• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Desenvolvimento de interface utilizando psicologia das cores e princípios de Design de Experiência do Usuário para o ensino de química

Autores

Machado, L.B. (CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO) ; Ribeiro, J.C.O. (UEG) ; Envall, M.G. (UEG) ; Rosseto, R. (UEG)

Resumo

O processo de ensino aprendizagem pode ser complexo tanto para o professor quanto para o aluno, tendo em vista as dificuldades, novas metodologias devem ser desenvolvidas e aplicadas. O uso de tecnologias da informação juntamente com design de experiência do usuário se mostra uma ferramenta promissora, podendo ser uma aliada no processo de aprendizagem. Para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizado ferramentas de design para a construção de uma interface pensando no ensino de química. Baseando em conceitos de psicologia das cores, foram escolhidas cores que estimulem o interesse no aprendizado das crianças, bem como a melhora da capacidade de memória e concentração. Foram utilizados personagens infantis para a explicação de experimentos que podem ser feitos de maneira simples.

Palavras chaves

Aprendizagem; Informação; TIC

Introdução

Atualmente as tecnologias da informação e comunicação (TIC) são de grande importância e vem sendo destaque no processo de ensino-aprendizagem, devido a facilidade no acesso à informação, diversidade e flexibilidade. Com o uso das TIC é possível que os professores saiam de um contexto de ensino tradicional e passem para um contexto tecnológico, envolvendo novas práticas de ensino- aprendizagem (SEIBERT; KAY; HUWER, 2019). Em um mundo cada dia mais digitalizado, é importante que os professores da pré-escola possuam acesso e capacidade de utilizar tecnologias que elevem a imaginação e aprendizado das crianças a favor do conhecimento de matérias básicas necessárias para seu cotidiano, como a química em especial, pois essa está presente em todos os momentos cotidianos (IANOS; OPROIU, 2018). Existe um consenso que a química é um dos ramos essenciais da ciência, desta forma, é uma disciplina importante para a formação dos estudantes. Porém diversas dificuldades são encontradas pelos professores ao ensinar, refletindo em dificuldade para os alunos ao aprender. Assim, a tecnologia pode atuar como aliada contribuindo para uma melhor compreensão de conceitos abstratos (IANOS; OPROIU, 2018). Nos últimos anos, estudos na área da educação exploram a aplicação dos princípios do Design de Experiência do Usuário (User Experience, UX) que pode auxiliar no processo de aprendizagem e suas dificuldades (MINICHIELLO et al., 2018). Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo a criação de uma interface que auxilie no ensino de química baseando-se em conceitos de UX Design.

Material e métodos

A psicologia das cores é todo estímulo hormonal pela cor, induzido pela visão. Deve ser pensada no processo de desenvolvimento de uma interface de aprendizagem infantil analisando a sensibilidade ocular e estímulos que captam a atenção da criança, para que sua experiência visual utilizando o programa de ensino seja confortável e entusiasmante, fazendo com que ela mantenha o foco e interesse por mais tempo (JANG; KIM; YI, 2007). Os educadores de ensino infantil devem dispor de meios digitais, em especial o tablet, por ser um dispositivo maior e que gera mais adaptabilidade para a criança. Deve ser integrado com uma interface que utilize os princípios de UX, pensado na acessibilidade e psicologia das cores infantes e atividades que estimulem os sentidos da criança em conjunto com ensino prático e tátil da química básica (WEICHELT, 2012). Juntamente com os conceitos analisados foram utilizados estudos práticos de psicologia das cores a fim de encontrar a combinação que atendesse os seguintes critérios: Foco, sensibilidade ocular, contraste e estímulos visuais e sensoriais. Pensando em tais conceitos para o desenvolvimento da interface, foram utilizados os softwares Adobe Photoshop versão 2022 e os aplicativos web Coolors e Figma. No desenvolvimento de interfaces para ensino as cores utilizadas devem seguir o estudo feito pela Universidade de British Columbia quanto ao desempenho do cérebro em relação a receptividade de informações. Amarelo; memória e aprendizagem, rosa; coordenar emoções, laranja; sociabilização e disposição, azul; calma e equilíbrio, verde; memória e opinião, violeta; respeito e marrom; realidade e seriedade (GELLES, 2019).

Resultado e discussão

A utilização desses métodos, quando utilizados de maneira positiva em conjunto ao ambiente e uma interface que inclua cores que estimulem o desenvolvimento cognitivo gera na criança uma capacidade de retenção de conhecimento maior do que se essa não fosse exposta a esses estímulos (GELLES, 2019). Uma paleta de cores foi criada seguindo o conceito de psicologia das cores, pensado para crianças. O amarelo que estimula a sensação de desejar, sendo que o estimulo dessa cor pode eliminar bloqueios de raciocínio causado pela ansiedade, além de estimular o desejo. O verde desenvolve a vontade de buscar mais do que está sendo oferecido, também melhora a memória e a exatidão. A terceira cor, rosa, está relacionada a região que regula a distribuição de dopamina, que coordena as sensações e emoções. Por último foi escolhido a cor azul que causa tranquilidade e paz e incita a paz (GELLES, 2019). A interface conta com personagens de cientistas famosos com design acolhedor, sendo eles Albert Einstein, Isaac Newton e Marie Curie, onde uma cor foi atribuída para cada um deles, facilitando a diferenciação dos temas que irão introduzir. A interface também conta com opções de escolha onde a criança poderá optar por atividades que irão introduzi-las no universo da química de forma lúdica e divertida, gerando interesse e experiências positivas e edificantes. O design intuitivo da interface colabora para que, além de poder ser utilizada em sala de aula, as atividades também possam ser feitas em casa com a supervisão dos pais da criança, podendo também gerar uma boa experiência em família.

Figura 1- Paleta de Cores desenvolvida para a interface.

Cores utilizadas para integrar a interface, para melhorar os estímulas da aprendizagem de química do público infantil.

Figura 2-Telas da Interface Desenvolcido para o Ensino de Química

Telas iniciais desenvolvidas para o ensino de química voltado para o público infantil,contando com design intuitivo e personagens gamificados.

Conclusões

Este se trata de um protótipo que será aprimorado em trabalhos futuros para ser efetivamente aplicado em sala de aula no auxílio do ensino da química para crianças. Os princípios de UX e psicologia das cores foram utilizados de forma a agregar a interface elementos que auxiliem cognitivamente no aprendizado infantil e possibilitem que as crianças cresçam com um conhecimento prévio que beneficiará seu cotidiano e o de sua comunidade.

Agradecimentos



Referências

GELLES, S. D. A neurociência na atuação das cores no cérebro humano e sua eficácia no ensino aprendizagem pela metodologia pedagógica das cores. Revista gestão & educação, v. 10, p. 55-58, 2019.
IANOȘ, M. G.; OPROIU, G. C. The 14 th International Scientific Conference eLearning and Software for Education. p. 12753, 2018.
JANG, Y. G.; KIM, H. Y.; YI, K. M. A Color Contrast Algorithm for E-learning Standard. International Journal of Computer Science and Network Security, v. 7 n. 4, p. 195-201, 2007.
MINICHIELLO, A.; HOOD, J. R.; HARKNESS, D. S. Bringing User Experience Design to Bear on STEM Education: A Narrative Literature Review. Journal for STEM Education Research, v. 1, p. 7-33, 2018.
SEIBERT, J.; KAY, C. W. M.; HUWER, J. EXPlainistry: Creating Documentation, Explanations, and Animated Visualizations of Chemistry Experiments Supported by Information and Communication Technology To Help School Students Understand Molecular-Level Interactions. Journal of chemical education, v. 96, p. 2503−2509, 2019.

WEICHELT, C.; KOZUSKO, J.; KUß, J.; DIETRICH, H.; HEBESTADT, S.; HOFFMANN, S.; HUBER, L.; GOTTSCHALK, S.; MORGENSTERN, U. Promoting young “MINT” -talents in pre-school and school children as future specialists in biomedical engineering. Biomed Tech, v. 57, p. 4436, 2012.

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