O USO DA EXPERIMENTAÇÃO COMO METODOLOGIA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, L.S. (UEAP) ; Sanches, V.H.S. (UFPA) ; Marques, H.O. (SEED/AP) ; Gomes, G.N. (UEAP) ; Coqueiro, P.E.V. (UEAP) ; Santos, C.C. (UEAP) ; Mota, S.C. (UEAP)
Resumo
O presente estudo visa demonstrar a importância da utilização de práticas experimentais nas aulas de Química, inserindo-as como metodologia alternativa para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). O desenvolvimento pedagógico da pesquisa ocorreu com a execução de três experimentos e em seguida aplicou-se um questionário para análise da efetividade do método. Através dos resultados obtidos nos questionários, evidencia-se a necessidade de o docente estar sempre buscando metodologias diferenciadas que fujam da aula tradicional. O intuito da pesquisa, porém não é descontruir a maneira como o ensino-aprendizado vem sendo abordado pelos professores e sim demonstrar que ferramentas não usuais que prendem a atenção dos discentes propiciando melhor entendimento dos conceitos teóricos da Química.
Palavras chaves
EJA; experimentação; Ensino
Introdução
Os discentes do ensino da EJA demonstram dificuldade no aprendizado e consequentemente desinteresse por não se acharem capazes de aprender química, e, pelo fato de julgarem tal ciência não esta ligada ao seu cotidiano não observando assim a importância da mesma (GIORDAN, 1999. p 43) Russel (1994) afirma que quanto mais integrada a teoria e a prática, mais sólida se torna a aprendizagem de Química, ela cumpre sua verdadeira função dentro do ensino, contribuindo para a construção do conhecimento químico, não de forma linear, mas transversal, ou seja, não apenas trabalha a química no cumprimento da sua sequência de conteúdo, e sim interage o conteúdo com o mundo vivencial dos alunos de forma diversificada, associada à experimentação do dia-a-dia. As atividades práticas são de grande relevância, não só para os alunos, mas também para os professores, pois com certeza os experimentos enriquecem a discussão e a reflexão na teoria, por haver um intercâmbio de ideias maior entre os envolvidos. O uso de experimentos nem sempre necessitam de aparelhos de ultima tecnologia e de laboratório, pois o experimento na sala de aula por mais simples que seja ajuda na compreensão do conteúdo ministrado pelos professores e incentiva os alunos no crescimento do conhecimento, porque tornam-se sujeitos ativos na ação. Neste sentindo, deve-se priorizar uma metodologia diferenciada como forma inovadora a ser utilizada por um educador que se preocupa com a melhoria no aprendizado dos seus alunos, pois vários são os benefícios que tal metodologia pode trazer para os alunos. Portanto, o trabalho a ser realizado tem um objetivo bem acentuado, que é o de analisar o uso da experimentação como ferramenta pedagógica para o Ensino de Química na EJA.
Material e métodos
Realizou-se a pesquisa na Escola Estadual Rodoval Borges Silva, situada na travessa L8 do bairro Fonte Nova, município de Santana, Amapá, escola da rede pública de ensino. Desenvolveu-se com caráter quali- quantitativa com abordagem exploratória (JUNIOR, 2012), com um delineamento de uma pesquisa- ação. Teve como instrumento de coleta de dados o uso de questionários para analisar o nível de conhecimento que os discentes em duas turmas da segunda Etapa do Ensino Médio da modalidade EJA, turmas: 2º EJA A e 2º EJA D, o universo da pesquisa englobou 33 alunos, com faixa etária variável de 18 a 55 anos, para posteriormente, aplicação do questionário com questões objetivas e subjetivas, denominado pós- intervenção, Com intuito de analisar o nível de satisfação dos discentes com relação à metodologia apresentada e analisar o conhecimento pós intervenção, para ter como parâmetro a eficiência da metodologia aplicada. Foram realizados experimentos simples, com materiais caseiros e de fácil acesso. Com o intuito de relacionar a prática com a teoria vista em sala. Os experimentos selecionados abordaram os mais variados conteúdos de Química vistos na EJA, sendo eles: Indicador ácido- base de repolho roxo, onde aplicou-se o tema ácidos e bases, além de faixas de pH; Sopro mágico, onde abordou-se as reações de neutralizações; O Prego que sangra, trabalhou-se as reações de oxirredução e equilíbrio químico. Buscou-se através de indagações, identificar o gral de conhecimento dos educandos a cerca dos temas acima descritos.
Resultado e discussão
Observou-se que é unanime o pensamento entre
os educandos quando uma aula
diferenciada é utilizada visto que o
percentual foi de 100%, nesse caso
utilizando experiência para compreender a
ciência.
Notou-se que (Gráfico 2) apesar dos educandos
desejarem aulas que fujam do
pincel e quadro nem sempre a pratica
metodológica escolhida, 6% dos
discentes da Turma 2 EJA A não gostaram do
modo como a aula ocorreu enquanto
que para a Turma 2 EJA D a negativa foi de
0%. Nota-se que mesmo os
educandos sendo da EJA, que os mesmos
apresentam um dificuldade em
compreender a disciplina química, foi
observado que 69% dos alunos da Turma
2 EJA A e 65% da Turma 2 EJA D (Gráfico 3),
afirmam não terem dificuldades
em compreender a referida matéria, a possível
resposta é o conteúdo ser
adaptado de acordo com o nível de
conhecimento dos alunos.
Na visão do educandos nem sempre é possível o
professor realizar a prática
da experimentação em suas aulas visto para
63% dos alunos da Turma 2 EJA A e
com percentual bem menor apenas 35% da Turma
2 EJA D (Gráfico 4),
responderem que talvez desse para fazer uso
dessa metodologia em todas as
aulas. Conforme pode-se observar no Gráfico
5, ma Turma 2 EJA tem-se 56% e
para Turma 2 EJA D tal valor é de 53% dos
entrevistados afirmaram que
conseguiram compreender os conceitos teóricos
da química e que a diferença
de metodologia utilizada deve variar de
acordo com a turma, conforme
diferença de valor no Gráfico 6. Os educandos
conseguiram relacionar a
execução da prática ao seu dia-a-dia, podendo
visualizar a química de forma
concreta, porém, mesmo com o uso dessa
metodologia, ainda sentem dificuldade
e fazem "confusão" na hora da compreensão,
conforme gráfico 7 e 8. Isso deve
ser reflexo de anos sem estudar e não
conseguem aprender devido a fatores
pessoais.
Gráfico com percentuais analisados
Registro de intervenção com práticas experimentais
Conclusões
Com os resultados obtidos nos questionários, evidencia-se a necessidade de o docente estar sempre buscando metodologias alternativas. A curiosidade é tão importante quanto à inteligência, prepara o cérebro para aprender, exercita a mente para o novo, buscando entendimento. A maneira que a metodologia alternativa foi abordada propiciou uma descontração, porém não no sentido de deixar os alunos livres e distantes dos temas abordados, pelo contrário proporcionou aulas práticas dinâmicas, com participação ativa, características que dificilmente seria atingida com pincel e quadro.
Agradecimentos
Agradecemos a equipe da E.E. Rodoval Borges Silva, por ceder o espaço para aplicação da pesquisa.
Referências
GIORDAN, M.. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, no .10, p. 43 - 49, 1999.
RUSSELL, J.B. Química Geral. 2. ed. São Paulo, 1994.
JUNIOR, J. M.. Como Escrever Trabalho de Conclusão de Curso. 6 ed. Petropolis, RJ, Vozes, 2012.