A formação continuada no processo de autorreflexão docente: Uma análise quanti-qualitativa do quadro dos professores de Química do IFMA-Campus Caxias.
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Souza, R. (IFMA)
Resumo
Compreende-se por formação continuada, o processo ininterrupta de professores, após a formação inicial. Sendo de suma importância a reciclagem e autorreflexão dos saberes, uma vez que o professor desempenha o papel principal dentro do processo educacional destaca-se sua relevância no processo de ensino-aprendizagem. O objetivo deste trabalho visa trazer as principais concepções acerca do assunto de formação continuada, e a constituição dos programas de apoio para professores no país; e através da aplicação de questionário verificar o compromisso docente com a formação continuada e suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem do Ifma-campus Caxias. . Este trabalho terá como base pesquisas bibliográficas em periódicos científicos.
Palavras chaves
FORMAÇÃO CONTINUADA; SABERES DOCENTE ; AUTO-REFLEXÃO
Introdução
Entende-se por formação continuada, o processo ininterrupto da formação do docente, após a formação inicial acadêmica, é importante que essa formação acompanhe o profissional durante toda sua carreira docente, de uma forma geral a formação continuada, é como uma forma de organizar e aperfeiçoar, as ações reflexivas, aprimorando as práticas e aprimorando saberes rumo à autonomia profissional (URZETTA & CUNHA 2013). Vale ressaltar que é importante que a formação continuada esteja em todo sistema de ensino e em todos os níveis. É notório destacar que na sociedade contemporâneos onde novos desafios são lançados, exigem, tanto da escola como dos professores, novas posturas em relação ao trabalho educativo, com isso a escola passa a ter um caráter de propiciar ao estudante um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico (BORUCHOVITCH & MACHADO, 2015). Visto isso nas políticas educacionais, o professor, é entendido como protagonista dentro desse processo, sendo assim, se faz importante às políticas que garantam a qualificação dos professores, para melhorar a qualidade da Educação, a valorização do professor, a disponibilidade de recursos financeiros e matérias e o planejamento participativo, para que esse professor possa ter os aparatos necessários que lhe proporcione um melhor rendimento, logo, uma educação de qualidade (URZETTA & CUNHA, 2013). A formação continuada de professores no Brasil teve início meados da década de 70 como técnica de aperfeiçoamento pedagógico, trazendo ao longo do tempo ações significativas para a área tanto no campo prático como teórico (GALINDO & INFORSATO 2016). Portanto, salientamos que, a formação continuada é um dever do estado (programas de incentivo), bem como direito e dever do professor, (GASPARELO, SCHNECKENBERG 2017). Dentro desse contexto, o Governo brasileiro criou em 2004 a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores com o objetivo de contribuir para a melhoria da formação dos professores e alunos, essa formação tem com prioridade professores da educação básica do sistema educacional, (BRASIL, 2015). Para que essa formação ocorra de forma efetiva é necessário que os docentes tenham a autorreflexão; buscando novos significados sobre suas práticas, e de como essas contribui para o ensino, uma vez que não os conhecimentos acadêmicos não serão válidos sem suas experiências reflexivas (FERRI, et al, 2017). No que se refere à formação continuada para professores da Educação Superior, esta, está prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). Entretanto nas Universidades segundo Pereira (2018), a formação continuada dos docentes estão voltadas à formação científica de pesquisadores em seus conhecimentos específicos, fazendo com que a formação pedagógica fique em segundo plano, porém é essa formação que lhes proporcione conhecimentos para atuar como docentes no ensino superior (PEREIRA, 2018). Hoje, a formação continuada propõe dentro do contexto educacional, a centralização das práticas pedagógicas do docente buscando a constituição de uma identidade profissional. Esse movimento vem evidenciando a criação de uma perspectiva de formação continuada que estabeleça canais de diálogo entre os diversos contextos de formação vividos pelos docentes, quais sejam: o cotidiano escolar, a formação inicial e continuada (CÂMARA et al, 2016). Este trabalho tem como estudo uma pesquisa de campo a voltada para investigar a formação continuada dos professores de Química do Instituto Federal do Maranhão. Focando nas perspectivas que cada um tem sobre seu autoconhecimento, verificando as contribuições que a formação continuada pode trazer para um melhor ensino-aprendizagem do Instituto, com relação a melhoria do ensino trazendo a concepção de autorreflexão ao professor.
Material e métodos
O tipo de pesquisa empregada neste trabalho será de caráter quali- quantitativa em que a análise qualitativa dos dados quantitativos busca em suma unificadora do conhecimento quantitativo e qualitativo. sendo feito primeiramente um levantamento bibliográfico em artigos científicos, especializado na área de educação, com ênfase na formação continuada dos professores”. Para autores como Kerbauy e Souza, 2016, afirmam que o termo quantidade e qualidade dentro da pesquisa não separada, pois na medida em que de um lado a quantidade é uma tradução, de atribuições à grandeza com que um fenômeno se apresenta e do outro lado ela precisa ser interpretada qualitativamente, pois sem relação a algum referencial não tem significação em si (KERBAUY, SOUZA, 2016). 5.1 Público alvo O público dessa pesquisa será o quadro de docentes da área de Química do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Maranhão- IFMA. A amostra dessa pesquisa será de cinco professores de Química que responderam os questionários. 5.2 ferramenta para coleta dos dados Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequar-se ao problema a ser estudado, às hipóteses levantadas e que se queria confirmar, e ao tipo de informantes com que se vai entrar em contato. . O questionário pode ser determinado como sendo a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc. ( CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011). Para coletar as informações serão disponibilizados questionários a ser aplicado no corpo docente do IFMA Campus Caxias, o questionário será elaborado pelo pesquisador, buscando verificar a qualidade da formação desse público, e como cada um se autoavalia, e como essa autorreflexão irá fortalecer a relação professor-aluno a fim de melhorar o ensino prestado. O questionário contará com dez perguntas, sendo duas abertas, e as demais fechadas. a serem respondidas, verificando as contribuições que a formação continuada desses docentes pode trazer para o Instituto em qualidade de ensino, e como o Instituto Federal do Maranhão Campus/Caxias contribui para nesse processo.
Resultado e discussão
De acordo com a pesquisa realizada observou-se que dos entrevistados (80%)
eram do sexo masculino e (20%) feminino, sendo entre 25 e 45 anos de idade.
Quando perguntados quanto à sua formação (80%) declararam ter licenciatura e
(20%) bacharelado. A próxima questão foi quanto tempo o entrevistado
trabalha no IFMA como professor e (20%) um ou menos de um e (80%)
responderam entre 3 e 5 anos. Sendo que todos lecionam em turmas do Ensino
Técnico Integrado ao Ensino Médio. Quando perguntados: Em sua concepção a
formação contínua contribuir para o desenvolvimento do ensino na
instituição? Justifique? obtivemos as seguintes respostas.
Sim. As transformações científicas, tecnológicas acontecem com papel
diretamente ligado às transformações sociais, o papel do professor também
deve sempre acompanhar as transformações da sociedade. Se antes os
professores eram vistos como centro do conhecimento, atualmente o
conhecimento pode estar literalmente na palma da mão do aluno. Cabe ao
professor desenvolver e organizar essa forma complementar de ensino-
aprendizagem tendo nessa situação o papel de intermediador do conhecimento.
Sim. Porque o professor deve estar sempre se reciclando, em relação aos
conteúdos e, também, a forma de ministrá-los.
É imprescindível a formação continuada para uma melhor qualidade no ensino
pois, o desenvolvimento e conhecimento de outras técnicas que venham
colaborar para o desenvolvimento das atividades docentes influenciará direto
na aprendizagem do aluno.
Sim. É importante para que os professores possam se atualizar quanto às
novidades, melhorar e refletir sobre a prática docente.
sim Retira o professor da zona de conforto e condiciona os docentes a
adquirir novos conhecimentos
Diante do posicionamento dos professores em relação a importância dessa
formação, podemos verificar a consciência em assumir essa formação como
indispensável e primordial. Reciclando e atualizando o conhecimento o
professor tende a assumir cada vez mais o papel de mediador do
conhecimento, melhorando de forma significativa a aprendizagem do aluno.
Demonstra significadamente seu papel como forma de aprimoramento docente
quando perguntados: A auto-reflexão, ajuda no processo de ensino-
aprendizagem? Como? obtivemos a seguintes respostas,
Sim. A auto-reflexão ajuda a identificar as falhas e possíveis acertos
direcionando em uma maior eficiência do trabalho do professor.
Sim. A partir da reflexão é possível verificar se os objetivos foram
alcançados de forma satisfatória e/ou se é necessário uma adequação.
Sem dúvidas! Se faz necessário o docente está sempre se auto avaliando e ser
avaliado para que possa dirimir algumas imperfeições em suas práticas.
Sim. Com ela podemos aprender com os erros técnicos e comportamentais e
melhorar o desempenho no trabalho.
Sim. O profissional precisa refletir para cada vez mais melhorar sua prática
docente e a relação com o alunado.
Dessa maneira; podemos compreender a auto reflexão no processo de ensino e
aprendizagem como momento em que o professor irá auto-avaliar suas
competências e práticas pedagógicas verificando as adequações necessárias
para um melhor aproveitamento do conhecimento, advir os pontos negativos e
positivos. Quando indagados em relação aos cursos de capacitação ofertado
pelo Instituto, (20%) respondeu não ter conhecimento de tais cursos, e (80%)
responderam que são ofertados: Os demais não souberam especificar quais
eram os cursos ofertados, e suas participações .Você possui projeto de
ensino, pesquisa e/ou extensão no campus? e quais são os objetivos do
projeto
Todo quadro docente da instituição possi projetos de ensino, pesquisa e/ ou
extensão apenas um professor não especificou o projeto de curso.
Desenvolvimentos das chamadas TIC’s
Estimular os alunos ao envolvimento com essas área.
Preparar os alunos da instituição para as olimpíadas de Química no ensino
médio e trabalhar com os alunos de ensino superior visando provas de
mestrado e doutorado.
Desenvolvo projeto de pesquisa, não voltado diretamente para prática
educacional. Porém, auxilia na formação de recursos humanos em nível
superior.
Conclusões
Os programas de apoio à formação continuada são estratégia para que os professores, se auto-avaliem em relação a suas práticas e renovando o conhecimento trazendo o papel da auto reflexão no contexto escolar. Propor novas concepções acerca educação, reciclar o conhecimento, buscando sempre novas abordagens que irão promover o êxito do aluno, uma vez, que, o conhecimento é dinâmico, está em constante mudanças, esses são alguns dos pontos da formação continuada Os entrevistados demonstraram um conhecimento aprofundado em relação à temática proposta, existe total ciência do papel da formação continuada, na valorização do conhecimento e inovações na prática docente, porém ao analisarmos as respostas com relação em conhecer os programas, cursos de capacitação, apenas (20%) declararam ter conhecimento dos programas ofertados pelo instituto, dessa forma torna-se nítido, que apesar de os professores estarem cientes dos benefícios e importância da formação continuada, uma parcela não se permite participar dos encontros pedagógicas. Podemos concluir então, que ainda existe certa resistência dos docentes em relação a participar dos encontros e reuniões pedagógicas oferecidos pelo instituto federal do Maranhão , privando-se do diálogo coletivo, e discussões relevantes ao tema.
Agradecimentos
Referências
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.
BRASIL.; Ministério Educação, acessado em: 27 de Junho de 2018
http://portal.mec.gov.br/rede-nacional-de-formacao-continuada-de-professores.
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CÂMARA L, I; DA SILVA M, A V, S; F, N, A; DOS SANTOS, W. Investigação, Narrativa E Formação Continuada De Professores De Educação Física: Possibilidades Para Uma Prática ColaborativA. Revista da Educação Física/UEM, v. 27, n. 1, 2016.
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