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60º COngresso Brasileiro de Química

Estudo dos Extratos de Crajiru (Arabidaea chica) em Cromatografia em Camada Delgada


ÁREA

Química Orgânica

Autores

Oliveira, L. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS) ; Toledo, H. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS) ; Cruz, J. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS) ; Gomes, J. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS) ; Gomes, J. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS) ; Menezes, E. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS) ; Santos, A. (CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE MANAUS)

RESUMO

Nesse estudo quali-quantitativo em CCD demonstra o grau de interação dos extratos brutos da planta com as fases estacionária (Al2O3) e móvel(Acetato de Etila, Clorofórmio , propanona e Álcool 96%). A Arabidaea chica, Crajirú, é muito comum na região amazônica e as folhas fornecem um corante vermelho escuro. Foi preparado os extratos por maceração: (álcool + crajirú; propanona+crajirú ; água destilada + crajirú),e medido o pH. Os pH’s dos extratos foram (pH 6,7-meio alcóolico); (pH 6,9- meio cetônico) e (pH 6,1- meio aquoso). Os Rf´s medidos (Ac-etila; propanona; álcool) , apresentou valores de Rf’’s=1, sinalizando muita afinidade com cada um dos eluentes, diferente do clorofórmio Rf(álcool) e Rf(aquoso)=0,258 e Rf(cetona)=0,129 indicando afinidade com o adsorvente (fase estacionária).

Palavras Chaves

Arrabidaea chica; crajirú; cromatografia planar

Introdução

A cromatografia é a separação de componentes muito semelhantes de misturas complexas (SKOOG, 2002). A Cromatografia em Camada Delgada (CCD), separa os componentes de uma mistura dentre os métodos de cromatografia planar, onde a fase móvel desloca-se pela fase estacionária por ação de capilaridade, às vezes por gravidade ou por um potencial elétrico (HOLLER, 2009).O processo no qual a amostra é carregada através da fase estacionária por uma fase móvel se chama corrida da placa. O solvente se desloca placa acima, por ação de capilaridade entre partículas finas, conforme ultrapassa o lugar de aplicação da amostra, ele a dissolve e carrega ascendentemente, com a amostra se distribuindo entre o solvente que se move e a fase estacionária (SKOOG, 2002). A Alumina (Al2O3),fase estacionária alcalina, conforme o preparo, pode ser neutra ou ácida, atuando como catalizador nas reações orgânicas (condensações de substâncias carbonílicas) e separar hidrocarbonetos policíclicos, alcaloides, aminas e vitaminas lipossolúveis (COLLINS, 1997). Dentre os eluentes mais empregados com ordem crescente de polaridade estão: Clorofórmio< Acetato de etila< Acetona<Etanol< Água (COLLINS, 1997). A matriz usada na CCD foi a planta (A.chica), conhecida como crajirú no estado do Amazonas, com pigmentos que se derivam de metabólitos e formam fenólicos como a carajurina(6,7-dihidroxi-5,4’- dimetoxi-flavilium), assim como estudos fitoquímicos de suas folhas mostram a presença de saponinas(glicosídeos), quininas (C20H24N2O2 ), flavonas (C15H10O5 ), taninos (polifenóis), pigmentos flavonicos e indícios de alcalóides (ALVES et al., 2010). Estes compostos naturais são aplicados comercialmente em produtos alimentícios e no ramo farmacêutico por atuar como antioxidante à radicais livres (PESTANA, 2017).

Material e métodos

As folhas da A. chica foram coletadas em propriedade particular (latitude -3.114009;longitude -59.980758) na cidade de Manaus. Foram trituradas manualmente em pequenos pedaços e separadas em 3 porções. Transferidas para cada almofariz identificado pelo solvente de extração( álcool etílico; propanona ; água destilada). Maceradas com pistilo, até o aparecimento de um extrato concentrado. Para o sistema em CCD de Al2O3, foram utilizados 4 béqueres como cuba cromatográfica e adicionados aos mesmos, os eluentes: Acetato de Etila, Clorofórmio , propanona e Álcool 96%, todos P.A. Foram cortadas com tesoura as cromatoplacas de Al2O3, e as distâncias medidas do ponto de partida até o ponto de chegada de cada eluente, respectivamente 64 mm ; 62mm ; 68 mm e 64 mm ( Acetato de Etila, Clorofórmio, propanona e Álcool etílico). Em seguida cada cromatoplaca foi delimitada com 5 mm de distância entre o ponto de partida da amostra à extremidade da placa, e 5 mm de distância do ponto de chegada da amostra à extremidade da placa. Em cada Cromatoplaca foram aplicadas com capilares, as amostra dos respectivos extratos (álcool + crajirú; propanona + crajirú ; água destilada + crajirú), totalizando 3 spots em cada cromatoplaca . Em seguida colocadas no interior das cubas, tampadas com placas de petri, observou-se seu desenvolvimento (Fig.1). Concomitantemente ao tempo de eluição, foi coletado 10 mL de cada extrato, mediu-se o pH (pHâmetro PHTEK modelo PHS-3E, previamente calibrado com tampões de pH=4 e pH= 7). Após o desenvolvimento, as mesmas foram retiradas com pinça metálica e colocadas sobre a bancada para secar in natura. Após, calculou-se os fatores de retenção “Rf´s (Razão da distância percorrida pela substância e distância percorrida pela fase móvel), de cada Amostra.

Resultado e discussão

O crajirú in natura apresenta em meio alcoólico cor verde (pH 6,7); meio cetônico verde intenso (pH 6,9) e em meio aquoso a cor vermelha-tijolo (pH 6,1). Após o desenvolvimento das amostras nas Cromatoplacas de Al2O3, as medidas das distâncias percorridas pelos 3 extratos coincidiu com as mesmas medidas das cromatoplacas que tinham o Acetato de Etila, propanona e Álcool etílico ( 64 mm ; 68 mm e 64 mm, respectivamente), logo apresentando Rf’’s=1, conforme demonstrado no gradiente de polaridade dos solventes (Clorofórmio < Acetato de Etila < Propanona < Etanol < Água) (COLLINS, 1997). A análise qualitativa cromatográfica mostra um indicativo da presença de antocianina favorecida pelo meio levemente neutro, o mesmo observado por MARÇO et al., (2008). As antocianinas ficam fortemente ligadas aos adsorventes por seus grupos hidroxil não-substituídos (MARÇO et al.,, 2008). Percebeu-se que as amostra dos extratos de Arabidaea chica apresentaram afinidade com esses eluentes, por serem mais polares, pois possuem interações intermoleculares, conferindo a este método confiablidade nos resultados, de acordo com Skoog (2002), que ainda cita que a análise cromatográfica planar de substâncias que apresentam cor, a eficiência do mecanismo são determinadas pelo equilíbrio das espécies que eluem. Enquanto o clorofórmio,que é um solvente apolar, ou menos polar em relação aos citados acima, arrastou sutilmente as amostras (crajiru+álcool e crajiru+água ), ao passo que manteve retido amostra (crajiru+cetona), mostrando a baixa interação das amostras com o esse eluente mas um certo grau de afinidade com a fase estacionária (Al2O3). Como visto nas medidas das amostras do extrato cetônico 8 mm (Rf = 0,129) e 16 mm para extratos alcoólico e aquoso (Rf = 0,258),(Tab.1).


Fig.1- A- Maceração do Crajirú nos solventes; B- Extratos obtidos (Alcóolico;Cetônico;Aquoso) ;C- Placas de Al2O3 com amostra de extratos de crajirú.

Tabela 1 - Resultado dos Fatores de Retenção.



Conclusões

As análises realizadas por meio da técnica de CCD, para a caracterização quali- quantitativa das amostras de extrato de A. chica in natura, possibilitou observar as afinidades moleculares dos solventes: acetato de etila, propanona, álcool etílico e Clorofórmio com as amostras. Embora desconhecendo os componentes da A. chica por técnicas instrumentais não aplicadas neste trabalho, as observações foram com base nas características polares conhecidas dos solventes, corroboradas pela literatura. Preliminarmente, um parâmetro satisfatório para as análises desta e de outras plantas a serem estudadas.

Agradecimentos

Ao CEULM-ULBRA pela disponibilização dos recursos necessários para a implementação desse experimento que se fez necessário mais de uma vez e pelo companheirismo das colegas, em meio a essa pandemia de Covid-19.

Referências

ALVES, Mauro Sérgio M.; BARBOSA, Wagner Luiz R.; SILVA Jr., José Otávio C.; MENDES, Patrizia Cardoso; OZELA, Eliana F.; VIEIRA, Janaína Gell de Pontes. Análise farmacognóstica das folhas de Arabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlt., Bignoniaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia. Maio/2010

COLLINS, Carol; BRAGA, Gilberto; BONATO, Pierina. Introdução a métodos cromatográficos. 7.ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.

HOLLER, F. James; SKOOG, Douglas A.; CROUCH, Stanley R. Princípios de Análise Instrumental. 6ª ed.Porto Alegre. Bookman. 2009.


MARÇO, Paulo; POPPI, Ronei; SCARMINIO, Ieda. Procedimentos analíticos para identificação de antocianinas presentes em extratos naturais. Química Nova. 2008.

PESTANA, Gabriela da Silva. Determinação dos teores de umidade, cinzas e minerais nas folhas da espécie Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot. Em Cultivo Orgânico. 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/123456789/1393. Acesso em 17 de junho de 2021.

SKOOG, Douglas A.; HOLLER, F. James; NIEMAN, Timothy A. Princípios de Análise Instrumental. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.