• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CERVEJAS ARTESANAIS ESTILO IPA COM ADIÇÃO DE FEIJÃO VERDE MALTEADO E MESOCARPO DE BABAÇU

Autores

Ano, J.D.A. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Vieira, J.S.C. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Cavalcante, D.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Pereira, A.R. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Rodrigues, M.R.M. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Castro, W.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Reis, H.C. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Cesário, V.M. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Santos, J.C.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Moraes, D.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

O Brasil é o terceiro maior consumidor mundial de cerveja. O objetivo deste trabalho foi produzir cervejas artesanais de alta fermentação, estilo IPA, contendo os adjuntos, feijão malteado e mesocarpo de babaçu. As cervejas obtidas foram submetidas à caracterização físico-química e microbiológica. Os grãos de feijão e de mesocarpo contribuíram na elevação do extrato primitivo e do grau alcoólico. As cervejas foram classificadas como: claras e escuras; amarga e muito amargas. Os resultados microbiológicos apontaram ausência de bolores, presença de leveduras e bactérias mesófilas. O município de Zé Doca-MA tem potencial para produção de cervejas artesanais utilizando-se matérias-primas de baixo custo e capazes de gerar um produto final de qualidade e de boa aceitação.

Palavras chaves

Produção artesanal; Cerveja; Inovação

Introdução

A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no mundo. Ela está presente na alimentação humana, tem enorme aceitação popular em face de suas características sensoriais, do seu alto valor nutritivo e da grande variedade de tipos encontrados no mercador (PINTO et al. 2015). O consumo moderado da cerveja faz parte de um estilo de vida saudável. A ingestão de duas doses diárias não causa aumento abdominal. Os carboidratos constituintes dessa bebida são provenientes de seus cereais e contribuem para se atingir a dose diária de energia, sem prejudicar a saúde. A cerveja favorece o equilíbrio gastrointestinal, evita o surgimento de cálculos renais e aumenta o colesterol bom (HDL), devido os probióticos inseridos no decurso do seu processamento (CERVABRASIL, 2017). A cerveja é definida como uma bebida alcoólica produzida a partir de cevada, água, lúpulo e levedura. Os grãos de cevada passam pelo processo de malteação, a fim de produzir as enzimas diastásicas, responsáveis pela conversão do amido em açúcar. Nessas condições, o grão de cevada passa a ser chamado de malte (SANTOS e DINHAM, 2017; DUARTE, 2015). As cervejas artesanais são oriundas de microcervejarias, se caracterizam pela produção em pequena escala e por serem fabricadas com ingredientes especiais. Os produtos gerados por essas microcervejarias são denominados de “cerveja premium” e visam a atender consumidores que buscam bebidas diferenciadas (SEBRAE, 2017). A diferença entre as cervejas artesanais e as cervejas industriais consiste na seleção dos ingredientes e não nas etapas de produção. A fabricação da cerveja artesanal consiste na escolha do estilo da bebida, pela elaboração da formulação, que seleciona os componentes a serem utilizados para então moer o malte, adicionar água, clarificar o mosto cervejeiro, medir a densidade, ferver, ativar o fermento, resfriar o mosto, fermentar, maturar e envasar. Todas essas etapas são importantes e influenciam na qualidade final do produto (ROSA e AFONSO, 2015). A legislação brasileira permite que parte da cevada malteada seja substituída por adjuntos malteados ou não. Tais adjuntos podem contribuir como fonte alternativa de substrato de baixo custo, em comparação com a cevada malteada, além de proporcionar à cerveja características visuais e peculiares devido a fonte que lhe provém. Os fabricantes de cerveja priorizam a qualidade dos ingredientes e investem em insumos locais, promovendo a identidade do produto final e fortalecem a região onde estão instalados (VENTURINI FILHO, 2010). Esse fato justifica, em parte, a escolha deste tema para o presente estudo e a elaboração de um produto com matéria-prima local. Sendo assim, nesta pesquisa pretendeu-se criar uma cerveja artesanal do tipo Pale Ale, estilo IPA, cuja formulação contivesse grãos de feijão malteados e mesocarpo de coco babaçu, como adjuntos, visando à redução de custos do processo, bem como a incorporação de cor, sabor e aroma diferenciados ao produto. Nesse intuito, levantou-se o seguinte problema: é possível produzir uma cerveja artesanal com matéria-prima típica do município de Zé Doca (MA)? Diante dessa questão original, levantou-se a seguinte hipótese: a produção de uma cerveja artesanal com matéria-prima tipicamente zedoquense é possível a partir da substituição de parte da cevada por outros produtos ricos em amido e presentes na produção agrícola de Zé Doca. Os produtos escolhidos foram feijão verde e o mesocarpo de babaçu e de forma particular, são fartamente encontrados no município de Zé Doca. Este trabalho teve como objetivo geral desenvolver tecnologia de processamento de cervejas artesanais do tipo Pale Ale, estilo IPA. O local da pesquisa foi o município de Zé Doca (MA), devido a presença do laboratório de Alimentos do Campus do IFMA, ali localizado e a escolha do tema justifica-se em função da produção de cerveja artesanal ser acessível do ponto de vista da produção e, ao mesmo tempo, ter alto potencial para geração de divisas para o município, como vem acontecendo em outras regiões do estado e mesmo do país, posto que a cerveja é um produto amplamente consumido, ou seja, é um potencial gerador de renda e, por esse motivo, está inserido na matriz econômica do Brasil, que é hoje o 3º maior produtor de cerveja no mundo. Portanto, pode-se afirmar que esta pesquisa tem possibilidades de trazer contribuições à comunidade acadêmica e à sociedade em geral, já que se compromete com a produção de um tipo de cerveja, cuja matéria-prima pode ser facilmente encontrada na região de Zé Doca, onde a pesquisa foi realizada. Poderá ainda, servir de base para pesquisas futuras na área de produção de cervejas artesanais, com utilização de outras matérias-primas locais, o que poderá contribuir para atrair investimentos, geração de empregos e, portanto, crescimento para a economia local, resultando em melhoria da qualidade de vida dos moradores do referido município.

Material e métodos

Produziu-se quatro cervejas artesanais adicionadas de grãos malteados de feijão verde e mesocarpo de babaçu, são elas: Estela de Hamurabi (100% de Malte); Malted Beans (95% de Malte, e 5% de feijão malteado); Especiosa Beer (95% de Malte e 5% de Mesocarpo de babaçu); Pururuka Beer (90% de Malte, 5% de Feijão malteado e 5% de Mesocarpo de babaçu). Os grãos de feijão selecionados manualmente foram lavados com água corrente e imersos em água, contendo 5% de agente bactericida. Em seguida, lavados com água corrente e mantidos a 25°C até total germinação. Foram secos em estufa durante 3 horas, a 50°C. Os grãos limpos e sem radículas foram moídos, armazenados e disponibilizados para a fabricação das cervejas. O mesocarpo foi extraído dos cocos de babaçu (Orbignya speciosa), triturados e peneirados abaixo de 0,12 mm. Submeteu-se os maltes ao processo de mosturação a 64°C durante 45 min na panela 1. Manteve-se à temperatura de 72°C por 15 min. Elevou-se a temperatura para 78°C, mantida por 10 min. Na clarificação, abriu-se lentamente a torneira da panela 1, passou-se o mosto para uma jarra, e despejou-se lentamente sobre a camada de grãos. Aqueceu-se a água de percolação a 78 °C. Transferiu-se o mosto para a panela de fervura (panela 2) onde iniciou-se à lavagem do bagaço com a água de percolação por cima dos grãos de malte contidos na panela 1. Aqueceu-se o mosto até a fervura, durante 70 min. Adicionou-se 10 g de Target e 15 g de Fuggle. Resfriou-se até 30 °C, e transferiu-se para a panela 3 (fermentação). Mediu-se a densidade inicial. Transferiu-se o mosto para o balde de fermentação. Adicionou-se 7g do fermento S-04 para a ativação dos bacilos. Concluída a fermentação, mediu-se a densidade final. A cerveja “verde” foi maturada no balde de envase sob refrigeração, a 3°C. As garrafas envasadas foram mantidas na posição vertical à temperatura ambiente. As análises físico-químicas foram realizadas em termos de extrato primitivo, pH, acidez total, teor alcoólico, densidade, turbidez, cor, amargor, aroma, sabor e aspecto, conforme recomenda o Instituto Adolf Lutz (2008). As análises microbiológicas foram realizadas em termos de contagem de bactérias mesófilas, a 30°C, contagem de coliformes totais e termotolerantes e enumeração de bolores e levedura. Após análises microbiológicas, as quais confirmaram que as cervejas artesanais estavam aptas para consumo humano, realizou-se os testes de análise sensorial, composto por 55 degustadores do Curso de Tecnologia de Alimentos, no Laboratório de Tecnologia de Alimentos do IFMA – Campus Zé Doca. As amostras foram avaliadas em escala hedônica de 9 pontos em relação à cor, aroma, sabor, impressão global, amargor e transparência, assim como a intenção de compra de cada amostra. Os resultados foram avaliados com a utilização do método de análise de variância (ANOVA), por meio de procedimentos do Programa Paleontological Statistics (PAST) versão 3.21, e do Microsoft Excel.

Resultado e discussão

O percentual de extrato primitivo revelado para as cervejas Malted Beans foi 17.87%, a Speciosa Beer igual a 11,21%, a cerveja Pururuka Beer revelou EP = 12,0% e a Estela de Hamurabi EP = 6,70%. Tais cervejas foram classificadas como forte, comum, extra e cerveja leve, conforme especifica a IN nº 54/2001 – MAPA. O teor alcoólico das cervejas analisadas variou de 5,10 - 6,60% a 20°C. De acordo com a CP nº 69/2010-ANVISA e com a IN nº 54/2001-MAPA, são cervejas de alto teor alcoólico. Os grãos de feijão verde malteados e mesocarpo de babaçu exerceram forte influência no aumento de extrato primitivo e consequentemente no aumento do teor alcoólico. Quanto à cor, a Hamurabi apresentou EBC = 4,07 e a Speciosa Beer revelou EBC = 3,45, e foram classificadas como cervejas claras. Por outro lado, as cervejas Malted Beans, apresentou EBC = 48,37 e a Pururuka Beer, com EBC = 20,33, foram classificadas como escuras. As cervejas produzidas são do estilo IPA, caracterizadas pelo seu amargo intenso. Seus idealizadores, os indianos, visando a obter uma cerveja com maior resistência em face de suas longas viagens pelo deserto acabaram por adicionar lúpulo com alto teor de alfa-ácidos. Daí esse estilo seja denominado de IPA (Indian Pale Ale). Sua cor estimada foi dourada ao âmbar, intensidade de amargor variando de 15 – 25 International Bitterness Unitsscale (IBU) e teor alcoólico na faixa de 5 – 7,5%. Os resultados revelados para este padrão de qualidade indicaram que a Estela de Hamurabi apresentou amargor de 22,0 IBU, a Speciosa Beer com IBU = 20, Pururuka Beer com IBU = 18 e Malted Beans com IBU = 17, segundo Ottenbrau, as cervejas estudadas foram classificadas como Amarga (Malted Beans) e muito amarga (Estela de Hamurabi, Speciosa Beer e Pururuka Beer), apresentaram cor variando do amarelo dourado, passando pelo cobre luz até o castanho escuro, característico de cervejas estilo Indian Pale Ale (IPA). O pH ideal da cerveja engarrafada, segundo a CP nº 69/2010 – ANVISA, reside na faixa de 4,0 – 4,2.A. Somente a cerveja Malted Beans apresentou pH=5,0 devido ser constituída de grãos de feijão verde, cujas enzimas contidas nos grãos elevaram o referido pH. As demais cervejas revelaram pH=4 atendendo dessa forma as especificações da ANVISA (2010). Os resultados microbiológicos identificaram a ausência de bolores e presença de leveduras. Os coliformes totais permaneceram dentro das especificações da ANVISA. Também foi revelada a presença de bactérias mesófilas. O limite máximo para a contagem de bactérias mesófilas para a cerveja é de < 3000 UFC/mL (ANVISA, 2010). Os valores encontrados para as quatro formulações de cervejas artesanais fabricadas ao longo deste trabalho encontram-se acima dos valores máximos permitidos pela Legislação. No entanto, é comum a presença de microorganismos em cervejas artesanais, uma vez que as mesmas, em geral não são submetidas ao processo de pasteurização, justificando-se assim, a presença de bactérias mesófilas nas cervejas artesanais produzidas. Carneiro (2008), afirma que para a obtenção de cervejas artesanais livres de resíduos de leveduras, bactérias mesófilas e coliformes, deve-se submetê-las a tratamentos como filtração e pasteurização, pois no decurso de envase da cerveja artesanal é comum ocorrer contaminação com microrganismos. Os processos de filtração e de pasteurização são de extrema importância, visto que tais microrganismos podem ser de origem patogênica e prejudiciais quer para as características organolepticas da cerveja, quer para a saúde do consumidor. Nesse sentido, pode-se inferir que as cervejas artesanais produzidas atenderam os parâmetros microbiológicos e, portanto, próprias para o consumo. No decurso da análise sensorial, os avaliadores atribuíram notas de 1 a 9 no teste de escala hedônica para os atributos cor, aroma, sabor, transparência, amargor e impressão global. Os resultados foram analisados inicialmente através de análise de variância (ANOVA One-way), com o auxílio do programa estatístico PAST (Paleontological Statistics). Os resultados demostram que ocorreu variância (ANOVA One-way) para todos os atributos. Como os resultados da análise de variância pela técnica one-way indicou uma diferença significativa na distribuição dos atributos, porém, não indicou entre quais as cervejas analisadas ocorreu a diferença significativa. Para tal, recorreu-se ao teste de comparações múltiplas, denominado Teste de Tukey. Os resultados médios revelados para cada atributo analisado são mostrados na Tabela 1. Para o atributo impressão global, as cervejas EH e SP receberam maior percentual de aceitação quando comparadas com as cervejas MB e PK. A cerveja EH diferencia- se significativamente da cerveja MB e PK, ao nível de variância a 5%. MB diferenciou-se de SP e PK. Quanto à cor, as cervejas EH, SP e PK foram mais aceitas pelos degustadores. As cervejas EH, SP e PK não apresentaram diferença significativa entre si. Ocorreu uma variância significativa quando as mesmas foram comparadas com o mesmo atributo da cerveja MB. Quanto ao atributo Aroma, as cervejas EH, SP e PK, foram mais bem avaliadas pelos degustadores do que a cerveja MB. Enquanto as formulações EH, SP e PK não diferiram significativamente entre si, por outro lado, a cerveja MB diferenciou- se significativamente ao nível de variância de 5% das demais cervejas artesanais. No tocante ao atributo sabor, observa-se na Tabela 11 que a cerveja EH, puro malte, recebeu maior aceitação em relação as demais cervejas. Ela diferenciou-se significativamente das cervejas MB e PK, as quais são constituídas quimicamente de matérias-primas inovadoras como feijão malteado e mesocarpo de babaçu. Observou-se ainda, que a cerveja MB diferenciou-se significativamente da formulação SP. Em relação ao atributo transparência, observa-se que as cervejas EH e SP não apresentaram diferença significativa entre si e foram as mais bem avaliadas quando comparadas às cervejas MB e PK. A cerveja MB apresentou diferença significativa em relação as cervejas EH, SP e PK. Por outro lado, a cerveja SP apresentou diferença significativamente em relação a cerveja PK. As cervejas artesanais, EH e SP, receberam maior aceitação em relação ao atributo amargor. A cerveja EH não se diferenciou significativamente em relação a cerveja SP, entretanto apresentou diferença entre as cervejas MB e PK. Por outro lado, a cerveja MB apresentou diferença significativa em relação à SP. Finalmente, SP diferenciou-se significativamente de PK. Ao comparar-se os resultados obtidos para os testes de aceitabilidade e de escala hedônica revelados para as cervejas artesanais EH, MB, SP e PK observou- se que entre os seis atributos analisados pelos degustadores (transparência, aroma, cor, amargor, sabor e impressão global) existiu uma relação condizente. Por exemplo, a cerveja de referência, EH (puro malte), teve 72% de aceitação na preferência dos degustadores, dos seis atributos analisados teve maior aceitação em 4 e para os demais ficou na segunda colocação. Já a cerveja SP contendo mesocarpo de babaçu em sua composição química, foi a segunda mais bem aceita entre os degustadores com 70%. Por outro lado, para os atributos transparência e cor revelou as melhores notas e para os demais atributos ficou com a segunda melhor nota. A cerveja PK contendo feijão verde malteado e mesocarpo de babaçu atingiu 61% da preferência dos degustadores. Para os atributos analisados ficou em 3º lugar da preferência dos mesmos. A cerveja MB contendo feijão verde malteado em sua composição química apresentou 51% de preferência e permaneceu em 4º lugar em relação aos atributos analisados. Os resultados revelados nos levaram a inferir que a ordem de preferência das cervejas contendo matérias-primas encontradas no município de Zé Doca – MA, propósito deste trabalho, consistiu-se da seguinte escala crescente de preferência: SP > PK > MB

Figura 1

Sistema Triple Pan

Tabela 1

Médias obtidas para os atributos das cervejas na análise sensorial

Conclusões

Os aditivos, grão de feijão verde malteado e mesocarpo de babaçu contribuíram significativamente para a elevação do extrato primitivo e do grau alcoólico que variou entre 5,10-6,6%. De acordo com a CP nº 69/2010-ANVISA e a IN nº 54/2001- MAPA foram classificadas como cervejas com alto teor alcoólico. Em relação à cor, as cervejas Estela de Hamurabi e Speciosa Beer apresentaram EBC < 20 foram denominadas de cervejas claras. Já Malted Beans e Pururuka Beer revelaram EBC > 20 e foram classificadas como escuras. No tocante ao parâmetro amargor, a Malted Beans recebeu a denominação de cerveja amarga. Estela de Hamurabi, Speciosa Beer e Pururuka Beer foram consideradas como muito amargas. Considerando-se que são cervejas do estilo IPA, os resultados são condizentes com o referido estilo. Os resultados microbiológicos apontaram ausência de bolores e presença de leveduras e bactérias mesófilas. Os coliformes totais permaneceram dentro das especificações da ANVISA. Leveduras já eram esperadas, em geral, as cervejas artesanais não são submetidas aos processos de filtração e pasteurização. Não existe na literatura evidências que bactérias mesófilas apresentem riscos eminentes à saúde humana. Em relação aos resultados obtidos no decurso das análises sensoriais e estatísticos, entre as cervejas as artesanais contendo aditivos encontrados no município de Zé Doca – MA, a que revelou maior padrão de qualidade na visão dos degustadores foi a Speciosa Beer com 70% de aceitação. A escala decrescente de preferência constituiu de: Speciosa Beer > Pururuka Beer > Malted Beans. As variações identificadas em relação a alguns parâmetros de qualidade foram justificadas com base no estilo das cervejas e na rota do processo de obtenção empregada. Entretanto, é necessário a realização de estudo mais aprofundado visando a compreender os fatores que interferem na qualidade das cervejas e, dessa forma, implementar melhorias para a elevação do grau de aceitação desse insumo.

Agradecimentos

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA); Grupo de Pesquisas em Análises Químicas Sustentáveis (GPAQS).

Referências

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