Autores
Costa Diniz Oliveira, C. (UFPA) ; do Socorro de Souza Vilhena, K. (UFPA) ; Favacho Ribeiro, A. (UFPA) ; dos Santos Saldanha, L. (UFPA)
Resumo
Com tema “O Ciclo Hidrológico” e, seguindo as novas normas da BNCC, o trabalho
objetivou incentivar a preservação e consciência protetiva da água no âmbito do
Estágio Supervisionado no ensino médio. Foram realizadas palestras, aulas
expositivas, aplicação de questionários e a análise de três amostras de água,
duas coletadas em igarapé (período chuvoso,outro em estiagem), e outra coletada
dentro da Escola de Ensino Médio Raimunda Sena da Silva, ambas em município de
Curuçá/PA. A fim de identificar a presença ou não de compostos nitrogenados, como
amônia e nitrito, utilizando os reagentes: fenol, nitroprussiato de sódio, álcool
isopropílico, hidróxido de sódio e hipoclorito de sódio. Notou-se a ausência de
nitrito e presença de amônia em níveis aceitáveis segundo Brasil, 2004.
Palavras chaves
Ciclo Hidrológico; Estágio Supervisionado; compostos nitrogenados
Introdução
O tema água é importante para o cotidiano de todos e a água potável vem sendo
deteriorada pela ação humana. Por esse motivo, é urgente a aplicação de ações
para recuperar, conservar e preservar os recursos hídricos, direcionando-se os
alunos para intervir positivamente no ambiente em que está inserido (FREITAS;
MARIN, 2015).
Para o Ensino Médio a lei nº 13.415 de 16 de fevereiro de 2017 é importante e
atualiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Base Nacional
Comum Curricular, que é um documento plural, contemporâneo e estabelece
aprendizagens essenciais para os estudantes. Esses têm o direito de aprender
sobre diferenciados temas relevantes e multidisciplinares no ambiente escolar
considerando este novo arranjo curricular (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2018).
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) possui a competência específica 1 e
habilidade (EM13CNT105) de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, que é
abordada no presente trabalho com o objetivo de promover o conhecimento sobre o
ciclo da água incentivando seu melhor aproveitamento em perspectiva regional
demonstrando níveis de poluição e formas de tratamento para reuso (BRASIL,
2018).
A escassez de água em todos os países não é mais uma hipótese ou teoria,
transpôs simultaneamente as previsões catastróficas para sobrevieram
concretamente diante de nossa geração. Uma tradução disso é a fome, a pobreza
extrema, as disputas violentas a dizimar populações inteiras, agravando a
exclusão social e econômica, que têm os países ricos e os pobres, de um modelo
econômico que escolheu oscilar periodicamente entre dois extremos: abundância e
crise(CARLÃO, 2018).
Material e métodos
Descreve-se os trabalhos que foram realizados durante os estágios
supervisionados
referentes ao ensino médio em turmas do 2º e 3º ano no liceu “Raimunda Sena da
Silva” em Curuçá-Pa. Inicialmente, foram realizadas duas palestras demonstrando
algumas propriedades, distribuição, formas de tratamento, ciclo hidrológico,
usos e reuso da água e os conteúdos de química. Os alunos desenvolveram e
demonstraram diferentes modelos de filtração simples. Desenvolveram-se também
atividades experimentais nas quais coletaram-se amostras de águas de um igarapé
localizado no município, no período chuvoso (amostra A) e também no período não
chuvoso (amostra B), também recolheu-se uma amostra de água nas dependências da
escola (amostra C).
As amostras de água foram armazenadas em recipientes plásticos, previamente
esterilizados, e as coletas foram feitas, respectivamente, nos dias 08/03,
26/05 e 30/05 de 2022. Os testes na água, para identificar a presença de nitrito
e amônia foram desenvolvidos em sala de aula utilizando-se o roteiro elaborado e
aplicado pela autora, realizaram-se os testes experimentais utilizando como
reagentes: fenol, nitroprussiato de sódio, álcool isopropílico, hidróxido de
sódio e hipoclorito de sódio. Para avaliação de aprendizagem, foram aplicados
dois questionários, um anterior ao desenvolvimentos das atividades e outro
depois. A escolha do tema se deve pelo fato da necessidade de demonstrar a
importância da preservação desse recurso natural na região para as gerações
futuras, destaca-se também que o município de Curuçá têm recursos hídricos em
abundância e que são usados pela população para as atividades diárias.
Resultado e discussão
Participaram da pesquisa 42 pessoas que têm entre 16 e 33 anos, sendo 58% do
sexo feminino e 42% do sexo masculino, todos residentes em Curuçá/PA. Em relação
ao ensino fundamental, quando perguntados se haviam estudado em escola pública
ou particular, 88% deles responderam que estudaram somente em escola pública,
4,6% parte em escola pública e parte em escola particular e 2,3% somente em
escola particular. Perguntou-se também se há prática de reuso da água consumida
em suas residências. Cerca de 66% responderam que faziam a reutilização de parte
da água e 33% afirmaram não fazer o reuso. No contexto do ensino de química,
perguntou-se sobre o tema oxirredução e número de oxidação, abordando as
definições de NOX (agente oxidante e agente redutor). Divididos em alternativas
A, B e C, obtivemos os seguintes resultados: 40,5% responderam “A”, 23,8%
responderam “B”, 28,6% responderam “C” e 7,1% não responderam. Essa foi a maior
divisão de respostas do questionário, onde constatou-se que a maior parte dos
estudantes desconhecia o assunto proposto (NOX) e, para viabilizar o melhor
entendimento entre as turmas, ministrou-se aulas sobre o assunto.
Avaliou-se o conhecimento sobre o tipo de tratamento para reuso de água, onde, o
resultado foi o seguinte: 36%(letra “D”), 28% (letra “A”), 24%(letra "B") e
12% (letra “C”). Para o experimento em sala de aula, observou-se que todas as
amostras apresentaram resultado negativo para nitrito. No teste para a presença
de amônia a amostra A deu negativo, no entanto a amostra B apresentou a
quantidade de 0,25 ppm(parte por milhão) e na amostra C apresentou 0,20 ppm de
amônia. Segundo BRASIL,2004 os níveis aceitáveis são: nitrato(como nitrogênio)
em até 10 mg/L e de nitrito (como nitrogênio) até 1 mg/L em água potável.
Questionário aplicado para as pessoas, antes de iniciar qualquer tipo de aula, a fim de verificar o conhecimento prévio de cada um acerca do assunto.
Questionário aplicado ao final de todas as atividades realizadas em sala de aula.
Conclusões
Ao final do trabalho observou-se que houve um melhor aproveitamento e apropriação do
conhecimento por parte dos alunos participantes acerca do tema uso e reuso da água.
Os resultados destacados demonstram que os objetivos propostos foram alcançados, os
alunos demonstraram interesse pelo desenvolvimento do tema quando abordado de forma
mais dinâmica e integrado à outras informações e atividades da vida cotidiana. Os
ensaios para determinação de nitrito e amônia, caracterizaram-se nas amostras dentro
dos padrões de potabilidade exigidos pelas legislações vigentes frente a esses
parâmetros.
Agradecimentos
Ao Núcleo Universitário Jacira Nunes Ferreira, da Universidade Federal do
Pará/Campus de Ananindeua, em Curuçá. À Escola E.E.F.M. Raimunda Sena da Silva. À
Profª. Drª. Karyme Vilhena e o Prof. Dr. Alcy Ribeiro.
Referências
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Reforma do Ensino Médio, lei nº 13.415 de 16 de fevereiro de 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria GM/MS No 518, de 25
de março de 2004. Brasília, 2004.
FREITAS, NATÁLIA TEIXEIRA ANANIAS. MARIN, FÁTIMA APARECIDA DIAS GOMES. Educação Ambiental e Água: Concepções e práticas educativas em escolas municipais. Revista Nuances. V. 26 N.1 p. 234 – 253. Jan. 2015.
TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2018. Novo ensino modelo de ensino médio: é hora da sociedade opinar. Disponível em: http://todospelaeducacao.org.br/noticias/novo-modelodo-ensino-medio-e-hora-da-sociedade-opinar/. Acesso em 27 mar. 2022.
CARLÃO, Luiz Fernando Barros. A escassez de água no mundo não é mais uma hipótese ou teoria: é o alerta para a mudança do modelo de desenvolvimento humano. LEOPOLDIANUM, v. 44, n. 123, p. 11-11, 2018. Disponível em: https://periodicos.unisantos.br/leopoldianum/article/view/819 Acesso em: 10 ago. 2022