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60º COngresso Brasileiro de Química

PROSPECÇÃO FITOQUIMICA PRELIMINAR DOS EXTRATOS HEXÂNICO E ACÉTICO DAS FOLHAS DA PATA DE VACA (Bauhinia forficata) DA REGIÃO DE PARINTINS, AMAZONAS, BRASIL


ÁREA

Química de Produtos Naturais

Autores

Farias, A.S. (UEA) ; Silva, H.M. (UEA) ; Silva, K.B. (UEA) ; Fonseca, R.R. (UEA)

RESUMO

A fitoquímica destaca-se pelo estudo dos princípios ativos de metabolitos sintetizados pelos vegetais. Os compostos no geral possuem atividades biológicas, capazes de trazer benefícios ao homem. A Bauhinia forficata objeto desse estudo, conhecida popularmente como pata de vaca, nativa do Brasil Esta espécie de arvore é muito frequente na região do baixo amazonas, particularmente no entorno de Parintins. Em condições de laboratório, os extratos orgânicos n-hexânico e acético, das folhas da Pata de vaca (Bauhinia forficata), foram submetidos a testes químicos preliminares para alcaloide, taninos, saponinas e flavonoides. Como resultado dos testes para o extrato n-hexânico os três deram negativos positivando para saponinas, já para o extrato acético os quatro testes tiveram resultados positivos.

Palavras Chaves

Bauhinia forficata; Pata de vaca; Fitoquímico

Introdução

As plantas produzem compostos quimicamente diversificados. Os compostos ativos são chamados de metabolitos secundários. Além disso, estes metabolitos secundários possuem atividade biológicas, capazes de trazer benefícios ao homem. Neste contexto, as substâncias contidas em diferentes extratos vegetais representam parte de grande importância em trabalhos encontrados na literatura (SOUZA FILHO, 2012; VILHENA, K.S.S. et al 2009). A Bauhinia forficata objeto desse estudo, conhecida popularmente como pata de vaca é uma planta arbórea com caule espinhento e muito ramificado, nativa do Brasil. Etnofarmacologia, “a exploração científica multidisciplinar dos agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo homem" (ELIZABETZKY, E., 1999). Farmacologicamente, as patas-de-vacas são vastamente empregadas como: diurética, hipoglicemiante, tônica, adstringente, cicatrizante, anti-inflamatória, antialérgica e expectorante, tendo as flores ação laxativa suave (CARNEIRO et al., 2014). Relatos, obtidos no município de Parintins, informam que a população ribeirinha utiliza as folhas da espécie pata de vaca como antidiabético, diurético. No levantamento bibliográfico observou-se a presença de terpenos relatados em alguns estudos da espécie. Os terpenos constituem importante classe de compostos químicos envolvidos em diferentes tipos de atividade biológica (FISCHER et al, 1994). Fato que nos impulsionou a fazermos estudo mais detalhado da espécie Pata de Vaca. Portanto teve como objetivo, ampliar e consolidar atividades de pesquisa na área da Química de Produtos Naturais na região de Parintins-AM (CESP), verificando os constituintes majoritários na espécie nativa em estudo.

Material e métodos

A coleta e identificação do material biológico, folhas de Pata de vaca (Bauhinia forficata), foram realizadas no nordeste do Estado do Amazonas, na cidade de Parintins as margens do rio amazonas. As folhas da planta Pata de vaca, foram transportadas para o Laboratório de Produtos Naturais e Biotecnológico, LaProNBi do CESP/UEA. Sendo secas em estufa de circulação forçada de ar, em temperatura constante de 400C, por 72 horas, sendo em seguida trituradas em moinho. Posteriormente, ocorreu a extração exaustiva, sucessivamente com os solventes n-hexano e ácido acético, obedecendo a ordem crescente de polaridade. O material botânico permaneceu em 1 litro de hexano por 24 horas; posteriormente, mais 1 litro e, após 24 horas, realizará mais uma extração, adotando-se o mesmo processo para o ácido acético, para então concentrar os extratos em evaporador rotativo de pressão reduzida. Em seguida, foram acondicionados em vidros âmbar. Para cada extrato retirou-se alíquotas de 20 mg para a prospecção fitoquímica preliminar, seguindo a metodologia de matos (1997), onde é possível a detecção de várias classes de compostos como flavonoides, fenóis, saponinas e taninos e outros, através da mudança de coloração.

Resultado e discussão

Inicialmente realizou-se o levantamento bibliográfico para melhor conhecimento referente a planta Bauhinia forficata, bem como em relação aos objetivos pretendidos. Os resultados dos testes fitoquímico preliminares realizados com os extratos n-hexanico e extrato acético das folhas da espécie Pata de vaca (Bauhinia forficata) estão exposto na tabela 1. Os principais grupos de metabolitos secundários analisados nos dois extratos foram: Flavonoides, Taninos, Alcaloides e Saponinas. O extrato n-hexânico (baixa polaridade), apresentou resultado negativo para flavonoides, taninos, alcaloides e positivo para saponinas. Para o extrato acético (alta polaridade) os resultados foram positivos para os quatros constituintes químicos mencionados anteriormente, embora o último teste para saponina ocorreu com pouca intensidade. Na prospecção com os extratos n- hexânico e acético das folhas da espécie, após os resultados, buscou-se na literatura as características individuais dos constituintes apresente nos extratos, como por exemplo: Os flavonóides apresentam atividades biológicas, como ação antiinflamatória, antiviral, antibacteriana, antialérgica e vasodilatadora, e como o câncer e as doenças cardiovasculares. Os taninos têm propriedades adstringentes e hemostáticas. Os alcaloides participam da formulação de medicamentos pois estimulam o sistema nervoso central. As saponinas são componentes ativos em drogas vegetais, ou ainda matéria-prima para produção de esteroides.

Tabela 1.

Tabela 1. Testes Fitoquímico preliminares dos extratos n-hexânico e acético das folhas da Pata de Vaca (Bauhinia forficata)

Conclusões

O extrato n-hexanico das folhas da Pata de vaca (Bauhinia forficata), mostrou como resultados no teste químico preliminar negativo para flavonoides, taninos, alcaloides e resultado positivo para saponina. Para o extrato acetico de alta polaridade, os testes químicos preliminares tiveram como resposta resultado positivo para flavonoides, taninos, alcaloides e saponinas. O presente estudo corresponde no âmbito da pesquisa de iniciação cientifica PAIC, no Centro de Estudos Superiores de Parintins – CESP/UEA.

Agradecimentos

A Universidade do Estado do Amazonas – UEA, ao laboratório de Produtos Naturais e Biotecnológico – LaProNBi do Centro de Estudos Superiores de Parintins. FAPEAM, pela bolsa de iniciação cientifica concedida.

Referências

CARNEIRO. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Disponível em: <http://
portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/ 2014 /maio/ 07/renisus.pdf>. Acesso em: 11 maio 2015.

ELIZABETZBY, E., 1999 "Etnofarma-cologia como Ferramenta na Busca de SubstânciasAtivas" in "Farmacognosia: da Planta ao Medicamento", Simões, C. M. O et al., Organizadores, Editora de Universidade/UFSC, 1a Edição, Porto Alegre/Florianópolis.

FISCHER, D.C.H. Caracterização farmacológica da droga e do extrato fluido de limoeiro-bravo - Siparuna apsiosyce (Martius) A. 1994. 235p. Dissertação (Mestrado, Universidade de São Paulo) São Paulo.


FONSECA, R.R.; SOUZA FILHO, A.P.S.; VILLAÇA, R.C.; TEIXEIRA, V.L. Inhibitory Effects against Pasture Weeds in Brazilian Amazonia of Natural Products from the Marine Brown Alga Dictyota menstrualis. NPC, Natural Product Communications, v.8, n.12, 1669-1672, 2013.


SOUZA FILHO, A.P.S.; Atividade potencialmente alelopática de extrato bruto e substancias químicas isoladas de folha de timbó. Aspectos botânicos e moléculas bioativas. Embrapa Amazônia Oriental, 1º edição, p. 55-70, 2012.

MATOS, F. J. A. Introdução a fitoquímica exoerimental, 2 ed. UFC: Fortaleza, 1997.


VILHENA, K.S.S.; GUILHO, G.M.; SOUZA FILHO, A.P.S.; ZOGHBI, M.G.B.; SANTOS, L.S.; ARRUDA, M.S.P.; ARRUDA, A.C. Inhibitoryactivy of essencial oil of Cyperus giganteus Vahl. On weed espécies of Amazon. Allelopathy Jounal, v.23, n.1, p. 221-228, 2009.