USO DO PIQUIÁ (CARYOCAR VILLOSUM) COMO FONTE DE PRODUTOS COSMÉTICOS

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Tecnológica

Autores

Souza, E.S. (ISB-UFAM) ; Yamaguchi, K.K.L. (ISB-UFAM)

Resumo

O uso de frutas amazônicas vem conquistando o mercado nacional e internacional devido as pesquisas que indicam as propriedades biológicas presentes nos seus extratos. Entre as frutas tem-se o piquiá (Caryocar villosum). O objetivo desse trabalho foi a utilização biotecnológica do piquiá para produção de sabonete esfoliante e sabão em barra usando casca, polpa e semente. O método realizado foi o preparo do extrato glicólico e a formulação do modo de preparo do sabonete e sabão, no qual utilizou-se a matéria prima. Realizou-se 7 testes Físico – químicos de qualidade do sabonete e sabão. Foi possível observar uma boa consistência e resistência dos produtos. Os resultado demonstraram que o fruto piquiá pode ser utilizado de forma integral como produto cosmético.

Palavras chaves

fruto amazonico; sabonete artesanal; Coari

Introdução

Estudos vêm sendo realizados demonstrando a possibilidade do uso de frutos para criação de produtos biotecnológicos devido a composição química e os benefícios reportados. Há uma procura por uma vida saudável, com isso reforçam na valorização do uso de produtos naturais para consumo. Uma das áreas que vem se destacando, é da ciência cosmética, na procura por produtos naturais e sustentável. (KUSKOSKI et al., 2006; HARBONE & WILLIAMS, 2000). O piquiá (Caryocar villosum), pertence a família Caryocaraceae, é comestível e bastante apreciado pela população tradicional da Amazônia (MENEZES et al.; 2011; YAMAGUCHi et al., 2015). O fruto piquiá é rico em vitamina A, B1, B2 e B5, tanino e substâncias fenólicas, sendo utilizada na fabricação de tinta, tingimento de tecidos, além da culinária (PRIMACK E RODRIGUES,2001). Algumas substâncias aromáticas como fenólicos e flavonoides, são considerados substâncias importantes na formulações de cosmético, esse grupo de substâncias se concentram majoritariamente nos frutos, que são essenciais a saúde (MELO et al., 2008; YAMAGUCHI et al., 2014; BERTO et al., 2015). De acordo com NOVAK et al (2014) uma nova classe de produtos de higiene pessoal denominados biocósmeticos tem surgido através de novas tecnologia sustentável. O objetivo desse trabalho foi produzir sabonete esfoliante e sabão em barra do fruto piquiá usando casca, polpa e semente para aplicação na área cosmética.

Material e métodos

Este trabalho foi realizado no Laboratório de Química Geral do ISB/UFAM, Campus-Coari. A coleta do fruto foi realizada no mês de março de 2018 na zona rural do município de Coari-AM, na comunidade Menino Deus do Castanha, lago do Mamiá. Para o preparo do sabonete esfoliante em barra, foi utilizado 50g de base glicerinada branca e foram levados para o fogão elétrico a temperatura de 60ºC. Após o derretimento da glicerina, foi acrescentado o extrato glicólico e 10mL de lauril, e posteriormente foi acrescentado em formas de silicone e solidificado em temperatura ambiente. Para a elaboração do sabão foi usando 30g de cada amostra vegetal casca, polpa e semente usou- se 180 mL de óleo, onde ficaram macerando por 24h. Após isso, foi feito o sabão utilizando-se 120mL de etanol e 200mL de NaOH. Foram levados para o banho maria a temperatura de 70ºC por 1h e 30 min até a observação de uma massa pastosa. Logo, foram despejados em formas de silicone a temperatura ambiente por 14 dias. Feito os sabonetes esfoliante e o sabão, foi realizado os testes físico-químico de controle e qualidade para os dois produtos elaborados, seguindo a metodologia descrita por Cordeiro et al.,(2013).

Resultado e discussão

Foi possível elaborar tanto o sabonete esfoliante quanto o sabão em barra utilizando a matéria prima piquiá (caryocar villosum). Nos testes realizados sobre o controle e qualidade dos produtos foram bem sucedidos (tabela 1). Foram realizados testes de absorção e resistência do produto à água, que revelou- se resultado positivo para os dois produtos testados (sabão e sabonete). Testes de durabilidade, que apresentou resistência a água. Testes de rachadura, verificou –se que ambas as amostras (sabão e sabonete) analisadas não apresentaram rachaduras. Testes de espuma, observou –se que as amostras analisadas tiveram a produção de espumas de 14 a 33 cm de altura. Testes de índice de acidez, os sabonetes tiveram índice de acidez mais elevados do que o índice de acidez do sabão. Testes para determinação do pH, foi observado que o sabão feito das cascas, polpa e sementes tiveram o valor de pH 09. Já os sabonetes da casca e sementes tiveram o valor de pH 7 e polpa pH 6. Após esses testes realizados.

Figura 1

Análise físico-química do produto

Conclusões

Os resultados demostraram que o fruto piquiá pode ser incorporado na produção de sabonete esfoliante e sabão, tanto as polpas, quanto as cascas e as sementes. A caracterização físico-química do sabonete esfoliante e sabão obtidos, revelam que estes foram formulados adequadamente, indicando a viabilidade de utilização da casca, polpa e semente na produção desses tipos de produtos cosméticos.

Agradecimentos

Agradeço ao Instituto de Saúde e Biotecnologia ISB/UFAM

Referências

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GONZÁLEZ S., FERNÁNDEZ-LORENTE, M., GILABERTE-CALZADA, Y. The
latest on skinn photoprotection. Clinics in Dermatology, v. 26, p. 614-626, 2008. de um produto biotecnológico abrangendo assim o mercado das indústrias química e cosmetica.

KUSKOSKI, E.M., ASUERO, A. G.; MORALES, M. T.; FETT, R.; Frutos tropicais silvestres e polpas de frutas congeladas: atividade antioxidante, polifenóis e antocianinas. Ciência Rural, Vol.36, No.4, p.1283-1287, 2006.

MELO, E. A., MACIEL, M. I. S., LIMA, V.L A. G., NASCIMENTO, R. J. Capacidade antioxidade de fruta. Revista Brasileira de Ciencias Farmaceuticas, v. 44, n.2, p.193-201, 200.

MENEZES, E.; DELIZA, R.; CHAN, H. L.; GUINARD, J.; Preferences and atitudes towards açaí-based products among North American consumers. Food Research International. vol.44, p. 197-2008, 2011.

NOVAK, A. C., SYDNEY. E., & SOCCOL, C. R. (2014). Biocosmetics. InBiotransformation of waste Biomass into High Value Biochemicals (pp. 389 – 411). Springer New York.

PRIMACK, R. B. e E. RODRIGUES. Biologia da Conservação. Londrina. 2001. 328 p.

YAMAGUCHI, K. K. DE L.; PEREIRA, L. F. R; LAMARAO, C. V.; LIMA, E. S. ; Veiga Junior, V. F. Amazon acai: Chemistry and biological activities: A review. Food Chemistry, vol. 179, p. 137-151, 2015.


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