ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE POLPA DE CARAMBOLA IN NATURA
- Home
- Trabalhos
ÁREA
Química de Alimentos
Autores
Lima, G.C. (UFPA) ; de Lima Pantoja Neto, L. (UFPA) ; Pinheiro de Sousa Junior, L. (UFPA) ; dos Reis Lima, J.P. (UFPA) ; Pinheiro do Rosário, A.A. (UFPA) ; Brito Negrão, C.A. (UFPA) ; Carvalho da Silva, M.M. (INSTITUTO EVANDRO CHAGAS) ; do Carmo Freitas Faial, K. (INSTITUTO EVANDRO CHAGAS) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)
RESUMO
A carambola (Averrhoa carambola L.) pertencente à família Oxalidaceae e é originária da Ásia tropical. A polpa é, em geral, de consistência rígida, sendo consumida em sucos , doces e in natura. O objetivo deste trabalho foi realizar análises físico-químicas de poupa de carambola in natura. O pH encontra-se com uma média de 2,7. O valor médio da condutividade elétrica foi de 1,80 mS/cm. Os Sólidos Solúveis Totais (SST) foi em média de 6,00° Brix. A umidade média foi de 87,52 %. Já a densidade média foi de 0,99 g/mL. Estes resultados foram em conformidade com relatos da literatura, indicando serem as polpas de boa qualidade.
Palavras Chaves
Amazônia; Frutas; Controle de Qualidade
Introdução
A carambola (Averrhoa carambola L.) pertencente à família Oxalidaceae e é originária da Ásia tropical, mais provavelmente da Índia, e parece ter sido introduzida, no Brasil, por volta de 1817, no Nordeste, espalhando-se, a partir dessa região, por todo o litoral brasileiro (VENTUROSO et al., 2002). As formas dos frutos da caramboleira variam de oblongo a elipsoide, com 6 a 15 cm de comprimento e com 4 a 5 recortes longitudinais, que correspondem aos carpelos (CAMPBELL; KOCH, 1989). A casca é translúcida, lisa e brilhante, e a cor varia do esbranquiçado ao amarelo ouro intenso (WILSON, 1990), com sabor agridoce (GOMES, 1980). A polpa é, em geral, de consistência rígida. As formas de consumo da carambola são como fruta fresca ou sucos, geleias, compotas, doces caseiros e saladas. O sumo das sementes é utilizado para remover manchas diversas, as flores são consumidas em saladas e pratos exóticos, e as folhas fazem parte da farmacopeia indiana. O suco da carambola, além de um refrigerante saudável, também pode ser utilizado como febrífugo, antiescorbútico e antidisentérico (BASTOS, 2004). O objetivo deste trabalho foi caracterizar polpas in natura de carambola comercializadas em Belém do Pará, de forma a contribuir com seu controle de qualidade.
Material e métodos
Para a realização das análises, foram adquiridas carambolas maduras comercializadas e produzidas no município de Belém, no estado do Pará. Após serem adquiridas, estas foram levadas ao Laboratório de Física Aplicada á Farmácia (LAFFA), da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde foram armazenadas em recipientes escuros e sob refrigeração (4º C), até o momento das análises. Foram realizados os seguintes parâmetros físico-químicos: pH, determinado usando um pHmetro (PHTEK) calibrado com solução tampão pH 4 e 7 (AOAC, 1992), densidade, umidade e sólidos solúveis totais (SST), foram determinados por refratometria a 20° C, sendo utilizado um refratômetro portátil (Instrutherm, modelo ATAGO 090), transferindo-se 1 ou 2 gotas da amostra para o prisma do refratômetro, sendo anotado o valor lido na escala correspondente (baumé, porcentagem de água e ° Brix). Todas as determinações foram realizadas em triplicatas, sendo que os resultados dos parâmetros obtidos foram apresentados como média e desvio padrão.
Resultado e discussão
Na tabela 1 estão os resultados obtidos. O pH médio foi de 2,7, indicando
frutos dentro da faixa estudada por Araújo e Minami (2001), com média de pH,
dependendo da caramboleira, variando entre 1,6 e 3,3, e muito menos ácidos
que Averrhoa bilimbi que apresentou valor de pH variando entre 1,1 e 1,6 de
acordo com o estádio de maturação (ARAÚJO et al., 2009). Os Sólidos Solúveis
Totais (SST) teve média de 6,00° Brix, possuindo um menor valor em relação à
Teixeira et al. (2001), que observaram uma variação de 7,9 a 10,3º Brix para
frutos maduros de 6 cultivares de carambola, mas dentro da faixa estimada
por Araújo e Minami (2001), que mencionaram variação na média do teor de
SST entre 4,9 e 6,6º Brix em 270 frutos dos tipos doce e ácido, coletados de
15 caramboleiras. A umidade média obtida foi de de 87,52 %, indicando
existir um grande teor de água na fruta, porém, está fora dos valores
obtidos por diversos autores citados por Oliveira et al. (1989b), que
variaram no intervalo de 89,9 a 91,7 %. O valor médio da densidade foi de
0,99 g/mL, estando na faixa dos valores encontrados por Alvarado e Romero
(1989), que foram entre de 1,003 e 0,983 g/mL. A condutividade elétrica (CE)
média foi de 1,80 mS/cm.
Conclusões
As características físico-químicas estão de acordo com estudos similares presentes na literatura específica, sendo assim, pode-se dizer que essas polpas in natura estão de boa qualidade para o consumo humano, pelo menos ao que tange as características aqui estudadas.
Agradecimentos
A Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Referências
ALVARADO, J. D; ROMERO, C. H. Physical properties of fruits I-II. Density and viscosity of juices as functions of soluble solids content and temperature. Latin American Applied Research, v19, p. 15-21,1989.
ARAÚJO, E.R.; ALVES, L.I.F.; RÊGO, E.R.; RÊGO, M.M.; CASTRO, J.P.; SAPUCAY, M.J.L.C. Caracterização físico-química de frutos de biri-biri (Averrhoa bilimbi L.). Revista Biotemas, v.22, n.4, p.225-230. 2009.
ARAÚJO, P.S.R. DE; MINAMI, K. Seleção de caramboleiras pelas características biométricas e físico-químicas dos frutos. Scientia Agricola, v.58, n.1, p.91-99, jan./mar. 2001.
Association of Official Analytical Chemistry. Official Methods of Analysis of AOAC International, 11 ed. Washington: AOAC, 1992.
BASTOS, Débora Costa. A cultura da carambola. Revista Brasileira de Fruticultura, [s.l.], v. 26, n. 2, p.193-384, ago. 2004. FapUNIFESP (SciELO).
CAMPBELL, C. A.; KOCH, K. E. Sugar/acid composition and development of sweet and tart carambola fruit. Journal of American Society for Horticultural Science, Alexandria, v.114, n.3, p. 455-457, 1989.
GOMES, R.P. Fruticultura brasileira. 6.ed. São Paulo: Nobel, 1980. 162p.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4. Ed. São Paulo, 2005 v.1, 533p.
OLIVEIRA, M.N.; MAIA, G.A.; GUEDES, Z.B.L.; GUIMARÃES, A.C.L.; FIGUEIREDO, R.W. de. Características químicas e físico-químicas da carambola (Averrhoa carambola L.). Ciência Agronômica, v.20, p.129-133, 1989b.
TEIXEIRA, G.H.A.; DURIGAN, J.F.; DONADIO, L.C.; SILVA, J.A.A. Caracterização pós-colheita de seis genótipos de carambola (Averrhoa carambola L.). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.24, n.1, p.546-550, 2001.
VENTUROSO, J.R, A.; RUEDA, W. C.; SAMPAIO, R. M.; MARCOS, S. K. Estudo da secagem de carambola (Averrhoa carambola L.). In: Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2002, Porto Alegre, Anais... Porto Alegre: SBCTA, 2002. CD Rom.
WILSON, C.W. Carambola and bilinbi. In: Nagy, S.; Shaw, P.E.; Wardowsky, F.S. Fruits of tropical and subtropical origem: composition, properties and uses. Lake Alfredo, Florida: Florida Science Source, 1990. p.277-301.