ANÁLISE DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DO CHÁ DA FLOR DA CATINGUEIRA (POINCIANELLA PYRAMIDALIS)

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Produtos Naturais

Autores

Braga da Silva Cordeiro, L. (UFPA) ; Silva Gonçalves de Araújo, J. (UFPA) ; Gonçalves Barros, S.P. (UFPA) ; da Silva Duarte, G. (UFPA) ; Brito Negrão, C.A. (UFRA) ; dos Reis Lima, J.P. (UFPA) ; Sarkis Muller, R.C. (UFPA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; Magno Rocha, R. (LACEN) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)

Resumo

A catingueira (P. pyramidalis) é uma espécie arbórea endêmica da região Nordeste do Brasil, encontrada principalmente na região da Caatinga. Sua uso popular (chá) ajuda no tratamento da gastrite, indigestão, dor de estômago, tosse, etc.. Há estudos farmacológicos comprovando que essa espécie pode auxiliar no tratamento da dor e tem ação anti-inflamatória. Este trabalho analisou os 4 parâmetros físico-químicos (umidade, teor extrativo, pH e condutividade elétrica) do chá da flor de catingueira, para colaborar com sua caracterização. Todas as metodologias seguidas foram oficiais. Os resultados foram analisados e comparados em laboratório, por não existirem dados suficientes sobre o chá da catingueira na literatura, com chás de outas plantas medicinais.

Palavras chaves

Droga vegetal; Controle de qualidade; Nordeste brasileiro

Introdução

A espécie Poincianella pyramidalis (Tul.) é uma Leguminosae, que pertencente à subfamília das Fabaceae, (MAIA, 2012) Conhecida popularmente, como “catingueira” é arbustiva e alcança até 12m de altura, encontrado na Caatinga com características do ambiente semiárido, (BAHIA et al., 2005; SILVA et al., 2009). Estudos farmacológicos evidenciam o uso da flor por via oral, sob a forma de infusos e lambedores para gripe, inflamação no corpo e como cicatrizante (SILVA et al., 2015). Este trabalho teve como objetivo analisar parâmetros físico-químicos do chá da flor de catingueira (Poincianella pyramidalis), para colaborar com sua caracterização, foram analisadas 10 amostras provenientes de uma ervaneira do centro de Belém. Foram analisados os seguintes parâmetros: umidade, teor extrativo, pH e condutividade elétrica. Todas as metodologias seguidas foram oficiais (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2010). Os resultados foram analisados e comparados em laboratório, por não existirem dados suficientes sobre o chá da catingueira na literatura.

Material e métodos

Para a realização o estudo físico-químico, foram adquiridas dez amostras de flores da catingueira (Poincianella pyramidalis) em uma ervaneria da cidade de Belém/Pará. Após serem adquiridas, foram levadas ao Laboratório de Física Aplicada à Farmácia (LAFFA), da Faculdade de Farmácia da UFPA. Para o preparo do chá através do método de infusão, onde 100 mL de água fervente foram vertidas sobre 5 g de flor da catingueira e ficou em repouso por 15 minutos. Logo após esse tempo, foram feitas as seguintes análises: condutividade elétrica, executada através de um condutivímetro portátil (Instrutherm, CD 880) calibrado com solução padrão de condutividade 146,9 μS/cm; pH, usando um pHmetro (PHTEK) calibrado com solução tampão pH 4 e 7 (AOAC, 1992); Teor extrativo, determinado após adicionar 10 mL de chá em caçarolas previamente taradas e deixadas na estufa durante 24 h à 105° C até a completa secura; para umidade foram pesadas as amostras e depois foram colocadas na estufa por 24 h para eliminar os compostos voláteis, em seguida pesadas novamente (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2010). Os dados foram tratados em planilhas em Excel 2010.

Resultado e discussão

A Tabela 1 traz os resultados encontrados. O pH das 10 amostras analisadas variaram entre 3,97 e 4,27, com média de 4,08. Estes valores estão próximos ao resultado do pH encontrados para chá de boldo, entre 3,17 e 5,72 (TORTOLA et al., 2014) indicando que o chá da flor da catingueira e o do Boldo possuem nível de acidez aproximados. A Condutividade elétrica do chá teve suas médias variando entre 0,52 mS/cm a 0,58 mS/cm, havendo diferença comparado ao chá de gengibre, que apresentou média de 0,48 mS/cm para a amostra A, 0,63 mS/cm para B e 0,23 mS/cm para C (SILVA, 2018). A umidade variou entre 9,59 % e 12,25 %, com média de 11,47 % apresentando-se dentro do esperado quando comparado com o valor encontrado para o chá de canela 0,71 % a 30,27 % (ARAÚJO et al., 2018). O teor extrativos do chá variou entre 10,69 % a 18,78% resultados esses abaixo dos resultados encontrados para amostras de chá de boldo, entre 16,87 a 31,37% (TORTOLA et al., 2014), sendo o chá da flor da catingueira de mais fácil extração.

Tabela 1. Resultados obtidos



Conclusões

Os valores de pH e umidade mostraram-se em concordância com o que é apresentado na literatura para chás de outras plantas medicinais. Porém, os valores de condutividade elétrica e teor extrativo apresentaram diferenças significativas quanto aos parâmetros já existentes. Dessa forma, compreende-se que essa amostra, apesar das variações, encontra-se em consonância com o controle de qualidade e é apta ao consumo.

Agradecimentos

A UFRA, a UFPA e ao LACEN.

Referências

ARAÚJO, J. S. G.; BORGES, J. C. N.; BARBOSA, I. C. C.; SOUZA, E. C.; SILVA, A. S. Análise Físico-química de chás de folhas de canela (Cinnamomum zeylanicum Blume). In: 58° Congresso Brasileiro de Química, São Luís – MA, 2018.

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BAHIA, M. V. et al. Biflavonoids and other phenolics from Caesalpinia pyramidalis (Fabaceae). Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 16, n. 6B, p. 1402-1405, 2005.

FARMACOPÉIA BRASILEIRA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, 5º ed., v. 1, 2010.

MAIA, G. N. Caatinga arvores e arbustos e suas utilidades. Leitura & Arte, 2004.

SILVA, C. G. et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em área de Caatinga na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, Brasil. Rev. bras. plantas med, v. 17, n. 1, p. 133-142, 2015.

SILVA, L. B. et al. Anatomia e densidade básica da madeira de Caesalpinia pyramidalis Tul. (Fabaceae), espécie endêmica da Caatinga do Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, p.436-445, 2009.

SILVA, N.G. D.; SEABRA, P.S. S. ; BARROS, S.P. G.; SOUZA, V. R.; BARBOSA, I. C. C.; SOUZA, E. C.; SILVA, A. S. Caracterização físico-química e quimiométrica do chá de gengibre (Zingiber officinale) de três localidades de Belém do Pará. In: 58° Congresso Brasileiro de Química, São Luís – MA, 2018.

TORTOLA, D. A. ; SANTOS, A. S.; SOUZA, E. C ; MULLER, R. C. S. Avaliação Da Qualidade De Amostras Do Boldo Do Chile (Peumus boldus Molina), comercializados Em Belém-Pará, na forma de Saches. In: 54º Congresso Brasileiro de Química, Natal-RN, 2014.

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