Análise das dificuldades em cálculo estequiométrico

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Carvalho, C. (UEPA) ; Lobato, M. (UEPA)

Resumo

A estequiometria é a parte da química que buscar analisar e tenta prever a quantidade necessária de reagentes e/ou produtos durante uma ou uma serie de reações químicas afim de evitar desperdícios e produzir a quantidade desejada. Foi realizada uma revisão bibliográfica a respeito temas como a relação de alunos e estequiometria e quais as dificuldades para um bom desempenho escolar e uma aprendizagem de qualidade, já que cálculo estequiométrico possui finalidade em várias áreas da ciência e serve como complemento e base para outros conteúdos da disciplina de química. Os resultados obtidos são coerentes com os encontrados na literatura obtida nos bancos de dados, o que gera um certo desconforto sobre as dificuldades no processo de aprendizagem de cálculo estequiométrico.

Palavras chaves

Estequimetria; dificuldades; aprendizagem

Introdução

Cálculo estequiométrico é o cálculo realizado para se prever a quantidade de reagentes e/ou produtos necessários durante uma reação química, Para fazer esse tipo de cálculo, precisamos analisar o lado quantitativo das reações químicas, chamado de estequiometria das reações. (ATKINS, p. F85, 2012). Estes cálculos obedecem às leis de Proust e Lavoisier, as denominadas leis ponderais. O termo estequiometria surge em meados do século XVIII derivado do grego (stoikheion e metrein) e significa medida de elementos. Pesquisas realizadas por Santos e Silva (2013), Costa e Zorzi (2008), Sousa, Araújo e Alves (2014), Prediger, Berwanger e Mörs (2009), Veronez e Piazza (2007), Gomes e Macedo (2007) e Sousa (2011), apontam um nível significativo de dificuldades apresentadas por alunos na aprendizagem de alunos com relação a este conteúdo, uma vez que para sua compreensão e aprendizagem eficaz fazem-se necessários conteúdos anteriores não somente da disciplina de química, como da matemática e da de português. Por essa necessidade interdisciplinar, muitos alunos acabam por não ter um rendimento escolar satisfatório o que é preocupante devido às diversas finalidades de estequiometria como na obtenção de substâncias químicas, para se saber que quantidade de um medicamento “x” irá reagir com uma substância “y” num organismo. O presente trabalho tem por objetivo averiguar quais as causas das dificuldades dos alunos com relação à aprendizagem deste conteúdo e propor uma alternativa para amenizar o baixo desempenho nesse conteúdo, já que ele é recorrente nos vestibulares e como citado acima, utilizado em diversas finalidades principalmente em indústrias e laboratórios mas também no dia a dia como no preparo de um bolo ou pão.

Material e métodos

A presente pesquisa valeu-se de revisões bibliográficas de artigos que cerceassem os temas de estequiometria, dificuldades na aprendizagem, relação de alunos e matemática e importância da linguagem no processo de aprendizagem. Estas direcionaram e delimitaram áreas a serem analisadas durante esta pesquisa, após as leituras foi aplicado um questionário semiestruturado contendo oito perguntas dentre elas duas subjetivas sobre a concepção dos alunos de quais obstáculos existem para uma boa aprendizagem do conteúdo de cálculo estequiométrico. Os questionários foram aplicados a cem estudantes de um cursinho pré-vestibular na cidade de Belém capital do Pará, no mês de maio deste ano. O procedimento para tabulação dos dados obtidos foi agrupar as respostas parecidas ou similares afim de propiciar cálculos de porcentagem das mesmas e confrontar com que apontava a literatura pesquisada. A metodologia do trabalho seguiu a empregada por NUÑEZ e RAMALHO (2012 E 2017) e CURY (2007) consistindo de análise de erros para observar se há influências consistentes que podem prejudicar na construção, transmissão e assimilação de novos saberes deste conteúdo curricular que segundo Costa e Zorzi (2008) apresenta alto grau de dificuldade para os estudantes.

Resultado e discussão

Sobre as dificuldades apresentadas por alunos, Santos e Silva (2013) elencam algumas delas: representação da matéria; grandeza do Constante de Avogrado; confusão entre mol/quantidade de matéria/ Constante de Avogrado/massa molar e no manejo de técnicas matemáticas. Logo, há carência de conceitos e habilidades úteis para uma real aprendizagem. Sobre a imprescindível competência de haver uma boa interpretação de texto Francisco Junior, Ferreira, e Hartwig (2008), apontam que muitas vezes, os estudantes são incapazes de interpretar questões e problemas de Física, Química, Matemática etc., devido às deficiências na capacida¬de de interpretação de enunciados. Após análise dos questionários é possível inferir que há uma dificuldade de aprendizagem do conteúdo cálculo estequiométrico devida a uma fragilidade nos conteúdos e competências fundamentais para a uma aprendizagem eficaz, conforme o gráfico 1 mostra. Os resultados confirmam os resultados apresentados por Santos e Silva (2013), Francisco Junior, Ferreira, e Hartwig (2008), outro ponto também deve ser analisado: a falta de interesse dos alunos em compreender o conteúdo ou em prestar atenção durante a explicação do assunto. Santos, Andrade e Lima (2013) em sua pesquisa denotam que as dificuldades de aprendizagem em química de alguns alunos, estavam relacionadas mais com a ausência de atenção e compreensão de leitura do que com a complexidade dos conceitos. Logo, não é plausível culpar somente a falta de base dos alunos para um bom desempenho em avaliações, mas também a própria falta de interesse dos alunos em uma educação de qualidade. Caso haja a percepção dessas dificuldades professores e alunos devem estarem engajados em superá-las pois este conteúdo serve como base e complemento para outras disciplinas e assuntos.

gráfico 1 -dificuldades em estequimetria

o gráfico expressa em percentagem as concepções dos alunos sobre a principal dificuldade na aprendizagem do conteúdo

Conclusões

Foi observado como apontado pelos autores supracitados neste trabalho, que o conteúdo estequiometria necessita de fundamentos herdados por outras disciplinas além da química, e na ausência destes há impossibilidades significativas para a construção de novos conhecimentos e um bom desempenho escolar, não sendo somente a falta dessas bases mas o próprio interesse dos alunos em superar obstáculos. É necessário que seja averiguados quais as causas que interferem num bom desenvolvimento do conteúdo para que sejam contornados facilitando a construção e assimilação de novos conteúdos.

Agradecimentos

A minha orientadora professora Ionara Terra e a Leonardo Ferreira pela ajuda no cálculo e montagem do gráfico.

Referências

ATKINS, Peter. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente/ Peter Atkins, Loretta Jones; Tradução técnica: Ricardo Bicca de Alencastro. – 5° edição. Porto Alegre, Bookman, 2012.
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