ANÁLISE FITOQUÍMICA E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DA ESPÉCIE Pombalia calceolaria.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Produtos Naturais
Autores
Silva, I.R. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Morais, B.A. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Silva, K.M. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Santana, E.J. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Mello, M.R.F. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Sena, A.R. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Leite, T.C.C. (IFPE - CAMPUS BARREIROS)
Resumo
A família da espécie Pombalia calceolaria, está distribuída em 23 gêneros e cerca de 800 espécies, e no Brasil ocorrem 14 gêneros e cerca de 80 espécies. O objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil fitoquímico, quantificar o teor dos compostos de flavonoides e fenólicos totais, e analisar a atividade antioxidante por dois métodos, da espécie Pombalia calceolaria. Na avaliação do perfil fitoquímico, a espécie estudada apresentou cinco classes das oito pesquisadas. No doseamento dos flavonoides e fenólicos, o extrato acetato de etila apresentou maior quantidade, tanto de de taninos, quanto de flavonoides, e em relação a atividade antioxidante, o melhor resultado foi encontrado o extrato metanólico, pela análise de DPPH, onde foi encontrado 52 % de inibição em relação ao controle.
Palavras chaves
Metabólitos especiais; Quantificação; Fitoterapia
Introdução
Os primeiros usos e registros de plantas medicinais como uso para alguma doença vem desde a 500 a.c., no texto Chinês que relata nomes, doses e indicações de uso de plantas para tratamento de doenças. (Duarte, 2006) Pombalia calceolaria, conhecida popularmente como ipeca-branca, papaconha, apresenta-se como uma erva rasteira. No Brasil, é predominante nas regiões costeiras e arenosas da região Nordeste, sendo nativa do Maranhão até São Paulo. A importância da espécie sob aspecto farmacológico é bastante expressiva (PAULA SOUZA, 2009). Na região Nordeste, suas raízes são empregadas na produção de infusões e xaropes com atividade purgativa e expectorante, além de ser utilizada no tratamento de infecções, distúrbios dermatológicos e problemas digestivos (atividade laxante) (SARAIVA et al., 2015).
Material e métodos
A coleta das folhas de papaconha, ocorreu no município de Rio formoso, posteriormente a coleta ocorreu a identificação das espécies botânicas no INPA e uma exsicata de cada espécie foi depositada no herbário do mesmo. Após foi feita a secagem em estufa por 72 horas com temperatura controlada e moagem em moinho de facas. A extração foi realizada em sistema Soxhlet durante três dias e como resultado produziu os extratos hexânico, acetato de etila e metanol. A análise do perfil fitoquímico foi realizada por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) segundo Wagner e Bladt (2001). A etapa de quantificação foi realizada para os metabólitos flavonoides e fenólicos. Os fenólicos foram quantificados segundo Silva et al (2006), já os flavonoides foram quantificados segundo Barroso et al. (2011). As análises de atividade antioxidante foram realizadas por dois métodos, o de DPPH e o de poder redutor. A determinação da atividade antioxidante por DPPH (2,2-difenil-1- picrilhidrazil) foi realizado segundo Cavin et al. (1998). O ensaio para avaliação da atividade antioxidante pelo poder redutor é foi realizado segundo Waterman e Mole (1994).
Resultado e discussão
A tabela 01 apresenta os resultados do perfil fitoquimico das folhas de P.
calceolaria, onde foram identificadas 5 classes, das 8 estudadas. Estes
resultados corroboram com a literatura relacionada, uma vez que outros autores
trabalhando com a raiz encontraram a presença de esteroides no extrato apolar
e saponinas e cumarinas nos demais extratos (PONTES, 2015). A tabela 02
apresenta os resultados dos doseamentos de fenólicos e flavonoides dos
extratos das folhas de P. calceolaria. A partir dos resultados pode-se inferir
que o extrato acetato de etila apresentou maior quantidade tanto de fenólicos
como de flavonoides quando comparado ao metanólico. No trabalho de Monteiro et
al. (2017), foram encontrados valores bem próximos na espécie M. amacurences,
onde no extrato acetato de etila, para fenólicos, obteve o valor de 560,44 mg
EQ/g A.G, e para flavonoides, o valor de 385,97 mg EQ/g de rutina. Duas
espécies de famílias diferentes, mas que tem biossíntese parecida dos mesmos
metabólitos vegetais especiais. A tabela 03 apresenta os resultados da
atividade do poder redutor P. calceolaria. Segundo esta análise, o extrato
metanólico foi ligeiramente superior, pois apresenta maior capacidade redutora
em relação ao ácido ascórbico. Na tabela 04, que apresenta os resultados do
DPPH, o extrato metanólico também obteve o melhor resultado, com 52% de
inibição em relação ao controle. Em relação a atividade antioxidante da
papaconha (Pombalia calceolaria) pode-se inferir que o seu extrato metanólico
apresentou melhor atividade antioxidante tanto no poder redutor como no DPPH.
Conclusões
O perfil fitoquímico da planta estudada apresentou classes interessantes do ponto de vista biológico. Os doseamentos de fenólicos e flavonoides expressou os melhores valores nos extratos acetato de etila, já na atividade antioxidante o extrato metanólico mostro um maior potencial redutor nos dois métodos. Isto demonstra que a espécie estudada é promissora para estudos futuros de isolamento e de atividade biológica.
Agradecimentos
Agradecimentos a CPNq pela concessão da bolsa e ao IFPE pelo o auxílio com cedido e a todos do que faz parte do laboratório de Bromatologia do IFPE-Campus Barreiros.
Referências
DUARTE, M.C.T. Atividade antimicrobiana de plantas medicinais e aromáticas utilizadas no Brasil. Revista MultiCiência, n. 7, 2006.
MONTEIRO, G.C.D. et al. DOSEAMENTO DOS FENÓLICOS, FLAVONOIDES E TANINOS DE Miconia amacurensis. In: TERCEIRO SIMPÓSIO NORDESTINO DE QUÍMICA, 2017, Campina Grande - PB. Resumo expandido, 2017. Disponível em: http://www.abq.org.br/sinequi/2017/trabalhos/101/10555-22361.html. Acesso em: 14 ago. 2019.
PAULA-SOUZA J. Estudos filogenéticos em Violaceae com ênfase na Tribo Violeae e Revisão taxonômica dos gêneros Lianescentes de Violaceae na Região Neotropical. 259 f. Tese de doutorado. São Paulo, 2009.
PONTES, A.O.G. Estudo farmacognóstico das raízes de ipeca-da-praia (pombalia calceolaria: aspectos botânicos, químicos e farmacológico. 94p. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.
SARAIVA, M.E; ULISSES, A. V. R. A; RIBEIRO, D. A. et al. Plant species as a therapeutic resource in areas of the savanna in the state of Pernambuco, Northeast Brazil. Journal of Ethnopharmacology 171: 141– 153, 2015.