• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Oficina Química Maker: utilizando a cultura maker como estratégia para compartilhamento de conhecimentos entre licenciandos em Química.

Autores

Lima, L.K. (IFPB) ; Ferraz, J.M.S. (IFPB) ; Lopes, B.G. (IFPB) ; Ferreira, J.L.A. (IFPB) ; Santos, R.O. (IFPB) ; Silva, G.F. (IFPB) ; Figueirêdo, A.M.T.A. (IFPB)

Resumo

O cenário educacional vem sofrendo mudanças na busca por novas estratégias de ensino. Dessa forma, a aplicação das metodologias ativas se torna fundamental para a obtenção de uma aprendizagem significativa. Assim, por meio das abordagens qualitativa e participante, esse trabalho objetivou expor como o Movimento Maker pode tornar o ambiente escolar um espaço inovador, mediante a promoção de uma oficina virtual intitulada a Química Maker para licenciandos em Química, desenvolvida pelo Programa de Educação Tutorial – PET Química do Instituto Federal da Paraíba - IFPB. Para analisar os resultados, foi aplicado um instrumento avaliativo via Google Forms, que indicou o impacto desse tipo de abordagem na vida dos licenciados.

Palavras chaves

Ensino de Química; Cultura Maker; Materiais Alternativos

Introdução

O cenário da educação vem sofrendo grandes modificações, especialmente a busca por novas metodologias de ensino. Sendo assim, entende-se que as ferramentas utilizadas para ensinar são tão importantes quanto os próprios conteúdos abordados (PAIVA et al., 2017). Nessa perspectiva, as mudanças e contribuições provenientes da interação com a cultura digital, integrando as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – TDICs, são fundamentais no desenvolvimento de metodologias ativas (BACICH; MORAN, 2018). As metodologias ativas são caracterizadas pela interligação entre a educação, cultura, sociedade, política e a escola, na qual é desenvolvida por métodos ativos e criativos, apontando a possibilidade de transformar aulas em experiências mais significativas para os estudantes, com a intenção de propiciar a aprendizagem (BACICH; MORAN, 2018). Nessa perspectiva, a cultura Maker está fundamentada no “fazer”, saindo da perspectiva de um ensino tradicional para o “aprender fazendo”, o fazer com as próprias mãos por meio de situações de aquisição de saberes, desafios ou resolução de problemas. O movimento Maker desperta um protagonismo no estudante, pois ele é o produtor do conhecimento, suscitando autonomia, criatividade, senso crítico, fatores fundamentais para a promoção de uma aprendizagem significativa (VIEIRA; SABBATINI, 2020). Dito isto, estudantes e professores aprendem por meio de desafios, fazendo uso de materiais e tecnologias essenciais para uma educação de qualidade, na qual tais indivíduos saem da passividade da sala de aula. Sendo assim, esse trabalho objetivou, mediante a promoção de uma oficina virtual sobre Química Maker, expor como o uso das metodologias ativas torna o ambiente escolar um espaço de criação e inovação.

Material e métodos

As metodologias empregadas na aplicação do trabalho em tela foram de natureza qualitativa e participante, visto que tais abordagens garantem uma ampla gama de perspectivas no delineamento dos estudos científicos, possibilitando uma aprendizagem crítica e significativa para o público-alvo (FERREIRA, 2021; GONZÁLEZ, 2020). Neste contexto, o Programa de Educação Tutorial – PET Química, do Instituto Federal da Paraíba - IFPB, Campus João Pessoa ofertou, remotamente, mediante a plataforma Google Meet, uma oficina sobre Química Maker para discentes de cursos de Licenciatura em Química que estivessem, devidamente, matriculados em instituições de ensino. Vale ressaltar que tal oficina pode ser aplicada também para estudantes do Ensino Médio. Por intermédio de um controle de frequência, constatou-se a participação efetiva de 9 (nove) estudantes nas aplicações da atividade, que foram divididas em 3 (três) terças-feiras seguidas, com a duração de 3 (três) horas cada, no primeiro semestre de 2022. No período supracitado foram produzidos os seguintes instrumentos, utilizando os materiais elencados: I) Espectroscópio (Caixa de maizena, CD, papel milimetrado, cola, tesoura, estilete, lápis e fitas adesivas); II) Calorímetro (Algodão, isopor, papel alumínio e recipiente de vidro). Para obter os comentários e críticas dos participantes a respeito da oficina e da metodologia utilizada no processo, foi aplicado um instrumento avaliativo, via Google Forms. Vale salientar que, todas as informações e considerações coletadas no instrumento foram sigilosas, garantindo segurança aos dados dos participantes da pesquisa.

Resultado e discussão

No decorrer da oficina os equipamentos desenvolvidos foram: um espectroscópio (Figura 1) e um calorímetro (Figura 2), todos foram produzidos com materiais de baixo custo e de fácil obtenção. Ademais, em todos os encontros foram mostrados o passo a passo para montagem dos equipamentos, juntamente com a temática teórica a eles relacionadas, desse modo, permitindo aos participantes visualizar formas de construir, aprender e ensinar os conteúdos químicos de maneira mais prática e não convencional. Além disso, durante os encontros, foi perceptível o interesse dos participantes ao entrarem em contato com a metodologia utilizada, pois tal método proporcionou espaços para trocas de ideias, momentos para questionamentos e permitiu o uso de tecnologias adaptadas por meio da utilização de materiais alternativos (Figura 2). Esses aspectos estão de acordo com os princípios trazidos pelo movimento maker, favorecendo a colaboração entre indivíduos (JACOPUCCI, 2021). A seguir, estão elencados alguns comentários dos participantes obtidos sobre a oficina: Participante A: “A oficina foi excelente. Além da aprendizagem com o conteúdo ministrado, a todo momento houve espaço para tirar dúvidas, e construir a aprendizagem de forma coletiva.” Participante B: “Gostei das propostas que foram trabalhadas ao longo dos três encontros, [...] O fato de ter sido online facilitou muito para mim.” Por fim, vale ressaltar a importância das TDICs no modelo de ensino atual, pois foi visto que os encontros transmitidos via Google Meet facilitaram o acesso dos diversos participantes que não poderiam comparecer presencialmente.

Figura 1: Espectroscópio construído com materiais alternativos.

Registro do espectroscópio construído com materiais alternativos.

Figura 2: Construção do calorímetro com materiais alternativos.

Registro do momento da construção do calorímetro com materiais alternativos.

Conclusões

Dado o exposto, foi possível observar o papel das TDICs como ferramentas difusoras do ensino, visto que a realidade remota ainda se faz presente. Destarte, a exposição dos materiais desenvolvidos, quanto à metodologia utilizada, por meio da oficina virtual “Química Maker”, proporcionou aos participantes meios de ensinar e aprender ativamente durante o processo. Portanto, ao se depararem com essa nova perspectiva, os envolvidos são estimulados a potencializar a autonomia na assimilação dos conteúdos, a proatividade, além de trabalhar a criatividade, levando-os a produzirem novas ferramentas.

Agradecimentos



Referências

BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Penso Editora, 2018.

FERREIRA, Maria Jucilene Lima. Ensino, pesquisa e práxis na formação docente. Revista Diálogo Educacional, v. 21, n. 68, 2021.

GONZÁLEZ, F. E. Reflexões sobre alguns conceitos da pesquisa qualitativa. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 8, n. 17, p. 155-183, 2020.

JACOPUCCI, F. W. Experiência maker no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação, p.170. São Bernardo do Campo, São Paulo, 2021.

PAIVA, M. R. F. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. SANARE - Revista de Políticas Públicas, [S. l.], v. 15, n. 2, 2017.

VIEIRA, S. S.; SABBATINI, M. Cultura Maker na educação através dos scratch visando o desenvolvimento do pensamento computacional dos estudantes do 5º ano de uma escola do campo da cidade de Olinda-PE. Revista Docência e Cibercultura, v. 4, n. 2, p. 43–66, 18 ago. 2020.

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