O ensino das principais teorias ácidos-bases através da experimentação com frutas Amazônicas
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ÁREA
Ensino de Química
Autores
Quintela, R.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Gama, B.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Santos, Y.C.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Ramos, K.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Matos, M.J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Moraes, L.C.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Trindade, A.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, F.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Queiroz, F.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, F.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)
RESUMO
O presente trabalho trata acerca do tema “o ensino e aprendizagem de ácidos e bases através das frutas amazônicas” como tema gerador para o aprendizado da disciplina de química para os alunos do 3a série do ensino médio e 2ª etapa do EJA da Escola Estadual Prof. Nancy Nina da Costa, utilizando de mídias digitais e plataforma online própria para aulas remotas e o simulador phet colorado, para exemplificar assuntos relacionados ao tema presentes na grade curricular dos alunos, aplicando vídeos experimentais para reprodução por parte dos discentes e questionários referentes aos experimentos realizados para avaliar o grau de conhecimento absorvido durante a aplicação da oficina, tendo como objetivo a compreensão da disciplina por parte dos alunos utilizando soluções de frutas Amazônicas.
Palavras Chaves
ácidos; bases; frutas amazônicas
Introdução
São conhecidas muitas teorias que vieram tentar explicar as definições de ácidos e bases, onde estas se baseiam em algum princípio geral e cada cientista a partir disso consuma a sua ideia. Sendo as mais importantes: as teorias de Arrhenius, Bronsted- Lowry ou teoria protônica e a eletrônica de Lewis (CHAGAS, 2000). Deste modo, as frutas da Amazônia serão trabalhadas no ensino dessas teorias como meios ácidos e alcalinos, pois estão presentes no cotidiano da maioria dos alunos facilitando sua aprendizagem e proporcionando ao professor uma maior vantagem ao explorar suas propriedades e agregar com as ideias destes pensadores e assim com a experimentação do açaí como indicador ácido-base natural nestas frutas, conseguirá produzir sua aula contextualizada mostrando aos discentes como a química está no cotidiano e ensinar a partir dele (MELO et al., 2014). Assim, trazer as frutas amazônicas para dentro de sala de aula já se torna uma situação que despertaria esse lado que eles não conhecem, pois, provavelmente a maioria já teve algum contato com os alimentos, mas não sabe que destes podem ser feitos experimentos ácido-base e estudos de este conteúdo através das suas propriedades (AMARAL, 1996). Justifica-se a realização desse trabalho em virtude de ter observado a dificuldades dos alunos na aquisição de conhecimentos relacionados aos assuntos de ácidos e bases, visando ensinar os alunos a partir da sua realidade com frutas que estão presentes no seu cotidiano, frutas cultivadas na região amazônica. Dessa forma, este projeto tem como propósito expor uma forma diferenciada o ensino de ácidos e bases, utilizando frutas (banana, caju, limão, abacaxi e açaí) encontradas em feiras regionais. Assim, avaliar sua aplicação, suas vantagens e importâncias para os alunos.
Material e métodos
O projeto foi realizado na Escola Estadual Professora Nancy Nina da Costa, no mês de junho do ano de 2021, em 3 turmas da 3ª série do ensino médio, turma 333 com 30 alunos, turma 332 com 47 alunos e turma 333 com 38 alunos e 3 turmas da 2ª etapa do EJA (Educação de Jovens e Adultos), etapa A com 50 alunos, etapa B com 31 alunos e etapa C com 33 alunos, totalizando 6 turmas e 229 discentes. A oficina aconteceu através do serviço de comunicação por vídeo, Google meet e teve como momento inicial a aula teórica, focando na teoria de Svante Arrhenius. No segundo momento, foi feito a utilização do Simulador Phet Colorado para ensinar o comportamento de íons nas soluções de ácidos – bases de caráter fortes ou fracos. Após a introdução das aulas teóricas, os alunos foram colocados em contato com as frutas que foram trabalhadas (limão, abacaxi, caju e banana), para que assim eles pudessem identificar quais serviriam como meios ácidos e as que serviriam como meios básicos, além do açaí que serviu como indicador natural ácido-base. Em seguida foi transmitido um vídeo. Após, precedeu-se a aula experimental e houve explicação das teorias ácido-base de acordo com cada fruta, exposição dos ácidos presentes nas mesmas, suas propriedades alcalinas, exibição do motivo pelo qual o açaí funciona como um eficaz indicador natural. Na terceira etapa todos os conteúdos já foram trabalhados e a experimentação já havia sido realizada, partindo para a avaliação que foi feita através de questionário. O docente fez algumas perguntas com base em tudo que foi explicado e os discentes responderam, a partir disso foi feita a avaliação da sua eficácia com base na quantidade de erros e acertos deles.
Resultado e discussão
Inicialmente, necessitou-se identificar os conhecimentos prévios dos alunos a
respeito do tema e das substâncias trabalhadas, sendo assim questionou-se: “O
que são ácidos?”, “O que são bases?”. Alguns responderam conforme as teorias que
aprenderam durante o decorrer de suas aulas regulares, outros refutaram que
ácidos são apenas substâncias azedas e bases não possuem essas características.
Na sequência, foi reproduzido um vídeo com quatro recipientes contendo uma
solução de (fruta + água), no vídeo experimental, se dividiu em etapa 1 e etapa
2. Após todo o processo de experimento e aula, os 229 alunos foram convidados a
responderem um breve questionário: 1- Ao ser adicionado o indicador natural
(açaí) nas soluções (fruta + água), ...algumas destas substâncias são ácidas e
outras básicas. Identifique-as. Mais de 85% deles conseguiram identificar todas
corretamente; 2- Com base no conceito de Arrhenius quais frutas possuem
propriedades para sofrer dissociação? E quais podem sofrer ionização? Mais de
90% dos alunos conseguiram responder correto; 3- Depois da aula com o
experimento de ácidos e bases você acha importante trazer exemplos do seu
cotidiano para as aulas de Química? Por quê? Foram obtidas respostas de alunos
como: Aluno A: “Sim, pois agora eu consigo saber diferenciar frutas básicas e
ácidas”; 4- Você teve maior facilidade em aprender o assunto ácidos e bases a
partir de um experimento? Por que? A maioria dos alunos responderam
positivamente, um aluno relatou de forma breve como foi a experiência: Aluno B:
“Sim, o experimento despertou em mim a vontade de aprender e de estar nas aulas
de químicas, as coisas mudando de cores tornou tudo muito mais legal”
Percebe-se que a experimentação pode facilitar o aprendizado do aluno, conforme
os dados positivos acima.
Conclusões
Portanto, foi verificado que os experimentos proporcionam ao aluno obter informações científicas mesmo que estas estejam ocorrendo em algo no seu cotidiano, pois a Química vem com o objetivo de compreender a natureza e as transformações que ali ocorrem, visto que ela não é uma ciência petrificada, onde apenas busca-se aprender conjuntos de fórmulas, nomes, teorias e praticar a memorização de propriedades e reações, e posteriormente não conseguir relacionar o conhecimento cientifico com a natureza.
Agradecimentos
Referências
AMARAL, M. B. Problematizando o óbvio: ensinar a partir da realidade do aluno. In: congresso da associação nacional de pós-graduação e pesquisa em educação, 19., Caxambu, 1996.
CHAGAS, A. P. O ensino de aspectos históricos e filosóficos da química e as teorias ácido-base do século XX. Química Nova, v. 23, n. 1, p. 126–133, 2000.
MELO, C.C.; NEVES, R.J.A.; ALVES, S.S.S. indicadores naturais ácido-base no ensino de química a partir de extração alcoólica do açaí (Euterpe oleracea) e rosa (Hibiscus rosa-sinensis) In: 54º Congresso Brasileiro de Química (CBQ), Rio Grande do Norte, 2014.