Autores
Santos, F.C. (IFSERTÃOPE) ; Siqueira, E.S. (IFSERTÃOPE) ; Souza, G.L. (EREMSS) ; Souza, E.S.D. (IFSERTÃOPE) ; Lima, E.A. (IFSERTÃOPE) ; Silveira, K.B. (IFSERTÃOPE)
Resumo
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) permite ao
licenciando o primeiro contato com o ensino, em um processo de conhecimento da
profissão de docente. Foram desenvolvidos dois projetos pelo programa atendendo
estudantes de escola pública da cidade de Ouricuri-PE. O objetivo deste trabalho é
relatar as experiências vivenciadas por licenciandos em Química na Escola de
Referência em Ensino Médio São Sebastião, localizado no município de Ouricuri –
PE. As atividades dos projetos foram aplicadas de forma diversificada através de
jogos, experimentos, entrevistas com profissionais atuantes no mercado, atividades
escritas e relatórios. Ainda que os projetos tenham sido desenvolvidos na
pandemia, com todas as limitações, os resultados foram satisfatórios.
Palavras chaves
PIBID; Ensino; Experiência.
Introdução
Apresenta-se nessa pesquisa um relato de experiência no Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do Instituto Federal do Sertão
Pernambucano (IFSertãoPE) no período de outubro de 2020 a março de 2022. A
equipe era formada pela coordenação de área, supervisão da escola e uma dupla de
bolsistas de iniciação à docência. No decorrer do projeto a equipe passou por
algumas alterações, como a substituição da coordenação de área, da supervisão,
devido a mudança da escola de atuação, mas a dupla manteve-se a mesma durante os
18 meses. O PIBID é uma iniciativa que integra a Política Nacional de Formação
de Professores do Ministério da Educação e tem por finalidade fomentar a
iniciação à docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de
docentes em nível superior e para a melhoria da qualidade da educação básica
pública brasileira (CAPES, 2012). Conforme Paulo Freire (1996, p.43) “o momento
fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a
prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. Esse
contato e esse convívio proporcionam aos pibidianos a possibilidade de criação e
participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes,
que contribuem para seu envolvimento e amadurecimento em relação à docência e ao
compromisso profissional e social desse ofício (FONTINELES; FROTA, 2019).
Portanto, as experiências adquiridas tornam-se objeto de reflexão sobre as
práticas de ensino para os licenciandos contribuindo e enriquecendo à sua
formação. Esse trabalho objetivou trazer as experiências de dois bolsistas no
desenvolvimento das atividades do PIBID no contexto da pandemia, trazendo
desafios enfrentados e metodologias usadas para conduzir o ensino frente ao
cenário de pandemia.
Material e métodos
O relato foi elaborado a partir de vivências no PIBID - subprojeto química
2020/2022, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE),
inicialmente no campus Ouricuri e depois na EREM São Sebastião, escola pública
localizada na cidade de Ouricuri-PE, cuja professora supervisora acompanhava
diretamente a dupla, orientando e viabilizando as atividades dos estudantes
bolsistas na escola. Contando também com a participação de outra supervisora
voluntária, pedagoga do IFSertãoPE, campus Ouricuri. Foram desenvolvidos dois
projetos intitulados como: “Tintura Capilar: Um Contexto ao Ensino de Química” e
“Oficina Temática: Identificação de Amido e Proteínas em Alimentos”, que
oportunizaram trabalhar com os conteúdos de oxirredução, agentes oxidantes,
equação do 1° grau, funções orgânicas, soluções e pH. Os projetos dos autores
atenderam aproximadamente 60 alunos nos 18 meses de atividades. Os dados para a
construção desse trabalho foram consultados e extraídos de relatórios finais dos
dois projetos entregues à coordenadora do subprojeto. Os projetos foram
desenvolvidos de forma híbrida devido às limitações enfrentadas na pandemia.
Foram aplicadas atividades de pré-teste, pós-teste, de caráter avaliativo de
desempenho da turma atendida. Usou-se a plataforma kahoot para aplicar
atividades interativas, realizou-se experimentos no laboratório e a participação
de profissionais da área temática do projeto, como cabeleireiros, pois
entendemos que a contextualização dos conhecimentos da área supera a simples
exemplificação de conceitos com fatos ou situações cotidianas (BRASIL, 2018, p.
549). Para a complementação das avaliações das turmas atendidas, levamos em
consideração a participação e o desenvolvido de todas as demais atividades
propostas durante a execução dos projetos.
Resultado e discussão
Houve um grande desafio para o desenvolvimento das atividades na escola, devido
o cenário de pandemia, onde havia muita limitação entre nós e a turma atendida,
principalmente na comunicação. Segundo Pizzaia e Santanna (2020), a presença de
qualquer obstáculo na comunicação entre professor e aluno poderá comprometer a
eficácia do aprendizado. As intervenções às turmas atendidas pelo PIBID
ocorreram de forma híbrida, as turmas foram divididas de forma que em uma semana
ia a metade da turma à aula presencial e a outra na semana seguinte, quando essa
ficava no ensino remoto. Devido a necessidade desse revezamento não foi possível
atender ao quantitativo total da turma, que era de 30 alunos, mas que comparecia
no máximo 12 alunos por aula. Conforme Rodrigues (2020), inúmeros têm sido os
desafios: o suporte tecnológico aos discentes para acompanhamento das atividades
remotas, a normatização das ações e dos procedimentos, a formação dos
professores. Diante dessa situação, no qual o ambiente educacional esteve ligado
direta ou indiretamente ao uso das tecnologias, a aprendizagem é efetivada
quando o ensino é promovido de forma a contemplar a todos, então necessitou-se
reestruturar a maneira de levar as atividades até os alunos. Criamos ambientes
virtuais para dar oportunidade para todos participarem, desenvolvemos jogos e
atividades com uso de tecnologias, para atrair os alunos às aulas. É importante
utilizar a tecnologia como ferramenta de suporte educacional na intenção de
envolver a geração conectada (BENTO; BELCHIOR, 2016). Mesmo com o acesso
limitado pelos alunos, a participação deles nas atividades era observada,
percebendo-se o interesse pelos conteúdos de química agora apresentados de forma
contextualizada, facilitando a compreensão sobre os assuntos abordados.
a) Momento de encontro presencial com os alunos. b) Realização de oficina experimental no laboratório.
Ambiente virtual desenvolvido no google sala de aula.
Conclusões
Ainda que o PIBID tenha sido desenvolvido na pandemia, em um cenário de
limitações, medo e incertezas, o aprendizado gerado pelo mesmo foi gratificante,
nos deu a possibilidade de enfrentar desafios únicos. Foi possível atingir os
objetivos do programa, que é proporcionar experiências que envolvam novas
metodologias, com uso de recursos tecnológicos capazes de criar situações
práticas, imbuídas do fortalecimento teórico. Os desafios vivenciados com as
aulas remotas emergenciais impuseram novas possibilidades que certamente
contribuíram com o processo de aprendizagem.
Agradecimentos
Ao IFSertãoPE campus Ouricuri e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro.
Referências
BENTO, L.; BELCHIOR, G. Mídia e educação: o uso das tecnologias em sala de aula. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 1, Ed. Especial, set./dez. 2016
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, p. 549, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 14 set. 2022
CAPES. Ministério da Educação. Pibid - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. 2012. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/educacao-basica/pibid/pibid. Acesso em: 14 set. 2022.
FONTINELES, C. C. S.; FROTA, T. R. Histórias que transformam: o Pibid em História e a formação docente. Revista História Hoje. v. 8, nº 16, p. 165-189, 2019. https://doi.org/10.20949/rhhj.v8i16.532
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo. 2 edição. 1996, 165 p.
PIZZAIA, A. F. L.; SANTANNA, A. (2020). Educação a distância e os “ruídos” na comunicação: as distorções na comunicação entre emissor e receptor / Distance education and “noise” in communication: distortions in communication between sender and receiver. Brazilian Journal of Development., Curitiba, v. 6, n. 2, p. 7165-7179, 2020. https://doi.org/10.34117/bjdv6n2-134
RODRIGUES, A. (2020). Ensino Remoto na Educação Superior: desafios e conquistas em tempos de pandemia. SBC Horizontes, jun. 2020. ISSN 2175-9235. Disponível em: http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/06/17/ensino-remoto-na-educacao-superior/. Acesso em: 14 set. 2022
