Autores
Vasconcelos, A.K.P. (IFCE) ; Silveira, F.A. (IFCE) ; Batista, S.P. (SEDUC) ; Sampaio, C. (IFCE) ; Barroso, M.C. (IFCE)
Resumo
O presente artigo será o relato de uma experiência na aplicação de um método de
Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE). O uso de jogos na aprendizagem demonstra
que essa pode ser uma ferramenta capaz de captar não só a atenção desse aluno como
também desenvolver outras habilidades, como o desenvolvimento do raciocínio e
sociabilidade. Utilizou-se, a construção e aplicação do jogo Tabela Periódica a
fim de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem de Ciências com alunos do 9º
ano, de uma escola de ensino fundamental municipal, localizada na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF). Concluiu-se que o processo favoreceu uma
aprendizagem descontraída, a fixação do conteúdo, a socialização de alunos
introvertidos as aulas práticas funcionam como catalisador de aulas teóricas.
Palavras chaves
jogos lúdicos; ensino de ciências; ABE
Introdução
Na vivência da sala de aula o professor é capaz de identificar o que funciona ou
não com seus alunos na aprendizagem, sendo assim uma busca por recursos
didáticos é feita com intuito de facilitar a aquisição de conhecimento dos
mesmos. O aluno deve ser estimulado a construir seus conhecimentos com a
compreensão que esse é um processo contínuo, desenvolver sua criticidade, o
respeito as opiniões e experiências de seus colegas. É sabido a grande
dificuldade que alguns alunos possuem em relação as Ciências Exatas – Química,
Física, Matemática – os sinais são claros: os baixos índices nas avaliações,
desinteresse pela disciplina entre outros, estes fatores necessitam de soluções
rápidas, como por exemplo formas alternativas de ensino para minimizar a
resistência dos alunos com estas. Inúmeras metodologias construtivistas suscitam
a importância no desenvolvimentos destas competências e habilidades onde o
discente é ator principal da narrativa. A aprendizagem com jogos segundo Costa
(2009) possibilita desenvolver novas competências e habilidades exigidas pelas
avaliações escolares visando uma melhoria nos índices escolares. É no ambiente
escolar que está o foco central da aprendizagem, ou seja, é na escola onde os
saberes científicos são apresentados cabendo ao professor despertar a atenção do
aluno e conduzi-lo nesse processo de aquisição dos saberes.
Material e métodos
Este trabalho foi desenvolvido em uma escola municipal de Maracanaú/Ce, a turma
escolhida foi o 9º ano turma A composta por 32 alunos com idades entre 14 e 16
anos. O assunto escolhido a ser trabalhado neste experimento foi a Tabela
Periódica pois ao se deparar com a imagem da Tabela repleta de informações os
alunos entram em pânico surgindo os primeiros obstáculos a serem superados. O
método tradicional para desenvolver esse conteúdo em sala de aula precisa ser
adequado para evitar antipatia aos conhecimentos dos Elementos Químicos, ou
seja, é necessário criar novas possibilidades de aprendizado, os jogos físicos
ou virtuais da área de ciências tem essa finalidade, é neste momento que os
alunos desenvolvem suas estratégias além das interações com outros alunos e o
professor na aplicação do jogo. Ao definir qual conteúdo será aplicado o
professor precisa definir o jogo a ser trabalhado assim como os objetivos a
serem alcançados por aquela prática, são observados o nível de interação e
aceitação dos alunos. É comum acontecer um estranhamento na inserção dessa
modalidade de ensino nas séries finais pois eles já estão inseridos no modelo
tradicional por muito tempo, é preciso que o professor faça essa inserção
convidando os alunos a criarem propostas lúdicas como forma de aprendizado
modificando o olhar do aluno sobre o simples ato de jogar.
Resultado e discussão
Segundo Costa (2009), um jogo com finalidade pedagógica precisa obedecer: um
jogo com fim pedagógico deve possuir pelo menos uma estrutura similar à
estrutura do objeto de conhecimento; Essa estrutura do jogo deve ser perceptível
ao jogador enquanto o joga.
Em um jogo com fim pedagógico, tudo deve estar a favor da diversão e do
entretenimento. Os três primeiros princípios estão diretamente relacionados à
aprendizagem, e o quarto, diretamente relacionado à diversão.
O jogo possui objetivo e regras claras, da situação didática foi observado o
nível de interação dos alunos com o assunto, no primeiro momento da aplicação do
jogo alguns alunos se retraíram um pouco, os demais se permitiram vivenciar esse
momento de forma tranquila procurando entender essa experiência, para inserir
ainda mais o aluno nesse processo de construção cada equipe recebeu um kit que
continha: Tabela periódica; Cartolina; Cola e tesoura.
Eles construíram suas cartas e a partir desse momento as regras do jogo foram
explicadas, antes de iniciar o jogo propriamente dito os discentes pediram um
ensaio com o jogo, esse momento foi muito importante para adesão dos alunos que
e estavam mais tímidos. Durante a execução do jogo foi percebido uma boa
interação entre os componentes da equipe assim como questionamento de algumas
regras, como por exemplo. Ao questionar a turma sobre essa forma nova de
construção do conhecimento, a maioria dos alunos aprovaram essa metodologia
segundo estes houve uma mudança de olhar sobre os Elementos Químicos e a Tabela
Periódica foi percebido que uma curiosidade sobre os símbolos assim como uma
melhor absorção do conteúdos.
Conclusões
É perceptível a necessidade de mudanças no processo de ensino aprendizagem não
apenas nas séries finais mas também nas séries iniciais sem que haja uma quebra na
alfabetização científica onde o discente consiga associar a ciência ao seu
cotidiano, desenvolver metodologias onde o aluno seja o protagonista de acordo com
as necessidades de cada realidade escolar. Há uma resistência ao ensino das
Ciências Exatas a ser rompido, os professores necessitam de formação continuada
sobre novas estratégias de ensino na dinâmica da sala de aula para motivar a
criticidade do discente.
Agradecimentos
Referências
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Almejando a alfabetização científica no ensino fundamental: a proposição e a procura de indicadores do processo. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 333-352, 2008.
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011a.
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Construindo argumentação na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo, os indicadores de alfabetização científica e o padrão de Toulmin. Ciência & Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 97-114, 2011b.
SOARES, M. H. F. B. (2004). Jogos e Atividades Lúdicas aplicadas ao ensino de química. Tese (Doutorado em Ciências (Química)) – Departamento de Química, Universidade Federal de São Carlos.