INFLUÊNCIA DO MÉTODO DE EXTRAÇÃO NA QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONODES E TANINOS DA ESPÉCIE Alpinia zerumbet

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Produtos Naturais

Autores

Silva, K.M. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Morais, B.A. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Cândido, J.E.S. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Silva, I.R. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Sena, A.R. (IFPE - CAMPUS BARREIROS) ; Leite, T.C.C. (IFPE - CAMPUS BARREIROS)

Resumo

A extração compreende uma etapa fundamental da Química de Produtos Naturais. É a etapa mais importante anteriormente ao isolamento, e por isso existem diversos métodos para este fim, todos com seus benefícios e limitações. Este trabalho tem como objetivo comparar o rendimento na extração dos diferentes métodos extrativos da espécie Alpinia zerumbet. Os métodos avaliados foram a maceração tradicional, ultrassom e soxhlet. Diante dos métodos de extração utilizados, os melhores valores de quantificação de flavonoides e taninos, foram encontrados no extrato metanólico do método extrativo ultrassom, determinando assim, esse método como o melhor para a extração desses metabólitos vegetais especiais para espécie estudada.

Palavras chaves

Análise fitoquímica; Metabólitos especiais; Produtos naturais

Introdução

A extração é uma etapa relevante na Química de Produtos Naturais e a escolha correta do método representa o sucesso no isolamento dos metabolitos vegetais. Por isso, antes de realizar uma extração, é necessário escolher o melhor método para aquele experimento (FERRO, 2006). Dentre os métodos de extração, o mais utilizado é a maceração. Porém esse método de extração utiliza muito solvente, material vegetal e um longo período de extração, em comparação a métodos como o ultrassom e soxhlet, que são considerados métodos de extração eficazes (ANVISA, 1996; SIMÕES, 2002). A família Zingiberaceae apresenta cerca de 53 gêneros e mais de 1200 espécies. A espécie Alpinia zerumbet, nativa de regiões tropicais da Ásia, foi trazida ao Brasil no século XIX como planta medicinal e ornamental, e é conhecida popularmente como colônia. O chá preparado com suas folhas tem sido muito utilizado na medicina devido as propriedades a ela atribuída, como tratamento da hipertensão, calmante e também diurético (Corrêa, 1975; Kress,1990). Este trabalho tem como objetivo comparar diferentes métodos de extração da espécie Alpinia zerumbet, e assim, determinar o melhor método extrativo.

Material e métodos

As folhas de Alpinia zerumbet foram coletadas no IFPE Campus Barreiros, e uma exsicata da mesma foi identificada e depositada no herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) com o número MAC 50.397. As folhas foram secas por 72 h em estufa (50 °C) e renovação constante de ar, e depois foram moídas, obtendo-se 2.000 g. Os solventes utilizados foram hexano, acetato de etila (AcOEt) e metanol (MeOH). Os métodos escolhidos para comparação foram maceração, ultrassom e soxhlet. Na maceração deixou-se num recipiente com temperatura controlada e protegido da luz 300 mL do solvente em contato com 100 gramas da planta por um período de 7 dias cada solvente, este recipiente foi agitado três vezes ao dia. Para a extração por ultrassom utilizou-se mesma quantidade de planta e solvente, o que diferiu o tempo de contato do solvente com a espécie vegetal que foi 60 minutos. Para a extração por soxhlet utilizou-se 100 gramas da planta para 300 ml de solvente e os mesmos permaneceram em contato até o esgotamento da coloração na extração. Lembrando que todos os extratos obtidos foram posteriormente ao rotoevaporador para retirar os solventes presentes nos mesmos. A quantificação de flavonoides foi realizada segundo Barroso et al. (2011). O teor de flavonoides totais foi expresso como miligramas equivalente de rutina por grama de amostra (mg ER/g). A quantificação de taninos foi realizada segundo Shad et al. (2012). O teor de taninos totais foi expresso em miligramas equivalentes de ácido tânico por grama de amostra (mg EAT/g). Como o objetivo de definir o melhor método extrativo, os resultados da quantificação de flavonoides e taninos foram avaliados por comparação de médias, pelo teste de Scott-Knott a 5%, utilizando o programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2011).

Resultado e discussão

Após a obtenção de todos os extratos da espécie Alpinia zerumbet, nos três métodos extrativos utilizados, foram realizadas as quantificações de flavonoides e taninos. As tabelas 01 e 02, expressão os resultados dessa quantificação. Os resultados da quantificação de flavonoides e taninos foram analisados por comparação de médias, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, sendo assim, valores seguidos por letras diferentes possuem diferença significativa a um nível de 5% de probabilidade. Fica perceptível nos resultados da quantificação de flavonoides, que os melhores resultados foram expressos no extrato metanólico, na maceração e no ultrassom. Porém, o método extrativo ultrassom, que é um método mais prático, obteve resultado semelhante a maceração. Já na quantificação de taninos, o melhor resultado é o valor expresso no extrato metanólico, no método extrativo ultrassom. O ultrassom foi o melhor método extrativo para a obtenção dos metabólitos estudos. A extração no equipamento ultrassom, é uma extração eficaz, pois utiliza um aparelho que emita ondas. Diversas vantagens estão relacionadas a esse método extrativo, como o tempo de extração, que é por volta de 30 minutos, a sua alta reprodutibilidade, e um baixo uso de solvente, o tornando um método extrativo de baixo custo e de boa eficiência extrativa. (PANDEY & TRIPATHI, 2014).

Resultado dos doseamentos.

Resultado dos doseamentos de flavonoides e taninos.

Conclusões

O método extrativo ultrassom, foi o método que apresentou os melhores resultados, na quantificação de taninos e flavonoides, demonstrando ser o mais vantajoso. Além do ultrassom obter bons resultados de obtenção dos metabólitos especiais estudados nesse trabalho, ele também utiliza pouco solvente, pouco material vegetal e é realizado em menos de uma hora, o tornando um método acessível e com bom rendimento extrativo para a espécie Alpinia zerumbet.

Agradecimentos

Agradecimentos a CPNq pela concessão da bolsa e ao IFPE pelo o auxílio com cedido e a todos do que faz parte do laboratório de Bromatologia do IFPE-Campus Barreiros.

Referências

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