AVALIAÇÃO EDUCACIONAL NO ENSINO DE QUÍMICA NAS CONCEPÇÕES DO ALUNO E DO PROFESSOR

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, S.V. (IFMA- CAMPUS CODÓ) ; Moreira, D.S. (IFMA- CAMPUS CODÓ) ; Reis, E.F. (IFMA- CAMPUS CODÓ) ; Sousa, D.A. (IFMA- CAMPUS CODÓ) ; Paiva, F.S. (IFMA- CAMPUS CODÓ) ; Paiva, L.P. (UNIFACEMA) ; Moreira, A.M.D. (IFMA- CAMPUS CODÓ) ; Pereira, A.I.S. (IFMA- CAMPUS CODÓ)

Resumo

O presente trabalho foi elaborado a partir de indagações sobre as concepções que alunos e professor tem sobre avaliação. É importante salientar que a avaliação é um momento fundamental para o ensino-aprendizagem, é partindo da análise da realidade dos alunos e da escola que se descobre novas estratégias para um ensino mais significativo. O trabalho tem como objetivo explicitar o processo avaliativo do professor de química e como os seus alunos observam sua avaliação. Para a realização da pesquisa foi utilizado uma metodologia qualitativa por meio de uma entrevista semiestruturada e revisão bibliográfica, observando que o professor considera as habilidades dos alunos para a sua avaliação e de que o aluno ainda tem construído a concepção de que a avaliação é para testar e medir conhecimento.

Palavras chaves

Avaliação; Ensino- aprendizagem; Ensino de Química

Introdução

Quando se fala em avaliação surgem os conceitos mais tradicionais como: medir e testar conhecimento. Mas hoje sabemos que a avaliação educacional vai muito além disso, pois resume a formas variadas de avaliar e com diversas técnicas de ensino, como: estudo de texto, estudo dirigido, discussão e debate, seminário que devem ser considerados quando se trata de aprendizagem. Para LUCKESI (2011) “[…] temos que opostamente, colocar a avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada com a educação como mecanismo de transformação social”. O ato de avaliar é complexo, pois é por meio dele que o educador analisa o processo educacional e traça os meios e as alternativas para um bom desempenho do processo de ensino-aprendizagem, considerando vários fatores, pois ao avaliar a aprendizagem do aluno o professor faz a sua autoavaliação. Além disso, a concepção do aluno é de suma importância para analisar se a avaliação do professor condiz com a sua prática docente. Esse momento deve ser desenvolvido de tal forma que sirva para subsidiar uma reflexão sobre o trabalho docente, as aprendizagens discentes e possa servir de base para os novos direcionamentos do trabalho educativo. De acordo com ZABALA (1998) “o ensino e a aprendizagem se encontram estreitamente ligados e fazem parte de uma mesma unidade dentro da aula, podemos distinguir claramente dois processos avaliáveis: como o aluno aprende e como o professor ou professora ensina”. A partir disso se faz necessário uma análise precisa da avaliação educacional no ensino de química, dado a complexidade do ato de avaliar e de sua importância no processo educacional. Assim, o presente trabalho tem como escopo explicitar o processo avaliativo do professor de química e como os seus alunos observam sua avaliação.

Material e métodos

Para a realização desta pesquisa utilizou-se como instrumento para coleta de dados entrevista semiestruturada com o auxílio de um gravador de voz, utilizado com o consentimento dos alunos e do professor de química. A entrevista contou com cinco perguntas exatas e objetivas, as quais foram previamente elaboradas, sendo direcionadas duas perguntas para o professor e duas perguntas para cada aluno, tendo por tema principal a Avaliação Educacional no ensino de química. Posteriormente, foi realizada uma análise qualitativa dos diferentes pontos de vista dos alunos e do professor sobre avaliação educacional. Segundo GIL (2008), “As pesquisas qualitativas são relevantes e por meio delas é possível: desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. Aliada a pesquisa de campo, foi feita uma revisão bibliográfica sobre tema Avaliação Educacional no ensino de química, com análises a livros e a documentos oficiais. Estas análises possibilitaram uma visão mais abrangente sobre o tema, seus usos e bases teóricas. Segundo LAKATOS e MARCONI (2003, p. 183 apud Monza, 1971, p. 32), “a bibliografia pertinente oferece meios para definir resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente (...)”. A pesquisa foi aplicada em uma escola de rede pública, Centro de Ensino para Jovens e Adultos Lúcia Bayma (CEJA Lúcia Bayma), em Codó- Maranhão, com cinco alunos das turmas do 1° ano B, 1° ano E, 2° ano A, 2° ano D e 3° ano C do ensino médio do turno vespertino e o professor de química destas turmas, que disponibilizou- se em participar da entrevista por ser o único professor de química do mesmo turno.

Resultado e discussão

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), artigo 24 inciso V, estabelece que a avaliação seja contínua e acumulativa do desempenho do aluno. Observando o texto entende- se que avaliação escolar deve ter um caráter contínuo e compreensivo. Ao definir que os aspectos qualitativos são mais relevantes que os quantitativos há uma clara deliberação para que o processo avaliativo seja pensado como um componente escolar indispensável. Observa- se que o professor, na tabela 1, utiliza diferentes técnicas de ensino, considerando as múltiplas habilidades de seus alunos. Avaliando de acordo com os seus objetivos e fundamentando a sua prática docente em teóricos como Libâneo e em artigos sobre avaliação. Para HAYDT (2011), “a avaliação assume dimensões mais abrangentes. Ela não se reduz apenas a atribuir notas. Sua conotação se amplia e se desloca, no sentido de verificar em que medida os alunos estão alcançando os objetivos propostos para o processo ensino-aprendizagem”. Como resposta a primeira pergunta, na tabela 2, com exceção do aluno do 2º ano D, tem a prova como um elemento usual para avaliar o conhecimento dos seus alunos. Para HOFFMAN (2014), “essa pratica quando única e central na forma de avaliar o estudante serve para constatar e verificar a aprendizagem do aluno pela reprodução do conhecimento antes transmitido [...]”. Utilizando outras formas de avaliação como seminários, atividades e pelo comportamento. Na segunda pergunta, tabela 02, eles entendem a necessidade de avaliação para testar e medir o conhecimento, no sentido de comprovar que o aluno aprendeu. Para HAYDT (2011) “[...] a avaliação assume uma dimensão orientadora, pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar progredindo na construção do conhecimento".

Quadro 1: Respostas do professor de química.

Fonte: O autor, 2019. Quadro com perguntas e respostas do professor de química sobre avaliação educacional na sua prática docente.

Quadro 2: Respostas dos alunos.

Fonte: O autor, 2019. Quadro com perguntas e respostas dos alunos sobre avaliação educacional.

Conclusões

A partir da análise e interpretação dos dados, observa- se que a concepção do professor está aliada aos teóricos, como HOFFMAN (2014) e HAYDT (2011), no que refere- se ao processo de avaliação. A partir das respostas dadas pelos alunos, é possível observar que apesar de ainda possuírem uma concepção que a avaliação é apenas para testar e medir conhecimento, eles estão habituados com as técnicas de ensino empregadas pelo professor. Julga-se relevante que, o professor dialogue com os alunos sobre a avaliação para que os mesmos possam compreender esse momento como essencial e não somente mais um.

Agradecimentos

Agradecemos o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) - Campus Codó, a escola Centro de Ensino para Jovens e Adultos Lúcia Bayma e a todos (as) aqueles (as) que tornaram possível esta pesquisa.

Referências

BRASIL, Ministério de Educação e Cultura. LDB – Lei n° 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Senado Federal, 2017.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999;
HAYDT, Regina Célia. Curso de didática geral. São Paulo: Átila, 2011.
HOFFMANN, J. Avaliação: mitos e desafios: uma perspectiva construtiva. Porto Alegre, RS: Mediação, 2014.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003;
LUCKESI, C. C. Avaliação Educacional Escolar: para além do autoritarismo. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22.ed. São Paulo: Cortez, 2011. Cap. VI, p.76.
VEIGA, I. P. A. Repensando a didática.29ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
_______________ Técnicas de ensino: Por que não? Campinas, SP: Papirus, 2012.
ZABALA, A. A prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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