EFEITO DA CARBONIZAÇÃO HIDROTÉRMICA NAS PROPRIEDADES DO CARVÃO ATIVADO DO CAROÇO DE TAMARINDO
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Química Tecnológica
Autores
Gonçalves, G.R.F. (UESB) ; Gandolfi, O.R.R. (UESB) ; Bonomo, R.C.F. (UESB) ; Fontan, R.C.I. (UESB) ; Veloso, C.M. (UESB)
Resumo
O objetivo neste trabalho é avaliar o efeito da carbonização hidrotérmica nas propriedades do carvão ativado do caroço de tamarindo. O hydrochar formado apresentou um teor de grupos funcionais oxigenados (GFO) cerca de 88% superior ao do farelo bruto. O carvão obtido a partir do hydrochar (CAHT) apresentou um teor de GFO cerca de 33% superior quando comparado com o obtido a partir do farelo (CAFT). Ambos os carvões apresentaram elevada área superficial, além de possuir microporos e mesoporos em sua estrutura. Baseado no diâmetro médio dos poros, o CHT foi classificado como microporoso, enquanto o CAFT como mesoporoso. Os resultados encontrados sugerem que a carbonização hidrotérmica de resíduos lignocelulósicos alteram as características superficiais e estruturais de carvões ativados.
Palavras chaves
grupos oxigenados; hydrochar; resíduo lignocelulósico
Introdução
As biomassas lignocelulósicas são os resíduos agroindustriais mais abundantes do planeta, correspondendo a cerca de 60 % de toda a biomassa vegetal. O descarte inadequado desses resíduos promove graves problemas ambientais, como a contaminação dos solos e das águas, poluição atmosférica, entre outros (GONÇALVES et al., 2013; MENDES et al., 2015). Diante disso, surge a necessidade de estudos que possibilitem um melhor aproveitamento desses materiais. Uma possibilidade que vem sendo explorada nos últimos anos para o aproveitamento da biomassa lignocelulósica é a utilização da carbonização hidrotérmica (CHT) para obtenção de materiais carbonáceos com características atrativas para uma variedade de aplicações, tais como adsorção (QIAN et al., 2018), catálise (WANG et al., 2011), bioimagem (GUO et al., 2008), entre outras. A CHT é uma técnica relativamente simples e de baixo custo, na qual um material precursor é colocado em uma autoclave, utilizando preferencialmente água como solvente. A autoclave é aquecida até a temperatura desejada (geralmente na faixa de 150°C a 350°C), onde a pressão é autogerada, devido à evaporação da água (JAIN et al., 2016). O produto sólido formado no processo recebe o nome de hydrochar (NIZAMUDDIN et al., 2017). Uma maior utilização dos hydrochars em diversas aplicações é prejudicada em virtude de sua baixa área superficial e porosidade. Para superar esses inconvenientes, uma alternativa viável seria a utilização dos hydrochars como precursores para a produção de carvões ativados (JAIN et al., 2016). Estudos recentes vêm demonstrando que as reações que ocorrem na CHT podem aumentar o conteúdo de grupos funcionais oxigenados (GFOs) da biomassa, dando origem a um precursor altamente reativo e eficaz para a produção de carvões ativados quimicamente (ROMERO-ANAYA et al., 2014; JAIN et al., 2016). Os carvões ativados são materiais carbonáceos que apresentam boa estabilidade química, elevada área superficial interna, porosidade altamente desenvolvida, além de apresentar diversos grupos funcionais em sua superfície (BRITO et al., 2017, AHMED et al., 2017). As propriedades adsortivas e a reatividade dos carvões ativados estão diretamente relacionadas com os grupamentos químicos presentes na sua estrutura. Os principais grupos funcionais responsáveis por essas características são os oxigenados, tais como, carboxilas, carbonilas, hidroxilas, fenóis, entre outros. Esses grupamentos estão naturalmente presentes no material precursor ou podem ser adicionados no momento da síntese (BHATNAGAR et al., 2013; SHAFEEYAN et al., 2010). Sendo assim, a carbonização hidrotérmica da biomassa pode resultar na produção de um carvão ativado com maior teor de grupos funcionais oxigenados. As características superficiais do carvão ativado fazem com que o mesmo seja utilizado em diversas aplicações (JAIN et al., 2016), tais como: no tratamento de efluentes (KONG et al., 2013), na adsorção de biomoléculas (PEREIRA et al., 2014), em processos de purificação e separação de biomoléculas (HU; LU; MEISNER, 2008), como suporte para a imobilização de enzimas (GIRALDO; MORENO-PIRAJÁN, 2012; BRITO et al., 2017), entre outras. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho é avaliar o efeito da carbonização hidrotérmica nas características do carvão ativado obtido a partir do caroço de tamarindo.
Material e métodos
PREPARO E CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL PRECURSOR Primeiramente, o caroço de tamarindo foi seco em estufa a 105°C por 24 h. Após esse período foi triturado em moinho de facas e peneirado até a granulometria de 20 mesh. Posteriormente, o farelo foi caracterizado em relação ao teor de cinzas (AOAC, 1995) e teores de lignina, celulose e hemicelulose (VAN SOEST et al., 1991). Os grupos funcionais dos farelos foram avaliados por Espectrofotometria no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR). As amostras avaliadas foram analisadas de forma direta utilizando a técnica de refletância total atenuada (ATR), detector de sulfato de triglicina deuterado (DTGS), na região infravermelha de 4000-650 cm -1 em espectrofotômetro Infravermelho médio Cary 630 FTIR (Agilent Technologies Inc., Santa Clara, CA, USA), utilizando o Agilent MicroLab PC software. A quantificação dos grupos funcionais oxigenados totais (GFO) do farelo foi determinada pela metodologia descrita por Boehm (1966). SÍNTESE DO HYDROCHAR O hydrochar foi produzido utilizando metodologia proposta por Tag, Dugman e Yanik (2018) com adaptacões. O farelo do caroço de tamarindo foi misturado com água para se obter uma concentração de 32,5 % m/m. Posteriormente, a mistura foi acondicionada em cápsulas de teflon, as quais foram fechadas e adicionadas em autoclaves de aço inoxidável. As autoclaves foram levadas ao forno mufla a uma taxa de aquecimento de 5 °C/min até atingir a temperatura de 235 °C e mantidas nessa temperatura por 3 h. Após a reação, as autoclaves foram resfriadas em banho de gelo. O sólido obtido (hydrochar) foi lavado com 100 ml de água destilada, filtrado para remoção do excesso de líquido e seco em estufa a 105 °C por 12 h. O teor de GFO foi determinado utilizando metodologia descrita por Boehm (1966). Os grupos funcionais do hydrochar também foram avaliados por FTIR utilizando as mesmas condições do farelo. OBTENÇÃO DOS CARVÕES ATIVADOS Para síntese dos carvões ativados, foram utilizados o farelo e o hydrochar do caroço de tamarindo. Estes foram impregnados com ácido fosfórico (VETEC 85% P.A.) na razão de impregnação de 3:1 (massa de ativante/massa do precursor) e secos em estufa a 105 °C por 24 h. Após este período os mesmos foram carbonizados na temperatura de 680 °C (taxa de aquecimento de 5°C/min, sob fluxo de nitrogênio 50 mL/min) por 2 h. Posteriormente, os carvões foram lavados com água quente até a neutralização da água de lavagem. Em seguida, as amostras foram secas a 105 ºC por 24 h. O teor de grupos oxigenados totais foi determinado nos diferentes carvões utilizando o método de Boehm (1966), para verificar se a carbonização hidrotérmica do resíduo resulta em um carvão com um maior teor de GFO. CARACTERIZAÇÃO DOS CARVÕES ATIVADOS Os carvões ativados foram caracterizados em relação ao rendimento, teor de cinzas (AOAC, 1995), FTIR, pH do ponto de carga zero (REGALBUTO; ROBLES, 2004) e porosidade e área superficial específica (BRITO et al., 2017).
Resultado e discussão
Caracterização do material precursor
O farelo de tamarindo apresentou um teor de celulose de 33,31%, hemicelulose
de 10,45% 3 lignina de 33,07%. O teor de cinzas encontrado foi de 1,82% e o
teor de grupos funcionais oxigenados foi (GFO) foi 1,95 mEq/g. A relação
celulose/lignina aproximadamente igual a 1,0. Segundo Jain et al. (2016), a
carbonização hidrotérmica de resíduos lignocelulósicos são adequados para a
formação de hydrochars com elevado teor de GFO. Entretanto, esse teor
depende fortemente da composição do material precursor, bem como das
condições de carbonização hidrotérmica, tais como temperatura, tempo e
concentração de substrato. Além disso, a composição química dos precursores
influencia diretamente no rendimento dos carvões ativados. Carvões
produzidos a partir de materiais com maior teor de lignina tendem a
apresentar maiores rendimentos, pois a mesma apresenta maior estabilidade
térmica do que a celulose e hemicelulose (REED; WILLIAMS, 2004). Observa-se
que o caroço de tamarindo apresentou um baixo teor de cinzas. De acordo com
Li e Wang (2008), um baixo teor de cinzas dos precursores pode levar à
produção de carvões ativados com maior área superficial.
Caracterização do hydrochar
O teor de GFO do hydrochar produzido foi de 3,67 mEq/g, sendo cerca
de 88% maior quando comparado com o farelo bruto. Esse elevado aumento
ocorre pelo fato de o farelo apresentar um elevado teor de lignina em sua
composição. Kang et al. (2012) verificaram que a CHT de lignina ou materiais
lignocelolúsicos promovem a hidrólise da estrutura e dão origem a hydrochars
fenólicos, que apresentam muitos grupos contendo oxigênio em sua estrutura.
O rendimento do hydrochar formado foi de 56%. Esse rendimento está
relacionado aos componentes lignocelulósicos do material precursor. Sabe-se
que em condições hidrotérmicas a hemicelulose inicia a sua decomposição em
cerca de 160 °C, a celulose na faixa de 180 °C a 200 °C e a lignina inicia
sua decomposição a partir de 220 °C (HEIDARI et al. 2018). Um maior teor de
lignina garante, portanto, um maior rendimento.
Caracterização dos carvões
Na Tabela 1 estão apresentados os resultados das caracterizações
químicas e texturais dos carvões ativados.
O rendimento do carvão ativado está diretamente ligado aos componentes
lignocelulósicos do material precursor, além das condições operacionais da
etapa de carbonização. Durante a carbonização, a hemicelulose apresenta
temperatura de degradação entre 200 °C-280 °C, a celulose entre 260 °C-350
°C e a lignina entre 280 °C-500 °C (JAIN; TRIPATHI, 2014). Assim sendo, o
elevado teor de lignina favorece o aumento do rendimento dos carvões
ativados. Além dos componentes lignocelulósicos, a ativação química
utilizando ácido fosfórico resulta em carvões com maiores rendimentos (YAHYA
et al., 2015; BRITO et al., 2017).
Os teores de cinzas dos carvões foram inferiores a 10 %. De acordo
com Mahamad et al. (2015), o teor de cinzas do carvão ativado deve variar
entre 1,0 % a 12 %. Teores mais elevados são indesejáveis, por prejudicar,
por exemplo, o processo de adsorção, propiciando uma maior hidrofilicidade
nos carvões.
Em relação ao teor de grupos funcionais oxigenados (GFO), observa-se
que a carbonização hidrotérmica foi eficiente para produzir um carvão com
maior teor desses grupos na superfície. O carvão ativado a partir do
hycrochar (CAHT) apresentou um teor de GFO cerca de 32,5% superior quando
comparado com o obtido a partir do farelo bruto (CAFT). A maior presença
desses grupos nos carvões ativados pode resultar em uma maior capacidade
adsortiva (SHAFEEYAN et al., 2010; BHATNAGAR et al., 2013), além de ampliar
a possibilidade de modificações futuras nos carvões (DAUD; HOUSHAMND, 2010).
Os resultados encontrados para o ponto de carga zero (pHPCZ)
confirmam que o carvão obtido a partir do hydrochar apresenta um maior teor
de grupos oxigenados ácidos, visto que, para tal parâmetro este carvão
apresentou um menor valor. Em soluções com pH abaixo do ponto de carga zero
a superfície do carvão ativado é protonada, favorecendo a adsorção de
compostos com carga negativa, e consequentemente é desprotonada em pH acima,
favorecendo o comportamento oposto (VIEIRA et al., 2010).
Em relação às características texturais, o CAFT apresentou maiores
valores para todas as variáveis estudadas (área superficial, diâmetro de
poros, volume de mesoporos e volume de microporos. A estrutura dos poros de
um carvão limita as dimensões das moléculas a serem adsorvidas e a área
superficial limita a quantidade de material que pode ser adsorvido pela
matriz (Pereira et al., 2014). De acordo com a IUPAC (1982), os poros são
classificados em função do diâmetro como: microporos (menor que 2 nm),
mesoporos (entre 2 e 50 nm) e macroporos (maior que 50 nm). Assim sendo, o
CAHT é essencialmente microporoso, enquanto o CAFT é essencialmente
mesoporoso.
Espectrofotometria de absorção no infravermelho com transformada de Fourier
(FTIR)
Observa-se na Figura 1 os espectros de FTIR para o farelo de
tamarindo (FT), hydrochar (HT) e carvões (CAHT e CAFT).
Analisando as bandas para o farelo de tamarindo, verifica-se que o mesmo
apresenta bandas nos comprimentos característicos da matéria
lignocelulósica: 3300 cm-1, atribuídos ao estiramento das
vibrações do grupo hidroxila (-OH) pertencentes à estrutura da celulose;
2918 cm-1, resultantes da deformação axial de ligações C-H
característicos de celulose, hemicelulose e lignina; 1030 cm-1,
referente aos estiramentos do grupo C-O das estruturas de lignina, celulose
e hemicelulose; 1620 cm-1, referentes a C=O presentes na
carboximetilcelulose (BRUM et al., 2008; MORETTI et al., 2014; PEREIRA et
al., 2014).
Ao analisar o espectro do hydrochar (HT), verifica-se que a CHT
mantém diversos grupos funcionais presentes nos farelos. Destacam-se: 3300
cm-1, atribuído à hidroxila (-OH) presente na estrutura da
celulose; 2918 cm-1, C-H característicos de celulose,
hemicelulose e lignina; 1030 cm-1, referente ao estiramento do
grupo C-O ou C-O-C da lignina, celulose e hemicelulose. Observa-se ainda
que, ao se comparar o espectro de hydrochar com o do farelo ocorre um
aumento da intensidade ou surgimento de bandas referentes à ligação de
oxigênio, como o alongamento da banda 1600 cm-1, referente a C=)
de carboximetilcelulose ou o surgimento da banda em 1700 cm-1,
atribuída ao alongamento C=O presente em cetonas, aldeídos, quinonas,
ésteres e ácidos carboxílicos (FONTS, 2009; ARELLANO et al., 2016). Tais
resultados sugerem que a CHT foi eficiente para o aumento de GFO a partir
dos resíduos lignocelulósicos. Para os espectros referentes aos carvões
(CAHT e CAFT), verifica-se que os mesmos são similares, ocorrendo uma
redução ou eliminação de diversas bandas de maior intensidade quando
comparados com o farelo, causados pela decomposição da matéria orgânica no
processo de carbonização em elevadas temperaturas.
Conclusões
Foi produzido um hydrochar a partir do farelo do caroço de tamarindo, visando o aumento do teor de grupos funcionais oxigenados. O hydrochar formado apresentou um aumento de cerca de 88% nesses grupos, comprovando a eficiência do processo de carbonização hidrotérmica. O carvão ativado produzido a partir do hydrochar apresentou teor de grupos funcionais oxigenados superior ao obtido a partir do farelo bruto. O ponto de carga zero do carvão produzido a partir do hydrochar apresentou valor inferior ao obtido a partir do farelo, indicando que a carbonização hidrotérmica promove a formação de um carvão ativado com superfície mais ácida. O carvão obtido a partir do hydrochar foi classificado como microporoso, enquanto o obtido a partir do farelo bruto foi classificado como mesoporoso. Os resultados encontrados sugerem que a carbonização hidrotérmica de resíduos lignocelulósicos alteram as características superficiais e estruturais de carvões ativados.
Agradecimentos
Referências
AHMED, M. J. Adsorption of quinolone, tetracycline, and penicillin antibiotics from aqueous solution using activated carbons: Review. Environmental Toxicology and Pharmacology, v. 50, p. 1-10, 2017.
AOAC (Association of Official Analytical Chemistry). Official methods of analysis. 16ed. Arlington: AOAC International, 1995.
ARELLANO, O.; FLORES, M.; GUERRA, J.; HIDALDO, A.; ROJAS, D.; STRUBINGER, A. Hydrothermal carbonization of corncob and characterization of the obtained hydrochar. Chemical Engineering Transactions, v. 50, 235-240, 2016.
BHATNAGAR, A. et al. An overview of the modification methods of activated carbon for its water treatment applications. Chemical Engineering Journal, v. 219, p. 499-511.
BOEHM, H. P. Chemical identification of surface groups, in: ELEY, D. D.; PINES, H.; WEISZ, P. B. (Eds.), Advances in Catalysis, Academic Press,NewYork, v. 16, p. 179, 1966.
BRITO, M. J. P.; VELOSO, C. M.; BONOMO, R. C. F.; FONTAN, R. C. I.; SANTOS, L. S.; MONTEIRO, K. A. Activated carbons preparation from yellow mombin fruit stones for lipase immobilization. Fuel Processing Technology, v. 156, p. 421-428, 2017.
BRUM, S. S.; BIANCHI, M. L.; DA SILVA, V. L.; GONÇALVES, M.; GUERREIRO, M. C.; DE OLIVEIRA, L. C. A. Preparação e caracterização de carvão ativado produzido a partir de resíduos do beneficiamento do café. Química Nova, v. 31, p. 1048-1052, 2008.
DAUD, W. M. A. W.; HOUSHAMND, A. H. Textural characteristics, surface chemistry and oxidation of activated carbon. Journal of Natural Gas Chemistry, v. 19, p. 267-279, 2010.
FONTS, I.; AZUARA, M.; GEA, G.; MURILLO, M. B. Study of the pyrolysis liquids obtained from different sewage sludge. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 85, p. 184-191, 2009.
GIRALDO, L.; MORENO-PIRAJÁN, J.C. Lipase supported on mesoporous materials as a catalyst in the synthesis of biodiesel from Persea americana mill oil. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic, v.77, p.32– 38, 2012.
GONÇALVES, M.; GUERREIRO, M. C.; OLIVEIRA, L. C. A.; SOLAR, C.; NAZARRO, M.; SAPAG, K. Micro Mesoporous Activated Carbon from Coffee Husk as Biomass Waste for Environmental Applications. Waste and Biomass Valorization, v. 4, p. 395-400, 2013.
GUO, S. R.; GONG, J. Y.; JIANG, P.; WU, M.; LU, Y.; YU, S. H. Biocompatible, luminescente silver@phenol formaldehyde resin core/shell nanospheres: large-scale synthesis and application for in vivo bioimaging. Advanced Functional Materials, v. 18, p. 872-879, 2008.
HEIDARI, M.; DUTTA A.; ACHARYA, B.; MAHMUD, S. A review of the current knowledge and challenges of hydrothermal carbonization for biomass conversion. Journal of the Energy Institute. https://doi.org/10.1016/j.joei.2018.12.003.
IUPAC: União Internacional de Química Pura e Aplicada. Reporting Physisoption data for gás/solid systems. v. 54, p. 2201-2218, 1982.
JAIN, A.; BALASUBRAMANIAN, R.; SRINIVASAN, M. P. Hydrothermal conversion of biomass waste to activated carbono with high porosity: A review. Chemical Engineering Journal, v. 283, p. 789-805, 2016.
JAIN, A.; TRIPATHI, S. K. Fabrication and characterization of energy storing supercapacitor devices using coconut shell based activated charcoal electrode. Materials Science and Engineering B: Solid-State Materials for Advanced Technology, v. 183, p. 54-60, 2014.
KONG, J.; YUE, Q.; WANG, B.; HUANG, L.; GAO, B.; WANG, Y.; LI, Q. Preparation and characterization of activated carbon from leather waste microwave-induced pyrophosphoric acid activation. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis. v. 104, p. 710-713, 2013.
LI, T.; WANG, T. Preparation of silica aerogel from rice hull ash by drying at atmospheric pressure. Materials Chemistry and Physics, v.112, p. 398-401, 2008.
MENDES, F. M. T.; MARQUES, A. C. C.; MENDONÇA, D. L.; OLIVEIRA, M. S.; MOUTTA, R. O.; FERREIRA-LEITÃO, V. S. High Surface Area Activated Carbon from Sugar Cane Straw. Waste and Biomass Valorization, v. 6, p. 433-440, 2015.
MORETTI, M.M.S.; BOCCHINI-MARTINS, D. A.; NUNES, C .C. C.; VILLENA, M. A.; PERRONE, O. M.; SILVA, R.; BOSCOLO, M.; GOMES, E. Pretreatment of sugarcane bagasse with microwaves irradiation and its effects on the structure and on enzymatic hydrolysis. Applied Energy. v. 122, p. 189 -195, 2014.
NIZAMUDDIN, S.; BALOCH, H. A.; GRIFFIN, G. J.; MUBARAK, N. M.; BHUTTO, A. W.; ABRO, R,; MAZARI, S. A.; ALI, B. S. An overview of effect of process parameters on hydrothermal carbonization of biomass. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 73, p. 1289-1299, 2017.
PEREIRA, R. G., VELOSO, C. M., DA SILVA, N. M., DE SOUSA, L. F., BONOMO, R. C. F., DE SOUZA, A. O., DA GUARDA, M. O; FONTAN, R. D. C. I. Preparation of activated carbons from cocoa shells and siriguela seeds using H3PO4 and ZnCL as activating agents for BSA and α-lactalbumin adsorption. Fuel Processing Technology, v. 126, p. 476-486. 2014.
QIAN, W.; LUO, X.; WANG, X.; GUO, M.; LI, B. Removal of methylene blue from aqueous solution by modified bamboo hydrochar. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 157, p. 300-306, 2018.
REED, A. R.; WILLIAMS, P. T. Thermal processing of biomass natural fibre wastes by pyrolysis. International Journal of Energy Research, v. 28, p. 131-145, 2004.
REGALBUTO, J. R.; ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation, University of Illinois: Chicago, 2004.
ROMERO-ANAYA, A.; OUZZINE, M.; LILLO-RÓDENAS, M.; LINARES-SOLANO, A. Spherical carbons: synthesis, characterization and activation processes. Carbon, v. 68, p. 296-307, 2014.
SHAFEEYAN, M. S. et al. A review on surface modification of activated carbon for carbon dioxide adsorption. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 89, p. 143-151, 2010.
TAG, A. T.; DUMAN, G.; YANIK, J. Influences of feedstock type and process variables on hydrochar properties. Bioresource Technology, v. 250, p. 337-344, 2018.
VAN SOEST, P.J., ROBERTSON, J.B., LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber, neutral detergent fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal of Dairy Science, v. 74, p. 3583–3597, 1991.
VIEIRA, A. P.; SANTANA, S. A.; BEZERRA, C. W.; SILVA, H. A.; DE MELO, J. C.; DA SILVA FILHO, E. C.; AIROLDI, C. Copper sorption from aqueous solutions and sugar cane spirits by chemically modified babassu coconut (Orbignya speciosa) mesocarp. Chemical Engineering Journal, v. 161, p. 99-105, 2010.
WANG, X.; HU, C.; XIONG, Y.; LIU, H.; DU, G.; HE, X. Carbon-nanosphere-supported Pt nanoparticles for methanol and ethanol electro-oxidation in alcaline media. Journal of Power Sources, v. 196, 1904-1908, 2011.