O Estágio Curricular Supervisionado na Concepção dos Estudantes dos Cursos de Licenciatura em Química: uma análise das respostas ao questionário do Enade
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Costa, P.M.S. (UFPB) ; Araújo, A.C.L. (UFPB) ; Moreira, D.N. (UFPB) ; Geglio, P.C. (UFPB)
Resumo
O presente trabalho aborda o estágio curricular supervisionado a partir de dados coletados no Relatório Síntese de Área do Enade para os Cursos de Licenciatura em Química. Nossa análise focou em seis questões do Questionário do Estudante, aplicado nos anos de 2014 e 2017, as quais tiveram como propósito verificar como o estágio foi realizado no percurso formativo dos licenciandos. Percebemos que as respostas dos estudantes apontam uma preferência por realizar o estágio em escolas públicas, nos anos finais do ensino fundamental II, ou no ensino médio. Observamos ainda que parte dos estudantes não realizou a carga horária mínima do componente, conforme determina a resolução vigente. Há destaque também para o comprometimento dos professores na orientação e supervisão dos estagiários.
Palavras chaves
Licenciatura em Química; Estágio Supervisionado; Questionário do Estudante
Introdução
A formação de professores para a educação básica tem sido um dos focos mais importantes nas discussões sobre educação e, neste contexto, situa-se também a preocupação com o estágio supervisionado. No ano de 2015, o Conselho Nacional de Educação, por meio da resolução CNE/CP n. 02/2015, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação dos professores da educação básica, na qual são definidos os princípios, fundamentos, dinâmica formativa e procedimentos que devem ser considerados nos cursos de formação de professores. Assim, as instituições de ensino superior (IES) devem elaborar e desenvolver seus programas de formação de professores, tendo como perspectiva a inserção dos licenciandos em instituições de educação básica da rede pública de ensino, visando o desenvolvimento da prática pedagógica, como parte fundamental de um percurso formativo que estabeleça a necessária relação entre a teoria e a prática (BRASIL, 2015). A prática pedagógica e, mais especificamente, o estágio supervisionado se constituem como etapas essenciais no processo de formação dos estudantes de licenciatura, é a partir delas que os futuros professores terão a possibilidade de vivenciar o contexto escolar e, sobretudo, a dinâmica da escola e sua relação com os alunos e a comunidade na qual ela está inserida. Na convivência com as práticas do ambiente escolar os estudantes poderão refletir e confrontar as suas crenças educacionais frente aos desafios impostos pela realidade escolar (FREITAS & MONTEIRO, 2019). É com essa perspectiva que o estágio se configura como prática de estimada relevância, uma vez que sua “[...] finalidade é integrar o processo de formação do aluno, de modo a considerar o campo de atuação como objeto de análise, de investigação e de interpretação crítica, a partir dos nexos com as disciplinas do curso” (PIMENTA & LIMA, 2012). Esse aspecto é evidenciado na Resolução CNE/CP n. 02/2015, cujo destaque se dá em seu art. 14, § 4º “[...] o estágio curricular supervisionado é componente obrigatório da organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente articulada com a prática e com as demais atividades de trabalho acadêmico” (BRASIL, 2015). O estágio supervisionado coloca os futuros professores na prática real e direta do processo escolar. Isso faz com que eles confrontem a realidade com os saberes das disciplinas fundamentais que constituem os currículos dos cursos de licenciatura. Esse confronto é de grande importância, pois se, por um lado, a formação não deve concentrar somente nos saberes teóricos, por outro lado, o fazer sem reflexão não contribui para a superação dos problemas da educação. Nesse sentido, como registra Dourado (2016, p. 29) É fundamental romper com propostas político-pedagógicas para a formação de profissionais do magistério que tenha por foco apenas o saber fazer, o municiamento prático, bem como com concepções que advogam a teoria como o elemento fundante para a formação, ignorando, em muitos casos, a importância da produção e práticas pedagógicas, o estágio supervisionado, dentre outros. O estágio, como vimos discutindo, é um dos aspectos essenciais da formação do professor. Não obstante, pensar na otimização desse componente curricular dos cursos de licenciatura impõe a necessidade de olhar para a totalidade do currículo, sobretudo as práticas e sua relação com a teoria. Assim, consideramos a necessidade de uma avaliação do processo formativo de modo amplo, englobando a percepção de todos os atores envolvidos. É nesse sentido que nos voltamos para uma análise sobre as respostas dos estudantes ao questionário do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), no que diz respeito especificamente às questões relacionadas ao estágio supervisionado. Os resultados obtidos por meio do Enade, juntamente aos dados obtidos pelo Questionário do Estudante, configuram itens essenciais para o cálculo dos Indicadores de Qualidade das IES. O questionário do estudante contribui para a construção do seu perfil socioeconômico, para capturar informações sobre o curso e seu processo formativo. O instrumento é composto por 68 perguntas de múltipla escolha, 26 delas relacionadas ao perfil socioeconômico do estudante e 42 referentes à organização didático- pedagógica da instituição/curso e do percurso formativo. No ano de 2014 o Inep inseriu no Enade um questionário específico para os estudantes dos cursos de Licenciatura, composto por 13 questões, visando conhecer as perspectivas profissionais dos estudantes após o término do curso, assim como os motivos pela escolha da licenciatura, a fundamentação teórica oferecida pela instituição, e os aspectos relacionados ao desenvolvimento do estágio curricular obrigatório (BRASIL, 2014). Diante do exposto, nosso objetivo no presente trabalho é apresentar uma análise das respostas dos estudantes referentes ao estágio no percurso da sua formação, focalizando especificamente os cursos de licenciatura em química.
Material e métodos
Consideramos nossa pesquisa de natureza quanti-qualitativa, abordagem esta que resulta da combinação dos métodos quantitativos e qualitativos (BRÜGGEMANN & PARPINELLI, 2008), pois além da exposição dos dados quantitativos sobre as respostas dos estudantes, também apresentamos uma análise sobre as mesmas. A pesquisa quantitativa está ligada a dados imediatos, estatísticos e/ou comprobatórios, enquanto a pesquisa qualitativa é resultante de interações sociais do meio e tem como princípio entender os fenômenos humanos a partir de uma visão detalhada do pesquisador (MÓL, 2017). A presente pesquisa foi realizada a partir dos dados do Relatório Síntese de Área do Enade para os Cursos de Licenciatura em Química (modalidades EAD e presencial), referentes às edições dos anos de 2014 e 2017. Esses dados estão disponíveis no ambiente virtual do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Relatório Síntese de Área é composto por três partes: o perfil socioeconômico dos estudantes; o questionário do estudante sobre as condições de ensino oferecidas pela instituição e a análise das questões da prova. As duas primeiras partes do relatório apresentam dados obtidos por meio de um questionário on-line preenchido por todos os estudantes antes da realização da prova do Enade. As análises realizadas neste trabalho se concentraram apenas para no questionário do estudante, o qual apresenta questões objetivas de múltipla escolha relativas ao contexto das vivências acadêmicas dos participantes, percepções com relação ao curso, sua trajetória durante o período e perspectivas futuras. O questionário do estudante é composto por 13 questões de múltipla escolha, porém selecionamos somente seis, aquelas que contemplam aspectos relativos ao estágio curricular obrigatório. As questões selecionadas focam nos aspectos relativos ao tipo de instituição em que realizaram o estágio, considerando o nível de ensino, bem como orientação e acompanhamento oferecidos pelas instituições de ensino superior e de ensino básico. Os dois questionários analisados foram respondidos por um total de 9.924 estudantes, dos quais 5.200 no ano de 2014 (3.100 mulheres e 2.100 homens) e 4.724 no ano de 2017 (2.859 mulheres e 1.865 homens). A análise teve como base o conteúdo das respostas acerca das seguintes questões: (i) categoria administrativa da instituição onde realizaram o estágio curricular obrigatório; (ii) turno de realização do estágio; (iii) modalidade escolhida para a realização do estágio; (iv) integralização da carga horária referente ao estágio supervisionado durante o curso de licenciatura em química; (v) supervisão e orientação recebidas por parte dos professores dos respectivos cursos de licenciatura e das instituições onde o estágio foi desenvolvido.
Resultado e discussão
A primeira questão analisada se refere ao tipo de instituição em que o
estudante realizou o estágio supervisionado. Dentre as alternativas, seis
opções estavam disponíveis: escola pública; escola privada comunitária;
escola privada confessional; escola privada particular; em outro tipo de
instituição não especificado e não realizei o estágio curricular
obrigatório. Os dados obtidos a partir do relatório síntese mostram que a
maior parte dos estudantes realizou o estágio curricular obrigatório em
escolas públicas, tanto no ano de 2014 quanto no ano de 2017. Em 2014, os
estudantes que optaram pela escola pública, correspondiam ao percentual de
90,9% para o sexo feminino e 85,1% ao sexo masculino. No ano de 2017, não
observamos alteração significativa nos dados percentuais, resultando em um
aumento de 3,6% para o público masculino, e uma diminuição de 0,9% para o
feminino. De fato, o estágio supervisionado nos cursos de licenciatura
constitui uma etapa essencial na formação dos futuros professores, já que os
possibilita conhecer o contexto escolar e, também, vivenciar e refletir
sobre a prática pedagógica (TESSARO & MACENO, 2016).
A segunda questão, é referente ao turno em que o estágio supervisionado foi
realizado. As opções estavam distribuídas entre matutino, vespertino,
noturno, integral, ou não realizou estágio curricular obrigatório. No ano de
2014, os maiores percentuais para o público feminino foram para os turnos
matutino e vespertino (44,2 e 22,8%, respectivamente), e para o público
masculino, 38,8% e 23,1%. No ano de 2017, os percentuais para o turno
matutino foram aproximadamente 45% maiores quando comparados ao vespertino.
Um dado relevante é que muitos estudantes procuram o turno noturno para a
realização do estágio, os percentuais do relatório mostram valores bem
próximos para o turno vespertino no ano de 2014. Para o público masculino
que escolheu o turno noturno, o percentual foi de 24,1%, já para o público
feminino, 22,3%. Em 2017 os percentuais se distanciam um pouco mais do turno
vespertino, sendo para o público masculino e feminino, 19,7% e 16,3%
respectivamente. Índices menores de 10% se referem a escolha da modalidade
integral para realização do estágio curricular obrigatório.
A terceira pergunta, é referente ao nível de ensino escolhido para a
realização do estágio obrigatório. As alternativas eram: educação infantil,
ensino fundamental anos iniciais e finais, ensino médio, educação
profissional técnica, educação de jovens e adultos, outras modalidades de
ensino, atividades escolares complementares, ou não realizou estágio. A
maior parte dos estudantes optou pela realização do estágio curricular
obrigatório nos anos finais do ensino fundamental, ou no ensino médio.
Enquanto a menor parte dos alunos optou por outras modalidades de ensino
(indígena, quilombola, do campo, especial, entre outras) ou pelas atividades
escolares de natureza complementar (atendimento especializado, atividade de
apoio, atividades artísticas, atividades esportivas).
Outro questionamento diz respeito à quantidade de horas que eles
integralizaram. As opções do questionário constam de 100 até mais de 400
horas. O maior número de estudantes, de ambos os sexos, respondeu que
integralizaram de 301 horas a 400 horas, ou mais de 400 horas. Um dado que
chama a atenção no relatório de 2014 é que o percentual de estudantes que
cumpriu mais de 400 horas, também é a mesma que cumpriu de 101 a 200 horas,
ou seja, metade do exigido pela resolução CNE n 2/2015, que em seu Art.
13., no inciso II, destaca a necessidade de “[...] 400 (quatrocentas) horas
dedicadas ao estágio supervisionado, na área de formação e atuação na
educação básica, contemplando também outras áreas específicas, se for o
caso, conforme o projeto de curso da instituição.” (BRASIL, 2015, p. 11).
Freitas & Monteiro (2019) destacam o papel do estágio supervisionado como
sendo “[...] um período de aprendizagem in loco, uma vez que requer a
elaboração e o uso de diferentes abordagens para ensinar”. Assim, quanto
menor for a carga horaria integralizada pelo estudante, menores serão as
possibilidades que ele terá de conhecer e atuar no contexto escolar.
As duas últimas questões selecionadas para este trabalho, tratam sobre a
orientação e supervisão do professor do curso, além do professor da
instituição na qual o estágio supervisionado foi realizado. Mais de 40% dos
estudantes de ambos os sexos responderam que tiveram orientação e supervisão
durante todo o tempo de atividade por parte dos professores do curso. Este
dado, se repete quando perguntados sobre os professores da instituição onde
fizeram o estágio. O percentual de alunos que respondeu que tiveram
acompanhamento durante todo o tempo está entre 43 e 49%. Em cada etapa do
estágio, o estudante da licenciatura busca compreender o funcionamento do
ambiente escolar por meio da observação e da regência sempre sob a
orientação e acompanhamento do professor-supervisor da escola e do professor
universitário responsável pela disciplina (CABRAL & FLÔR, 2019).
Conclusões
O estágio curricular supervisionado tem um papel essencial no processo formativo dos futuros docentes, constituindo-se como uma etapa fundamental e imprescindível, pois proporciona ao estudante de licenciatura o desenvolvimento e o conhecimento de habilidades na práxis educativa, na qual a teoria é integrada com a prática. De fato, é no estágio que são vivenciadas as experiências da futura profissão, por meio da inserção no ambiente escolar, a fim de que o estudante tenha contato com os aspectos técnicos e profissionais, inerentes à docência, bem como às situações adversas vivenciadas apenas no contexto único que a escola proporciona. A partir da pesquisa apresentada neste trabalho, foi possível apontar algumas tendências com relação as escolhas dos estudantes de Licenciatura em Química. A primeira se refere a categoria administrativa da instituição em que realizaram o estágio. Observamos que a maior parte dos estudantes optou por escolas públicas, em turnos matutino e vespertino, não havendo alteração significativa no percentual para ambos os períodos analisados. A Química começa a ser abordada no currículo escolar a partir do 9º ano do Ensino Fundamental II, no entanto, poucos estudantes optaram por realizar o estágio nesse nível, provavelmente porque este é um campo em que há o predomínio dos estudantes de Ciências Biológicas. Já para o ensino médio, onde a química é abordada de forma sistemática, o percentual de estudantes que escolheu este nível, se aproxima de 80% nos dois anos, e para ambos os sexos. Por fim, destacamos que um percentual significativo dos estudantes ainda não cumpre a carga horária prevista pelas diretrizes de formação de professores. A importância da realização do estágio supervisionado para a formação inicial docente não se resume ao cumprimento de horas, mas a oportunidade que esta etapa lhe oferece de vivenciar mais experiências in loco e, com isso, iniciar a carreira do magistério com uma formação mais sólida em sala de aula.
Agradecimentos
Ao Pibid/Capes e ao Prolicen/UFPB pelas bolsas concedidas.
Referências
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