Autores
da Silva Cardoso, R. (UNIFAP) ; Maciel Ferreira, I. (UNIFAP) ; de Jesus Silva Matos, M. (UEAP) ; Soares da Silva, L. (IFAP) ; de Nazare de Oliveira, A. (UNIFAP)
Resumo
A região Amazônica é uma fonte de oleaginosas vegetais (quantitativa e
qualitativa) e que são utilizadas pela população local para tratar diferentes
doenças (Sarquis et al., 2021). Entre esses óleos, o óleo a partir das sementes
de andiroba já foi relatado como repelente contra o Aedes aegypti (De Mendonça
et al., 2005). Neste sentido, ampliar o estudo da ação de outros óleos não
convencionais da região Amazônica, tais como, os das espécies Acrocomia sp.,
Astrocaryum sp. é de extrema importância. A extração dos óleos, foi realizada
por meio de soxhlet, utilizando n-hexano, a partir dos óleos extraídos realizou-
se a reação de transesterificação para análise que foi realizada por
cromatografia gasosa acoplado a um espectrômetro de massa (CG/EM). Logo após,
feita aplicação larvicida.
Palavras chaves
Analise; Óleos Vegetais ; Aplicação Larvicida
Introdução
O Brasil é detentor da maior diversidade de plantas do planeta, estão
distribuídas em diversos biomas como a floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o
Pantanal e a Caatinga, esses biomas possuem características distintas como o
solo e o clima (SCARIOT et al., 2010). Entre as diversas matrizes de oleaginosa
encontradas na região temos Astrocaryum sp., (Tucumã) e Acrocomia sp., (Mucajá),
essas espécies possuem gorduras e óleos ricos em ácidos palmítico e oleico (BORA
et al., 2001). A caracterização das propriedades físico-química desses óleos e
gorduras é importante para promover sua aplicação industrial (PEREIRA et al.,
2019). Extratos e óleos oriundos de espécies vegetais tem sido preferencialmente
utilizado como fontes alternativas para os inseticidas sintéticos no controle de
insetos, pois alguns são seletivos e tem poucos efeitos a organismos não-alvo e
ao meio ambiente (SHARMA, MOHAN, & SRIVASTAVA, 2009). A Organização Mundial da
Saúde em 2019, afirmou que doenças transmitidas por vetores, como dengue, febre
amarela, Zika, Chikungunya, entre outras, representam mais de 17% das doenças
infecciosas no mundo. Diante disso, o presente estudo utilizou óleos de
diferentes espécies de palmeiras da região Amazônia no intuito de prospectar
compostos potencialmente larvicida contra as larvas de 3º instar de Ae. aegypti,
como alternativa aos inseticidas sintéticos.
Material e métodos
Os frutos das espécies vegetais utilizadas, foram coletados no Campus da
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), localizado no bairro Marco Zero do
Equador. Após a coleta os frutos foram lavados com água corrente para
higienização e em seguida, eles foram armazenados em estufa a 50ºC no período de
5 dias para secagem. Então, os mesocarpos dos frutos foram submetidos a extração
por Soxhlet para obtenção do óleo bruto das espécies utilizadas neste trabalho.
A transesterificação é uma reação química reversível entre um ácido carboxílico
e um álcool, produzindo éster e água (QUESSADA et al., 2010). A quantidade usada
foi de 1g dos respectivos óleos e 3 mL Etanol, 15% de catalizador (Calb-
lipase), em agitação magnética por 24 horas. Após esse tempo a reação foi
submetida a uma extração em um funil de separação. As análises fisico-quimica
foram realizadas por cromatografia gasosa acoplado a um espectrômetro de massa
(CG/EM). Para o teste larvicida preliminar em Ae. aegypti, foi utilizado a
colônia Rokeffeller. As larvas foram obtidas no Laboratório de Artrópodes
(ARTHROLAB) da UNIFAP. Foram realizadas três repetições com 10 larvas cada o
controle negativo consistiu na solução de DMSO a 5% sem o ativo. A mortalidade
larval foi determinada após 24h e 48h de incubação à temperatura de 25 ºC e
umidade de 75%. As larvas foram consideradas mortas quando não responderam a
nenhum estímulo ou não se moveram na superfície da solução, em comparação com as
observadas no controle. O bioensaio foi realizado de acordo com WHOPES, 2005.
Resultado e discussão
Entre os óleos testados, o óleo de Mucajá apresentou melhor atividade contra as
larvas de Aedes aegypti, com taxa de 23, 16 e 13% em concentrações de 80, 40 e
20 μg/mL respectivamente. O óleo de Tucumã, apresentou viabilidade larvicida
muita baixa em comparação ao do mucajá, nem na mais alta concentração de 80
μg/mL. A porcentagem de mortalidade das larvas foi realizada em período de 48 h
após exposição às concentrações das soluções aplicadas. Vale destacar que a ação
larvicida está diretamente relacionada com a composição química dos óleos
testados, o óleo de mucajá apresentou majoritariamente o ácido palmítico com
20%, enquanto o óleo o óleo extraído dos frutos de tucumã apresentou
majoritariamente na sua composição química o ácido oleico com 72%, porcentagem
da leitura das amostras no sistema de cromatografia gasosa acoplada a
espectrômetro de massas (GC/MS).
Conclusões
Estes resultados, preliminares demonstram que pode ocorrer viabilidade larvicida
em Aedes aegypti a partir do óleo de mucajá, visto que dentre os óleos testados
foi o que apresentou melhor atividade biológica da pesquisa. Outros estudos estão
sendo realizados para potencializar a ação larvicida a partir do óleo de mucajá,
como a reação de amidação e síntese nanoemulsão, pois este óleo é de fácil acesso
e aquisição na região Amazônica.
Agradecimentos
A Fundação Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), em especial ao Laboratório de
Biocatalise e síntese Orgânica do Curso de Licenciatura em Química e parceiros.
Referências
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