• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Estudo da Utilização de Sólidos Porosos do Tipo Zeólitas

Autores

Martins, J.S. (UFMA) ; Lopes, P.H.S. (UFMA) ; Cutrim, E.S.M. (UFMA) ; Teixeira, M.M. (UFMA) ; Nuñez, A.E.R. (IFMA) ; Alcântara, A.C.S. (UFMA)

Resumo

Neste projeto foi realizado a síntese hidrotermal das zeólitas LTA e FAUJASITE, para posteriormente usá-las como nanocarreadores de fármacos. Para análise e caracterização dos materiais as técnicas empregadas foram, Difratometria de raios X (DRX), Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR). Foi observado na análise de DRX planos característicos das zeólitas, a partir dos dados encontrados, pode-se notar que a maior parte dos picos do padrão de difração dos materiais obtido coincide com o relatado na literatura para o material, ou seja, a fase majoritária são das zeólitas e para a análise de infravermelho fortes bandas características do material também trazem a confirmação da formação das zeólitas por meio de interações que as bandas mostram.

Palavras chaves

Sínteses ; Zeólitas; Carreadores

Introdução

Atualmente existem muitos estudos relacionados ao uso de argilominerais, nanocompósitos e materiais híbridos como carreadores. Nesse cenário os materiais zeolíticos, aluminossilicatos cristalinos com uma estrutura de rede tridimensional estendida construída por unidades tetraédricas TO 4 (T = Si, Al) (LOPEZ-OROZCO, S., et al.; 2011) que possuem poros e canais de dimensões moleculares que contribuem para suas propriedades em aplicações tradicionais de troca iônica, aumento das capacidades de adsorção, separação, estabilidade térmica, química e entre outros, possuem grande aplicabilidade, pois apresentam características importantes para o suporte, transporte, armazenamento e estabilidade, como por exemplo para fármacos. (Hernández; Arrieta et. Al; 2021).Uma das zeólitas que tem despertado interesse é a linde tipo A (LTA), ou comumente conhecida como zeólitas A, esta é sintetizada normalmente na forma sódica e apresenta uma relação Si/Al igual a 1. (iza, 2022). Uma outra zeólitas que possui propriedades interessante é a Faujasita NaX, a sua estrutura é formada por poliedros ou unidades de construção secundárias distintas. Assim, este trabalho visa o estudo da aplicação das zeólitas sintéticas LTA e Faujasita como ferramentas na melhoria tecnológica como carreadores. Podendo usar as particularidades desses materiais para liberação controlada de fármaco, para que ajam no local desejado, para minimizar efeitos nocivos, provocados devido a superdosagens e/ou ação do medicamento em regiões inadequadas do organismo de moléculas farmacologicamente ativas, estudando suas capacidades de adsorção, proteção e modificação, perfil de liberação in vitro do composto ativo, abrindo novas possibilidades e avanços no ramo dos nanomateriais porosos para o setor farmacêutico.

Material e métodos

A síntese da Zeólita LTA, deu-se mediante a via hidrotermal em meio básico primeiramente pelo preparo de uma solução de NaOH, baseadas nas proporções de 6,41 g de NaOH para 50,04 g de H 2 O. Separou-se a mesma em duas proporções iguais, onde na primeira parte da solução adicionou-se 3,162 g de Al(OH) 3 e na segunda adicionou-se de sílica natural SiO 2 2,23 g e as manteve por agitação. Então pegou-se a solução de Al(OH) 3 com NaOH e a adicionou-a sobre a de SiO 2 com NaOH e manteve-a por agitação. A solução formada, uma espécie de gel, é colocada em autoclaves de aço revestidos de teflon, e levados a estufa por 4 horas a 100°C. Após a etapa de cristalização o material obtido foi lavado com água destilada. Já para a FAU preparou-se as primeiras soluções baseadas nas proporções de 3,12 g de hidróxido de sódio (Merck, 99%) e dissolveu-se em 3,83 g de H2O. Em seguida, preparou-se a segunda solução, adicionou-se 0,78 g de hidróxido de alumínio (Al(OH)3, (Sigma-Aldrich 99% ), e acrescentou-se 7,76 g de H2O. Na solução resultante, preparou-se a terceira, acrescentou-se novamente 1,84 g de NaOH e 23,45 g de H2O, separadamente, foi preparada uma quarta solução contendo 2,4 g de SiO2 (Sigma-Aldrich, 99%), 23,45 g de H2O e 1,84 g de NaOH. Então, a quarta solução foi vertida na terceira solução sob agitação. O gel que criado foi dividido em autoclaves de aço inoxidável revestidas internamente por um vaso de teflon, sendo colocados em estufa pré-aquecida a uma temperatura de cristalização de 90 °C durante 8 h. Após a etapa de cristalização o material obtido foi filtrado com água destilada.

Resultado e discussão

Com a estrutura cúbica e grupo espacial Pm – 3 m (IZA-SC, 2007) a LTA tem um difratograma de DRX com picos nítidos o que monstra alta cristalinidade do material, além de linha com baixa radiação de fundo, que é característico de materiais amorfos. Comparativamente aos difratogramas relatados no banco de dados IZA-SC, obtém-se valores de 2θ e (hlk) de 10,1° (220), 12,4° (222), 17,6°(422), 21,6° (442), 33,3 °(842). Para a FAU pode-se observar a presença de picos significantes que são característicos desse material de estrutura cúbica e grupo espacial F d -3 m (Baur, H. Werner, 1964) para com as amostras em valores de 2θ e (hkl) de 6,1° (111), 10° (220), 11,81° (311), 15,5° (331), 23,5° (533), 26,8° (642), 31,2° (555). O difratograma do padrão de XRD na figura 3a mostra picos nítidos e intensos e a linha de baixa radiação de fundo, o que comprova uma alta cristalinidade para o material. Já para análise de infravermelho para LTA observa-se o espectro na posição 980 cm-1 e os espectros 698 cm-1, apontam a ocorrência de vibrações internas do aumento assimétrico e o simétrico, respectivamente, e a banda 565 cm-1 é a ligação TO externa por conta do anel duplo, enquanto a banda 468 cm-1 tem vibrações tetraédricas internas de Si – O e Al – O de sodalita mostrando certa flexão da estrutura da zeólita (Gougazeh & Buhl, 2014). Já para FAU, em 3500 cm-1 podem ser vibrações de alongamento e flexão do grupo hidroxila e água adsorvida na superfície da zeólita, já a banda 1647 cm-1 trata-se da deformação simétrica das moléculas da água na estrutura. A banda 987 cm-1 é atribuída a vibrações assimétricas dos tetraedros internos da zeólita, enquanto na banda 670 cm-1 é das vibrações simétricas do tipo o ←OTO→. Para as bandas em 753 cm-1 e 451 cm-1 são das ligações T – O.

Figura 1

Difratograma de raio- x para (a) Zeólita LTA e (b) Zeólita FAU NaX

Figura 2

Espectro de FTIR para (a) Zeólita LTA e (b) Zeólita FAU Nax

Conclusões

No trabalho foram obtidos resultados bem-sucedidos para as sínteses das zeólitas LTA e FAU. Na técnica de DRX pode-se observar uma alta cristalinidade das zeólitas indicadas por picos característicos dos materiais, além de planos de alta intensidade, mas com algumas impurezas, pode-se confirmar nas análises a produção das zeólitas, como os relatados na literatura. Já o infravermelho afirma a criação das zeólitas por apresentar bandas características. Assim os materiais obtidos mostram-se muito promissores para uma possível produção de um material híbrido e liberação controlada de farmaco.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES – Código de Financiamento 001, FAPEMA (POS-GRAD-02533/21), CNPq (401840/2021-2, 425730/2018-2, 315109/2021- 1) e a UFMA. J.S. Martins agradece à FAPEMA pela bolsa concedida.

Referências

Gougazeh, M. and Buhl, J.C. (2014) Synthesis and Characterization of Zeolite A by
Hydrothermal Transformation of Natural Jourdanian Kaolin. Journal of the
Association of Arab Universities for Basic and Applied Sciences, 15, 35-42
Hernández; Arrieta et. Al; Ciprofloxacin adsorption in zeolitic materials; Rev Cub Quim vol.33 no.1 Santiago de Cuba ene.-abr. 2021  Epub 10-Mar-2020
LOPEZ-OROZCO, S., et al. "Zeolitic Materials with Hierarchical Porous Structures". Advanced Materials. 2011, 23 (1), 2602-2615. ISSN: 1521-4095.
Reed, BT. Breck, zeólitos cristalinos DW. II. Estruturas cristalinas de zeólita sintética, tipo A J. Am. Química Soc. , 78 , 5972-5977 (1956)
Rigo, R. T., & Pergher, S. B. (2009). Um novo procedimento de síntese da zeólita A empregando argilas naturais. Químiva Nova, 21-25.
The Synthesis Commission; disponível em: http://www.iza-
online.org/synthesis/default.htm. Acesso em: 05 de set. de 2022

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