Atividade antimicrobiana do óleo essencial de Ocimum basilicum (manjericão) frente a Escherichia coli (ATCC 25922) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923).
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Produtos Naturais
Autores
Garcia Almeida, D. (UFMA) ; Oliveira Everton, G. (UFMA) ; Nascimento Mouchrek, A. (UFMA) ; Mouchrek Filho, V.E. (UFMA)
Resumo
Os óleos essenciais obtidos do metabolismo secundário de plantas apresentam diferentes propriedades biológicas. Dessa forma, este estudo avaliou a antimicrobiana do óleo essencial (OE) de Ocimum basilicum frente a cepas padrões de Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Obtevese ação semelhante do OE frente aos microrganismos testados, sendo obtida a CIM de 50 μg.mL-1 para E. coli e 25 ug.mL-1para S. aureus. O bioensaio de toxicidade permitiu classificar o óleo essencial como atóxico. A partir dos resultados obtidos neste estudo pode-se concluir que o óleo apresentou uma eficiente atividade bactericida frente às cepas bacterianas testadas, sendo seu potencial de aplicação apreciado pela sua classificação como OE atóxico.
Palavras chaves
óleo essencial; bactericida; manjericão
Introdução
O óleo essencial (OE) de uma planta medicinal é produzido a partir do seu metabolismo secundário, sendo extraído de diversas partes da mesma (SARTO&JUNIOR, 2014). Apresentam compostos aromáticos voláteis como terpenos e seus derivados, que são os principais responsáveis por sua atividade antimicrobiana (SANTOS et al., 2012). Estes compostos são capazes de interagir em diferentes moléculas alvo e nas funções das células bacterianas causando distúrbios nas propriedades da membrana citoplasmática e no metabolismo energético das mesmas (BARBOSA et al., 2015). O manjericão é uma planta pertencente à família Lamiaceae, produtora de óleos essenciais, amplamente utilizados na preparação de produtos farmacêuticos e antimicrobianos (VLASE et al. 2014). Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a antimicrobiana do óleo essencial (OE) de Ocimum basilicum (manjericão) por Difusão de Disco e Concentração Inibitória Mínima frente a cepas padrões de Escherichia coli e Staphylococcus aureus, sendo posteriormente realizado o bioensaio de toxicidade do OE frente a larvas de Artemia salina.
Material e métodos
Foram coletadas folhas de Ocimum basilicum, sendo armazenadas e transportadas para o Laboratório de Pesquisa e Aplicação de Óleos Essenciais, Pavilhão Tecnológico, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde foram secas em temperatura ambiente, trituradas e armazenadas para extração do OE. O OE foi extraído por hidrodestilação em um sistema de Clevenger. Os constituintes majoritários foram quantificados e identificados por CG/EM. A atividade antimicrobiana foi realizada segundo a técnica de Difusão de Disco (CLSI, 2003). Foram utilizadas suspensões padronizadas de cepas de Escherichia coli (ATCC 25922) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923) distribuídas em placas contendo Ágar Mueller Hinton e posteriormente acrescidas de discos impregnados com o OE, posterior incubação a 35°C/24h. Para determinação da concentração inibitória mínima (CIM), utilizou-se a técnica de Diluição em Caldo com diluições seriadas do OE em caldo Mueller Hinton, realizando-se os controles de esterilidade e com incubação a 35 °C/24h. Para a avaliação da toxicidade do OE foi utilizado o bioensaio de Artemia salina Leach adapatado de Meyer et al. (1982), empregando uma solução salina do OE na concentração de 10.000 mg.L-1 e 0,02 mg de Tween 80. Foram utilizadas diluições seriadas desse OE em uma nova solução salina com volume final igual a 5 mL, obtendo-se no final concentrações de 10, 100 e 1000 mg.L-1, onde dez larvas na fase náuplio foram transferidas para cada um dos recipientes. Após 24h, realizou-se a contagem das larvas vivas e mortas e determinação da CL50. A classificação da toxicidade seguiu o critério estabelecido por Dolabela (1997). Todos os ensaios anteriormente descritos foram realizados em triplicatas.
Resultado e discussão
Os resultados para as determinações físico-químicas do OE de manjericão são
apresentados na Fig. 1, sendo expresso um rendimento de 0,38%. Fernandez
(2016) apresentou em sua pesquisa um rendimento de 0,20% para o OE, sendo
este menor que o obtido neste estudo. Os constituintes majoritários do OE
extraído são o metil chavicol (62,39 %) e o linalol (25,88%). Pinheiro et
al. (2017) notaram, por outro lado, que o OE de manjericão apresentava como
componentes principais o linalol (35,29%) e o 1,8-cineol (33,63%). Para a
avaliação da atividade antimicrobiana, assim como todas as propriedades
biológicas, necessita-se da compreensão de que os OE são misturas complexas
dessas moléculas e a força de seus efeitos são consequências do sinergismo
entre todas estas (BAKKALI et al., 2008). Através dos resultados obtidos,
observou-se que o OE de manjericão possui atividade antimicrobiana frente a
E. coli e S. aureus. O OE teve ação semelhante frente aos microrganismos
testados, revelando um halo de inibição de 18 mm para E. coli e 20 mm para
S. aureus. Pela classificação de Moreira et al. (2005), as bactérias foram
sensíveis a ação do OE testado. A concentração inibitória mínima do OE foi
obtida em 50 ug.mL-1 para a ação do OE frente a E. coli e 25 ug.mL-1 para S.
aureus. O bioensaio de toxicidade utilizando a ação de diferentes
concentrações do OE frente as larvas de Artemia salina apresentou uma
Concentração Letal (CL50) de 387,01 mg.mL1, e esta segundo o critério de
Dolabela como sendo uma CL50 maior que 250 mg.L-1 permite classificar esse
óleo como potencialmente atóxico. A CL50 obtida por Jan et al. (2019) também
permitiu o OE de manjericão ser classificado como atóxico, confirmando assim
os potenciais biológicos desse OE sendo não agressivos aos organismos não
alvos.
Fig 1.
Parâmetros físico-químicos do óleo essencial de manjericão
Conclusões
Através dos resultados obtidos conclui-se que o OE apresentou uma eficiente atividade bactericida frente às cepas bacterianas testadas, sendo seu potencial de aplicação apreciado pela sua classificação como OE atóxico.
Agradecimentos
Referências
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