• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Extração e quantificação de antocianinas presentes na sépala de Hibiscus sabdariffa L por espectrofotometria UV-vis.

Autores

do Nascimento Rocha, C. (IFMA) ; Guimaraes Santos, E. (IFMA) ; Oliveira Barbosa, B. (IFMA) ; de Almeida Sousa, R. (IFMA) ; da Silva Lopes, J. (IFMA) ; Rabelo de Oliveira Torres, L. (IFMA) ; de Souza Pereira, F.M. (IFMA) ; Veras Rodrigues, W. (IFMA) ; da Silva Almeida, K. (IFMA) ; Morais Rodrigues, B.L. (IFMA)

Resumo

A pesquisa teve como objetivo quantificar as antocianinas presentes na sépala da Hibiscus sabdariffa L, utilizando o método espectrofotométrico proposto pela (AOAC 1995). Observou-se que para (1mg/100g) a mesma possui uma média de 8,071mg/100g. O extrato da Hibiscu apresentou uma quantidade significativa de antocianina quando comparado com outros resultados já demonstrados na literatura.

Palavras chaves

Hibiscus sabdariffa L; Antocianinas; Quantificação

Introdução

As Hibiscus sabdariffa L pertence ao gênero Hibiscus da família Malvaceae e é uma das plantas herbáceas mais utilizadas em todo o mundo (Ojokoh, 2010).Nos estudos com a flor, têm se observado a presença de compostos fenólicos, ácidos orgânicos que resumem-se principalmente em antocianinas e compostos glicosilados que atualmente considera-se constituintes biologicamente ativos (ALI, 2005). Dentre estes o mais presente na H. sabdariffa são as antocianinas que, normalmente são instáveis e dificilmente existem de forma isolada em condições normais, são constantemente geradas por ligações glicosídicas como os açúcares (ZHAO et al, 2021). Suas variedades são justificadas pelas diferentes posições nas ligações glicosídicas, tipo e número de açúcares, hidroxilas e ácidos aromáticos (YUE et al, 2021). Elas também realizam um papel importante na indústria farmacêutica, nutracêutica e indústrias de corantes, aromatizantes e conservantes de alimentos (ALAPPAT, 2020). As mesmas exibem uma farta gama de benefícios à saúde, as quais tornaram-se conhecidas por diminuir o avanço de diferentes doenças crônicas (YAMUANGMORN et al, 2021). Inúmeros pesquisadores provaram que as antocianinas têm resultados terapêuticos em algumas doenças dos sistemas circulatórios, tornando uma pesquisa de alto valor no qual efeito anti-doença e o mecanismo de antocianinas são diversos (LIU et al, 2021) Nessa perspectiva, o projeto tem como objetivo extrair e quantificar antocianinas presentes na flor de H. sabdariffa L.

Material e métodos

As flores de vinagreira (Hibiscus sabdariffa L) foram colhidas no mês de Junho na fazenda escola do Instituto Federal do Maranhão, após a colheita retirou-se as sépalas e assim colocados para secagem por 48 horas em estufa com circulação e renovação de ar (SOLAB®, modelo Sr-102) para desidratá-las. As sépalas de hibisco foram trituradas em liquidificador passada em Peneira Granulométrica ABERT. em 2 mm/μm (Mesh Tyler) e posteriormente adicionadas em sacos plásticos escuros com seus respectivos tamanhos de grãos e colocadas em dessecador por 2 horas e logo após colocadas em freezer a -18 °C. Utilizou-se como solvente extrator uma solução etanólica acidificada, 95 mL de etanol absoluto e 5 mL de HCl 1,5 N, utilizando uma proporção 1:10 de amostra: solvente extrator. O vegetal foi homogeneizado em liquidificador com a solução etanólica por três minutos. Após esse processo a solução foi filtrada em funil de Buchner com papel filtro Whatman nº 1 e com auxílio de bomba a vácuo (Prismatec modelo 132). As leituras foram realizadas no espectrofotômetro AGILENT TECHNOLOGIE CARY 60 UV- VIS, contra o branco solução etanólica acidificada (ALVES et al., 2007). A solução foi diluída adequadamente com proporção extrato concentrado e solução etanólica acidificada 1:9 (mL/mL) para que a absorbância máxima não exceda a 1,0 em triplicata. A quantidade de antocianinas totais foi calculada pela equação e o resultado será expresso em mg de antocianinas por 100 mL de amostra. C(mg/100mL) =Aλmax/ E1%1cm

Resultado e discussão

As antocianinas apresentam um valor mais alto de absorbância na região entre os comprimentos de onda de 465 a 550 nm (BOBBIO; BOBBIO, 1992 apud LOPES, 2002). Por meio dos picos obtidos referente ao extrato analisado em triplicata, pode-se observar a presença de antocianinas em comprimento de onda máximo de 543 nm com absorbância de 0,667 com pH 1,5 do extrato obtido. Em meio ácido, as antocianinas encontram-se predominantemente na forma de cátion flavilium, o qual apresenta coloração vermelha em solução aquosa (REVILLA et al. 1998). Ao analisar a absorbância referente ao extrato e obter o resultado com base em comprimento de onda máximo mostrado na Figura 1, utilizaram-se a partir da concentração padrão 0,679 mg/mL as concentrações mg/mL (0,001; 0,002; 0,003; 0,004; 0,005; 0,006) para análise de curva de calibração mostrada na Figura 2, na qual obteve-se um R2 = 0,99808. Os resultados foram expressos em média, desvio padrão e coeficiente da reta mostrados na Tabela 1, mediante a triplicata, onde enfatiza-se que o presente estudo obteve-se êxito nas análises. Da Silva Lima (2020) utilizou as médias dos teores de antocianinas pelo ensaio convencional de cubetas, de acordo com sua análise a Hibiscus rosa sinensis L apresentou uma média de 849,4. Comparado ao resultado apresentado no presente estudo o autor obteve uma quantidade significativa. No entanto, a metodologia abordada pelo mesmo foi diferente, na qual o solvente extrator utilizado é etanol 95% e o volume de solução 50mL.

Figura 1: Espectros de absorção UV-Vis do extrato da Hibiscus sabdari

Figura 1: Espectros de absorção UV-Vis do extrato da Hibiscus sabdariffa L em triplicata.

Figura 2: Curva de calibração do extrato de Hibiscus sabdariffa L em

Figura 2: Curva de calibração do extrato de Hibiscus sabdariffa L em diferentes concentrações

Conclusões

Os resultados obtidos no experimento via espectrofotometria com o extrato de H. sabdariffa L apresentou quantidade significativa de antocianinas presente na sépala da mesma.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão-IFMA, campus Caxias, pelo apoio financeiro concedido à pesquisa. A minha orientadora e colaboradores.

Referências

ALAPPAT, Bindhu; ALAPPAT, Jayaraj. Anthocyanin pigments: Beyond aesthetics. Molecules, v. 25, n. 23, p. 5500, 2020.

ALI, Badreldin H.; WABEL, Naser Al; BLUNDEN, Gerald. Phytochemical, pharmacological and toxicological aspects of Hibiscus sabdariffa L.: a review. Phytotherapy Research: An International Journal Devoted to Pharmacological and Toxicological Evaluation of Natural Product Derivatives, v. 19, n. 5, p. 369-375, 2005.

ALVES, Luis Wagner Rodrigues et al. Caracterização e quantificação de Benzoxazolinona (BOA) em extratos de plantas de milho (Zea mays L. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 29, n. 3, p. 303-308, 2007.

BOBBIO, Florinda O. et al. Identificação e quantificação das antocianinas do fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea) Mart. Food Science and Technology, v. 20, p. 388-390, 2000.

DA SILVA LIMA¹, Luciano et al. Ensaio miniaturizado para a quantificação simultânea de antocianinas em flores de Hibiscus. AGROPECUÁRIA CIENTÍFICA NO SEMIÁRIDO, v. 16, n. 2, p. 102-106, 2020.

LOPES, Toni Jefferson et al. Adsorção de antocianinas do repolho roxo em argilas. 2002.

LIU, Jiaqi et al. Anthocyanins: Promising natural products with diverse pharmacological activities. Molecules, v. 26, n. 13, p. 3807, 2021.

OJOKOH, A. O. Fermentation studies on roselle (Hibiscus sabdariffa) calyx neutralized with trona (sodium sesquicarbonate) at different concentrations. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v. 26, n. 12, p. 2257-2261, 2010.

REVILLA, Eugenio; RYAN, José-María; MARTÍN-ORTEGA, Guillermo. Comparison of several procedures used for the extraction of anthocyanins from red grapes. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 46, n. 11, p. 4592-4597, 1998.

YAMUANGMORN, Supapohn; PROM-U-THAI, Chanakan. The potential of high-anthocyanin purple rice as a functional ingredient in human health. Antioxidants, v. 10, n. 6, p. 833, 2021.

YUE, Xiao-feng et al. Anthocyanin and phenolic acids contents influence the color stability and antioxidant capacity of wine treated with mannoprotein. Frontiers in Nutrition, v. 8, p. 691784, 2021.

ZHAO, Yu-Wen et al. Anthocyanin stability and degradation in plants. Plant Signaling & Behavior, v. 16, n. 12, p. 1987767, 2021.


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