Potencial Inibitório do Óleo Essencial de Curcuma longa LINN frente à Enzima Acetilcolinesterase

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Produtos Naturais

Autores

Rocha, A.C.R. (UFRR) ; Santos, T.V. (UERR) ; Mesquita, L.I.G. (UFRR) ; Magalhães Neto, A.T. (UFRR) ; Santos, M.D.V. (UFRR) ; Melo, A.C.G.R. (UFRR) ; Takahashi, J.A. (UFMG) ; Coelho, A.C.S. (UFMG) ; Moniz, A.M.H. (SEED-RR) ; Melo Filho, A.A. (UFRR)

Resumo

A Curcuma longa Linn, conhecida como açafrão-da-terra, de origem indiana cultivada em todo clima tropical. É utilizada popularmente como condimento em forma de pó seco, por apresentar um sabor picante e aromático. Desde 1976, quando se estabeleceu a hipótese colinérgica começou-se a busca por produtos naturais capazes inibir a enzima da acetilcolinesterase aumentando assim os níveis de acetilcolina. Com intuito de verificar o potencial de atividade de inibição do óleo essencial das rizomas de açafrão frente a enzima acetilcolinesterase realizou-se o bio ensaio in vitro, utilizando como inibidor padrão a Eserina. O óleo essencial do açafrão mostrou ser um potente inibidor da AChE (57,34%), de acordo com a literatura é um potente inibidor.

Palavras chaves

Açafrão; inibição; óleo vegetal.

Introdução

A Curcuma longa Linn, conhecida popularmente como açafrão, açafrão da índia dentre outros é uma planta perene de origem indiana, que vem sendo utilizada desde o século I antes da Era Comum (AEC), a parte mais utilizada e consumida da planta é o rizoma, normalmente consumido na forma fresca ou pó seco, utilizada como conservante na culinária (SANTIAGO et al., 2015). No ano de 1976, se estabeleceu a hipótese colinérgica em que se associavam os sintomas da doença de Alzheimer que são eles: cognitivos, funcionais e comportamentais a pequena quantidade de oferta de acetilcolina que provoca deficiência na neurotransmissão colinérgica e consequentemente a perda de neurônios colinérgicos. Estas alterações relacionadas ao sistema colinérgico no cérebro com o Alzheimer causa diversas complicações como por exemplo: perda seletiva e significativa da atividade de CHAT (diminuição na concentração da colina cetilcolinesterase, enzima responsável pela síntese da acetilcolina AChE) em diferentes regiões do cérebro como: o córtex, o hipocampoe as amigdalas e também provoca a degeneração dos neurônios colinérgicos basais do cérebro (BARBOSA, 2018).De acordo com a visão da hipótese colinérgica, o tratamento mais eficiente para a doença de Alzheimer consiste em aumentar os níveis de acetilcolina inibindo a enzima da acetilcolinesterase (AChE) (BARBOSA, 2018). Devido, a este fato começou-se a busca por produtos naturais capazes de inibir a enzima da acetilcolinesterase (BARBOSA, 2018).

Material e métodos

Os rizomas do açafrão (Curcuma longa Linn) foram coletadas no bairro professora Araceli Souto Maior, na capital de Boa Vista, no estado de Roraima. O material vegetal foi submetido a um processo de hidrodestilação, em um aparelho do tipo Clevenger, marca Spell com duplo condensador, por um período de destilação de 2h00min ininterruptas. Em seguida, o material foi armazenado em frasco âmbar e colocado no freezer para posteriores análises. O bioensaio foi realizado in vitro no Laboratório de Biotecnologia e Bioensaios da Universidade Federal de Minas Gerais, levando como base no método espectrofotométrico de Ellman, modificado por Rheeet al. (2001), utilizando como inibidor padrão a Eserina.

Resultado e discussão

O óleo essencial dos rizomas de açafrão (C. longa Linn) apresentou coloração laranjada e um aroma agradável. A Figura 1 apresenta o percentual inibitório do óleo frente à enzima acetilcolinesterase. Com base nos estudos de Vinutha (2007), sobre inibições da AChE, os parâmetros de classificação são inibidores: potentes (>50% de inibição), moderados (30-50% de inibição) e fracos (<30% de inibição). Logo, o OE de açafrão com base nessa pesquisa é considerado um potente inibidor.

Conclusões

De acordo com o resultado obtido nesta pesquisa é possível concluir o OE de C. longa Linn, mostrou-se ser um inibidor potente frente à enzima acetilcolinesterase, podendo auxiliar novas pesquisas com o intuito de desenvolver meios alternativos e naturais na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Agradecimentos

Ao Grupo Oleoquímicos pelo incentivo e confiança, a Financiadora de estudos e projetos Ministério da Ciência e Tecnologia – FINEP, pela infraestrutura do NPPGCT, Ao CNPq, pelas bolsas do CNPq e a UFRR, pelo o apoio financeiro.

Referências

RHEE, I.K. et al. Screening for acetylcholinesterase inhibitors from Amaryllidaceae using silica gel thin-layer chromatography in combination with bioactivity staining. Journal of Chromatography, v.915, p.217-23, 2001.
VINUTHA, B., Prashanth, D., Salma, K., Sreeja, S.L.; Pratiti, D. Padmaja, R., Radhika, S., Amita A., Venkateshwarlu, K., Deepak, A. Screening of selected Idian medicinal plants for acetylcolinesterase inhibitory activity.J. Ethanopharmacol, v.109, p. 359-363, 2007
SANTIAGO, V.S.; SILVA, G. P.M; RICARDO, D. D.; LIMA, M.E.F.de, Curcumina, o pó dourado do açafrão-da-terra: introspecções sobre química e atividades biológicas. Rev. Quim. Nova, Vol. 38, N°.0 4, 2015.
BARBOSA, C.O.Caracterização química e atividades biológicas dos óleos essenciais e extratos alcoólicos das espécies Ocimum spp. (manjericão) e curcuma longa (açafrão da terra). 2018. 140f. Dissertação (Doutorado em Biotecnologia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.