Gerenciamento de Resíduos Químico no Brasil: principais dificuldades da sua implementação.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Verde

Autores

Fontenele, M. (IFPA) ; Araújo, B. (IFPA) ; Cunha, A. (IFPA) ; Ferreira, R. (IFPA) ; Neto, R. (IFPA) ; Novais, R. (IFPA)

Resumo

É de noção da sociedade científica que alguns resíduos químicos necessitam maior atenção que outros, graças a grande variabilidade das características físico-químicas e bioquímicas, fazendo com que o tratamento destes resíduos seja bastante complexo. Este trabalho foi realizado através de um levantamento bibliográfico, o qual propõem o estudo sobre as principais dificuldades da implementação de planos de gerenciamento de resíduos químicos no nosso país. Partindo deste estudo observou-se que um dos principais empecilhos para implementação do mesmo é a falta de planos governamentais mais rigorosos para potenciais poluidores, assim como a precária divulgação dos conceitos da química verde, fazendo com que se torne necessária uma maior atenção de toda sociedade científica para com este tema.

Palavras chaves

Resíduos Químicos; Gerenciamento; Química Verde

Introdução

É de conhecimento da sociedade científica que existem substâncias químicas com maior periculosidade do que outras, carecendo muitas vezes um tratamento especial (BAIRD, 2002). Esse tratamento especial é devido as distinções de periculosidade que cada resíduo químico apresenta, as quais são: inflamabilidade, corrosividade, toxidade e patogenicidade (NBR 10.004 de 2004), além destes mesmos resíduos serem classificados quanto a natureza das substâncias que os compõem de acordo com a Resolução nº 358 do Concelho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Entende-se que uns dos maiores obstáculos para a implementação de planos de gerenciamento de resíduos químicos nos dias de hoje é a carência de planos governamentais em vigência que tratam sobre o mesmo, assim como a grande variedade de características físico-químicas e bioquímicas dos resíduos produzidos (GERBASE et al., 2005). Por essa falta de planos governamentais muitas das vezes os resíduos eram (foram) descartados de formas irregulares, praticamente sem nem um caráter de tratamento adequado (JARDIM, 1998). Todavia esse quadro vem mudando, não só no nosso país, como no mundo todo, graças ao grande aumento do cuidado com o meio ambiente (VICHI et al., 2009). Partindo disto observou-se que é relevante o estudo da história do gerenciamento de resíduos químicos no Brasil e uma discussão mais ampla sobre este assunto, tal estudo possui como foco na pesquisa dos principais empecilhos para a implementação de planos de gerenciamento de resíduos químicos no Brasil, assim como uma reflexão para a formação de novos métodos menos agressivos ao meio ambiente, tais métodos que visam a correção das falhas que permitem que a contaminação ambiental ainda ocorra durante tal gerenciamento, cumprindo assim os princípios da química verde.

Material e métodos

Foi realizado um levantamento bibliográfico durante os meses de junho e julho de 2019, acerca de trabalhos publicados durante os anos de 2000 a 2019 em revistas científicas, como por exemplo a revista Química Nova e publicados nos anais virtuais do CBQ, assim como trabalhos publicados por instituições de ensino. Foram selecionados 39 trabalhos com maior relevância ao tema proposto neste estudo. Todos os trabalhos selecionados foram analisados, para que fosse de melhor entendimento as dificuldades da implementação de planos de gerenciamento de resíduos químicos no Brasil.

Resultado e discussão

A parir dos trabalhos analisados, observou-se três principais dificuldades para a implementação de planos de gerenciamento de resíduos químicos, a primeira que representa 36% dos trabalhos analisados trata sobre a falta de profissionais que tenham tido uma maior educação ambiental durante sua formação, uma vez que os autores narram que por esta falta de profissionais qualificados tal gerenciamento se torna árduo, uma vez que sem estes profissionais esta atividade se torna praticamente impraticável tanto em instituições de ensino, com em indústrias, como citado por Alberguini et al., (2003). A segunda dificuldade trata sobre a escassa divulgação dos conceitos da química verde a qual representa 34% dos trabalhos analisados, onde os autores apresentaram a falta da publicação de metodologias que se baseiam nos princípios da química verde como a minimização, a recuperação e a reciclagem como é até mesmo abordado por Donda et al., (2014). Por último representando 30% dos trabalhos analisados, os quais tratam a falta de políticas públicas como sendo um desses principais problemas, os autores citaram como exemplo a ausência de órgãos fiscalizadores nas instituições de ensino, isto acontecia pois muitas dessas instituições não eram vistas como potenciais geradoras de resíduos químicos o que acarretava na falta de preocupação para com descarte adequado destes resíduos, o que se mostrou preocupante já que sem esses órgãos fiscalizadores a existência de planos de gerenciamentos químicos no Brasil era ínfimo, como apresentado por Afonso et al., (2002).

Conclusões

Através do presente trabalho foi possível analisar as principais dificuldades do gerenciamento de resíduos químicos no Brasil, permitindo assim uma maior compreensão sobre o tema abordado e quais são as principais dificuldades que devem ser corrigidas com certa urgência para frear a degradação ambiental no nosso país.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal do Pará (IFPA)

Referências

AFONSO, J. C. et al. Gerenciamento de resíduos laboratoriais: recuperação de elementos para descarte final. Química Nova. v.26, n.4, 2003
ALBERGUINI, L. B. A. et al. Laboratório de resíduos químicos do campus USP-São Carlos – Resultados da experiência pioneira em gestão de e gerenciamento de resíduos químicos em um campus universitário. Química Nova. v. 26, n.2, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASIEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10.004: Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro.
BAIRD, C. Química Ambiental.2 ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2002.
DONDA, G. M. et al. 54º CBQ Gerenciamento de resíduos químicos, 2014.
GERBASE, A. E. et al. Gerenciamento de resíduos químicos em instituições de ensino e pesquisa. Química Nova. v. 27, n.1, 2005.
JARDIM, W. F. Gerenciamento de resíduos químicos gerados em laboratórios de ensino e pesquisa. Química Nova. v. 27, n.5, 1998
RESOLUÇÃO CONAMA n° 358 de 29 de abril de 2005 Publicado no DOU no 84, 4 de maio de 2005, seção 1, p. 63-64 Disponível em http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462. Acesso em agosto de 2019
VICHI, F. M. et al. Energia Meio Ambiente e Economia: O Brasil No Contexto Mundial. Química Nova. v. 32, n.3, 2009

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