moléculas e a 
forma como interagem entre si (ATKINS; JONES, 2012). A compreensão da estrutura 
básica da matéria (os átomos), facilita o entendimento das propriedades dos 
materiais e dos fenômenos, já a definição de elemento químico ajuda a 
compreender as propriedades dos diferentes elementos químicos, explicando a 
forma como os átomos se ligam e as características das substâncias e misturas 
existentes no cotidiano.
Contudo, muitos dos modelos explicativos da química são abstratos e dependem da 
capacidade de interpretação e formas de representações. É consenso entre 
professores de química a importância do assunto modelos atômicos e a necessidade 
de capacidade de interpretar o subjetivo decorrente da abstração que o assunto 
exige do aluno do Ensino Médio (DUTRA, 2019). Isso ajuda a entender o número 
pequeno de estudantes que aceitaram participar da coleta de dados.
Conforme informações apresentadas na Figura 2, pode-se observar que, de forma 
geral, os participantes passaram de um nível de menos para outro de maior 
conhecimento sobre o assunto. Porém, não significa que houve construção sólida 
acerca dos objetos de questionamentos.
Em relação a percepção, pelos estudantes, da contribuição da contextualização do 
tema a partir da leitura de rótulos/embalagens de produtos consumidos por eles 
cotidianamente, todos indicaram o uso de embalagens e rótulos ajudou a perceber 
que os átomos/elementos químicos estão presente no seu dia a dia. Esse resultado 
é relevante porque mostra que a estratégia escolhida permitiu aproximação dos 
conteúdos curriculares à realidade próxima do aluno, conforme preconizado nos 
parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio (BRASIL, 1999).

Níveis de conhecimento baseado em associações.

Análise das associações indicadas pelos estudantes considerando os níveis de conhecimento estabelecidos.
Conclusões
No que diz respeito ao trabalho desenvolvido com os alunos é possível concluir 
que a contextualização é importante para o ensino de química. A estratégia de 
contextualização a partir da leitura de rótulos/embalagens, por exemplo, 
possibilitou melhor conhecimento sobre os objetos de estudo e foi percebida pelos 
estudantes como facilitadora da aprendizagem, mesmo em conceituações de difícil 
assimilação devido ao alto grau de abstração. A experiência vivenciada pelas 
licenciandas possibilitou oportunidade de participação e criação em situação de 
compartilhamento de conhecimento criativa.
Agradecimentos
A Profa. Dra. Gleiciane Moraes por ter nos ajudado e incentivado a realizar esse 
trabalho, a Universidade Federal do Pará por ter proporcionado essa vivência e 
aos alunos da EEEFM Luiz Nunes Direito.
Referências
Arlene	Alves	Dutra.	O	ENSINO	DE	MODELOS	ATÔMICOS	POR	MEIO	DE
METODOLOGIAS	ATIVAS.	Dissertação	DE	MESTRADO.	UNIVERSIDADE	DE
BRASÍLIA. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/37345/1/2019_ArleneAlvesDutra.pdf.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
CHASSOT, Attico, (2003). Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social.
Rev. Bras. Educ. [online],  n.22, 2003.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de pesquisa social. 6º Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Arlene	Alves	Dutra.	O	ENSINO	DE	MODELOS	ATÔMICOS	POR	MEIO	DE
METODOLOGIAS	ATIVAS.	Dissertação	DE	MESTRADO.	UNIVERSIDADE	DE
BRASÍLIA. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/37345/1/2019_ArleneAlvesDutra.pdf.








