Autores
da Silva Picanço dos Santos, R.C. (UFPA) ; Souza de Lima, V. (UFPA) ; dos Santos Lucena, S.M. (UFPA) ; Frank e Silva, H. (UFPA) ; Costa da Silva, S. (UFPA) ; Batista dos Santos, G.G. (UFPA) ; Siqueira Pantoja, S. (UFPA) ; da Costa Barbosa, I.C. (UFRA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)
Resumo
Antiácidos são medicamentos utilizados no controle e combate a acidez estomacal.
O estudo objetiva realizar caracterização físico-química de antiácidos granulados
efervescentes onde os resultados obtidos serão submetidos a testes estatísticos,
com a finalidade de realizar controle de qualidade de um medicamento popular com
potencial de influência na saúde coletiva. Foram realizados estudos físico-
químicos e quimiométricos e os resultados foram sobrepostos com a literatura e as
normativas vigentes. O estudo conclui que as características físico-químicas
corroboram significativamente com o padrão de qualidade preconizado.
Palavras chaves
medicamentos efervescente; Controle de qualidade; quimiometria
Introdução
O antiácido granulado efervescente, segundo a RDC nº 98/2016, trata-se de um
Medicamento Livre de Prescrição (MIP), sendo comercializado com diferentes
sabores, entre eles o sabor abacaxi, o qual irá subsidiar os estudos disposto
neste texto. Em sua composição o antiácido contém: bicarbonato de sódio,
carbonato de sódio, ácido cítrico, sacarina sódica, aroma abacaxi, maltodextrina
e amarelo de quinolina. Indicado para o alívio de azia, má digestão e outros
transtornos estomacais, esta formulação é amplamente comercializada, sendo
consumida por parcela significativa da sociedade. Considerando o disposto, torna-
se pertinente o estudo dessas formulações tendo em vista que a qualidade dos
mesmos afeta diretamente a saúde coletiva. Este estudo objetivou realizar uma
caracterização físico-química de antiácidos granulados efervescentes onde os
resultados obtidos foram submetidos a testes estatísticos, com a finalidade de
controle de qualidade dos produtos comercializados. As técnicas de análise de
componentes principais (ACP) e análise hierárquica de agrupamentos (AHA) foram
conduzidas para de verificar se seria possível distinguir os medicamentos de
acordo com a marca.
Material e métodos
Foram obtidas em uma rede de farmácias no município de Belém do Pará, 15 amostras
de três marcas diferentes, sendo elas nomeadas de marca A, B e C. As amostras
foram levadas ao Laboratório de Física Aplicada a Farmácia da Universidade
Federal do Pará, onde foram dissolvidas obedecendo o padrão de 10 g de antiácido
em 400 mL de água destilada, e então submetidas aos testes de: potencial
hidrogeniônico (pH), realizado em consonância com a metodologia da
Farmacopéia Brasileira 6ª edição, com pHmetro (PHTEK) previamente calibrado com
solução tampão 4 e 7; Condutividade Elétrica (CE), realizado com auxílio de
condutivímetro calibrado (AKSO, AK51); turbidez, realizado a partir de testes em
turbidímetro portátil; Sólidos Solúveis Totais (SST), realizado em refratômetro
portátil Instrutherm, modelo RT - 30ATC, tendo os resultados expressos em escala
de 0 a 65º Brix; viscosidade, realizado através de viscosímetro tipo copo Ford 3;
densidade realizada pelo método do picnômetro. Os resultados obtidos nos ensaios
foram tabulados em Microsoft Excel®, e foram expressos em termos de médias e
desvios padrões, utilizou-se o software Minitab® para a realização de testes
estatísticos, que visavam a comparação dos resultados, e as análise de
componentes principais (ACP) e análise hierárquica de agrupamentos (AHA) foram
aplicadas aos dados objetivando identificar similaridades entre amostrais de
acordo com a marca do medicamento.
Resultado e discussão
Os resultados estão Tabela 1. O pH foi, para A, de 5,24, em B de 6,78 e em C foi
de 5,70. Assim, Santos et al., apresentou uma comparação entre o pH em diferentes
temperaturas, sendo 4,97 para 9º C, 4,44 para 25ºC e 6,16 para 98ºC, dessa forma,
o pH que se apresentou próximo foi de 6,16 na amostra B. A CE é a capacidade que
um material possui em conduzir corrente elétrica (MOLIN,2011), assim, ao analisar
o teste de Tukey é possível A (9,32 mS/cm) e B (11,25 mS/cm) apresentaram
similaridade, enquanto que C (10,44 mS/cm), deu-se uma disparidade, tal processo
pode ser explicado pela concentração dos componentes que neles se encontra. A
turbidez é a medida da dificuldade de um feixe de atravessar certa quantidade de
água, nesse sentido, o teste Tukey apontou divergência entre as amostras, na
qual, C apresentou uma turbidez de corante. O ensaio de SST apresentou como
média, em A 2,80 °Brix, em B 2,90 °Brix e em C 2,70 1,27 que foi superior a A
(0,73) e B (0,47), o que pode ser explicado pela maior intensidade do °Brix, o
teste de Tukey apontou similitude entre as amostras das três marcas, demonstrando
que existe similaridade na capacidade de diluição das três marcas; a viscosidade
das amostras A (31,53), B (31,04) e C (31,20) não tiveram variação significativa,
assim, não foram encontrados dados na literatura que corroboram ou questionem
tais dados. Os dados apontados Damasceno et al., apontam uma densidade de 1,47
g/mL para os comprimidos efervescentes de vitamina C, sendo estes, próximos ao
encontrado pelo teste realizado que foi de 1,12 g/cm³. As técnicas de ACP e de
AHA (Figura 1) apontam que não se podem distinguir as amostras de antiácidos de
acordo com a sua marca, pois não se formam conjuntos contendo amostras de apenas
uma única marca.
Letras iguais sobre médias indicam semelhança conforme teste t de Student (95% de significância).
Conclusões
Os resultados dos ensaios apontam similaridade estatística de todas as amostras
nos testes de SST e viscosidade, indicado que tais características são comuns a
todas as marcas analisadas, já as técnicas multivariadas não conseguiram realizar
uma separação em conjuntos distintos de amostras. Isso sugere que, em termos
gerais, existe relativa homogeneidade nas formulações dos medicamentos, mesmos
esses senso de marcas distintas.
Agradecimentos
Referências
BRASIL. Resolução RDC n° 98, de 1° de agosto de 2016. Dispõe sobre os critérios e
procedimentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos sob prescrição, e dá outras providências.
COUTO, M. A. L.; CANNIATTI-BRAZACA, S. G. Quantificação de vitamina C e capacidade antioxidante de variedades cítricas. Food Science and Technology, v. 30, p. 15-19, 2010.
MOLIN, J. P.; RABELLO, L. M. Estudos sobre a mensuração da condutividade elétrica do solo. Engenharia Agrícola, v. 31, p. 90-101, 2011.
NAJI-TABASI, S. et al. Propriedades físico-químicas e antioxidantes do pó de suco de bérberis e seus comprimidos efervescentes. Tecnologias Químicas e Biológicas na Agricultura , v. 8, n. 1, pág. 1-11, 2021.