Principais contribuições das práticas experimentais em ciências na formação de licenciandos em pedagogia

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

da Cruz Coutinho, C. (UEPA (CAMPUS VII)) ; Pereira Lins Ribeiro, D. (UEPA (CAMPUS VII)) ; dos Santos Silva, L. (UEPA (CAMPUS VII)) ; de Jesus Sousa Luz, N. (UEPA (CAMPUS VII)) ; F. Meneses, C.C. (UEPA (CAMPUS VII))

Resumo

A formação de um educador influencia diretamente no exercício de sua futura profissão. Por isso, enquanto graduando é de extrema importância que futuros educadores não sejam alvos de uma formação limitada, que se restrinja ao uso de uma metodologia sem contexto e fora de um padrão interdisciplinar. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou verificar como uma metodologia baseada em experimentos que expliquem conceitos da área das ciências, mais especificamente da química, pode influenciar na preparação de graduandos de Pedagogia. Os resultados foram obtidos por meio de um questionário analítico-qualitativo, o qual revelou que cerca de 97% dos graduandos se sentiram motivados e mais preparados para lecionar futuramente a partir da metodologia apresentada no estudo.

Palavras chaves

Padrão interdisciplinar; Metodologia; Experimentos

Introdução

A observação, experimentação e a descoberta são elementos intrínsecos da ciência, bem como, são componentes que estão entrelaçados e presentes na vida do ser humano ainda na idade infantil, fase em que a curiosidade funciona como a força motriz de desenvolvimento psicossocial da criança. Nesse sentido, a fim de aprimorar o conhecimento do meio e dos fenômenos que ocorrem na natureza, a escola tem o papel de proporcionar um ensino de cunho teórico-prático das ciências naturais em todos os níveis de escolaridade, especialmente nas seres iniciais. Sendo assim, é de extrema importância que os conceitos da área de ciências sejam repassados sem limitações, de maneira que o educando possa ser estimulado a construir seu próprio conhecimento, ou seja, participe do processo ensino-aprendizagem. Mas, para isso é fundamental que o professor tenha uma formação ampla nas ciências da natureza, a fim de ter pleno domínio sobre a diversificação dos fenômenos, e seja capaz de proporcionar um ensino integrador entre as ciências. (JÚNIOR; PIETROCOLA, 2010). Nota-se, que o desafio do educador é manter a curiosidade de seus alunos, no entanto, antes disso acontecer o maior desafio é formar um professor com condições de atuar com sucesso. (Hamburger, 2007). Neste contexto, percebe-se que a formação do professor influencia diretamente na apropriação do conhecimento de seus alunos. Com base nisto, este trabalho tem como objetivo verificar as contribuições das práticas experimentais na área de ciências, mais especificamente na disciplina de Química e Metodologia do Ensino de Ciências ministrada aos graduandos em pedagogia.

Material e métodos

A presente pesquisa de natureza analítica-qualitativa foi aplicada em uma turma de 31 discentes do curso de licenciatura em pedagogia, 6º semestre, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus VII. O estudo foi realizado em três etapas: (1) o emprego de atividades práticas em ciências, com ênfase na experimentação alternativa, (2) aplicação de um questionário para a avaliação da metodologia, (3) e por fim análise dos dados obtidos. Vale ressaltar, que todas as práticas utilizadas foram escolhidas a partir de livros didáticos oferecidos pela rede pública de ensino do Estado do Pará.

Resultado e discussão

A partir da aplicação da pesquisa foi possível perceber que até então as aulas de ciências naturais na turma de pedagogia eram dadas em sua grande maioria através de materiais didáticos, sendo que as maiores porcentagens se concentravam na utilização de vídeos, livros, apostilas e cópias de capítulos de livros com 21%, 19%, 14%, 10%, respectivamente. Além disso, verificou-se que o uso de data show foi um dos principais recursos audiovisuais utilizados na turma, com cerca de 70% de frequência, diferentemente, dos kits de laboratório, que de acordo com os acadêmicos foram pouco empregados até a presente pesquisa. Em relação às atividades práticas empregadas na pesquisa foi observado uma aceitação de 90% por parte dos licenciandos, os quais classificaram a metodologia como uma estratégia de ensino adequada, uma vez que, possibilitou uma melhor compreensão dos assuntos trabalhados (Figura 1). Outrossim, quando perguntados se adotariam as práticas experimentais como ferramentas auxiliadoras no ensino de ciências, cerca de 97% da turma foi favorável ao questionamento. Em adição, quando os discentes foram questionados sobre os livros didáticos utilizados, observou-se que antes da metodologia ser aplicada apenas 17% dos entrevistados se sentiam preparados para trabalhar com esse material. Todavia, após a dinâmica empregada, essa porcentagem aumentou para 64%. Em geral, os licenciandos concordaram que o livro didático deve ser apenas um suporte para auxiliar o professor e não a única fonte, na qual ele se limite para lecionar.

FIGURA 1:

Acadêmicos participando das experimentações.

Conclusões

A proposta do estudo, fez com que as aulas se tornassem mais dinâmicas, permitindo maior interação entre os licenciandos num ambiente que favoreceu à aprendizagem dos conhecimentos básicos, porém não menos importante, no ensino de Química. Além disso, a metodologia incorporada pode ser aplicada em diferentes situações e conteúdos e também nos mais variados níveis de ensino. Portanto, com base nos resultados obtidos, as práticas adotadas exerceram significativa influência na compreensão dos conteúdos estabelecidos através do envolvimento e interação dos graduandos entre si e o objeto de estudo.

Agradecimentos

Agradecemos à UEPA, Campus VII, a qual dispôs todo o suporte para realização da pesquisa. À nossa orientadora e aos acadêmicos do 3º Ano do curso de Pedagogia que participaram do presente estudo.

Referências

HAMBURGER, E. W. Alguns apontamentos sobre o ensino de Ciências nas séries escolares iniciais. Estudos Avançados, 21 (60), 93-104, 2007.
JÚNIOR, C. A. O. M.; PIETROCOLA, M. Análise de Propostas Para a Formação de Professores de Ciências do Ensino Fundamental. Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v.3, n.2, p.31-58, jul. 2010.

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