DOSEAMENTO DE FLAVONOIDES E FENÓLICOS TOTAIS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE Clidemia capitellata
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Produtos Naturais
Autores
Silva, I.R. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Silva, A.V.F. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Neto, G.J.S. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Morais, B.A. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Sena, A.R. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Leite, T.C.C. (IFPE - CAMPUS BARREIROS)
Resumo
O uso de plantas medicinais e seus extratos para tratamento de diversas doenças tem suscitado um maior interesse nos últimos anos. A família Melastomataceae é a sexta maior de angiospermas no Brasil e um de seus gêneros Clidemia possui 175 espécies, sendo pouco estudado. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo a contribuição para o estudo de Clidemia capitellata, utilizando e estimulando as análises neste gênero vegetal para que contribua futuramente em diversas áreas. Nos resultados obtidos foi encontrado um alto teor de flavonoides e fenólicos totais o que consequentemente elevou a atividade antioxidante.
Palavras chaves
Antioxidantes; Clidemia; Melastomataceae
Introdução
A utilização de plantas medicinais é uma das mais antigas formas de prática de medicina já viventes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 65-80% da população de países em desenvolvimento utilizam plantas medicinais. De uma forma geral o emprego de extratos de plantas com fins medicinais tem suscitado um maior interesse nos últimos anos. A família Melastomataceae é a sexta maior de angiospermas no Brasil, suas espécies apresentam grande diversidade de hábitos e se estendem desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul. O gênero Clidemia possui 175 espécies distribuías nos neotrópicos, nos territórios brasileiros 50 delas estão amplamente distribuídas, são arbustos e subarbustos eretos, raramente escandentes, lianas ou epífitas. Com isso, o objetivo do presente trabalho foi dosear os fenóis e flavonoides totais e avaliar a atividade antioxidante dos extratos das folhas de Clidemia capitellata.
Material e métodos
Todas as análises foram realizadas no laboratório de Bromatologia do IFPE – Campus Barreiros. A espécie vegetal C. capitellata foi coletada, identificada e depositada no herbário do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL). Suas folhas foram secas em estufa por 4 dias, moídas em moinho de facas e extraídas por maceração exaustiva em um período de 7 dias utilizando os solventes acetato de etila (AcOEt), metanol (MeOH) e hexano (Hex). Todas as análises foram realizadas em triplicata. No doseamento de fenólicos foi seguida a metodologia proposta por Silva et al. (2006), no qual o teor de fenóis foi expresso em miligramas equivalentes de Ácido gálico por grama de extrato (mg AG/g ext). Na análise de doseamento de flavonoides totais foi seguido a metodologia de Barroso et al. (2011), onde o teor de flavonoides foi expresso como miligramas equivalente de rutina por grama de amostra (mg R/g ext.). A avaliação da atividade sequestradora do radical 2,2-difenil-1- picrilhidrazil (DPPH) foi realizada segundo Cavin et al. (1998). O ensaio para avaliação da atividade antioxidante mediante a determinação do poder redutor foi baseado no método proposto por Waterman e Mole (1994). Os resultados dos doseamentos de fenólicos e flavonoides dos extratos da espécie avaliada foram avaliados por comparação de médias, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR proposto por Ferreira (2011).
Resultado e discussão
No doseamento de flavonoides e fenólicos o extrato hexano obteve concentrações
baixas em relação a curva padrão. Na concentração 1000 o extrato acetato de
etila obteve 364,7±0,000b (mg R/g ext.) e 532,4±0,001b (mg AG/g ext.) de
flavonoides e fenólicos respectivamente, já o extrato metanólico obteve
503,6±0,017a (mg R/g ext.) e 694,5±0,007a (mg AG/g ext.). Em um estudo feito
por Santos e Couto (2018) utilizando o extrato da espécie vegetal M. albicans
pertencente à mesma família apresentou no doseamento de flavonoides do extrato
acetato de etila o resultado de 367,193 (mg equivalente de catequina/g de ext)
na concentração de 1000 ppm. Logo comparando estes resultados pode-se inferir
que estas espécies apresentam quantidade semelhante de flavonoides. Em outro
estudo elaborado por Oliveira (2017) o extrato metanólico na concentração de
1000 ppm de Miconia prasina apresentou 139,3 (mg. equivalentes de ácido
tânico/ g extrato). Logo a partir dos resultados pode-se inferir que C.
capitellata apresenta maior quantidade de fenólicos que a espécie citada. Já
na determinação da atividade antioxidante pelo método do DPPH o extrato MeOH
demonstrou superioridade com relação ao extrato AcOEt, uma vez que inibiu a
oxidação do radical na porcentagem de 67,99%, em contra partida o extrato
AcOEt inibiu 42,02 %, pelo método do poder redutor os resultados apresentaram
mesma tendência pois o metanólico apresentou maior concentração inibidora pois
o poder redutor do extrato metanólico foi de 378,0±0,00 e o extrato acetato
foi de 274,8±0,02. Um estudo conduzido por Usubillaga et al. (1997) com a
espécie Clidemia hirta identificou que esta espécie apresenta metabolitos
secundários com potencial antioxidante com resultados semelhantes aos
encontrados na espécie deste estudo (C. capitellata).
Conclusões
Pode-se concluir que a espécie vegetal C. capitellata possui concentrações de fenólicos e flavonoides considerados relevantes se comparados a outros gêneros pertencentes à mesma família. Nas análises realizadas foi comprovada a elevada atividade antioxidante dos extratos de Clidemia capitellata, possibilitando assim desenvolver novos estudos com finalidade de avaliar seu potencial antioxidante.
Agradecimentos
Agradecimentos a CPNq pela concessão da bolsa e ao IFPE pelo o auxílio com cedido e a todos do que faz parte do laboratório de Bromatologia do IFPE-Campus Barreiros.
Referências
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