Pibid: mobilizando a elaboração de práticas pedagógicas no ensino de química

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Melo, R. (UFPE) ; Sá, R. (UFPE)

Resumo

Diante das dificuldades ainda enfrentadas no ensino de química, programas como o pibid, vem trazendo uma nova visão quanto a formação docente a partir do contato prévio com dos futuros docentes com o ambiente de trabalho, contribuindo assim para o desenvolvimento e incentivo a novas práticas pedagógicas. Deste modo, práticas diversificadas para o ensino de química é um dos meios pelos quais os docentes podem utilizar juntamente com estudantes do ensino médio para trabalhar os conteúdos químicos. Desta forma o pibid tem incentivado a elaboração dessas práticas, com as quais tem resultado em trabalhos significativos para os estudantes do ensino médio. Desta forma, este programa só tem a contribuir para a formação docente.

Palavras chaves

prática pedagógica; ensino de química; pibid

Introdução

Muitos estudantes ainda apresentam resistência ao ensino de química, por ainda apresentarem dificuldades em sua compreensão. Deste modo, as práticas empregadas pelos professores em sala de aula, tornam-se importantes para amenizar esse problema (ROCHA; VASCONCELOS, 2016), pois com estas práticas é possível estimular os estudantes a perceber a presença e a importância desta ciência para o homem (LIMA, 2012). Para Junckes (2013) o professor é fundamental para enfrentar a falta de desinteresse dos estudantes, pois ele pode contribuir com práticas pedagógicas diferenciadas que possam despertar interesse no conteúdo abordado, propiciando também interação e troca de conhecimentos enriquecendo ainda mais o aprendizado. Deste modo a formação inicial é essencial para o professor posso integrar teoria e prática para reformular a sua identidade docente a partir de experiências vivenciadas, provocando assim um autoconhecimento e reflexão de suas práticas para que possa moldá-las continuamente (AMORIM, MARQUES, 2017). O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) propicia aos estudantes de licenciaturas, contato prévio com sua futura atividade de trabalho, contribuindo com a melhoria do ensino nas escolas públicas (BRASIL, 2019). De acordo com Broietti et al. (2015) o Pibid permite em suas atividades a inserção de novas abordagens metodológicas superando assim a forma tradicional que ainda é imposto no ensino de química. Este trabalho tem por objetivo relatar as práticas pedagógicas empregadas nas aulas de química durante o Pibid de 2015 à 2017 em uma escola estadual da cidade de Caruaru-PE, no intuito de mostrar a importância deste programa para a formação docente do licenciando, assim como para as instituições de ensino colaboradoras.

Material e métodos

O trabalho foi realizado com turmas do 2º ano (2015), 1º ano (2016) e 3º ano (2017) do ensino médio, onde foram realizadas práticas pedagógicas variadas em cada série, conforme tabela 1. Tabela 1. Práticas pedagógicas desenvolvidas nas turmas durante o pibid. Turmas Conteúdos Práticas 2º ano Soluções Experimentação Ácidos e bases Termoquímica Slide: energia e alimentação Cinética química Experimentação Equilíbrio químico Propriedades coligativas 1º ano Misturas Separação com vidrarias específicas Modelos atômicos Produção de modelos Tabela periódica Construção de jogo Química do cotidiano Contextualização: bolos juninos Reatividade dos metais Construção do papa-pilhas Ligações Químicas Experimentos Atividade investigativo Estequiometria Ácidos, bases, sais e óxidos Reações químicas 3º ano Ciência química Aplicabilidades, veracidade da informação midiática. Hidrocarbonetos Quiz petróleo Funções orgânicas Temas (hormônios e drogas) Interdisciplinaridade (história) – Guerras Fármacos (medicamentos, fitoterápicos e chás) Produção do jogo CHÁ Polímeros Produtos biodegradáveis Conforme tabela apresentada buscou-se diversificar as práticas pedagógicas empregadas nas salas de aula, usando como suportes experimentos, slides, jogos, contextualização, interdisciplinaridade e desenvolvimento de atividades pelos próprios alunos. As práticas foram realizadas em sala de aula ou no laboratório, com as vidrarias disponibilizadas na escola, e para reagentes utilizou-se materiais caseiros facilitando a elaboração dos mesmos. Tais atividades foram sendo elaboradas no intuito de aproximar o aluno do conhecimento químico, pois conforme Rocha e Vasconcelos (2016) o professor tem papel central para a realização das mesmas, com as quais se torna possível promover uma melhor compreensão e consequente interesse por esta ciência.

Resultado e discussão

Percebe-se a partir da tabela que ouve uma evolução nas práticas ralizadas conforme a obtenção de experiências vivenciadas durante o pibid. Deste forma, este programa é importante para a formação docente, pois o convívio aluno-professor foi determinante para organizar e propor as aulas diferenciadas (AMORIM; MARQUES, 2017). Na turma do 2º ano foi dada ênfase a experimentação visto que a maioria dos estudantes associa a química a experimento e laboratório. No 1º ano as atividades foram mais diversificadas, além da experimentação, mostrou-se a aplicabilidade profissional da química na solução de problemas como propõe Lima (2012). Incentivou-se também a construção de materiais como os modelos atômicos, jogos didáticos, além de outras estratégias como a solução de situação-problema envolvendo questões de saúde, contextualização da química com o cotidiano. O conhecimento químico permitiu a conscientização e consequentemente a prática cidadã envolvendo a questão do descarte correto de pilhas e baterias com a elaboração de papa-pilhas pelos estudantes. Com o 3º ano, utilizaram-se temas como hormônios e drogas ilícitas fatos que estão presentes na adolescência, assim como também a interdisciplinaridade articulou química e história com o tema guerra química. O aluno como sujeito da sua própria aprendizagem resultou na elaboração de produtos, tais como detergente, plástico e isopor biodegradável, reforçando nossa contribuição para questões ambientais. Por fim, o compartilhamento de experiências de outros colegas do pibid e estagiários, para o enriquecimento docente. Conforme Junckes (2013), a diversificação das atividades proporciona aumento no interesse dos estudantes pelo conteúdo e consequente interação durante as aulas, e foi o que se alcançou com as atividades propostas, principalmente com os jogos, experimentos. Deste modo fica evidente que este programa só tem a contribuir para a formação docente, assim como também para o ensino de química, trazendo então, melhorias significativas para o aprendizado do aluno através das práticas pedagógicas (BROIETTI et al., 2015).

Conclusões

A experimentação ajuda os alunos a entender melhor o conteúdo como também desperta a curiosidade e vontade para realizar a atividade provocando uma maior interação, contudo a diversificação das atividades contribui para que as aulas fiquem mais interativas, assim como também a contextualização é essencial para a percepção da presença da química no dia-a-dia. Quanto mais instigar o aluno a conhecer, melhor para que o mesmo se veja como parte da sociedade e possa agir com atitudes conscientes, como observado na proposta da química cidadã a partir da elaboração do papa-pilhas pelos alunos. Deste modo percebe-se como o pibid tem sim contribuído com a formação e preparação dos futuros docentes de química.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças em todos os meus planos e ao Prof. Dr. Roberto Araújo Sá por acompanhar e incentivar seus discentes durante o pibid ao qual foi de suma importância para o sucesso do programa.

Referências

AMORIM, A. C.; MARQUES, G. M. B. A FORMAÇÃO DOCENTE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR INICIANTE. IV Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação – SIRSSE e o VI Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente (SIPD/CÁTEDRA UNESCO), 28 A 31 de agosto de 2017. Disponível em: < https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25078_11999.pdf> acesso em: 10 ago. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. PIBID - Apresentação. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/pibid >. Acesso em: 11 ago. 2019.

BROIETTI, F. C. D. et al. Algumas percepções de participantes do PIBID/Química/UEL acerca do ensino e da formação docente. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, Londrina, v. 36, n. 1, p. 29-40, jan./jun. 2015. Disponível em: < http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semexatas/article/view/17733> acesso em: 10 ago. 2019.
JUNCKES, R. C.. A PRÁTICA DOCENTE EM SALA DE AULA: MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA. V SIMFOP – Simpósio sobre formação de professores. Educação básica: Desafios frente às Desigualdades Educacionais. 5 a 7 junho de 2013 – Campus Universitário de Tubarão. Disponível em: < http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/eventos/simfop/artigos_v%20sfp/Rosani_Junckes.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2019.
LIMA, J. O. G. Perspectivas de novas metodologias no Ensino de Química. Revista Espaço Acadêmico. Nº 136. Setembro de 2012. Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/setembro2013/quimica_artigos/perspect_novas_metod_ens_quim.pdf> acesso em: 13 ago. 2019.
ROCHA, J. S.; VASCONCELOS, T. C. Dificuldades de aprendizagem no ensino de química: algumas reflexões. XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ). Florianópolis, SC, Brasil – 25 a 28 de julho de 2016. Disponível em: <http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R0145-2.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2019.

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