PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DE RESÍDUOS DE ABRICÓ (Mammea americana)
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Produtos Naturais
Autores
Falcão Rodrigues, C. (ISB - (UFAM)) ; Kazumy de Lima Yamaguchi, K. (ISB - (UFAM))
Resumo
O fruto de abricó (Mammea americana) pertence à família Clusiaceae e é originalmente das Índias Ocidentais e do norte da América do Sul. Pouco é descrito na literatura sobre o mesmo. O objetivo desse trabalho foi detectar a presença de classes químicas presentes nas cascas e sementes do fruto. O método aplicado foi obtenção de extratos químicos e detecção das classes orgânicas feita pela a prospecção fitoquímica. Os extratos foram obtidos por maceração a quente, a frio e sob agitação. Os resultados obtidos na prospecção fitoquímica foram relevantes e foi possível detectar as classes de fenólicos e flavonoides, antocianidinas, leucoantocianidinas, catequinas e flavononas, metabólitos de interesse. Com esses resultados, pesquisas futuras podem ocorrer por meio da aplicação desse fruto.
Palavras chaves
Amazônia; Abricó; Prospecção Fitoquímica
Introdução
A região Amazônica produz diversidades de frutas típica e exóticas, além de abrigar árvores nativas que compõem seu bioma (CAVALCANTE ,1991). Das espécies conhecidas como frutas exóticas, poucas apresentam dados sobre a sua caracterização. O fruto abricó é exótico é uma espécie pouco conhecida, não há muitos dados em literatura sobre a sua caracterização química (NASCIMENTO et al., 2008). O fruto abricó (Mammea americana L.), pertence à família da (Clusiaceae) pode medir entre 7-15 cm de (3-6 polegadas) de diâmetro, é coberto com uma casca espessa e resistente, contém uma polpa amarela e brilhante de um agradável sabor e aroma perfumado que é comido cru e também usado para conservas. Suas sementes variam de 1 a 4 unidades, são grandes amargas e resinosas é utilizado popularmente como um agente vermífugo (MORALES e DUQUE, 2010). A árvore é empregada na medicina popular no tratamento de afecções parasitárias, mordedura de insetos e dermatoses diversas. As partes utilizadas são o leite da casca da planta, o pó obtido das sementes e chá das folhas (FERREIRA e RIBEIRO, 2006). A maceração e a redução do tamanho das partículas da amostra são medidas que aumentam a superfície de contato entre amostra e solvente facilitando a extração e a reprodução do método (ZHANG et al., 2008). Entre os vários grupos de compostos bioativos presentes na natureza, tem-se os polifenóis e os carotenóides que destacam–se em função de suas atividades antioxidantes. São produtos secundários do metabolismo vegetal que constituem um amplo e complexo grupo de fitoquímicos de natureza hidrofílica (TAIZ e ZEIGER, 2004). O presente trabalho tem como objetivo detectar a presença de classes químicas presentes nas cascas e sementes do fruto abricó, objetivando contribuir para o conhecimento químico do abricó
Material e métodos
A coleta do fruto foi realizada no mês de novembro de 2018 na vila São José do Amatari no município de Itacoatiara-AM. Feito a coleta, os frutos foram acondicionados em saco plastico de fibra, foi embarcado com destino ao município de Coari-AM, onde os mesmos foram levados para o laboratório para o processo de assepsia. As cascas e as sementes do frutos foram desidratadas em uma estufa de ar circulante de marca DeLeo a 60ºC por 72h. Em seguida, procedeu-se a moagem do material em moinho de facas tipo Willy. O processo de extração tanto da semente quanto da casca do fruto abricó, foram obtidos em triplicata através de três técnicas de maceração: maceração a frio por 24h, maceração a quente por 30 min e maceração sob agitação por 30 min. Utilizando-se 1g de cada parte do material triturado como: casca e semente, e 10mL de etanol como solvente extrator. Os equipamentos utilizados para essas extrações foram: a chapa aquecedora para macerar os extratos da casca e semente que foram colocados em tubos de ensaios. Esses tubos de ensaio, foram colocados em um béquer de 50ml com 25ml de água onde ficou na chapa por 30min à temperatura de 90°C. A incubadora shaker com agitação do laboratório de microbiologia foi utilizada para maceração sob agitação onde os extratos foram colocados em erlenmeyer e ficaram na incubadora por 30min a 28°C por 150 rpm. Os outros tubos com os extratos da casca e semente do fruto abricó, ficaram macerando por 24h no laboratório de Química Orgânica. Os resultados obtidos das extrações por macerações que foram feitas em triplicata, utilizando-se 1g do material vegetal e 10mL de etanol foram revelados através do cálculo de rendimento, média e desvio padrão. Realizou- se a prospecção fitoquímica onde seguiu-se a metodologia descrita por (Matos, 1997).
Resultado e discussão
Foi possível observar que os rendimentos que apresentaram maiores valores
foram os da técnica de maceração a quente, pois foi a técnica que permitiu
extrair melhor, em menor tempo, comparado aos valores de rendimento das
outas técnicas que foram realizadas. O material triturado (casca e semente)
foram submetidos à analises fitoquímica para a determinação das principais
classes químicas de metabolitos especiais. Foi utilizando 3g do pó da casca
e semente solubilizado em 6mL de água e 24mL de etanol e foram utilizados
para identificação de triterpenoides, esteroides, saponinas, cumarinas,
compostos fenólicos, antraquinonas, antocianidinas, chalconas,
leucoantocianidinas, catequinas e flavononas. O resultado da prospecção
fitoquímica foram bem relevantes, pois foi possível detectar a presença de
alguns metabólitos secundários presente nos extratos da casca e da semente
do fruto, como: os compostos fenólicos, leucoantocianidinas e chalconas.
Conclusões
A técnica que permitiu extrair mais, comparando as outras técnicas, foi a técnica de maceração a quente. Foi possível observar que houve a detecção das classes químicas presentes nos extratos da casca e semente do fruto e espera- se que futuramente essas partes possam ter aplicações no mercado industrial. A partir dos resultados obtidos, é notável a importância do trabalho na inovação da pesquisa. Os testes químicos possibilitaram ter informações que integram os benefícios que se pode obter ao organismo ao consumir frutas
Agradecimentos
Os autores agradecem a Universidade Federal do Amazonas (ISB/UFAM) Campus, Coari pela utilização dos materiais para a realização desse trabalho.
Referências
CAVALCANTE, P. B. Frutas comestíveis da Amazônia. 5. ed. Belém: CEJUP, 279 pag, 1991.
FERREIRA, M.D.G.R.; Ribeiro, G. D.; Coleção de fruteiras tropicais da Embrapa Rondônia. Comunicado Técnico. ISSN 0103-5458, julho 2006.
MATOS, F. J. A. Introdução a fitoquímica experimental. 2. ed. Fortaleza: Edições UFC, 1997. 141 p.
MORALES, A. L.; DUQUE, C. Free and glycosidically bound volatiles in the mammee apple (Mammea americana) fruit. Europe an Food Research and Technology. 215:221–226, 2010.
NASCIMENTO, W. M. O.; CARVALHO, J. E. U. ; MÜLLER, C. H. Propagação do Abricoteiro. Comunicado técnico. ISSN 1517-2201, 2008.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3.ed. PortoAlegre: Artmed, 2004. 719p.
ZHANG, Y.; SEERAM, N. P.; LEE R, FENG, L.; HEBER, D. Isolation and identification of strawberry phenolics with antioxidant and human cancer cell antiproliferative properties. Journal of Agricultural and Food Chemistry.13;56 (3):670-5. 2008.