• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA MASSA ESPECÍFICA DE TUCUPI

Autores

Pantoja Gomes, C.D. (UFPA) ; Borges Lima, C.H. (UFPA) ; de Souza Martins, V.C. (UFPA) ; Sousa Santa Brígida, P. (UFPA) ; Souza da Silva, B. (UFPA) ; da Silva Carneiro, A. (UFPA) ; Siqueira Pantoja, S. (UFPA) ; Magno Rocha, R. (LACEN-PA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)

Resumo

A culinária encontrada na região amazônica é muito diversa devido a grande quantidade de produtos que a flora apresenta, sendo assim, a utilização de produtos de origem vegetal está fortemente ligada ao consumo diário da população. Um destes produtos, que se origina de uma espécie vegetal, é o tucupi, um caldo amarelado muito utilizado na produção de pratos típicos da região, como o tacacá e o pato no tucupi. O objetivo do presente trabalho foi determinar a massa específica do tucupi produzido em Belém-Pará, em diferentes temperaturas (10, 20, 30, 40 e 50 °C), e propor um modelo matemático para predição desta propriedade. Diante das análises, foi possível obter uma equação que correlaciona à massa específica em função da temperatura, entre 10 e 50° C.

Palavras chaves

Amazônia; Reologia; Comida típica

Introdução

O tucupi é um líquido extraído da mandioca brava, sendo amplamente consumido na Região Norte, com grande destaque para o estado do Pará, onde é muito utilizado na culinária regional para o preparo de molhos, condimentos e caldos (CHISTÉ; COHEN; OLIVEIRA, 2007). Os conhecimentos físico-químicos têm como foco os componentes que constituem determinadas substâncias, para assim estabelecer parâmetros de qualificação, o que garante que produto comercializado esteja de acordo com os padrões legais (PARRON et al., 2011). Diante disso, este trabalho teve como objetivo determinar a massa específica do tucupi comercializado em Belém. em cinco diferentes temperaturas, e propor um modelo matemático específico para previsão desta propriedade neste ingrediente, de acordo com a temperatura.

Material e métodos

As amostras de tucupi, em um total de três, foram adquiridos em Belém do Pará e suas proximidades, sendo levadas ao Laboratório de Física Aplicada à Farmácia (LAFFA), da Faculdade de Farmácia da UFPA para a execução das análises, que foram todas processadas em triplicata. Para a construção das curvas e cálculos subsequentes foi utilizada a média aritmética dos valores obtidos nos três experimentos. A massa específica (ρ) do tucupi foi determinada com o auxílio de picnômetros de 10 mL, nas temperaturas de 10, 20, 30, 40 e 50º C, onde os picnômetros foram previamente calibrados (BRASIL, 2010). As temperaturas foram obtidas se levando o tucupi ao refrigerador (10º C), se mantendo a temperatura ambiente (20º C) e se aquecendo com uma chapa aquecedora (30, 40 e 50º C), onde a temperatura foi aferida com auxílio de termômetros. A massa especifica foi obtida através da equação ρ = m/v, em que, ρ é a massa específica do produto (kg/m3); v é o volume do picnômetro (m3) e m é a massa do produto (kg). Os modelos matemáticos para a relação entre variação da massa específica e variação de temperatura foram encontrados via utilização do programa Excel, tendo sido utilizadas as médias dos resultados das três medidas (replicatas).

Resultado e discussão

A Tabela 1 apresenta os valores experimentais da massa específica (ρ ) do tucupi em relação às cinco diferentes temperaturas (T). Diante desses valores, percebeu- se a diminuição da massa específica com o aumento da temperatura. Tal comportamento é muito semelhante a diversos estudos de mesma natureza como De Oliveira et al. (2020), que estudou correlações matemática da massa específica da polpa de caju em diferentes temperaturas, e Guedes et al. (2010), estudando o comportamento da polpa de melancia em diferentes temperaturas (10, 20, 30, 40, 50 e 60 °C). Essa diminuição da massa específica ocorre devido ao fato de que o aumento da temperatura leva a um aumento do volume do líquido, no caso, o tucupi, por efeito de dilatação, assim a relação entre a massa e o volume diminui. A Tabela 2 apresenta as expressões matemáticas utilizadas para descrever a relação massa específica (ρ) × temperatura (T) e seus coeficientes de determinação, onde o modelo polinomial com cinco termos (4º grau) foi o que melhor se ajustou, visto que apresentou um coeficiente de determinação (R2) igual a 1,00. OS demais modelos também se mostraram bons, pois apresentaram um R2 superior a 95 %.

Tabela 1. Valores médios de massa específica do tucupi em função da te



Tabela 2. Constantes dos modelos e R2



Conclusões

A partir das análises é notório que a temperatura influencia na massa específica do tucupi, diminuindo a mesma com o aumento da temperatura. A partir de uma análise matemática, foi possível obter uma um modelo que relaciona essas duas propriedades, sendo este modelo uma equação polinomial de cinco termos (4° grau). Diante desse modelo é possível calcular a densidade do tucupi entre as temperaturas de 10 e 50° C com segurança, visto que a equação apresenta um coeficiente de determinação aproximadamente de 1,00

Agradecimentos



Referências

BRASIL. Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. São Paulo, V. 2, 2010.

CHISTÉ, R. C.; COHEN, K. O.; OLIVEIRA, S. S. Estudo das propriedades físico-químicas do tucupi. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 27, n. 3, p. 437-440, 2007.

DE OLIVEIRA, R. G. M. et al. Correlação matemática da massa específica da polpa de caju em diferentes temperaturas e concentrações. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 5, p. 27844-27849, 2020.

GUEDES, D. B.; RAMOS, A. M.; DINIZ, M. D. M. S. Efeito da temperatura e da concentração nas propriedades físicas da polpa de melancia. Brazilian Journal Food Technology, v. 13, n. 4, p. 279-285, 2010

PARRON, L. M.; MUNIZ, H. de F.; PEREIRA, C. M. Manual de procedimentos de amostragem e análise físico-química de água. 2011.

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