Autores
Lima, L.K. (IFPB) ; Ferraz, J.M.S. (IFPB) ; Lopes, B.G. (IFPB) ; Ferreira, J.L.A. (IFPB) ; Santos, R.O. (IFPB) ; Silva, G.F. (IFPB) ; Figueirêdo, A.M.T.A. (IFPB)
Resumo
O cenário educacional vem sofrendo mudanças na busca por novas estratégias de
ensino. Dessa forma, a aplicação das metodologias ativas se torna fundamental
para a obtenção de uma aprendizagem significativa. Assim, por meio das
abordagens qualitativa e participante, esse trabalho objetivou expor como o
Movimento Maker pode tornar o ambiente escolar um espaço inovador, mediante a
promoção de uma oficina virtual intitulada a Química Maker para licenciandos em
Química, desenvolvida pelo Programa de Educação Tutorial – PET Química do
Instituto Federal da Paraíba - IFPB. Para analisar os resultados, foi aplicado
um instrumento avaliativo via Google Forms, que indicou o impacto desse tipo de
abordagem na vida dos licenciados.
Palavras chaves
Ensino de Química; Cultura Maker; Materiais Alternativos
Introdução
O cenário da educação vem sofrendo grandes modificações, especialmente a busca
por novas metodologias de ensino. Sendo assim, entende-se que as ferramentas
utilizadas para ensinar são tão importantes quanto os próprios conteúdos
abordados (PAIVA et al., 2017). Nessa perspectiva, as mudanças e contribuições
provenientes da interação com a cultura digital, integrando as Tecnologias
Digitais da Informação e Comunicação – TDICs, são fundamentais no
desenvolvimento de metodologias ativas (BACICH; MORAN, 2018).
As metodologias ativas são caracterizadas pela interligação entre a educação,
cultura, sociedade, política e a escola, na qual é desenvolvida por métodos
ativos e criativos, apontando a possibilidade de transformar aulas em
experiências mais significativas para os estudantes, com a intenção de propiciar
a aprendizagem (BACICH; MORAN, 2018).
Nessa perspectiva, a cultura Maker está fundamentada no “fazer”, saindo da
perspectiva de um ensino tradicional para o “aprender fazendo”, o fazer com as
próprias mãos por meio de situações de aquisição de saberes, desafios ou
resolução de problemas. O movimento Maker desperta um protagonismo no estudante,
pois ele é o produtor do conhecimento, suscitando autonomia, criatividade, senso
crítico, fatores fundamentais para a promoção de uma aprendizagem significativa
(VIEIRA; SABBATINI, 2020).
Dito isto, estudantes e professores aprendem por meio de desafios, fazendo uso
de materiais e tecnologias essenciais para uma educação de qualidade, na qual
tais indivíduos saem da passividade da sala de aula. Sendo assim, esse trabalho
objetivou, mediante a promoção de uma oficina virtual sobre Química Maker, expor
como o uso das metodologias ativas torna o ambiente escolar um espaço de criação
e inovação.
Material e métodos
As metodologias empregadas na aplicação do trabalho em tela foram de natureza
qualitativa e participante, visto que tais abordagens garantem uma ampla gama de
perspectivas no delineamento dos estudos científicos, possibilitando uma
aprendizagem crítica e significativa para o público-alvo (FERREIRA, 2021;
GONZÁLEZ, 2020).
Neste contexto, o Programa de Educação Tutorial – PET Química, do Instituto
Federal da Paraíba - IFPB, Campus João Pessoa ofertou, remotamente, mediante a
plataforma Google Meet, uma oficina sobre Química Maker para discentes de cursos
de Licenciatura em Química que estivessem, devidamente, matriculados em
instituições de ensino. Vale ressaltar que tal oficina pode ser aplicada também
para estudantes do Ensino Médio.
Por intermédio de um controle de frequência, constatou-se a participação efetiva
de 9 (nove) estudantes nas aplicações da atividade, que foram divididas em 3
(três) terças-feiras seguidas, com a duração de 3 (três) horas cada, no primeiro
semestre de 2022. No período supracitado foram produzidos os seguintes
instrumentos, utilizando os materiais elencados: I) Espectroscópio (Caixa de
maizena, CD, papel milimetrado, cola, tesoura, estilete, lápis e fitas
adesivas); II) Calorímetro (Algodão, isopor, papel alumínio e recipiente de
vidro).
Para obter os comentários e críticas dos participantes a respeito da oficina e
da metodologia utilizada no processo, foi aplicado um instrumento avaliativo,
via Google Forms. Vale salientar que, todas as informações e considerações
coletadas no instrumento foram sigilosas, garantindo segurança aos dados dos
participantes da pesquisa.
Resultado e discussão
No decorrer da oficina os equipamentos desenvolvidos foram: um espectroscópio
(Figura 1) e um calorímetro (Figura 2), todos foram produzidos com materiais de
baixo custo e de fácil obtenção. Ademais, em todos os encontros foram mostrados
o passo a passo para montagem dos equipamentos, juntamente com a temática
teórica a eles relacionadas, desse modo, permitindo aos participantes visualizar
formas de construir, aprender e ensinar os conteúdos químicos de maneira mais
prática e não convencional.
Além disso, durante os encontros, foi perceptível o interesse dos participantes
ao entrarem em contato com a metodologia utilizada, pois tal método proporcionou
espaços para trocas de ideias, momentos para questionamentos e permitiu o uso de
tecnologias adaptadas por meio da utilização de materiais alternativos (Figura
2). Esses aspectos estão de acordo com os princípios trazidos pelo movimento
maker, favorecendo a colaboração entre indivíduos (JACOPUCCI, 2021).
A seguir, estão elencados alguns comentários dos participantes obtidos sobre a
oficina:
Participante A: “A oficina foi excelente. Além da aprendizagem com o conteúdo
ministrado, a todo momento houve espaço para tirar dúvidas, e construir a
aprendizagem de forma coletiva.”
Participante B: “Gostei das propostas que foram trabalhadas ao longo dos três
encontros, [...] O fato de ter sido online facilitou muito para mim.”
Por fim, vale ressaltar a importância das TDICs no modelo de ensino atual, pois
foi visto que os encontros transmitidos via Google Meet facilitaram o acesso dos
diversos participantes que não poderiam comparecer presencialmente.
Registro do espectroscópio construído com materiais alternativos.
Registro do momento da construção do calorímetro com materiais alternativos.
Conclusões
Dado o exposto, foi possível observar o papel das TDICs como ferramentas difusoras
do ensino, visto que a realidade remota ainda se faz presente. Destarte, a
exposição dos materiais desenvolvidos, quanto à metodologia utilizada, por meio da
oficina virtual “Química Maker”, proporcionou aos participantes meios de ensinar e
aprender ativamente durante o processo. Portanto, ao se depararem com essa nova
perspectiva, os envolvidos são estimulados a potencializar a autonomia na
assimilação dos conteúdos, a proatividade, além de trabalhar a criatividade,
levando-os a produzirem novas ferramentas.
Agradecimentos
Referências
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Penso Editora, 2018.
FERREIRA, Maria Jucilene Lima. Ensino, pesquisa e práxis na formação docente. Revista Diálogo Educacional, v. 21, n. 68, 2021.
GONZÁLEZ, F. E. Reflexões sobre alguns conceitos da pesquisa qualitativa. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 8, n. 17, p. 155-183, 2020.
JACOPUCCI, F. W. Experiência maker no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação, p.170. São Bernardo do Campo, São Paulo, 2021.
PAIVA, M. R. F. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. SANARE - Revista de Políticas Públicas, [S. l.], v. 15, n. 2, 2017.
VIEIRA, S. S.; SABBATINI, M. Cultura Maker na educação através dos scratch visando o desenvolvimento do pensamento computacional dos estudantes do 5º ano de uma escola do campo da cidade de Olinda-PE. Revista Docência e Cibercultura, v. 4, n. 2, p. 43–66, 18 ago. 2020.