PRODUÇÃO DE VIDEOAULAS SOBRE CHUVA ÁCIDA USANDO JANELAS EM LIBRAS.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Sobral, J.E.P. (IFPE - IPOJUCA) ; Dantas, G.D.L. (IFPE - IPOJUCA) ; Silva, H.S. (IFPE - IPOJUCA)
Resumo
Com o surgimento da tecnologia, métodos surgiram para a integração de estudantes com deficiência, através de ferramentas no processo de ensino- aprendizagem. Este trabalho tem como objetivo, a inclusão de estudantes com deficiência auditiva que estão no ensino básico de química, através do processo de ensino-aprendizagem, por intermédio de Tecnologias Assistivas. À vista disto, foi produzida e apresentada uma videoaula, em uma escola pública, localizada no município do Cabo de Santo Agostinho – PE, com o aplicativo Hand Talk que auxiliou na produção das janelas da língua brasileira de sinais (LIBRAS), na temática chuva ácida, voltada ao cotidiano dos estudantes, com base de favorecer o domínio do conteúdo abordado no vídeo. Obtendo os resultados satisfatórios e com boa visão futura.
Palavras chaves
Deficiência Auditiva; Libras; Tecnologias Assistivas
Introdução
Através das tecnologias assistivas, iniciou-se um processo de maior inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Progresso este, que foi de suma importância para esse público, pois possibilitou uma maior independência e inclusão, podendo desempenhar ainda mais a sua cidadania. A inclusão educacional vem se desenvolvendo no mundo inteiro como um fenômeno social complexo, consequência de lutas das pessoas com necessidades especiais diversas, seus familiares e de movimentos sociais, pelas transformações nas atitudes preconceituosas e segregacionistas que foram se estabelecendo ao longo da história, em relação ao tratamento dado a elas e pela busca de seus direitos na sociedade (FRIAS e MENEZES, 2009, p. 03). É preocupante o fato de muitas escolas ainda não assegurarem uma educação de qualidade e ter uma prática que é mais excludente do que inclusiva (NASCIMENTO, 2014). Sabe-se que a maioria das instituições de ensino não mostram condições estruturais e pedagógicas eficientes para atender todos. Considera-se que tanto para a escola, quanto para o professor não é uma tarefa compreensível, contudo é responsabilidade de todos, confrontar e ir além dos desafios com a participação de todos envolvidos com a educação. Buscando ferramentas para minimizar essas dificuldades foi proposto a produção de um simples vídeo, em forma de videoaula, para mostrar e incentivar o ensino da química para os estudantes com deficiência, na temática “chuva ácida”. Esse artigo tem como finalidade trazer materiais para proporcionar ao deficiente auditivo a compreensão de conteúdos relacionados à química. Pretende-se com esse trabalho, mostrar a urgência e imutável necessidade, de proporcionar a inclusão, para mais além do que o respaldo legal.
Material e métodos
Todo método, foi produzido através de uma apresentação de uma videoaula de curta duração, através de imagens, sobre uma problemática envolvendo a disciplina de química no cotidiano do estudante. Além do aprendizado, a videoaula, mostra uma conscientização sobre o assunto, cujo foi abordado o tema chuva ácida. A mesma foi projetada de uma forma mais didática e explicativa, se utilizando de imagens referentes aos conteúdos apresentados em todo o vídeo, e em todo o tempo, utilizou de um aplicativo específico (Hand Talk) com janelas em libras para o auxílio, já que não houve oportunidade de mostrar um interprete de LIBRAS. Na produção do vídeo, foram utilizados dois aplicativos o Windows Movie Maker e o Hand Talk. O primeiro deles dá oportunidade de inserir imagens, vídeos e voz, com a possibilidade de realizar o corte de partes desnecessárias, eliminar ruídos e por algumas vezes, acelerar ou reduzir o tempo do vídeo. No caso do segundo (Hand Talk), foi utilizado para inserir as janelas em libras, e existe a possibilidade de escrever ou gravar por voz a palavra ou texto que se é desejado e o mesmo, faz a conversão para LIBRAS. A pesquisa foi realizada em uma escola pública, com alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio, devido a maior quantidade de alunos para o caso em particular, esta, fica localizada no município do Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Todo o projeto recebeu autorização do gestor da escola, que nos deu todo acesso à dependência da instituição. Ao todo, onze pessoas viram a videoaula, sendo nove pessoas com deficiência e dois intérpretes.
Resultado e discussão
A produção da videoaula seguiu os seguintes passos: planejamento da aula,
uso do aplicativo tradutor de LIBRAS (Hand Talk) e edição do vídeo pelo
programa Windows Movie Maker. Confome descrito na Figura 1, a seguir:
Antes, de o vídeo ser mostrado ao público alvo, houve uma interação entre o
aluno apresentador e os intérpretes. Após esse momento, os nove alunos com
deficiência, foram integrados, e perguntados sobre idade, com quem moravam,
qual a raça e em que série estavam.
Ainda sobre a pesquisa, a maioria eram mulheres, ao total de seis, com idade
entre 16 e 29 anos. E homens, de 19 a 21 anos; totalizando ao todo nove
pessoas.
A videoaula foi mostrada para eles, por duas vezes. O motivo principal foi
mostrar se o aplicativo correspondia com as expectativas. Já da segunda, com
ajuda do intérprete fazendo a tradução. Finalizado, os vídeos, os estudantes
foram mais uma vez perguntados, sobre, o que acharam do vídeo, o que
poderiam melhorar e se era melhor pelo aplicativo ou intérprete.
O resultado, em geral, foi bom, com o tamanho da janela adequado, apesar dos
poucos recursos. Alguns estudantes tiveram dificuldade de entender bem pelo
aplicativo, pois dependiam muito do intérprete, pois algumas palavras não
eram de seu vocábulo cotidiano, mas a maioria se familiarizou com o
aplicativo de forma eficiente.
Processo de Produção da videoaula. Fonte: Própria.
Conclusões
É de suma importância ressaltar que no Brasil, temos um acervo muito deficitário de videoaulas quando se trata de educação inclusiva, principalmente nas áreas que compõe as ciências exatas. Trabalhar com educação inclusiva, por intermédio de tecnologias assistivas, quebra barreiras e preconceitos e nos mostra o contingente de pessoas que são excluídas diariamente. E com este trabalho, foi possível descrever ou metodologia eficiente de baixo custo para minimizar as dificuldades do processo ensino-aprendizagem relacionados às pessoas com deficiência auditiva com boas perspectivas futuras.
Agradecimentos
Referências
FRIAS, E. M. A; MENEZES, M. C. B. INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: Contribuições ao Professor do Ensino Regular. FAFIPA e UEM. Maringá, 2009. 29 p.
NASCIMENTO. L. B. P. A importância da inclusão escolar desde a educação infantil. 2014. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia). Departamento de Educação – Faculdade Formação de Professores. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2014.