• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

ANÁLISE DOS ÍNDICES DE ACIDEZ E DE PERÓXIDO DO ÓLEO DE CASTANHA DO PARÁ (bertholletia excelsa) A PARTIR DA EXTRAÇÃO POR PRENSAGEM.

Autores

Silva, E.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) ; Silva, C.M.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) ; Oliveira, B.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) ; Valente, J.T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) ; Martins, L.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) ; Lima, F.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA)

Resumo

A Castanha do Pará tem grande importância em toda a região amazônica consequentemente o seu óleo é de suma importância para as áreas de cosmético e culinária. O presente trabalho tem como objetivo a obtenção do óleo de Castanha do Pará pela extração por prensagem e a análise qualitativa do óleo obtido, visando os analisar se os índices de teor do ácido oleico e sobre o índice de peróxido presente no óleo obtido se encontra dentre os parâmetros estabelecidos pela a agência nacional de vigilância Sanitária -ANVISA.

Palavras chaves

Castanha do Pará; Extração por Prensagem; ANVISA

Introdução

A Castanha-do-Pará pertence à espécie da família de Lecythidaceae, sendo seu gênero bertholletia possui um grande valor econômico, social e cultural para as populações que habitam na região amazônica (SILVA et al., 2013). Diversas famílias obtêm sua renda a partir da extração e venda deste fruto. Além disso, a castanha do Pará é utilizada em diversas áreas, seja na produção de alimentos, de cosméticos ou medicamentos. A castanheira é uma árvore de grande porte. Conforme (LIMA et al., 2014), sua altura pode variar de 50 a 60 metros, seu período de floração acontece entre os meses de agosto à outubro, seu fruto é chamado de ouriço onde no seu interior pode abrigar de 15 a 24 sementes. Segundo (CHUNHIENG et al., 2008; FREITAS et al., 2007) Ela se destaca pela sua riqueza em ácidos graxos presentes em seu óleo. Ainda segundo os autores o óleo de castanha do brasil em maior parte é constituído pelos ácidos graxos: palmítico, esteárico, oleico e linoleico. O método utilizado para a extração do óleo foi a frio, onde as amêndoas são adicionadas em uma prensa hidráulica, onde será apanhado o suco e óleo presente nas amêndoas. Posteriormente, deve ser separado o óleo da emulsão formada, essa separação pode ocorrer através da decantação, centrifugação ou destilação fracionada (Simões, et al., 2007). O presente trabalho tem como objetivo analisar os índices de acidez e peróxido segundo os parâmetros estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), segundo a agência o índice de acidez expresso em teor para óleos vegetais é de no máximo 0,3% a cada g de ácido óleo /100g de óleo e para peróxido este valor é de no máximo 10 mEq/Kg.

Material e métodos

O material botânico foi obtido em uma fazenda no município de Santa Isabel do Pará, no estado do Pará. Em seguida as sementes foram retiradas do ouriço, quebradas e descascadas. A matéria prima foi embalada e reservada em temperatura de 24ºC em um ambiente com luminosidade baixa. Para o procedimento de extração do óleo, no primeiro momento as amêndoas embaladas foram adicionadas em um recipiente com 1 litro de água e foi feita o cozimento da castanha por 4 minutos, este cozimento tem como principal motivo liberar as partículas de óleo que ficam abrigadas nos invólucros celulares e também auxilia na eliminação de toxinas, isto é possível através do controle de temperatura que se tem da manta aquecedora. Posteriormente depois da preparação das amêndoas de castanha, as mesmas foram pesadas em uma balança analítica para saber o peso de sua biomassa, a seguir a massa pesada foi envolvida em um pano branco e realizou-se a prensagem no equipamento de prensagem. Após a obtenção da mistura líquida através da prensa foi feita a filtração para se alcançar uma amostra mais limpa para análise. Para o cálculo de rendimento do óleo foi utilizada a seguinte equação: R%= (M/Bm)*100, onde R%= rendimento do óleo, M= massa do óleo extraído em mL e Bm= biomassa vegetal (Castanha do Pará utilizada na prensagem) em g. Para as análises do índices foi usado como referência o trabalho de (Soares, et al., 2016) os métodos: AOCS Ca 5A 40 para acidez e AOCS Cd 8 53 para peróxido.

Resultado e discussão

A extração obteve 81 mL de óleo de Castanha do Pará, foram utilizadas 173,34g de amêndoas de castanha, dado esses valores foi possível calcular o valor do rendimento a partir do seguinte cálculo: R%= (81mL/173,34g)*100, fazendo os cálculos foi obtido um rendimento de 46,72% de óleo de Castanha do Pará. O valor está dentro do esperado para a metodologia aplicada na extração, pois se for levado em conta as perdas que ocorrem durante o processo, seja no pano que as amêndoas são depositadas antes da extração ou as perdas durante as trocas de recipientes, este valor é considerado satisfatório e compatível se for comparado com a literatura, Vilhena et al. (2020) que adotaram a mesma metodologia de extração para obter o óleo de castanha do Pará e obtiveram um rendimento de 47%. O resultado da análise do índice de acidez expresso em teor de ácido oleico foi de 0,26%/ por 100g e na análise do índice de peróxido foi de 4,03 mEq/kg. Esses valores estão dentro do padrão estabelecido pela a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os valores estabelecidos pela agencia pode ser comparado com os resultados obtidos na análise no Quadro 1.

Quadro 1

Comparativo dos valores permitidos pela ANVISA com os valores obtidos na análise.

Conclusões

Analisando os resultados pode-se concluir que a extração do óleo castanha-do-pará por meio da prensagem teve um rendimento dentro das expectativas desejadas se comparada com outros resultados encontrados em literatura. Nas duas análises de quantidade tanto no índice de acidez e no índice do peróxido presentes no óleo de Castanha do Pará estão dentro do padrão permitido pela ANVISA. Os resultados obtidos neste trabalho e metodologias que foram aplicadas poderam ser utilizados em analises de futuras pesquisas.

Agradecimentos

A Querida Universidade Federal do Pará, ao Campus Universitário de Ananindeua e a Faculdade de Química por todo suporte durante a pesquisa.

Referências

ANVISA, Consulta Pública n° 85, de 13 de dezembro de 2004, D.O.U de 17/12/2004.
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LIMA, B. R.; SILVA, F. M. A.; KOOLEN, H. H. F.; ALMEIDA, R. A; SOUZA, A. D. L. Solid Phase Extraction of Phospholipids from Brazil Nut (Bertholletia excelsa) and Their Characterization by Mass Spectrometry Analysis. MSL 5 (4); p. 115-119, 2014.

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SOARES, A.M. S.; MENDES, M. H. S.; MIRANDA, I. M. Comparação do Rendimento e Qualidade da Extração do Óleo de Castanha-do-Pará Utilizando Diferentes Solventes e Método. CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 56º., 2016, Belém. Anais… Rio de Janeiro: ABQ. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2016/trabalhos/9/9463-23017.html. Acesso em: 25 de Agosto de 2022.

VILHENA, A.E.G., SEHWARTZ, R.L.C. BEZERRA, P.T.S., BRASIL, D.S.B. Physical and chemical characterization of Pará chestnut oil extracted by hydraulic pressing. Brazilian Applied Science Review Braz. Ap. Sci., 4, 859-865, 2020.

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