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60º COngresso Brasileiro de Química

Metodologia de Patro (5E’s) como Sequência Didática para o estudo do Petróleo: um relato de experiência


ÁREA

Ensino de Química

Autores

Soares, S.V. (UFMA) ; Bezerra, C.W.B. (UFMA)

RESUMO

Os dias atuais são desafiadores para a sociedade como um todo e para a educação em particular. A prática exercida pelo professor é marcada pelo desafio constante de planejar e executar uma aula mais ativa e inovadora, articulando o processo de ensino-aprendizagem com métodos e objetivos pretendidos às ações educativas, Neste trabalho relata-se o uso de metodologias ativas em conteúdos de Química (petróleo) para o ensino médio, através de uma sequência didática construída usando o método 5E (Engajamento, Exploração, Explicação, Elaboração e Exame) proposto por Patro. Os resultados obtidos mostraram que a abordagem pode transformar a sala de aula, criando uma educação inovadora, possibilitando a transformação de aulas tradicionais em experiências de aprendizagem mais significativas

Palavras Chaves

Protagonismo; Ensino ; Química

Introdução

Ao longo da história várias transformações ocorreram na sociedade e impactaram a vida das pessoas e, consequentemente refletiram-se no âmbito escolar. Entretanto, na educação regular estas transformações não foram tão inovadoras. Da educação infantil à pós-graduação permaneceu a figura do professor como o protagonista do processo e os estudantes como expectadores nem sempre ativos e atentos (BASSO, 2017). A aprendizagem é um processo contínuo e dinâmico que ocorre durante toda a vida do ser humano e é por meio dela que o indivíduo se apropria de algo novo (BECK, 2017). As tecnologias digitais no contexto escolar não apenas substitui o espaço físico provendo plataformas para interações remotas e em tempo real. Há todo um ambiente voltado para a aprendizagem com recursos e funcionalidades que vão além de um simples meio ou suporte para uma exposição oral de conteúdos. O ensino híbrido é uma metodologia ativa muito utilizada associando o momento dentro de sala de aula com o uso da tecnologia digital, visando à personalização do ensino. Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015, p. 01) definem o ensino híbrido como “uma abordagem que busca a integração das tecnologias digitais aos conteúdos trabalhados em sala de aula, de forma que, mais do que enriquecer as aulas, seja possível oferecer diferentes experiências de aprendizagem aos estudantes”. O ensino híbrido abre portas para o pensamento crítico onde o conteúdo é trabalhado de maneira mais aprofundada, criando ligações com o dia a dia do estudante. Este trabalho teve por objetivo analisar a aplicabilidade da metodologia ativa ensino híbrido em estudantes da segunda série do Ensino Médio na disciplina de química durante uma sequência didática empregando o método 5E, proposto por Patro (2008).

Material e métodos

A pesquisa foi de cunho qualitativo e baseada em uma sequência didática empregando o método 5E, proposto por Patro (2008). As etapas de engajamento, elaboração e explicação tiveram duração de, aproximadamente, 150 min, enquanto que as demais etapas duraram 50 min. Para registro e coleta de dados, foram empregados vídeos, fotos e, como produto final, as falas dos alunos durante o processo de socialização. Em resumo, as etapas foram cumpridas do seguinte modo: 1. Engajamento: O trabalho foi iniciado com a apresentação de um questionário encaminhado via plataforma on-line e respondida pelos estudantes; 2. Exploração: Nessa etapa também de forma on-line, foram enviados links de reportagens para os estudantes que relacionam o tema a ser estudado com situações atuais na área ambiental, econômica, histórica e social. 3. Explicação: Nesse momento, os estudantes foram divididos em cinco grupos, cada grupo ficou responsável por pesquisar e apresentar seminário partir dos temas relacionados ao petróleo. 4. Elaboração: Nesse momento, de forma presencial, os grupos realizaram um debate, apresentando o trabalho elaborado a partir do tema sorteado. 5. Exame (Avaliação): Cada um dos momentos acima foi acompanhado e avaliado pelo professor, cada estudante teve sua nota baseando-se no comprometimento com o trabalho, engajamento, participação e organização em cada uma das etapas do trabalho. As discussões levantadas em sala foram separadas a analisadas através de rubricas. Busching (1998) define a rubrica como um mecanismo que orienta o professor durante a avaliação qualitativa dos estudantes em face da realização de alguma atividade, capaz de fornecer indicadores e dados como referenciais para a avaliação.

Resultado e discussão

Durante a execução da sequência são sugeridas atividades para os estudantes que utilizam diferentes tipos de materiais. O estudante é incentivado a participar durante todo o tempo. As discussões levantadas em sala foram separadas em dois grupos, falas dos estudantes (E) e a fala do professor (P), o qual acompanhou todas as ações, sem realizar intervenções expressivas. Na primeira aula o foco é conhecer o que os estudantes sabem sobre o assunto e sua relação direta com a sociedade que ele está inserido. Na segunda fase foi possível observar uma maior interação dialógica entre os próprios estudantes, visto que os mesmo já tinham um conhecimento prévio do tema e foram adicionados novos conhecimentos. Os estudantes ficaram responsáveis por elaborar uma apresentação de acordo com o tema sorteado. As discussões na terceira fase abordam informações que foram discutidas nas aulas anteriores, mostrando um interesse maior em compreender o petróleo e fazer relações com a ciência, sociedade e o meio ambiente. Em seguida os grupos realizaram um debate com a turma apresentando o trabalho construído a partir do tema sorteado. Durante toda a socialização foi possível concluir que boa parte dos estudantes conseguiram compreender o conteúdo e relacionar com questões históricas, sociais, políticas e ambientais. Os estudantes conseguiram justificar suas falas, desenvolvendo um raciocínio lógico acerca do que foi trabalhado durante as aulas anteriores. A justificativa durante as falas e discussões entre os estudantes demonstra a segurança ao elaborarem respostas e debaterem os temas levantados durante as aulas.

Conclusões

Com base nos estudos foi possível identificar que o uso das metodologias ativas estimula a participação dos estudantes, contribuindo de forma mais positiva para a aprendizagem significativa e dinâmica. Os estudantes desenvolveram raciocínio crítico e reflexivo, habilidades, competências na resolução de uma situação-problema. Para trabalhos futuros cabe analisar a aplicabilidade da sequência didática (método 5e) com o ensino totalmente remoto, diante da atual situação em que a educação está passando frente ao cenário atual.

Agradecimentos

A Deus. A minha família. Ao PPECEM. Ao meu orientador Professor Dr. Cícero. A profa, M.Sc. Severina Coelho da Silva Cantanhede pelas discussões e valiosas sugestões. A UFMA.

Referências

BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (Org.). Ensino híbrido:
personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

BASSO, M. Como no século 19: nossas salas de aula pararam no tempo. Gazeta do Povo, Curitiba, 25 de setembro de 2017. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/como-no-seculo-19-nossas-salas-de-aula-pararam-no-tempo-arjn56m7xzsmdid2inpnhu8cv/. Acesso em 17/04/2021.

BECK, C. Como aprender a aprender? Andragogia Brasil, 2007. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/como-aprender-a-aprender/

BUSCHING B., Grading Inquiry Projects, In: Anderson, Rebecca S., Speck, Bruce W. (Editors), Changing the Way We Grade Student Performance, 1998 p.89-96.

PATRO, E. T. Teaching Aerobic Cell Respiration Using the 5 Es. The American Biology Teacher, Volume 70, No. 2, February 2008.