• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Análise da influência dos parâmetros de tratamento para modificação superficial de polimérico via Plasma DBD

Autores

Alves, D.A.C. (UFPI) ; Sousa, R.R.M. (UFPI)

Resumo

A técnica de produção de plasma por Descarga em Barreira Dielétrica (DBD), vem destacando devido às suas aplicações nas áreas da saúde, meio ambiente e agricultura. Podendo ser aplicada em materiais termicamente sensíveis, promove alterações superficiais em molhabilidade e rugosidade, que proporcionam melhoras em osseointegração, germinação, crescimento de plantas, entre outras. Apesar de simples, versátil e multidisciplinar, essa técnica ainda é pouco popular no Brasil, e levando em consideração suas vantagens, torna-se importante sua disseminação nas instituições de pesquisa e indústrias nacionais, sendo necessários mais estudos a seu respeito. O presente trabalho tem por objetivo o estudo da influência de parâmetros no tratamento utilizando a técnica DBD em superfície polimérica.

Palavras chaves

Plasma; Descarga por Barreira Die; Polímero

Introdução

O plasma frio gerado a partir da descarga de barreira dielétrica (DBD) é um tipo específico de descarga de alta tensão, que permite contornar as dificuldades de impressão e de aderência de polímeros através da modificação das superfícies de polímeros sem alterar suas propriedades estruturais (CUSTODIO, 2022). O reator de plasma DBD depende da energia fornecida por uma fonte pulsada de alta tensão para promover a ionização do gás de circulação, gerando assim uma descarga incandescente. Quando em contato com o polímero essa descarga provoca modificações na sua superfície, como a incorporação de grupos funcionais, aumento da energia, descontaminação biológica, aumento da hidrofilicidade e nas propriedades de barreira (CUSTODIO, 2022). Sendo um objeto de estudo, em centros de pesquisa a transformação de superficial de materiais, com vistas de aperfeiçoar a serventia do mesmo. Ademais a utilização do plasma DBD mescla os efeitos desejados com a modificação de superfícies e o custo baixo (NETO, 2020). O trabalho teve como propósito verificar os efeitos da aplicação do plasma DBD em materiais de superfície polimérica que possuem ligações de caráter distintos e avaliar composição química, rugosidade e molhabilidade das amostras.

Material e métodos

Foram utilizadas 10 amostras de material polimérico sendo uma (1) sem tratamento para comparação e nove (9) com tratamento. Posteriormente, as mesmas passarão por uma etapa de limpeza onde foram embebidas em álcool e levadas ao ultrassom por 10 minutos. Para finalizar, as amostras foram secadas com um secador. Os tratamentos foram realizados em um reator DBD que é constituído de um tubo de sílica fundida (quartzo) fechado por dois flanges de PTFE, em que se encontraram alojados dois eletrodos, um anodicamente polarizado (superior) e outro catodicamente polarizado (inferior) localizado no Laboratório de Processamento de Materiais por Plasma – LabPlasma, da Universidade Federal do Piauí – UFPI. Foram utilizados três tipos de atmosfera gasosa: uma com ar atmosférico, outra com argônio e uma última com hélio. A cada tipo de atmosfera, os tratamentos foram realizados em tempos de 15, 30 e 45 minutos. Ao término dos mesmos, as amostras foram direcionadas para concretização das caracterizações válidas.

Resultado e discussão

O polímero utilizado foi o Policaprolactona (PCL) que é um polímero utilizado de forma frequente como aditivo e carga para melhorar características de processamento e propriedades finais como, a resistência ao impacto. Apresentando aplicações tecnológicas como próteses ortopédicas, embalagens de alimentos, dispositivos para liberação controlada de fármaco. Dentre as suas características está a tenacidade, flexibilidade e boa compatibilidade com vários polímeros. É biodegradável e dispõe de um custo de produção elevado. Contudo, presumisse que com as novas rotas de processamento e as demandas aplicação, venha a ocorrer o barateamento. (BEZERRA, 2017) O PCL foi analisado a após ele ser submetido a três atmosferas gasosas uma com ar atmosférico, outra com argônio e uma última com hélio. A cada tipo de atmosfera, os tratamentos foram realizados em tempos de 15, 30 e 45 minutos. Em seguida, foram obitidos resultados, referentes ao grau de molhabilidade e o ângulo de contado. A molhabilidade de uma superfície por um líquido tem a ver com a tensão superficial do líquido. A molhabilidade avalia-se pelo ângulo de contato entre o líquido e a superfície sólida (Figura 1). Os ângulos de contacto variam de superfície para suprfície, em consequência, varia também o grau de molhabilidade da superfície do sólido. Uma boa aderência implica sempre uma boa molhabilidade da superfície sólida pelo líquido em contato. Ao analisar o gráfico foi possível perceber que as amostras de PCL, após submetida as atmosferas gasosas, apresentaram variados ângulos de contato, no intervalo de 0 á 15 minutos o ângulo apresentou a seguinte variação Hélio>Argônio>Ar Ambiente>Sem tratamento; no intervalo de 15 á 30 minutos a intercorrência foi He>Ar Amb>Argônio>Sem tratamento; e entre 30 e 45 minutos Hélio=Argônio>Ar Ambiente. Mário Caetano, ao analisar amostras dos polímeros: PMMA, ABS, PVC, PSU encontrou resultados referentes a molhabilidada e ângulo de contato, que foram semelhantes ao encontrados nesse trabalho.

Figura 1

Ângulo de contato

Gráfico 1

Tempo x Ângulo de contato

Conclusões

Com base nas análises das amostras de PCL, após os tratamentos que foram realizados foi possível perceber que as amostras apresentam caráter hidrofóbico, com base na observação do ângulo de contato. Polímeros hidrofóbicos apresentam resistentes à água são materiais insolúveis, não se dissolvem em água ou outros solventes polares e incluem acrílicos, epóxis, polietileno, polistireno, policloreto de vinila, politetrafluoretileno, polidimetilsiloxano, poliésteres e poliuretanos. Os polímeros hidrofóbicos, podem ser utilizados em revestimentos, adesivos, fibras, filmes e plásticos desenvolvidos. Além disso, eles são extensamente empregados como polímeros biomédicos para enxertos vasculares, implantes e aplicações oftálmicas. Perante o exposto, foi possível concluir que a aplicação de plasma DBD em superfícies de PCL apresentou resultados positivos, com base nas propriedades adquiridas e as aplicações empregadas ao mesmo após o procedimento.

Agradecimentos



Referências

AUGUSTO, Cezar - CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DE UM REATOR DE PLASMA DE
BARREIRA DIELÉTRICA NA DEGRADAÇÃO DE DICLOROMETANO, 2017.
AZEVEDO, Julia – Despolimerização é o nome dado ao processo de degradação de
polímeros em monômeros; Conhecendo materiais poliméricos e Ciência dos polímeros,
2021.
BEZERRA, Elieber Barros - Comportamento reológico do Bio-PE e do PCL na presença
do PEgAA e PEgMA; 2017.
CAETANO, Mário J. L. – Características de Borrachas e de substratos, 2011.
CUSTODIO O. J. - Tratamento de polímero com plasma gerado por alta tensão pulsada;
Inergiae, 2022.
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas - Plasma – outro estado da matéria; Brasil Escola,
2017.
NETO, João Freire de Medeiros - EFICIÊNCIA DO PLASMA DE DESCARGA EM
BARREIRA DIELÉTRICA NAS ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DO POLIETILENO DE
ALTA DENSIDADE E DO TITÂNIO, 2020.

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