A UTILIZAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DE QUÍMICA ORGÂNICA PARA O ENSINO MÉDIO.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Oliveira, F.S. (UECE) ; Barreto, S.B.C. (UECE) ; Barroso, T.G.S. (UECE) ; Pitombeira, A.L. (EEEP LEONEL DE MOURA BRIZOLA) ; Souza, A.K.R. (EEEP LEONEL DE MOURA BRIZOLA) ; Forte, C.M.S. (UECE)
Resumo
O Ensino de Química no nível médio caracteriza-se, frequentemente, como um processo de aprendizagem pautado pela memorização e falta de significado. Os professores demonstram dificuldades em relacionar a química com eventos da vida cotidiana e priorizam a metodologia tradicional. Este trabalho apresenta uma proposta de aprendizagem significativa utilizando mapas conceituais. O objetivo é avaliar as contribuições dos mapas conceituais como estratégias na construção de uma aprendizagem significativa na disciplina de Química Orgânica nas turmas da terceira série do Ensino Médio da EEEP Leonel de Moura Brizola. Muitos profissionais da educação têm adotado os Mapas Conceituais por sua maior eficiência e confiabilidade quando comparados aos métodos tradicionais de ensino e de avaliação.
Palavras chaves
Mapas conceituais; Avaliação da aprendizagem; Métodos tradicionais
Introdução
A avaliação da aprendizagem tem sido realizada, na maioria das vezes, por meio de testes. Entretanto, nas duas últimas décadas têm mostrado ampla insatisfação dos pesquisadores e educadores com relação à eficiência e a confiabilidade desses testes, principalmente, por que os problemas relacionados à avaliação da aprendizagem são, em geral, difusos, complexos e, muitas vezes, intratáveis (ARAÚJO et al.,2002). Além disso, testes do tipo prova (múltipla escolha ou dissertativa) são comumente usados para contabilizar os acertos e descartar os erros. Sob um ponto de vista construtivista, as respostas não-esperadas ou não-pertinentes não são consideradas como erros, mas como componentes intelectuais valiosos a serem analisados (ARAÚJO et al., 2002). São esses supostos erros que podem trazer informações preciosas na busca do entendimento dos processos mentais envolvidos na aprendizagem que devem ser consideradas nas avaliações dos alunos, pois mostram em que ponto o aluno está errando e o porquê dos erros cometidos. Portanto, utilizar novas formas de avaliação devem ser consideradas. Como assinala Ausubel, Novak e Hanesian (1979), “o fator que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe; cabe ao professor identificar isso e ensinar de acordo”. A hipótese do trabalho é um ensino desenvolvido sob uma abordagem que faz a utilização de mapas conceituais como estratégias de avaliação da aprendizagem significativa dos estudantes que podem constituir uma alternativa efetiva para a aprendizagem dos conceitos de Química Orgânica, nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo buscar evidências da aprendizagem através de um ensino que considerou as concepções prévias dos alunos e foi desenvolvido através de materiais potencialmente significativos, os mapas conceituais.
Material e métodos
O trabalho foi desenvolvido como uma atividade do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID da Universidade Estadual do Ceará e foi realizado na Escola Estadual de Educação Profissional Leonel de Moura Brizola, localizada na cidade de Fortaleza/CE. A equipe é formada por estudantes bolsistas de iniciação à docência (IDs), professores supervisores (SUP) e professora coordenadora de área (CA) do curso de Licenciatura em Química. A aplicação do Mapas Conceituais foi desenvolvida nas turmas da terceira série do ensino médio. Ao longo da atividade, os IDs tiveram atribuições específicas, a saber: 04 (quatro) bolsistas atuaram como orientadores na construção dos mapas e 03 (três), foram avaliadores. Todas as sala tiveram temas que abrangem o conteúdo de Funções Orgânicas. A metodologia consiste em duas etapas: a construção estrutural do Mapa Conceitual e a apresentação dos mapas elaborados pelas equipes, focando no modo que o conteúdo foi abordado. Durante a elaboração dos Mapas Conceituais foram disponibilizados aos alunos, materiais, tais como: papel madeira, canetinhas, tesouras, cola e régua; os alunos também dispunham de sala de informática e laboratório de química. As apresentações dos mapas foram realizadas nas salas de aula durante o horário da disciplina. Cada equipe dispunha do tempo mínimo de 5 minutos e tempo máximo de 10 minutos de apresentação. A pontuação do trabalho foi dividida entre os avaliadores e os orientadores, de tal forma que os avaliadores poderiam pontuar a apresentação com nota máxima até 6,0 e os orientadores poderiam pontuar com nota máxima até 4,0. Os resultados foram divulgados após uma breve discussão das notas entre os orientadores e os avaliadores, em seguida, a nota foi divulgada no flanelógrafo da escola.
Resultado e discussão
Os mapas e as apresentações foram avaliadas pelos IDs, nos seguintes
quesitos: nota de construção do mapa (NCM) o qual deveriam estar nos padrões
dos Mapas Conceituais e a nota da apresentação oral (NAO) dada pelos IDs
avaliadores, o qual abordou os conceitos de funções orgânicas estudados ao
longo da disciplina.
A partir das notas obtidas na avaliação da construção e apresentação dos
Mapas Conceituais elaborados pelos alunos das turmas de 3º ano, foram
construídos dois gráficos (Figuras 1 e 2) nos quais abordavam as notas das
apresentações de cada equipe.
Com base nas médias das notas obtidas, pode-se fazer os seguintes
comparativos entre as quatro turmas. A turma “A” obteve a maior média na
construção do mapa, entretanto a turma “B” obteve a menor média na
construção dos mapas. A turma “A” obteve a maior média na apresentação oral
e a turma “B” a menor média das notas. As turmas “C” e “D” apresentaram
notas equivalentes quando comparadas as turmas “A” e “B”. Portanto, a maior
média da NAO e da NCM pertence à turma “A”.
Levando em consideração as notas obtidas, pode-se afirmar que alunos
tiveram as maiores notas na construção dos Mapas Conceituais do que na
apresentação oral, pode-se afirmar também que as turmas que obtiveram
maiores notas na construção dos mapas conceituais também obtiveram as
maiores notas na apresentação oral, confirmando o que diz Mendonça et al.
(2007) citado por Ficanha et al. (2016), que os mapas conceituais auxilia os
estudantes na compreensão de conceitos, organização e integração do conteúdo
e desenvolvimento da capacidade do uso de diferentes linguagens. No entanto,
percebeu-se que nas apresentações orais, houve uma maior dificuldade do que
em relação a construção do mapa.
Figura 1: Notas das avaliações dos mapas nas turmas que participaram da pesquisa
Gráficos das médias de NCM e NAO
Conclusões
Tendo como base a utilização dos mapas , foi possível entender as dificuldades que os alunos possuem com o conteúdo de Química Orgânica e a organização desses conteúdos nos Mapas Conceituais. Podemos inferir que os alunos possuem uma maior dificuldade de desenvolver os conceitos durante apresentação oral do que na construção dos mapas. Em suma, podemos observar que, de um modo geral, obteve-se êxito na utilização de mapas conceituais, pois foi possível observar características importantes de cada turma, visto que tais observações não poderiam ser obtidas por meio de avaliações tradicionais.
Agradecimentos
PIBID/CAPES/UECE
Referências
ARAÚJO, A. M. T. et al. Um Ambiente Integrado para Apoiar a Avaliação da Aprendizagem Baseado em Mapas Conceituais. XIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação – Sbie – Unisinos 2002, Vitória – Es, v. 59, n. 49, p.49-59, 2002.
AUSUBEL, D. P., NOVAK, J. D. e HANESIAN, H. Educational psychology: A cognitive view. New York: Holt, Rinehart & Winston, 1979.
FICANHA, A. M. M., ANTUNES, A., CASTAMAN, A. S., MORES, R., VENQUIARUTO, L. D., DALLAGO, R. M. Uso de mapa conceitual para aprendizagem de conceitos de química na educação profissional. XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química. Florianópolis, Julho, 2016.