INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE QUÍMICA: ATIVIDADE DE ENSINO EXPERIMENTAL
ISBN 978-85-85905-25-5
Área
Ensino de Química
Autores
Medeiros Filho, J. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA) ; Silva, (INS) ; Lopes, B. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA) ; Lima, F. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA) ; Lima, I. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA) ; Oliveira, L. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA) ; Figueirêdo, A. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA)
Resumo
O ensino de Química é considerado tedioso, pois grande parte dos discentes alegam que as aulas são meramente teóricas. No entanto, muitas escolas públicas não possuem laboratórios ou materiais suficientes para realização de experimentos. Sendo assim, o presente trabalho objetivou realizar uma atividade de ensino denominada “Introdução ao Laboratório de Química”, para que discentes do Ensino Médio tenham aulas experimentais. A metodologia usada foi participante com caráter qualitativo. Foi realizada uma aula introdutória abordando as normas de segurança de laboratório, bem como foram realizados experimentos que relacionam o conteúdo de Química visto em sala com o cotidiano dos discentes. Os resultados apontaram interesse e participação ativa dos discentes, ao longo de toda atividade.
Palavras chaves
Ensino de Química; Experimentação; Introdução a Laboratório
Introdução
A falta de aprendizagem no ensino de Química é uma das grandes problemáticas enfrentadas pela maioria dos discentes. Para estes, aprender os conceitos químicos trata-se apenas de desenvolver e pensar fórmulas, de uma maneira totalmente descontextualizada. Corroborando com Núñez e Ramalho (2017), os erros dos estudantes na aprendizagem de conceitos científicos estão em não relacionar a sua vida cotidiana com os três níveis importantes da Química: o macroscópico com os fenômenos e processos químicos observáveis e perceptíveis, o microscópico com as metodologias não perceptíveis e o simbólico envolvendo as fórmulas e as equações químicas. Sob esse viés, a Química é uma disciplina imprescindível para a formação de seres críticos e que conseguem entender e refletir sobre o meio no qual está inserido. Segundo Pauletti (2017, p. 100) “o ensino da Química pode contribuir para a formação de um cidadão que possua uma visão maximizada diante da sociedade contemporânea a fim de identificar e avaliar a Química que permeia essa sociedade”. Dentro desse contexto, para se estimular a aprendizagem e a formação de discentes reflexivos, ampliando os horizontes culturais e a autonomia cidadã, deve-se trabalhar essa disciplina com metodologias diversificadas, como por exemplo, fazer uso da experimentação. Conforme Vieira e Silva (2016), as práticas laboratoriais permitirão ao sujeito, um conhecimento prévio para que os conceitos químicos possam ser permeados e, então, compreendidos. Portanto, o objetivo desse trabalho é realizar uma atividade intitulada “Introdução ao Laboratório de Química” – ILQ, realizada pelo Programa de Educação Tutorial - PET Química, do Instituto Federal da Paraíba – IFPB. Tal atividade trabalha a experimentação de forma contextualizada.
Material e métodos
A atividade de ensino aplicada “Introdução ao Laboratório de Química”, fundamentou-se em uma pesquisa participante de cunho qualitativo. Esta implica um raciocínio argumentativo e dialógico entre os interlocutores (Freire, 2003). Trata-se de uma metodologia de produção de conhecimento baseada na inter-relação entre os atores e saberes. Tal atividade foi desenvolvida e aplicada pelos integrantes bolsistas do PET Química, discentes do curso de Licenciatura em Química, do IFPB Campus João Pessoa. O ILQ é planejado para estudantes do nível médio de ensino e consiste em aulas introdutórias ao laboratório de Química. Nesta atividade são apresentadas as normas de segurança e as vidrarias, além de práticas laboratoriais visando assuntos vistos por eles na disciplina de Química. Essa atividade foi aplicada no primeiro semestre de 2019 no laboratório de Química do IFPB, Campus João Pessoa, para discentes da Escola Estadual Profª Liliosa de Paiva Leite, totalizando 23 (vinte e três) participantes. A princípio, no primeiro momento, foi aplicado um Questionário de Sondagem (QS) com os estudantes contendo 2 (duas) questões de caráter discursivo, que abordavam tópicos referentes a percepção deles sobre a Química e sobre a realização de experimentos. No segundo momento, os PETianos ministraram a aula introdutória de laboratório e, em seguida, foram realizados os experimentos: Medição de Volumes, Cromatografia, Indicadores Ácidos-Bases e Separação de Misturas. Vale destacar que, os experimentos foram efetuados com reagentes que apresentavam uma ínfima periculosidade, não oferecendo risco aos alunos.
Resultado e discussão
A primeira questão do QS indagava: “Você já realizou/participou de algum
experimento químico em sua escola?” 82% disseram que sim, sendo que a
maioria deles não lembrava o nome da prática e nem o conteúdo relacionado.
Tal resultado remete a importância de tratar a experimentação não apenas
como uma forma de chamar a atenção do discente, mas também para que ele
coadune a prática com a teoria.
Segundo Fonseca (2001), as aulas experimentais devem estimular o
desenvolvimento conceitual, fazendo com que os estudantes supervisionem suas
ideias, comparando-as com a ideia teórica, pois só assim, se desenvolverão
cognitivamente.
A segunda questão sublinhava: “Para você as aulas experimentais
ajudam a compreender o conteúdo teórico visto nas aulas de Química?” 100%
dos alunos disseram que sim, denotando que quando se trabalha com a
experimentação, os estudantes esperam compreender melhor os conteúdos, como
visto na fala do discente A: “Os experimentos ajudam a compreender os
conteúdos vistos em sala e a fixá-los melhor.”
No segundo momento da aplicação se deu a exposição das Normas
Básicas de Segurança no Laboratório de Química e das vidrarias e suas
funções e, em seguida, a realização dos experimentos. Estes foram
demonstrados de forma contextualizada. Dentre os experimentos realizados, um
dos que mais instigaram a curiosidade dos estudantes foi o de Separação de
Misturas, como ilustrado na Figura 1.
Ademais, no decorrer de toda atividade houve uma excelente interação entre
os discentes e os PETianos, com discussões e questionamentos. Portanto, essa
atividade de ensino promovida pelo PET Química produziu impactos
enaltecedores sobre o público ouvinte, pois este interagiu
participativamente.
Realização de uma dos experimentos realizados durante a atividade de introdução ao laboratório de química.
Conclusões
No ensino de Química, é de fundamental importância que o docente utilize métodos que instiguem a participação dos discentes, considerando a sua experiência de vida e todo o conhecimento prévio que possuem. Pois, por se tratar de uma disciplina abstrata, existe a necessidade de metodologias que confrontem a teoria científica com a prática social. Nessa conjuntura, a atividade ILQ torna-se possível a vivência desses discentes em um laboratório de Química, inserindo-os em um contexto diferente e corroborando para uma associação entre o conteúdo teórico com o experimental.
Agradecimentos
Referências
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 27a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2003
FONSECA, M.R.M. Completamente química: química geral, São Paulo, 2001.Freire P. Educação como prática da liberdade. 27a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2003
NÚÑEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betania Leite. Os itens de Química do ENEM 2014: erros e dificuldades de aprendizagem. Acta Scientiae, v. 19, n. 5, 2017. Disponivel em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/acta/article/view/3212/2675. Acesso em: 28/07/2019.
PAULETTI, Fabiana. Entraves ao ensino de química: apontando meios para potencializar este ensino. Revista Areté| Revista Amazônica de Ensino de Ciências, v. 5, n. 8, p. 98-107, 2017. Disponível em : http://periodicos.uea.edu.br/index.php/arete/article/view/39/36. Acesso em: 28/07/2019.
VIEIRA, Carlos Alexandre; DA SILVA, Alexandre Fernando. 05) Experimentação no Ensino de Química: Oficinas para Produção de Produtos de Limpeza e de Higiene Pessoal em Escolas da Rede Pública Estadual do Município de Divinópolis-MG e Região. Revista Brasileira de Educação e Cultura| RBEC| ISSN 2237-3098, n. 14, p. 82-97, 2016.