Facilitação no aprendizado da química no ensino médio por meio da experimentação com materiais de fácil acesso.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Nascimento, G.S.D. (UFCG) ; Santos, M.C.M. (UFCG)
Resumo
Envolvendo conceitos abstratos e não observáveis, a aprendizagem da Química torna-se “vilã” para alguns alunos. Assim, a aplicação de atividades experimentais torna-se uma importante ferramenta nas aulas de Química, associando teoria e prática. A proposta deste trabalho foi utilizar materiais de fácil acesso nas aulas de Química para uma turma de 1° ano do Ensino Médio. Para isto, foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas, e uma entrevista com a professora, investigando as experimentações são possíveis de diversificar a aula. Os resultados obtidos demonstram que este recurso contribui facilitando a compreensão do conteúdo e ser capaz de motivar a participação do sujeito da aprendizagem na construção do conhecimento, contribuindo para uma aprendizagem significativa.
Palavras chaves
Ensino de química; Experimentação; Fácil acesso
Introdução
Para uma obter boa compreensão do aluno é preciso criar um ambiente propício para que os alunos, caminhem de suas concepções não-científicas às científicas. Segundo Pereira (2016), a utilização de modelos experimentais voltados para o Ensino de Ciências é reconhecidamente uma alternativa interessante para a construção do conhecimento. Diante desta percepção de ensino tradicionalista, novos métodos, inovadores, de aula foram surgindo. Métodos esses que possibilitam diversidade nas aulas e interação dos alunos uns com os outros e também com o professor. Facilitando o aprendizado dos alunos, tornando mais simples a forma de entendimento, gerando interesse onde só existia desprezo. Nosso trabalho teve como intuito, estimular os alunos a participarem das aulas de química como agente ativo. Nosso projeto teve propósito de suprir esse déficit de investimento, levando para sala de aula experimentos com materiais de fácil acesso gerando uma relação produtiva entre professor e aluno. Com o intuito de amenizar a falta de participação dos alunos nas aulas, decidimos então, levar para sala de aula, novas formas de repassar o conteúdo do livro de didático, tentando facilitar o aprendizado. Pois sabemos o quão é monótono as aulas de química nas escolas públicas. Sabe-se que, não há investimentos necessários para ampliar e diversificar as aulas. Com isso, desenvolvemos experimentos com matérias de fácil acesso que pudessem ser realizados dentro de sala de aula. Objetivo Geral: Apresentar materiais de fácil acesso que possibilitem uma boa aprendizagem em sala de aula.
Material e métodos
À frente de investigar o desafio da diversificação das aulas por meio de experimentação, e compreender como são realizadas as aulas em sala se fez necessário o uso de métodos para compreender como vem ocorrendo tal mediação. Para isso a pesquisa foi desenvolvida a partir de metodologias que envolvem abordagens qualitativas com uma interface quantitativa (SILVA, 2015). A pesquisa realizou-se com alunos do 1° ano do ensino médio da escola de rede estadual Centro Educacional Felinto Elísio da cidade de Jardim de Seridó, Rio Grande do Norte, na região de Seridó. A metodologia deste trabalho realizou-se dentro de cinco etapas, apresentadas abaixo, e tem por objetivo atender as necessidades dos objetivos específicos apresentados no projeto. 1°) Teve como finalidade acessar as bases de dados da scielo e portal da capes, para encontrar trabalhos que se relacionam as dificuldades de realização de práticas experimentais. 2°)Nesta segunda etapa, foi no qual pudemos ter o primeiro contato com os alunos, onde foi explícito de quê trataríamos no projeto,então fizemos um levantamento das concepções prévias dos sujeitos da pesquisa. Tais concepções foram investigadas por meio da aplicação de um questionário composto por 6 perguntas fechadas. 3°) Esta etapa teve por objetivo trabalhar os conceitos teóricos interligados a prática por meio de experimentações. 4°)Realizou-se uma investigação de acordo com a concepção da professora por meio de uma entrevista para saber se na opinião dela as experimentações com materiais de fácil acesso estão possibilitando a diversidade da aula. 5°) Por fim, nesta última etapa, constituiu-se por um questionário avaliativo, composto por 5 questões, sendo elas 4 fechadas e 1 aberta.
Resultado e discussão
Ao analisar os dados obtidos, foi possível perceber que a dificuldade na
aprendizagem da química existe por parte de todos os alunos. Eles afirmaram
que a disciplina tem um índice de dificuldade altíssima, muitos admitiram
não gostar da matéria. Foi exposto por parte dos alunos que só há aulas
teóricas, e isso dificulta o progresso da disciplina em sala de aula, pois
para atrair os discentes, é preciso fazer com o que a disciplina seja
cativante, e só teoria não é necessário.
Na entrevista com a professora, Juciane Nascimento de Azevedo, a mesma
relatou que enfrenta muitas dificuldades por não possuir graduação na área
de química, e leciona a disciplina para suprir as necessidades da escola que
não possui professores suficientes qualificados na área. Antes de cada aula
é necessário uma preparação e estudo ainda maior, por parte da professora,
devido não possuir a formação adequada. A mesma relatou que, ainda leciona a
disciplina de matemática, na qual possui formação, o que a torna ainda mais
“sobrecarregada”. Sabemos que um bom professor precisa somar domínio sobre a
disciplina que leciona, uma boa metodologia e capacidade de gestão da turma.
Quando o professor vem de outra área, o primeiro tópico já sai prejudicado.
Quando perguntada sobre as experimentações com materiais de fácil acesso, a
mesma afirmou que, as experimentações possibilitaram uma diversidade na
aula.
No ultimo questionário aplicado aos alunos, foi comprovado que a
experimentação torna a ciência mais atrativa e facilita o aprendizado, pois,
a partir do momento em que, o indivíduo passar a ser um agente ativo, ele
passa a raciocinar com mais velocidade.
Conclusões
Esse trabalho mostrou a importância da utilização desses materiais para uma melhor compreensão dos assuntos teóricos abordados em sala. Diante disto, buscamos facilitar o aprendizado, levando para sala de aula experimentos de fácil acesso, visando uma melhor aquisição dos alunos em relação ao assunto disponível no livro didático. Nosso intuito foi levar para sala de aula experimentos que envolvessem a utilização de materiais alternativos e de baixo custo, além de permitir a contextualização do conhecimento lecionado pela professora interligando ao cotidiano.
Agradecimentos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE
Referências
BENITE, A.M.C; BENITE, C.R.M. O laboratório didático no ensino de química: uma experiência no ensino público brasileiro. Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Brasil, 2009.
FREIRE et. al. II CONEDU, 2015. Entre o tradicional e o construtivista: que paradigmas orientam a escola contemporânea?
GIL, K.H. Reflexões sobre as dificuldades dos alunos na aprendizagem de álgebra. Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2008.
GIORDAN (1999). O papel da experimentação no ensino de ciências.
GUIMARÃES (2009). Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Revista Química Nova na Escola. Vol. 31, N° 3, agosto 2009.
MARQUES, D’Dabia C. et al. A utilização do sabão caseiro como tema transversal para trabalhar em sala de aula conteúdos de hidrólise alcalina. ENEQ 2010.
PEREIRA (2016). Experimentação no ensino de ciências e o papel do professor na construção do conhecimento.
PIAGET J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária;1998.
SILVA, S.D.da. A importância do laboratório de química na rede estatual de ensino como recurso prático e pedagógico. Campina Grande, UEPB, 2015.
SOUZA, A.C. A Experimentação no Ensino de Ciências: importância das aulas práticas no processo ensino aprendizagem. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2013.
VALADARES (2001). O efeito da actividade experimental na aprendizagem da ciência pelas crianças do primeiro ciclo do ensino básico.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.