• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

A POLUIÇÃO FARMACÊUTICA: LEVANTAMENTO DE DADOS A RESPEITO DO CONHECIMENTO POPULAR E DE SUAS CONSEQUÊNCIAS QUÍMICAS AO MEIO AMBIENTE.

Autores

Santos, K.A. (UFPA) ; Pantoja, S.S. (UFPA) ; Araujo, A.C. (UFPA) ; Nascimento, J.P.S. (UFPA) ; Lima, A.D.N. (UFPA) ; Alves, C.N. (UFPA) ; Pinto, E.G. (UFPA) ; Marinho, C.V.S. (UFPA) ; Filho, J.C.G.G. (UFPA) ; Soares, F.L. (UFPA)

Resumo

A poluição farmacêutica é dita popularmente como uma poluição "silenciosa", visto que ocorre por meio do descarte irregular de medicamentos no meio ambiente e por substâncias nocivas que estão presentes nesses remédios e são excretados pelo nosso organismo. Dessa forma, a falta de percepção e informação sobre o assunto no âmbito popular, torna- se um empecilho para a resolução dessa adversidade. Em um estudo realizado em Belém e região metropolitana constituinte por 54 participantes sendo 37 mulheres e 17 homens, através de um questionário contendo 8 perguntas sobre o tema sugerido, com o objetivo de saber sobre o conhecimento popular sobre o devido modo e descarte de medicamentos, concluindo assim de qual maneira o tema em questão é abordado em meio a população.

Palavras chaves

Poluição ; Meio ambiente ; Farmacêutica

Introdução

O Brasil consome mais de 90% da produção farmacêutica e 50% de todos os medicamentos não são prescritos e por consequência, utilizados de forma inadequada, de acordo Organização Mundial da Saúde. Além das irregularidades no uso, uma das problemáticas é que alguns desses medicamentos possuem resistência a processos de degradação naturais no meio, ficando perdurados no ambiente, proveniente do descarte incorreto dos fármacos. (NUNES, 2010; EVEGNIJ et al.. 2015). Muitas substâncias residuais dos fármacos são encontradas, principalmente, no meio aquático. Contudo, torna-se possível o monitoramento em Estações de Tratamento de Esgoto (ETES) e em águas pluviais. Entretanto, muitos desses elementos químicos resistem vários processos desse tratamento, mantendo suas propriedades moleculares que geram um alto índice de contaminação. (Daniele, 2003) Desse modo, haja vista os malefícios aos animais marinhos, como a diminuição na eclosão de ovos, a feminização de peixes machos, problemas no sistema reprodutivo dos répteis, pássaros, mamíferos e no sistema imunológico de mamíferos marinhos. (Bila e Dezotti, 2007) Em concordância, os seres humanos são impactados por malefícios causados pela incidência dessas substâncias derivadas, sendo umas das causas da endometriose, redução da quantidade de esperma, o aumento da incidência de câncer de mama, no testículo e próstata, entre outros. (FERREIRA, 2008; MANIERO et al., 2008; BILA E DEZOTTI, 2007) Vale salientar, que os analgésicos são a classe de fármacos, mais preocupantes para o meio ambiente, por seu desenvolvimento em potencial e liberação de bactérias resistentes, ou seja, que não conseguem se degradar com as reações químicas naturais, uma vez que são excretados praticamente inalterados pelo organismo. (WILDE et al., 2014).

Material e métodos

Amostra do estudo foi constituída por 54 participantes, sendo 37 mulheres e 17 homens para a coleta de dados foi empregado um questionário (DUARTE, 2004) por meio do google forms, objetivando analisar o conhecimento que os indivíduos possuem sobre a Poluição farmacêutica. O questionário foi constituído por 8 perguntas, que serão analisadas a seguir.

Resultado e discussão

Na análise do formulário foi questionado aos entrevistados se estes sabiam oque era poluição farmacêutica. Com estes resultados se comprova a urgência de divulgações do assunto, pois apesar de grave, uma parte da comunidade desconhece sobre. Portanto, o descarte inadequado de medicamentos causa danos ambientais, devido o contato com o solo e a água tornando esses resíduos contaminantes. Referente ao entendimento sobre a Logística Reversa de Medicamentos a partir dos dados, reforça-se a necessidade de divulgação sobre a técnica utilizada para a coleta e destinação final de fármacos em desuso ou inválidos, com a finalidade de preservar o meio ambiente e a vida. Questionados a respeito das legislações ambientais e sanitárias, metade dos entrevistados afirmam não entender sobre as leis vigentes. Ao questionar se o entrevistado costumava se automedicar, o resultado comprova que a automedicação é comum na vida dos brasileiros, logo, ingerir remédios sem prescrição médica pode trazer efeitos colaterais maléficos ao organismo, como por exemplo, a intoxicação. Em relação ao entendimento sobre os remédios que são ingeridos pelo organismo, é necessário entender que os resíduos que são eliminados através da urina, vão parar em esgotos, provocando concentrações de drogas na água dos rios e por conseguinte uma crise global na vida selvagem. Quando perguntados sobre os serviços de descarte de medicamentos vencidos, observou-se que é fundamental medidas para certificar a correta destinação desses produtos, assegurando a correta manutenção e garantindo a proteção ambiental. Por fim, foi avaliado se a Química Ambiental possui recursos para reverter essa questão que corrobora a importância da química para a composição e desenvolvimento dos medicamentos. Visualiza-se na tabela a seguir:

Tabela

Tabela 1: Perguntas e Porcentagens: Fonte: Santos, K.A; Filho, C…; Pinto, E.G

Conclusões

Através do questionário aplicado este trabalho objetivou saber sobre o conhecimento popular em questão a poluição farmacêutica e se na opinião dos entrevistados, a química ambiental poderia diminuir os impactos causados pelo descarte indevido de fármacos. Também ressaltou o uso dos POAS (Processos Oxidativos Avançados) que são combinações de agentes oxidantes, irradiações e catalisadores dando possíveis soluções como o processo de ozonização. Além de salientar uma solução ligada à logística reversa de medicamentos, que no Brasil, apenas alguns estados aderem ao modo de recolhimento. Com os resultados, nota-se a precisão de mais informações para o público sobre o tema tratado, 75% dos entrevistados foram ou são universitários que ainda sim não tinham total conhecimento sobre o assunto.

Agradecimentos

A todos que realizaram esse trabalho comigo,a UFPA, a equipe experimental do Laboratório de Pesquisa e desenvolvimento de Fármacos, familiares e amigos.

Referências

BILA, D.M. Degradação e Remoção da Atividade Estrogênica do Desregulador Endocrino 178-Estradiol pelo Processo de Ozonização. Tese Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2005.
Bila, D. M.; Dezotti, M. Farmacos no meio ambiente. Quimica Nova.2003; 26: 523-530. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gn/v26n4/16435.pdf.
DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativa. Educar Curitiba, n. 24, p. 213-225, 2004. Editora UFPR
INSTITUTO AKATU. Descarte de Remédios: uma questão muito grave. Disponível em: http://www.akatu.org.br/central/especiais/2008 /descarte-de-remedios uma-questao-muito-grave. Acessado em dias uteis
BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Quim. Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530, 2003. Acessado em dias uteis
NUNES, B. Fármacos no ambiente: implicações ecotoxicológicas. CAPTAR-ciência e ambiente para todos, v. 2, n. 1, p. 9-20. jan. 2010. Acessado em dias uteis.
GOTHWAL, R.; SHASHIDHAR, T. Antibiotic Pollution in the Environment: A Review. Clean-Soil, Air, Water, v. 43 (4), p. 479-489, 2015. Acessado em dias uteis.
GOZLAN, I.; ROTSTEIN, A.; AVISAR, D. Amoxicillin degradation products formed under controlled environmental conditions: identification and determination in the aquatic environment. Chemosphere, v. 91, p.985-992, 2013. Acessado em dias uteis.
SILVA, A. Marketing em unidades de informação: estudo de caso na biblioteca do Centro De Pesquisa Agropecuária dos Cerrados, CPAC, da Embrapa : pesquisa qualitativa de Opinião. 1998. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade de Brasília.

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