• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE CERA DE ABELHA E TWEEN 80 NAS PROPRIEDADES ÓPTICAS DE FILMES À BASE DE ÁGAR

Autores

de Souza Carvalho, L.J. (UFERSA) ; Alves de Holanda, N.N. (UFERSA) ; de Lima Leite, R.H. (UFERSA) ; Mendes Aroucha, E.M. (UFERSA) ; Gomes dos Santos, F.K. (UFERSA) ; Gomes de Menezes, F.L. (UFERSA)

Resumo

Ceras são materiais frequentemente adicionados a biopolímeros hidrofílicos para aumentar sua hidrofobicidade e a adição de surfactantes – como o tween 80 – pode ser necessária para facilitar a mistura. No entanto, aditivos como ceras e surfactantes podem alterar as propriedades ópticas de filmes de biopolímeros. Neste estudo foi feito o preparo de filmes mistos de ágar, glicerol, cera de abelha e tween 80 com diferentes teores de cera e tween 80, em seguida foi realizada a determinação da espessura, parâmetros de cor – L, a* e b*, variação total de cor e opacidade dos mesmos. Utilizou-se um planejamento central composto e através de uma análise de regressão determinou-se que o aumento dos teores de cera e de tween leva a filmes mais amarelados e opacos.

Palavras chaves

Ágar-ágar; Biopolímeros ; Hidrocoloides

Introdução

Devido a sua longevidade e resistência à degradação, os plásticos se acumulam e se fragmentam, causando danos graves ao meio ambiente. Como a grande maioria dos monômeros usados para fazer plásticos são derivados de fontes não renováveis, como o petróleo, e poucos dentre os plásticos comumente usados são biodegradáveis, a contaminação quase permanente do ambiente natural com detritos de plástico tem se tornado uma preocupação crescente (GEYER et al., 2017). Dentre os potenciais prejuízos que os detritos plásticos podem causar está a contaminação de habitats terrestres e marinhos (GEYER et al., 2017; BARNES et al., 2009). Foi identificado que eles transportam poluentes orgânicos persistentes (POPs), espécies não-nativas para novos locais e distribuem algas associadas às marés vermelhas (BARNES et al., 2009). Por conta disso, surgiu a necessidade do uso de materiais alternativos que fossem biodegradáveis e de fontes renováveis, para substituir os plásticos convencionais, com isso os chamados bioplásticos se apresentam como uma alternativa potencialmente vantajosa aos plásticos convencionais. Os bioplásticos são plásticos de fonte biológica (biobased), biodegradáveis ou ambos, que têm propriedades iguais ou semelhantes aos plásticos convencionais, mas oferecem benefícios adicionais, como redução da pegada de carbono, melhores funcionalidades ou opções adicionais de gerenciamento de resíduos, como a reciclagem orgânica (DORA et al., 2020). Dentre as matérias-primas que podem ser utilizadas para obter bioplásticos temos o ágar-ágar (ou ágar, simplesmente), que é um polissacarídeo extraído de espécies de algas marinhas. O ágar vem sendo proposto por alguns autores como um biopolímero capaz de produzir bioplásticos (DORA et al., 2020; MOSTAFAVI & ZAEIM, 2020; BARANWAL et al., 2022; LEE et al., 2017; ZHANG et al., 2022) e com grande potencial para substituir as tradicionais embalagens plásticas oriundas do petróleo (BARANWAL et al., 2022). O ágar-ágar é um polissacarídeo hidrofílico, quimicamente inerte e não tóxico extraído das famílias Gelidiaceae e Gracilariaceae de algas marinhas e composto principalmente de unidades repetidas alternadas de d-galactose e 3,6-anidro-β- galactopiranose (DAVIDOVIĆ et al.,2019). Os ágares possuem diversas aplicações, dentre elas, como ficocolóides em alimentos, indústrias farmacêuticas, cosméticas, médicas e de biotecnologia (MOSTAFAVI & ZAEIM, 2020; LEE et al., 2017; WANG et al., 2022). As algas Gracilaria sp. (80%) e Gelidium sp. (20%) são as maiores fontes de ágar industrial (BIXLER & PORSE, 2011). Em comparação com materiais de embalagem à base de plástico convencional, o filme de ágar puro é relativamente quebradiço, tem baixa elasticidade, baixa estabilidade térmica, alta sensibilidade à água e alta permeabilidade ao vapor d’água – PVA - (MOSTAFAVI & ZAEIM, 2020). Todas essas desvantagens limitam a aplicação de filmes de ágar puro (NIETO, 2009; JANG et al., 2010). Para superar essas limitações, uma das técnicas mais comuns é a combinação do ágar com outras substâncias, como biopolímeros, plastificantes, nanopartículas, agentes antimicrobianos e materiais hidrofóbicos como as ceras. Nesse contexto, a cera de abelha vem sendo utilizada (PÉREZ-VERGARA et al., 2020; OLIVEIRA et al., 2018) na composição de filmes bioplásticos, porém, a incorporação de um material hidrofóbico a um material hidrofílico é dificultada por sua incompatibilidade. Tal incorporação pode ser melhorada pela adição de surfactantes. O tween-80, como surfactante e emulsificante não iônico de baixo custo e ecologicamente correto, é comumente utilizado nas indústrias alimentícia e cosmética (ZHANG et al., 2022; PRAH & YUN, 2018; LIEU & DANG, 2021; ZHANG et al., 2022), entretanto, quando a cera e/ou o surfactante são adicionados aos biopolímeros contendo material hidrofóbico, eles podem alterar as propriedades ópticas do material final (HASHIM et al., 2022). As propriedades ópticas são importantes devido ao impacto na escolha dos consumidores em relação aos produtos que são revestidos com esses bioplásticos, uma vez que o consumidor deseja ver o produto que está comprando. A adição desses compostos pode, por exemplo, aumentar a opacidade dos mesmos, alterar a cor ou tornar os filmes mais transparentes (MENEZES et al., 2021). Nessa perspectiva, o presente estudo buscou determinar a influência das adições de cera de abelha e de tween 80, em diferentes concentrações, nas propriedades ópticas de filmes de ágar.

Material e métodos

Materiais utilizados - Os materiais usados nesse estudo foram os seguintes: ágar-ágar (granulometria: Mesh 80, ponto de gelificação: 32-39°C, ponto de fusão: 85-95°C, Agargel Indústria e Comércio Ltda. – Brasil), água destilada, glicerol (Dosagem: mín. 99,5%, Cor (APHA): máx. 10, Vetec Química Fina Ltda. – Brasil), tween 80 (número de hidroxilas: 65-80, densidade (d 20°C/4°C): 1060- 1090, Vetec Química Fina Ltda. – Brasil), a cera de abelha foi fornecida por apicultores locais da cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte – Brasil. Preparo dos filmes - As concentrações de cera de abelha e do tween 80 nas misturas filmogênicas foram estabelecidas seguindo o planejamento experimental adotado. A concentração do plastificante (glicerol) foi fixada em 10% do teor de matéria seca (3%). Foi utilizado o método de casting para produzir os filmes. O béquer com a mistura água-ágar-glicerol foi colocado diretamente sobre um agitador magnético com aquecimento (Lucadema – Brasil) até atingir 95°C, ficando em agitação (200 rpm) por 15 minutos. Em seguida misturou-se o ágar com a cera e o tween 80 e a mistura foi retirada, depositada em uma placa de acrílico (15 cm × 15 cm) e seca a 45°C em estufa. Caracterização dos filmes - A cor dos filmes foi medida por um colorímetro portátil (CR-10, Konica Minolta Sensing, Inc. – Japão). Foram realizadas cinco medidas em cada filme e calculada a média dessas medidas. A variação total da cor (ΔE) do filme foi calculada da seguinte maneira: ∆E= √((∆L*)^2+〖(∆a*)〗^2+ 〖(∆b*)〗^2 ) .Onde ΔL*, Δa* e Δb* representam a diferença entre o padrão branco e o filme. Para a determinação da opacidade dos filmes foram cortadas três tiras (1 cm × 4 cm) de cada filme e colocadas no espectrofotômetro UV/Visível (UV-340G, Gehaka – Brasil). Logo após, foi realizado um escaneamento da absorbância na faixa de 200 - 750 nm, utilizando o ar como branco. A opacidade (mm-1) das amostras dos filmes foi calculada de acordo com a Equação: Opacidade= A_600/ε . Onde, A600 é o valor da absorbância a 600 nm e ε é o valor da espessura das amostras do filme (mm). A espessura de três amostras de cada um dos filmes foi medida usando um micrômetro digital (APB-2D, Mitutoyo Corporation – Japão) em 15 posições diferentes e foi calculada a média desses valores. Análise estatística - O estabelecimento das composições dos filmes para o presente estudo foi realizado segundo um planejamento central composto com dois fatores (X1 = % cera de abelha e X2 = % tween 80) e as propriedades ópticas dos filmes como variáveis de resposta (Yi). Os resultados experimentais para a solubilidade dos filmes de ágar produzidos foram ajustados a um modelo empírico polinomial quadrático do tipo: Y = b0 + b1X1 + b2X2 + b11X12 + b22X22 + b12X1X2, onde bij são os coeficientes do modelo. A análise de regressão e as superfícies de resposta foram realizadas com auxílio do programa Statística 13.2 (TIBCO Inc., USA), apenas para os modelos significativos, neste caso para a opacidade.

Resultado e discussão

A Tabela 1 mostra as composições em relação aos percentuais de cera e tween 80 e os valores das coordenadas de cor (a*, b* e L*), da espessura, da variação total de cor (ΔE) e da opacidade dos filmes obtidos experimentalmente durante o estudo. O a*, parâmetro que representa a coordenada vermelho (positivo)/verde (negativo), variou de +7,1 a +7,7, ou seja, não houve uma grande variação neste eixo, a variação de cor de a* quase não se alterou em comparação com o controle. No b*, que representa a coordenada amarelo (positivo)/azul (negativo), ocorreu a maior variação de valor – 10,6 a 18,1 – em relação ao controle, pela Tabela 1 percebemos que os filmes com menores quantidades de cera têm um valor de b* mais baixo e os com maiores quantidades de cera, têm o valor de b* mais alto, isso significa que a quantidade de cera influencia diretamente o filme ficar mais amarelado ou não. O L*, que representa a luminosidade, teve uma pequena variação – 77,8 a 80,2 – o que indica uma baixa interferência da cera neste parâmetro de cor. Também a variação total de cor ΔE sofreu pequenas alterações – entre 4,2 e 10,9. Comportamentos similares em L e ΔE foram observados em estudos de filmes de ágar incorporados com natamicina (WANG et al., 2022) e carboximetilcelulose (ABDOLLAHI, M. et al., 2019). A espessura dos filmes variou de 36,9 a 107,2 µm, essa variação é decorrente de fatores experimentais como eventuais desnivelamento das superfícies utilizadas para sustentação dos moldes, mas também de variações na densidade dos filmes em função da composição variável dos mesmos. A Figura 1 mostra o espectro de absorção UV/Vis numa faixa de comprimento de onda de 200 a 750 nm, para os filmes 5 (25% CA / 1% T), 6 (50% CA / 5,5% T), 7 (25% CA / 10% T), 8 (0% CA / 5,5% T) e controle (0% CA / 0% T). CA e T referem- se a cera de abelha e tween 80, respectivamente. Analisando-se os espectros mostrados na Figura 1 percebe-se que existem bandas de absorção na região do ultravioleta. As bandas de absorção representam a absorção da luz pelas moléculas que estão presentes nos filmes. A Figura 2 mostra fotos dos filmes distribuídas de acordo com o planejamento central composto. Para uma melhor ilustração de como eles se comportam as fotos foram realizadas sobre padrões brancos e pretos. Percebe-se que o principal fator que afeta a opacidade dos filmes é a concentração de cera de abelha, já que a Figura 3 mostrou que quanto maior a quantidade de cera de abelha, mais opaco é o filme – com confirmação visual através da Figura 2. A Figura 3 apresenta um gráfico com a superfície de resposta para a opacidade dos filmes como função das concentrações de cera de abelha e tween 80. Quanto à banda situada na região de 265 nm a 295 nm, todos os filmes possuem a existência dessa banda e percebemos que provavelmente tal banda é proveniente do ágar ou do glicerol. Foi visto também que com os valores mínimo e máximo de tween, o valor da absorbância da primeira banda é maior no filme 7 (25% CA / 10% T) do que no 5 (25% CA / 1% T), já na segunda banda, a absorbância do filme 5 é maior do que no filme 7. Em 600nm, comprimento de onda utilizado para a determinação da opacidade dos filmes, vemos que apesar da variação entre os valores de mínimo e máximo de concentração de tween empregados neste estudo (1 a 10%), o percentual de tween praticamente não altera o espalhamento de luz. Visualmente, isso foi demonstrado na Figura 2, já que o resultado visual dos filmes havia sido quase o mesmo. A Figura 3 mostra que a opacidade é potencializada tanto pelo aumento da concentração de cera quando também se aumenta a concentração de tween 80.







Conclusões

Os filmes à base de ágar com glicerol, cera de abelha e tween 80 foram desenvolvidos com sucesso de acordo com o planejamento composto central proposto. Vimos que a adição de cera e de tween 80 influencia diretamente no aumento da cor amarela dos filmes. A luminosidade tem uma variação baixa devido a adição da cera e do surfactante. Teve-se também a confirmação que a opacidade sofre influência direta da cera e do tween, porque quanto mais de ambos materiais é adicionado ao filme, mais opaco ele se torna. Pode-se concluir que a utilização de um tensoativo que não afete a cor dos filmes pode ser necessária. A adição de cera de abelha aos filmes de ágar pode comprometer sua utilização em embalagens onde se deseja que os produtos embalados fiquem visíveis ao consumidor.

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Federal Rural do Semi-Árido campus Mossoró/RN por fornecer os meios materiais para a execução do presente trabalho.

Referências

ABDOLLAHI, M. et al., Carboxymethyl cellulose-agar biocomposite film activated with summer savory essential oil as an antimicrobial agent, International Journal of Biological Macromolecules, v. 126, p. 561-568, 2019.

BARANWAL, J. et al., Biopolymer: A Sustainable Material for Food and Medical Applications. Polymers, 14, p. 983, 2022.

BARNES, D. K. A. et al., Accumulation and fragmentation of plastic debris in global environments. Philosophical Transactions of the Royal Society B. v. 364, p. 1985–1998, 2009.

BIXLER, H. J.; PORSE, H., A decade of change in the seaweed hydrocolloids industry. Journal of Applied Phycology, v. 23, p. 321–335, 2011.

DAVIDOVIĆ, S. et al., Antibacterial ability of immobilized silver nanoparticles in agar-agar films co-doped with magnesium ions, Carbohydrate Polymers, v. 224, 2019.

DORA, T.R.K.; GHOSH, S.; DAMODAR, R. Synthesis and evaluation of physical properties of Agar biopolymer film coating - an alternative for food packaging industry. Materials Research Express, 7 e095307, 2020.

GEYER, R.; JAMBECK, J. R.; LAW, K. L. Products, use, and fate of all plastics ever made. Science Advances, Washington, v. 3, n. 7, p. 1-5, jul., 2017.

HASHIM, S. B. H. et al., Intelligent colorimetric pH sensoring packaging films based on sugarcane wax/agar integrated with butterfly pea flower extract for optical tracking of shrimp freshness, Food Chemistry, v. 373, Part B, 2022.

JANG, S.A.; LIM, G.O.; SONG K.B., Use of nano-clay (Cloisite Na+) improves tensile strength and vapour permeability in agar rich red algae (Gelidium corneum) – gelatin composite films, International Journal of Food Science & Technology v. 45 (9), p. 1883–1888, 2010.

LEE, W-K. et al., Biosynthesis of agar in red seaweeds: A review, Carbohydrate Polymers, v. 164, p. 23-30, 2017.

LIEU, M. D.; DANG, T. K. T., Improvement of shelf-life of mangoes by chitosan coating enriched with cinnamon oil dissolved in Tween 80 combined with ethanol, Food Bioscience, v. 44, Part B, 2021.

MENEZES, F. L. G. et al., TiO2-enhanced chitosan/cassava starch biofilms for sustainable food packaging. Colloids And Surfaces A - Physicochemical and Engineering Aspects, v. 630, p. 127661, 2021.

MOSTAFAVI, F.S.; ZAEIM, D. Agar-based edible films for food packaging applications - A review. International Journal of Biological Macromolecules, v. 159, p. 1165–1176, 2020.

NIETO, M.B., Structure and function of polysaccharide gum-based edible films and coatings, Edible Films and Coatings for Food Applications, p. 57–112, 2009.

OLIVEIRA, V.R.L. et al., Use of biopolymeric coating hydrophobized with beeswax in post-harvest conservation of guavas. Food Chemistry, v. 259, p. 55-64, 2018.

PÉREZ-VERGARA, L. D. et al., Development and characterization of edible films based on native cassava starch, beeswax, and propolis, NFS Journal, v. 21, p. 39-49, 2020.

PRAH, B.; YUN, R., CO2 hydrate slurry for transportation in carbon capture and storage. Journal of Mechanical Science and Technology. v. 128, p. 653-661, 2018.

WANG, X. H. et al., Preparation and characterization of natamycin-incorporated agar film and its application on preservation of strawberries, Food Packaging and Shelf Life, v. 32, 2022.

ZHANG, F. et al., Effects of Tween 80 on clathrate and semiclathrate CO2 hydrates formation kinetics for carbon capture from rich-CO2 gas mixtures, Carbon Capture Science & Technology, 2022.

ZHANG, R. et al., Preparation and evaluation of agar/maltodextrin-beeswax emulsion films with various hydrophilic-lipophilic balance emulsifiers, Food Chemistry, v. 384, 2022.

ZHANG, X. et al., Fabrication of vitamin D3 nanoemulsions stabilized by Tween 80 and Span 80 as a composite surface-active surfactant: Characterization and stability, Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, v. 645, 2022.

Patrocinador Ouro

Conselho Federal de Química
ACS

Patrocinador Prata

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Patrocinador Bronze

LF Editorial
Elsevier
Royal Society of Chemistry
Elite Rio de Janeiro

Apoio

Federación Latinoamericana de Asociaciones Químicas Conselho Regional de Química 3ª Região (RJ) Instituto Federal Rio de Janeiro Colégio Pedro II Sociedade Brasileira de Química Olimpíada Nacional de Ciências Olimpíada Brasileira de Química Rio Convention & Visitors Bureau