• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Avaliação experimental da capacidade calorífica de diferentes fluidos.

Autores

Durães, B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Baratto, A.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Roldão, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Valverde, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Galiassi, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO)

Resumo

Este trabalho trata do resultado experimental da análise e comparação da capacidade calorífica de um fluido refrigerante e água com sal. A análise da avaliação experimental foi realizada com o instrumento denominado calorímetro e água com adição de cloreto de sódio (NaCl) e o etilenoglicol, que é um fluido presente em aditivos para radiadores de carro. O levantamento de dados realizados, são de caráter quantitativo com coleta de dados em triplicata. Os resultados encontrados demonstram resultados esperados em relação a como os dois aditivos escolhidos influenciam na diminuição do tempo de ebulição bem como a capacidade térmica.

Palavras chaves

Fluidos refrigerantes; Calorífico ; Temperatura

Introdução

Durante a transferência de calor ocorre o fenômeno relacionado à energia térmica, na qual baseia-se na agitação de moléculas de um corpo, e a energia térmica quando entra em trânsito é denominado de calor (GASPAR, 2014). A massa e a composição química estão relacionadas à capacidade térmica e ao calor específico, que são grandezas que indicam como um corpo recebe ou perde calor (LIVRAMENTO, 2017). De acordo com Halliday e Resnick (2013), a capacidade térmica se compara à quantidade de energia transferida para um corpo na forma de calor em um processo qualquer com a sua variação de temperatura. O calor específico relaciona a quantidade de calor fornecida à unidade de massa da substância com a elevação da temperatura. Assim sendo, a mudança de temperatura está diretamente relacionada à capacidade coligativa do fluido em questão. As propriedades de uma solução dependem do número de partículas de um soluto em dado volume, independente da natureza química desse soluto. De acordo com Livramento (2017), quando deseja-se realizar um estudo deste levantamento de dados sobre o comportamento dos materiais em relação a transferência de calor, utiliza-se o equipamento calorímetro. Que é um recipiente termicamente isolado, na qual evita que ocorra troca de calor entre o seu conteúdo e o meio externo. Além disso, Wallas (1985) explica que essas mudanças de fases estão diretamente ligadas aos componentes químicos de cada fluido. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é usar um calorímetro para realizar avaliação experimental quantitativa da capacidade calorífica de fluido refrigerante e de água com sal em diferentes temperaturas.

Material e métodos

Materiais utilizados: béquer de 250 mL, funil de vidro, pisseta para água, 1 calorímetro (250mL), 1 termômetro, Bico de Bunsen, Balança analítica, 100 mL de água destilada, 15 g de NaCl e 40 mL de etilenglicol. O calor de reação (Q) foi medido utilizando a equação 1. (Q=m.Cp. (T2-T1)). A temperatura foi registrada a cada 10 segundos, para se ter leitura dos dados em função do tempo de agitação. Os experimentos para cada aditivo foram feitos em triplicata para observar a estabilidade da temperatura tanto no aquecimento, quanto no resfriamento. Foi misturado água e os aditivos: cloreto de sódio (NaCl) e solução arrefecedora que contém etilenoglicol. A solução foi aquecida até a sua temperatura estabilizar por mais de 30 segundos. Ao estabilizar a temperatura, cessou o aquecimento. Após atingir o ponto de ebulição, o fluido foi despejado no calorímetro, para observar a estabilidade da temperatura no resfriamento. A massa do calorímetro e da água foram medidas usando balança analítica. A primeira análise experimental foi com água pura. Depois, avaliou-se água + sal em duas quantidades (5g e 10g de sal). Então, avaliou-se a adição do fluido refrigerante (10mL e 30mL) à água. O objetivo das análises foi observar a estabilidade das temperaturas de aquecimento e resfriamento, as propriedades químicas e físicas ocorrendo na transferência de calor e a efetuar do cálculo da capacidade térmica do calorímetro nas soluções. Anotou-se a temperatura ambiente do calorímetro vazio em equilíbrio térmico inicial, e então adicionou-se à solução em água na temperatura em que era conhecida (ex: ebulição - 100°C), e aguardou-se o equilíbrio térmico. Para determinar a massa da água, pesou-se o calorímetro vazio e após a adição de água e aplicou-se a equação 2 da figura anexada.

Resultado e discussão

A Lei Zero da Termodinâmica, estabelece que quando dois corpos em temperaturas diferentes são colocados em contato, o corpo de maior temperatura irá ceder calor ao de menor temperatura, ou seja, a transferência de energia térmica ocorrerá até que ambos atinjam a mesma temperatura, alcançando o equilíbrio térmico (ATKINS, 2014). Nas análises, ao adicionar 5 e 10g de sal, o aquecimento a temperatura da água se estabilizou com média de 130 segundos mais rápido do que em água pura. Na adição de 5g de sal a água teve seu ponto de ebulição entre 101,8ºC à 103,2ºC, com a adição de 10g de sal o ponto de ebulição aumenta para 103ºC a 104,5ºC, em água pura essa variação foi de 100,7°C à 102,5°C. No resfriamento com adição de 5 g de sal, a temperatura se manteve constante entre 87,6ºC à 89,9ºC. Já com a adição de 10 g de sal, a sua estabilidade foi entre 86,3ºC a 87,5ºC. Já nas análises com o fluido refrigerantes para motor de automóveis ao adicionar 10 mL de aditivo, a solução teve a temperatura de aquecimento estabilizada entre 101,2ºC à 102 ºC, e na adição de 30 mL, sua temperatura estabilizou entre 101,8ºC à 102,8ºC. Sendo que com 10ml levou 490 segundos para estabilizar, e com 30mL foram 70 segundos a menos. Já no resfriamento da solução no calorímetro, com a adição de 10mL de aditivo a temperatura se estabilizou em torno de 87,1ºC e com 30mL de aditivo em torno de 90,3ºC. Tivemos a obtenção média da capacidade calorífica de água pura em 85,8Cal/ºC, com adição de 5g de sal em 110,47cal/ºC e com 10g em 115,9cal/ºC. Já capacidade térmica das soluções com etilenoglicol foi calculada e obtivemos 111,6cal/°C com adição de 10mL, e com 30mL em 137,4cal/°C.

Aditivos e processo de aquecimento



Equação capacidade calorifica



Conclusões

Ambas as soluções atingiram o ponto de ebulição em menor tempo ao aumentar a concentração de aditivo. Isso ocorre pois ao formar a interação de pontes de hidrogênio com a água, há o abaixamento de temperatura, dificultando a organização das moléculas para a formação de sólidos, resultando em um ponto de resfriamento menor, quando considerado as substâncias separadas. As capacidades térmicas do calorímetro indicam que para cada grau que o calorímetro variar a temperatura, logo, precisará de uma quantidade de caloria no processo, tirando essa energia da sua composição interna.

Agradecimentos

Agradecemos a Keyla, Silvio e professor Murilo pelos utensílios para a realização as analises, bem como o espaço fornecido, e a Gabriela e professora Maribel pelas apontamentos e orientação.

Referências

ATKINS, P. W. -The Laws of Thermodynamics: A Very Short Introduction - Oxford University Press, 2014
LIVRAMENTO, G. Processo de apreensão de noções teóricas de calorimetria com materiais instrucionais desenvolvidos para a conversão de registros figurais em registros táteis: uma proposta metodológica. 69f. Trabalho de Conclusão de Curso. 2017.
GASPAR, A. Compreendendo a Física: Ondas, Óptica e termodinâmica. 2o ed. São Paulo, Ed. Ática, 2014.
HALLIDAY, D.; WALKER, J.; RESNICK R. Fundamentos de Física. 8. ed., Rio de Janeiro: LTC, 2009.
WALLAS, S. M. Phase equilibria in chermical engineering. Newton-MA. USA. Butterworth-Heinamann. 1985.

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