• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Influência do tempo de maceração no desenvolvimento de microverdes de couve incubada com pó da casca de coco

Autores

Guedes, S.F. (UNEMAT) ; Silva, Y.J. (UNEMAT) ; Souza, R.Q. (UNEMAT) ; Geraldi, C.A.Q. (UNEMAT) ; Loss, R.A. (UNEMAT) ; Oliveira, K.C.L. (UNEMAT)

Resumo

Os microverdes são plantas jovens, produzidas em curto tempo de cultivo, que varia de 07 a 21 dias. Apesar da facilidade, é pouca disponibilização no comércio. Portanto, esse trabalho tem como objetivo avaliar a influência do tempo de maceração na produção do microverdes de couve. Após a higienização, as sementes foram submetidas ao processo de maceração (0, 2, 8 e 12 h) e dispostas em um recipiente com pó da casca de coco, incubadas em câmera de germinação a 25ºC. A taxa de germinação variou de 77 % até 85 %, e o tamanho médio dos microverdes variou de 4,94 cm até 5,52 cm. Em relação a massa, os maiores valores foram obtidos para os tempos de 0h (0,063g) e 12 h, respectivamente. Apesar da diferença nos valores, não apresenta diferença estatística significativa pelo teste Tukey.

Palavras chaves

Pequenas hortaliças; Microgreens; Brassica oleracea L

Introdução

Os microverdes são plantas jovens, produzidas em curto tempo de cultivo, que varia de 07 a 21 dias. Essas hortaliças em estágio inicial pois contém diversidades de sabores e cores, ricamente nutritiva e benéfica para o organismo (ALVES, 2019). Apesar da facilidade e curto tempo para cultivo, os microverdes ainda são novidades para os consumidores no Brasil diante da pouca disponibilização no comércio ou para os pequenos produtores rurais (BEZERRA; SILVA; 2022). Portanto, é preciso desenvolver estratégias para produção dos microverdes para facilitar o cultivo para o pequeno produtor e a garantia da manutenção da qualidade dos produtos. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo avaliar a influência do tempo de maceração na produção do microverdes de couve utilizando como substrato pó da casca de coco.

Material e métodos

1) Aquisição e preparo das sementes: As sementes foram adquiridas no comércio agropecuário no município de Nova Mutum-MT. Após a aquisição, as sementes foram imersas em hipoclorito de sódio comercial (2%, v/v) por cinco minutos para higienização e lavadas com água corrente até eliminação do cloro. Na sequência, foram inseridas em aproximadamente 100 mL de água destilada, sendo retirada as sementes que submergiram, pois estas poderiam não apresentar a quantidade suficiente de nutrientes para germinação. As sementes que permaneceram no fundo do recipiente, foram mantidas por diferentes tempos de maceração: 0 horas, 2 horas, 8 horas e 12 horas. 2) Condição de germinação: Foram separadas 50 sementes de cada tempo de maceração para o experimento. As sementes foram dispostas em uma bandeja plástica com tampa contendo aproximadamente 5 g de casca de coco pó (Vitaplan) e 50 mL de água destilada. Foi mantido um espaçamento equidistante entre as sementes para não interferir no processo de germinação. As amostras, em triplicatas, foram mantidas em câmara de germinação DBO (Mylabor) a 25 ºC por sete dias. A luz da câmera (12h luz/24 horas dia) foi ativada no segundo dia de incubação para garantir a primeira fase de germinação dos brotos. 3) Análise estatística: Para a comparação entre as médias dos diferentes métodos de extração foi empregado o teste de Tukey empregando o software Assistat 7.7.

Resultado e discussão

O processo de maceração apresenta como objetivo a umidificação da semente, para que seja possível a germinação. Esse processo consiste em imergir a semente em água, fornecendo água ao embrião para que este consiga iniciar o processo de germinação, onde o embrião utiliza amido como fonte de alimento para crescer (MUZZOLON et al., 2021; CARDOSO, 2009). Para a semente de couve, foi avaliado diferentes tempos de maceração, incluindo sem a etapa de umidificação prévia da semente, com tempo de 2, 8 e 12 horas de molho. Os resultados obtidos podem ser visualizados na Figura 1. A taxa de germinação variou de 77% até 85 %, sendo o menor valor observado para o tempo de germinação de 2 horas e a maior taxa para 12 horas. Apesar da diferença nos valores, não apresenta diferença estatística significativa pelo teste Tukey. Mesmo com a maior taxa de germinação, o tamanho médio dos microverdes no tempo de 2 horas foi de 4,94 cm, menor valor comparado aos demais (5,11 cm para 0 h, 5,25 cm para 8 h e 5,52 cm para 12 h). Assim como a taxa de germinação, a variação observada não apresentou diferença estatística significativa. O tempo de 2 horas também influenciou negativamente na massa dos microverdes produzidas, sendo o menor valor (0,058 g), porém próximo ao tempo de 08 horas. As maiores massas obtidas foram para os tempos de 0 horas (0,063 g) e 12 horas (0,065 g), respectivamente.

Figura 1: Germinação da couve em diferentes tempos de maceração



Conclusões

Pode-se concluir que o tempo de maceração para a semente de couve não influenciou significativamente no processo de germinação e de crescimento do microverdes. Apesar disso, o tempo de 2 horas foi a pior condição, sendo as melhores sem a maceração ou com 12 horas.

Agradecimentos

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT e ao CNPq pelo suporte financeiro para realização da pesquisa.

Referências

ALVES, C. B. Como cultivar as Microgreens? Tudo o que você precisa saber! Moetá, 11 de dezembro de 2019. https://www.moeta.eco.br/post/como-cultivar-as-microgreens-tudo-o-que-você-precisa-saber. Acesso em: 18 jun. 2021.
BEZERRA, T. J.; SILVA, T. T. da; LOSS, R. A.; GERALDI, C. A. Q.; GUEDES, S. F. Importance of microgreen storage conditions: Bibliometric analysis and literature review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e25211326584, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26584.
CARDOSO, V. J. M. Conceito e classificação da dormência em sementes. Oecologia Brasiliensis, n.13, n.4, p.619-631, Dez. 2009.
MUZZOLON, E.; MELATI, J.; LUCHETTA, L.; BRAVO, C. E. C.; TONIAL, I. B. Processamento da cevada para produção de malte: parâmetros de qualidade. Livro AVANÇOS EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS - VOLUME 3. Editora Cientifica Digital. Cap. 15, p. 204 – 225, 2021. DOI. 10.37885/210203295.

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