Mapas conceituais e Anime Doutor Stone como simplificador da aprendizagem significativa do conteúdo de separação de misturas

ÁREA

Ensino de Química

Autores

Matos, M.J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Trindade, A.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, F.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Santos, Y.C.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Ramos, K.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Quintela, R.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Moraes, L.C.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Gama, B.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, F.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Queiroz, F.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)

RESUMO

O ensino brasileiro da disciplina química já é dificultoso, e no que tange o ensino nas escolas públicas torna-se mais delicado, logo, recortes do Animê Dr. Stone serviu como instrumento facilitador na aprendizagem do conteúdo de separação de misturas. O projeto aconteceu na Escola Estadual Professora Nanci Nina da Costa em turmas do 3º ano do ensino médio e turmas do EJA, mostrando ser eficaz, pois através de mapas conceituais e aplicação de questionários, notou-se uma aprendizagem significativa do conteúdo proposto e o interesse dos discentes em aprimorar seus saberes através da oficina proposta.

Palavras Chaves

Aprendizagem; Dr. Stone; Mapas de conceitos

Introdução

A química tem como um de seus objetivos, tratando-se no quesito ensino, discorrer visões científicas e tecnológicas ao aluno a fim de salienta-lo quanto a sua responsabilidade no ambiente que o mesmo está inserido. Porém, no momento atual, a metodologia utilizada, para transmitir esse saber químico, origina desinteresses por parte dos alunos pois, nas escolas, principalmente públicas, é distanciada, a transmissão de conhecimento científico, da realidade. (YAMAGUCHI & NUNES, 2019). Animê ou Anime é uma definição para qualquer desenho animado criado no Japão e é uma das mídias digitais mais presente no cotidiano dos jovens da geração Z (SILVA, 2011). Nesse sentido uma estratégia interessante é utilizar esse conteúdo como motivador para o ensino e aprendizagem de química, tendo em vista que algumas animações abordam os conceitos referente à ciência para repassar ao público telespectador (MESQUITA; SOARES, 2008). Em função disso o Anime selecionado para exercer essa função de ferramenta educacional foi o Dr. Stone que no seu enredo se faz o uso de bastante conhecimento não somente químico, mas também cientifico tecnológico para resolver problemas do protagonista (PARK, 2020). Além disso, o mapeamento conceitual pode ser visualizado como uma maneira de representar o entendimento acerca de determinado assunto, tendo em vista que expõe como o autor entende o conhecimento, esquema que fortalece a teoria da aprendizagem significativa proposta por David Ausbel (MOREIRA, 2006). Justifica-se a aplicação desse trabalho por se encontrar, a educação, no momento atípico, ano 2020, a fim de facilitar a transmissão de conhecimento, utilizando, como objetivo, mapa conceitual e o animê Dr. Stone para simplificar o ensino do assunto de Separação de Misturas.

Material e métodos

A realização dessa oficina ocorreu na Escola estadual Nanci Nina Costa localizada em Macapá – AP, abrangendo um quantitativo de 229 alunos divididos em turmas da educação de jovens e adultos (2° etapa) e ensino médio regular (3° ano), e o trabalho dividiu-se em 3 intervenções. O primeiro momento ocorreu por meio da plataforma de videoconferência Google Meet, no qual realizou-se uma aula de revisão dos conceitos fundamentais e pertinentes acerca do conteúdo de separações de misturas. Na segunda intervenção, abordou-se a definição de mapas conceituais, apresentado os modelos de mapas e dicas de como confeccioná-los em virtude de auxiliar os discentes. Em seguida, utilizou-se um site para transmitir dois fragmentos do anime Dr. Stone que no enredo empregava a utilização de separações de misturas em determinadas situações. Na terceira e última intervenção, um mapa modelo foi apresentado para os alunos, e o conteúdo desse mapa utilizava uma cena do anime destacando os aspectos relacionados com a temática abordada, por meio da cena trabalhada em questão se desenvolvia acerca do conteúdo de separação de misturas. Foi necessário analisar tecnicamente o enredo do anime para se extrair os fragmentos adequados a temática. O uso de dois trechos do anime serviu como intuito para que os educandos elaborassem um mapa conceitual vinculando a cena com os conceitos de separação de misturas. Para adquiri dados relacionados a metodologia foi utilizado um questionário e para a avaliação acerca dos conteúdos elementares do assunto, se fez uso do mapeamento conceitual. Segundo Costa (2019) os mapas conceituais podem ser utilizados de diversas formas, dependendo da criatividade, umas dessas maneiras é avaliar a compreensão acerca de certos assuntos (COSTA, 2019).

Resultado e discussão

Foi apresentado para orientar os alunos um mapa conceitual e também o trechos da animação escolhida. Os alunos não utilizaram uma linguagem científica, porém, com os critérios seguidos, os resultados não deixaram de ser satisfatórios. Como dispostos no gráfico 1. A primeira categoria percebe-se que 88% demonstraram em seus mapas fundamentos importantes para o entendimento do assunto; 2 conceitos novos: cerca de 35%, não expuseram em seu mapeamento; 3 Relação entre conceitos: 17% dos participantes não conseguiriam visualizar onde a estava a relação de um conceito com outro; 4 Conectores: A maioria dos alunos conseguiu apresentar de modo favorável em seus mapeamentos, 5 Exemplos: Há uma porcentagem de desempenho de 65%; 6 Nitidez: Nota-se que o discente se predispões a realizar a atividade; 7 Proposições: Consiste em conjuntos interligados entre si através de um conectivo; 8 Hierarquização: Notou-se que todos os alunos conseguiram apresentar e compreender os níveis de ordenação; 9 diferenciações: construção de um conhecimento através da refinação de um conceito atrelado em diferentes assuntos; 10 reconciliação integrativa: reorganização de subsunçores para gerar uma nova informação cognitiva. A opinião dos discentes foi coletada usando um questionário, como se ver no gráfico 2. Nota-se que na questão 1 que 100% afirmara que o uso do Anime Dr. Stone facilita a aprendizagem no conteúdo, tornando-o mais atrativo; na questão 2, a maioria dos alunos julgou que o anime facilitou a compreensão do assunto; a maioria dos discentes alegou que os exemplos demonstrados, utilizando a animação, em sala esclareceram melhor os conceitos, observa-se no questionamento 3; 83%, na questão 4, afirmaram que confeccionar mapas conceituais contribui para organização de ideias.

Apresentação dos dados examinados de acordo com os itens de avaliação.


Gráfico que constata a opinião dos discentes frente a metodologia aplicada.

Conclusões

A disciplina de Química pode ser considerada complexa, e com o contexto de pandemia do COVID-19, o ensino desta área do conhecimento torna-se mais desafiador para os docentes que buscam métodos novos e eficazes para proporcionar ao aluno uma atividade lúdica atrativa, fazendo com que o aluno desenvolva suas habilidades intelectuais. Portanto, a utilização de trechos da animação japonesa Dr. Stone comprova que o ensino e a aprendizagem de conteúdos de separação de misturas são eficazes, além de estimular o interesse dos alunos por esse tema popular e a busca por mais conhecimentos.

Agradecimentos

Referências

COSTA, L. F. S. P. Separação de misturas no ensino fundamental: mapas conceituais e resolução de problemas. Orientador: Romeu Cardozo Rocha Filho. 2019. 131 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Química) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, São Carlos, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/11018/Dissertacao%20Lu%c3%ads%20Felipe%20Souza%20Paulino%20da%20Costa%20Final.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 jun. 2021.

MESQUITA, N. A. DA S.; SOARES, M. H. F. B. Visões de ciência em desenhos animados: uma alternativa para o debate sobre a construção do conhecimento científico em sala de aula. Ciência & Educação (Bauru), v. 14, n. 3, p. 417–429, 2008.

MOREIRA, M. A. Mapas Conceituas e Diagramas V. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006.

PARK, M. Animê "Dr. Stone": História. In: História Animê "Dr. Stone" Hp Original. Japão: Muijka Parck, 2020. Disponível em: https://dr-stone.jp/story/. Acesso em: 30 nov. 2020.

SILVA, S. A. Os Animês e o Ensino de Ciências. Dissertação de mestrado. Brasília – DF; Ensino de Ciências, UNB, 2011.

YAMAGUCHI, Klenicy Kazumy de Lima e NUNES, Antônio Euder da Costa. Dificuldade em química e uso de atividades experimentais sob a perspectiva de docentes e alunos do ensino médio no interior do Amazonas (Coari). Scientia Naturalis, v. 1, n. 2, 2019.