• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Esfoliação eletroquímica do grafite de pilhas comerciais em soluções eletrolíticas

Autores

Santana Junior, E. (UNILA) ; Alexandre Veltrone, L. (PPGIES-UNILA) ; Salgado, J.R.C. (PPGIES-UNILA)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo a síntese de grafeno/óxido de grafeno através da esfoliação eletroquímica do grafite derivado de pilhas comerciais. Os grafites foram esfoliados por técnica eletroquímica em diferentes soluções ácidas. Os resultados das caracterizações físico-químicas demonstram, de maneira geral, que nas condições aplicadas aos grafites aparentam ser uma mistura de óxido de grafite e óxido de grafeno.

Palavras chaves

Pilhas; Óxido de grafeno; Reciclagem

Introdução

Hoje em dia as pilhas e baterias são ferramentas indispensáveis em nosso cotidiano, em virtude da grande demanda no mercado nas mais diversas aplicações, por isso, teríamos que estar atentos em relação aos problemas que possam ocorrer tais como recolhimento e reciclagem [1]. Este trabalho tem como objetivo sintetizar e, isolar as estruturas de óxido de grafeno/grafeno a partir da esfoliação eletroquímica (EsE) do eletrodo de grafite presente nas pilhas domésticas (AA). Utilizou-se o método de esse, junto com o processo de banho ultrassom, em soluções de ácido sulfúrico (H2SO4), ácido clorídrico (HCl) e ácido nítrico (HNO3), ambas com a concentração de 0,5 mol L-1. Os materiais obtidos foram caracterizados por difração de raio X, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia de energia dispersiva de raio X, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier, análise termogravimétrica e espectroscopia Raman.

Material e métodos

Primeiramente as pilhas foram selecionadas em modelo, tipo e marca e verificar que todas foram descarregadas através de um ciclador e voltímetro para o processo da abertura. As pilhas então foram abertas, com o auxílio de alicate de bico, e foi feita a separação dos componentes presentes, assim como: haste de grafite, metais dos invólucros, plásticos, papelão e o eletrólito cloreto de amônio, dióxido de manganês e carbono. O preparo do grafite para a síntese do grafeno/óxido de grafeno através da esfoliação eletroquímica inicia-se com a limpeza das hastes de grafites com água e uma esponja para a retirar qualquer resquício do eletrólito que possa vir a ficar fixado nas hastes de grafite. O próximo passo é o processo de pré-tratamento das hastes de grafite, onde se inicia com as hastes submersas em 50 mL de solução eletrolítica de ácido sulfúrico, ácido nítrico e ácido clorídrico, ambas 0,5 mol L-1 por um período de 24 horas. O processo de esfoliação se inicia em uma célula eletroquímica onde se utilizou como ânodo e cátodo as hastes de grafites. Em seguida é aplicado uma tensão de 7,0 V através da fonte, MPC Lab Electronics, por 2 horas. Após este processo a solução é transferida a um erlenmeyer para então ser encaminhado ao processo de ultrasonicação por 60 min. O material obtido foi separado utilizando uma centrífuga sob uma rotação de 4000 rpm e então realizado a lavagem exaustiva com água mili-Q até pH neutro. Por fim, secou-se o material obtido em placas de petri à 60°C por 72 horas em estufa. Os materiais obtidos foram caracterizados por difração de raio X, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia de energia dispersiva de raio X, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier, análise termogravimétrica e espectroscopia Raman.

Resultado e discussão

Os resultados de caracterização física demonstram, de maneira geral, que nas condições aplicadas, o material obtido demonstra ser uma mistura de óxido de grafite e óxido de grafeno. A técnica de caracterização por difração de raios X foi utilizada para se obter informações sobre os planos cristalinos das amostras. Conforme os dados coletados na Figura 1, demonstram que houve um pico em 2θ = (001) em 11,6° que pode ser característico de estruturas típicas de óxido de grafeno [2]. O “grafite” de partida quanto os grafites esfoliados apresentam um pico em torno de 26,6º (2θ) referente ao plano basal (002), característico de estruturas do grafite. Assim, este pico que define o grafite, corresponde a estrutura bem organizada do empilhamento de suas camadas. No entanto, o pico também aparece quando o material apresenta planos empilhados em grafeno, e óxido de grafeno de poucas ou multicamadas pela presença de um certo ordenamento em sua estrutura [1]. As informações obtidas pela espectroscopia Raman são essenciais para o entendimento das características eletrônicas e estruturais dos materiais derivados de carbono. Os resultados por difratometria corroboram com os da caracterização por espectroscopia Raman, demonstrado na Figura 2, observa-se que os espectros estruturais dos materiais esfoliados demonstram um alto grau de desordem/defeitos na estrutura com a presença das bandas D, 2D e D+G. E mostra também que os materiais apresentam multicamadas de carbono. Os resultados por microscopia eletrônica de varredura foram possíveis observar uma diferença entre as granulometria e morfologia das nanopartículas dos nanomateriais que foram esfoliados entre os diferentes ácidos.

Figura 1

Difratometria de raios X

Figura 2

Espectros Raman dos materiais esfoliados

Conclusões

Os resultados das caracterizações físico-químicas demonstram de maneira geral, que nas condições aplicadas de pré-tratamento e potencial, a esfoliação usando ácido nítrico como eletrólito aparenta ser mais característico do processo de formação do óxido de grafeno comparado com ácido sulfúrico e ácido clorídrico.

Agradecimentos

Eliseu Santana Junior agradece o apoio do CNPq pela bolsa de IC que foi concedida. Recursos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da UNILA, do CNPq - 405065/2021-3 e da Fundação Araucária Nº PBA2022011000128.

Referências

1. YU, TIFFANY MAK. Esfoliação eletroquímica do grafite de pilhas usadas para obtenção de óxido de grafeno (2022) Dissertação (Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade ) - Universidade Federal da Integração Latino-Americana , 2022.
2. DANIELA C. MARCANO, DMITRY V. KOSYNKIN, JACOB M. BERLIN, ALEXANDER SINITSKII, ZHENGZONG SUN, ALEXANDER SLESAREV, LAWRENCE B. ALEMANY, WEI LU, AND JAMES M. TOUR; ACS Nano. Improved Synthesis of Graphene Oxide, vol.4 p. 4, 8, 4806-4814, 2010.

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