O ensino de modelos atômicos no contexto do Ensino Remoto Emergencial (ERE): um relato de experiência

ÁREA

Ensino de Química

Autores

Sá, R.S. (UEA) ; Ribeiro, I.A. (UEA) ; Jacaúna, A.S. (UEA) ; Zanelato, A.I. (UEA) ; Souza, M.M. (SEDUC)

RESUMO

O presente trabalho visa apresentar o resultado de uma experiência, desenvolvida no contexto do Ensino Remoto Emergencial (ERE), devido à crise de saúde pública causada pela pandemia de Covid-19. A atividade foi realizada com 67 alunos de uma turma do 8° ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Parintins/ AM. Teve como objetivo criar imagens em mídias para publicar em redes sociais e usá-las durante uma aula sobre Modelos Atômicos. Essa atividade permitiu refletir sobre os desafios de professores e alunos na busca de estratégias para ensinar ciências durante a pandemia.

Palavras Chaves

ENSINO REMOTO EMERGENCIAL; MODELOS ATÔMICOS ; PANDEMIA

Introdução

Este trabalho foi desenvolvido no contexto do Ensino Remoto Emergencial (ERE), devido à crise de saúde pública causada pela pandemia de Covid-19. Esse tipo de estratégia educacional trata-se de uma mudança temporária de ensino, devido às circunstâncias de crise (HODGES et al. 2020). O desafio para os professores nesse contexto foi grande, uma vez que foi preciso conciliar o ministrar das aulas, para cumprir o currículo exigido, e, ao mesmo tempo atrair a atenção dos estudantes, de modo a ter participação efetiva nas aulas. Surgiu as indagações: como produzir conteúdo atrativos neste período em que o aluno e família são os principais atores da rotina de estudos? Como ministrar conceitos teóricos de forma mais didática e alinhada à atualidade dos jovens? As redes sociais são um dos meios de interação mais usados na atualidade e no período pandêmico tornou-se mais difundido seu uso, inclusive para publicações e compartilhamento de informações, sugestões de atividades, materiais e ferramentas digitais de estudo (PAIVA, 2020). Nesse sentido, expomos neste trabalho uma aula que teve como tema Modelos atômicos, que é um conceito básico, pois está associado a interpretação de fenômenos e propriedades micro e macroscópicas da matéria, evolução histórica da ciência e é um conteúdo indispensável para o entendimento de conceitos importantes da Física, Química e Ciências Biológicas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi criar imagens em mídia sobre os modelos atômicos de Dalton, Thomson e Rutherford e usá-las como material de apoio nas aulas remotas sobre o assunto, bem como para publicar em redes sociais, possibilitando a divulgação científica.

Material e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito do PIBID de Química, em acompanhamento das aulas remotas de Ciências da Natureza pelos acadêmicos do curso de Licenciatura em Química da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Esta pesquisa é de cunho descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. A professora regente atua na Escola Estadual São José Operário, na cidade de Parintins, Amazonas. O público alvo deste relato foram 67 alunos do 8º ano do ensino fundamental, turno vespertino e foi aplicado em maio de 2021, com tema central da aula sobre cargas elétricas e enfoque em Modelos Atômicos. As aulas aconteceram pelo aplicativo WhatsApp e a sequência didática adotada seguiu a base do livro “Companhia das Ciências 8° ano: ensino fundamental, anos finais” de Usberco et al. (2018) do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O procedimento da pesquisa foi realizado em etapas: I – Reunião e planejamento para produção dos materiais para as aulas da disciplina. II – Criação dos Perfis nas redes sociais Facebook e Instagram. III - criação de imagens em mídias sobre modelos atômicos de Dalton, Thomson e Rutherford, usando o aplicativo de designer gráfico Canva. IV – Material de leitura repassadas aos alunos, da página 109 e 110 do Livro “Companhia das Ciências” sobre Dalton, Thomson e Rutherford. V – Publicação nas redes sociais. VI – Discussão do texto e apresentação das imagens no grupo de WhatsApp para os alunos durante as aulas referentes ao assunto. A dinâmica de apresentação dos materiais foi realizada durante uma aula de 70 minutos.

Resultado e discussão

Os estudos de Lucas e Moita (2020), apresentam que no cenário do Ensino Remoto Emergencial poucos professores estavam preparados para atuar e isso gerou um espaço de autossuperação que culmina com o desenvolvimento de práticas de ensino inéditas ou pouco usuais. Pode-se dizer que a criação dos perfis do PIBID/Química nas redes sociais Facebook e Instagram, encaixam-se nesse tipo de espaço pouco usual, pois estes serviram para compartilhar informações, sugestões de atividades e materiais (Figura 1). Além disso, essas atividades mostraram como professores precisaram se reinventar no sentido de criar meios para levar o ensino aos alunos durante a pandemia, alcançando uma experiência transformadora para professores e alunos. Durante a aula de 70 minutos, os alunos precisaram fazer a leitura sobre a história dos modelos atômicos, para que pudessem conhecer os cientistas que descobriram e que foram importantes para evolução dos modelos atômicos. Nesse momento perguntou-se aos alunos quais os cientistas citados no texto, e alguns responderam “John Dalton; J.J. Thomson; Ernest Rutherford”. Desta forma, foi possível constatar que os alguns dos estudantes leram o texto e souberam dizer quais os cientistas citados. Após essa interação no grupo (Figura 2), foi apresentado as imagens criadas por meio do aplicativo de Canva e que já tinham sido divulgadas nas redes sociais para alunos e público em geral. Essas imagens mostraram os cientistas e os modelos que propuseram, pois consideramos que o ensino de modelos atômicos é um assunto que necessita de muita abstração por parte do estudante e o uso das imagens durante as aulas pelo WhatsApp, garantiu que pudessem ver esses modelos e não apenas imaginassem, facilitando a aprendizagem.

Conclusões

Este relato de experiência mostrou que o ensino de modelos atômicos no contexto de Ensino Remoto Emergencial, foi um grande desafio, e buscar soluções para facilitar o processo de ensino e aprendizagem em ambientes virtuais, como o WhatsApp, continuará sendo uma luta constante diante dos muitos diferentes conteúdos que devem ser ensinados. Assim, o uso de imagens como material de apoio nas aulas de modelos atômicos se mostrou adequada, já que garante que os alunos possam ver o que estamos falando, e não somente imaginar.

Agradecimentos

A CAPES por meio do projeto PIBID e aos alunos e professores envolvidos.

Referências

Companhia das Ciencias, 8° ano: ensino fundamental, anos finais / Usberco... [et al.] –5. Ed.—São Paulo: Saraiva, 2018.

HODGES, Charles et al. The difference between emergency remote teaching and online learning. EDUCAUSE Revide. 27 mar. 2020. Disponível em: https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-remote-teaching-and-online-learning. Acesso em: 2 set. 2021.

LUCAS, L. M.; MOITA, F. M. G. S. C. Ensino Remoto Emergencial (ERE): impactos na prática pedagógica durante a Covid-19. Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológica, v. 6, Edição Especial Desafios e Avanços 1 Educacionais em Tempos da COVID-19, e143320, 2020. Disponível em: https://sistemascmc.ifam.edu.br/educitec/index.php/educitec/article/view/1433. Acesso em 30 de ago. 2021.

PAIVA, Vera Lucia Menezes de Oliveira e. Ensino Remoto ou Ensino a Distância Efeitos da Pandemia. Estudos Universitários: revista de cultura, v. 37, n. 1 e 2, Dez. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosuniversitarios/article/view/249044. Acesso em 30 de ago. 2021.