A PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS SOBRE A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DE QUÍMICA NA UNIFAP
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, T.C.C. (UNIFAP) ; Santos, K.L.B. (UNIFAP) ; Lobato, C.C. (UNIFAP)
Resumo
O Estágio Supervisionado é o que norteia os futuros professores de Química, bem como um, elo importante entre o conteúdo teórico e prático, sendo fundamental para a formação da identidade de professor. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é analisar a contribuição do Estágio Supervisionado I no processo da construção da identidade para os futuros profissionais de Química. A metodologia utilizada consiste em uma pesquisa qualitativa com aplicação de um questionário aberto para os acadêmicos do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Amapá. Desse modo, foi possível concluir que houve o estímulo e o interesse pela ciência dos futuros docentes no contato com a escola campo, sendo imprescindível para a formação profissional, tendo como proposta a metodologia ativa.
Palavras chaves
Ensino de Química; Estágio Supervisionado; Identidade do professor
Introdução
O ensino de química pode ser estimulante e interessante com o objetivo resgatar o interesse pela ciência e aguçar a curiosidade do corpo discente na academia. Partindo desse pressuposto, no Estágio Supervisionado (ES) mudanças são necessárias e os desafios motivam os futuros profissionais a buscar metodologias e alternativas, que consistem em estimular a argumentação, a criticidade, o contexto possibilitando o crescimento pessoal e ampliação de conhecimento, já que “aprender significa sofrer transformações, passar de um estado para outro; do estado de conhecimento parcial para um estado de conhecimento profundo” (RIGON, 2010). Sobre essa perspectiva, é de suma importância a análise da formação de professores e a prática no ES visando os saberes, as habilidades e competências para atuar em sala de aula desmistificando o ensino tradicional e o baixo desempenho do discente na academia. Por esse motivo os Estágios estão “vinculados ao componente curricular Prática de Ensino cujo objetivo é o preparo do licenciando para o exercício do magistério em determinada área de ensino ou disciplina” (PICONEZ, 2000) Desse modo, o objetivo do trabalho foi analisar a contribuição do ES I no processo da construção da identidade profissional para acadêmicos de Química que consistem no conjunto de características adquiridas ao longo da vida do docente em diferentes áreas de experiência e as aprendizagens adquiridas após o contato, permitindo elucidar desafios no campo de atuação, o desenvolvimento de habilidades essenciais, aplicações e implicações do conhecimento instigando métodos de entendimento, formulação de hipóteses, o favorecimento da motivação e dedicação pela ciência, proporcionando aos estudantes, a vivência de situações reais e a interdisciplinaridade.
Material e métodos
Para a realização dessa pesquisa foi utilizado um estudo qualitativo desenvolvido com 8 acadêmicos do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), localizada em Macapá-AP, possibilitando assim uma visão holística acerca da estrutura e funcionamento dos ES desse curso. De acordo com Moraes (2003), a pesquisa qualitativa pretende aprofundar a compreensão dos fenômenos que investiga a partir de uma análise rigorosa e criteriosa desse tipo de informação. O questionário foi constituído por quatro perguntas abertas com o intuito de mensurar as concepções acerca dos estágios e ao longo do processo de formação dentre as quais estão de acordo com o tema abordado como: 1 – O que você entende sobre identidade do professor? 2 – A identidade do professor é um fenômeno individual ou coletivo? 3 – Os encontros a disciplina de Estágio Supervisionado I ajudaram na sua formação profissional em relação aos saberes docentes? Como? 4 – Como o estágio contribuiu no processo de construção de sua identidade profissional? A partir disso foram analisadas as opiniões e contrapontos na visão do acadêmico em relação a possível área de atuação (Docência em Química). As respostas foram apresentadas e discutidas relacionando com mais coerência das referências utilizadas pesquisadas. Para manter a ética da pesquisa, optou-se por designar as respostas dos participantes da pesquisa por letras maiúsculas.
Resultado e discussão
A prática pedagógica desenvolveu o prazer, que antes era menor ou ausente, pelo
ensino de Química, mostrando que, as aulas práticas têm o poder de associar
diversos conteúdos, ajudando na contextualização e relação de outros e entre
si. Os dados obtidos revelam que vão de acordo com o proposto por Gee (2001) em
que “As pessoas podem construir ativamente o mesmo traço de identidade de
diferentes maneiras”.
Em consonância, pode-se analisar as respostas a seguir: Questão 1) Aluno A –
”A identidade do professor é a forma como se direciona uma aulas[..]”. Apesar
de algumas divergências, pode-se concluir que 80% dos alunos responderam que a
identidade é individual e 20% responderam que é coletivo. Na Questão 2) Aluno
B - “Entende-se como um fenômeno coletivo, pois, o professor tem que capacidade
de traduzir e se adaptar conforme a situação em que se encontra[...]”, Na
questão 3 - Aluno C - “ Sim, todos os encontros são importantes tendo bases
científicas sobre o dever e a responsabilidade ofertados em rodas de
discursos[...]”. Na Questão 4 - Aluno D - O ES contribui com a prática, sendo
referências sobre a experiência logadas com a prática contribuindo com a
atuação e com universitário quando chega ao mercado de trabalho.
Apesar de algumas divergências, pode-se concluir que 80% dos alunos
responderam que a identidade é individual e 20% responderam que é coletivo.
Após e durante a aplicação do questionário, os acadêmicos comprovam a
importância da prática ES para o melhor entendimento dos alunos em diversos
conteúdos de química e de uma eficiente metodologia que vai além do ensino
tradicional, ganhando novos admiradores e qualificando para atuarem futuramente
em sala de aula, sabendo administrar as dificuldades que atrapalham a docência.
Conclusões
Embora sejam necessários alguns suportes dados pela Universidade no ES, interferências podem acontecer se o professor não tomar ciência de como será sua vida profissional e formação do docente mediante as dificuldades e as experiências vividas. Assim, é possível notar que os acadêmicos estão em constante construção de sua identidade docente, definindo a importância do estágio em todos os momentos de sua formação, desde o primeiro ao último, ressaltando a importância de encontros semanais com o orientador de disciplina até o ambiente escolar, preparando para o mercado de trabalho.
Agradecimentos
Agradecemos ao departamento de Extensão da UNIFAP pelo apoio financeiro do Edital PAEX 2018-2019.
Referências
GEE, J. P. Identity as an Analytic Lens for Research in Education. Review of Research in Education, Washington, DC: American Educational Research Association: Sage, v. 25, pp. 99-125, 2001.
KIST, D.; GÜLLICH, R. I. C.; FLORES, L.E. Revitalização do laboratório de ciências. In: XXXIII ENCONTRO DE DEBATES SOBRE O ENSINO DE QUÍMICA. Anais... Rio Grande do Sul. 2013.
MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação. Bauru, v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003.
PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
PICONEZ, S. C. B. A. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. ed. 5, pp.16. Campinas, SP: Papirus, 2000.
RIGON, M. Prazer em aprender: o novo jeito da escola. Curitiba: Kairós, 2010.